De diferentes formas, a Nação Rubro-Negra trabalha para garantir que os meninos, suas histórias e o incêndio não sejam esquecidos

Em 8 de fevereiro de 2019, dez meninos da base do Flamengo morreram em um incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamento do clube. Até hoje, o caso continua sem responsabilização. Para homenageá-los, a cada jogo no Maracanã a torcida ecoa a música “Dez estrelas a brilhar”, um hino dedicado a esses atletas.
Gabriel Eleno Conceição compôs a letra em parceria com os amigos Leandro Canavarro e Coxa logo após a fatalidade, e ganhou o coração dos rubro-negros. Confira um trecho da música, cantada sempre aos 10 minutos de jogo:
Ah! Como eu queria ter vocês aqui
Honrando o manto do Mengão
Com raça e paixão!
Mas essa Nação jamais vai esquecer
O Flamengo vai jogar
Pra sempre por vocês!
Ô, olê, olê, olê, olê, olê
São dez estrelas a brilhar
No céu do meu Mengão
Outra ação da torcida partiu do coletivo Flamengo da Gente (FdG). O grupo transformou parte do muro da avenida Rei Pelé, no Rio, em um memorial a céu aberto.
O artista urbano Airá Ocrespo assina o mural de 60 m².

No dia 8 de fevereiro de 2020, um ano depois da tragédia, o time profissional do Flamengo enfrentou o Madureira no Maracanã.
Antes do início da partida, integrantes do Flamengo da Gente ergueram um varal de uniformes com o nome dos jogadores mortos do lado de fora do estádio. Eles repetiram o ato em frente ao Ninho do Urubu, ao prédio do Ministério Público e à sede da 42ª Delegacia de Polícia Civil, responsável pela apuração do caso.

O maior sonho dos Garotos do Ninho era jogar no Maracanã, famoso templo do futebol. Andreia, mãe de uma das vítimas, sempre imaginou o momento em que o filho entraria para seu primeiro jogo.
O sonho dele era ouvir a torcida do Flamengo gritando seu nome. Quando isso aconteceu, o jogador não estava mais ali.
Assim como a torcida do Flamengo, Daniela Arbex também constrói a memória coletiva dos garotos em Longe do ninho. A obra é uma reportagem investigativa sensível que busca garantir que a história jamais seja esquecida.

A autora reúne laudos técnicos, trocas de mensagens e dados até então não divulgados. Além disso, conta também com entrevistas com todas as famílias dos dez jovens, sobreviventes e profissionais da perícia criminal e do IML, para apresentar uma obra que revive uma das maiores tragédias recentes do futebol brasileiro.
Episódio muito triste! Um dos mais tristes da história não só do futebol brasileiro… mas também do Brasil… infelizmente!