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Trabalho de editora, tempero de leitora | Como eu ajudei uma das minhas autoras favoritas a escrever seu novo romance 

1 / novembro / 2024

Editora de livros trade da Intrínseca conta como contribuiu para escrita de Um amor cinco estrelas, romance mais recente de Beth O’Leary 

Editora da Intrínseca conta como ajudou Beth O'Leary em seu novo romance

Por Helena Mayrink*

Todo mundo tem um dia no trabalho em que a gente pensa: “Por essa eu não esperava.” Esse dia, pra mim, foi uma linda terça-feira de 2022 em que me vi numa chamada de vídeo com a Beth O’Leary.

Muitos dos meus colegas da Intrínseca sabem que a Beth é uma das minhas autoras queridinhas aqui da editora (e compartilham dessa opinião). Então quando minha chefe me perguntou se eu estaria disposta a ajudar essa nossa rainha das comédias românticas com alguns detalhes da cultura brasileira para criar um personagem para seu novo livro, minha reação foi praticamente a seguinte:

Uma semana depois, quando finalmente entrei naquela sala do Zoom para conversar com a Beth, eu estava uma pilha de nervos. Mas desde o início nossa autora foi tudo que imagino que os fãs já esperam dela: a delicadeza e o carisma em pessoa.

Durante a nossa conversa, a Beth me contou um pouquinho do que queria para o seu personagem brasileiro, que não só era o protagonista como já tinha até nome: Lucas. Ela disse que ele seria um brasileiro que se mudou para o Reino Unido e que a trama se passaria na época do Natal, então ela estava curiosa sobre nossas percepções em geral sobre os ingleses, além de querer saber mais das tradições e comidas típicas brasileiras.

A Beth já chegou cheia de perguntas nesse primeiro papo, e falamos sobre sotaque, música, relação com a família, comida, rotina, palavrões — tudo enquanto ela fazia várias anotações. Uma das coisas que ela já tinha definido, por exemplo, era que o Lucas seria do estado do Rio, e durante a conversa pude sugerir algumas cidades por aqui que eu acreditava que dariam bons locais de origem, para sair um pouco da capital. Desses lugares sugeridos, dois acabaram rendendo personagens para a história: Niterói e Teresópolis.

Ao longo dos meses seguintes, nós duas trocamos e-mails sobre muitas outras referências, com direito a gifs, sugestões de conteúdos para ver e ouvir e dúvidas sobre conexões entre a Inglaterra e o Brasil, numa troca muito agradável. Depois que falamos sobre rabanada, por exemplo, a Beth confessou que ela e o marido testaram uma receita em casa e ficaram apaixonados. Em outro momento, ela também contou que estava escrevendo enquanto ouvia Liniker, e adorando. Quer dizer, gente como a gente, né? Até chegou a incorporar algumas palavras em português nos e-mails dela:

Um tempinho depois, a Beth me pediu para dar uma olhada em uns últimos pontos referentes à experiência do Lucas, e, assim, alimentando o sonho de todo leitor, tive um dos maiores privilégios desse trabalho: fui uma das primeiras pessoas a ler o manuscrito de Um amor cinco estrelas. Nessa fase, pude sugerir detalhezinhos para que a ligação com o Brasil fosse ainda mais certeira, ajudei com as traduções para o português e, lógico, me emocionei com os momentos mais fofos da trama e com a surpresinha que ela deixou pra mim na forma de uma personagem no final do livro (posso ou não ter chorado, e posso ou não ter dito exatamente isso para a Beth).

Em todo o processo, a Beth demonstrou o maior interesse e cuidado com a construção do Lucas e as referências brasileiras, e espero que todo mundo sinta isso enquanto lê. O resultado é um protagonista com personalidade própria e que, para mim, quebra com muitos clichês de personagens brasileiros que vemos lá fora. Um dos meus aspectos favoritos, por exemplo, é a relação de caos, conflito e carinho que o Lucas tem com diferentes membros da família dele, que acredito que espelha bem as dinâmicas familiares de muitos de nós.

Trabalho de editora, tempero de leitora

A história de Um amor cinco estrelas é, talvez, uma das mais irresistíveis que a Beth já escreveu. Izzy e Lucas trabalham em um hotel aconchegante no interior da Inglaterra, mas se detestam. Quando o lugar se encontra em meio a uma crise financeira, os dois são obrigados a trabalhar em parceria para salvar os seus empregos. À medida que passam cada vez mais tempo juntos, porém, uma chama parece crescer entre eles, transformando a rivalidade em algo muito mais fofo. 

Hoje, com a publicação do livro aqui no Brasil, fico feliz de ver nele pinceladas de tudo que eu e Beth conversamos. Como fã de Simplesmente Amor (assim como a nossa autora, diga-se de passagem), eu sabia desde o princípio que esse romancinho em pleno clima de Natal mexeria comigo. E Um amor cinco estrelas acabou unindo um pouco de tudo que há de bom: cenário natalino fofíssimo, personagens divertidos, uma declaração de amor épica, referências gostosas para os brasileiros e muitas conexões com Teto para dois.

Participar da edição e produção de todo livro traz sua pontinha de orgulho. Mas esse, com certeza, teve um gostinho especial (talvez de bolinho de chuva 😉). 

*Helena Mayrink foi criada à base de comédias românticas e chocolatinhos depois do almoço. Hoje é editora assistente da Intrínseca e emocionada profissional. 


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Comentários

2 Respostas para “Trabalho de editora, tempero de leitora | Como eu ajudei uma das minhas autoras favoritas a escrever seu novo romance 

  1. Que post gostoso de ler! Descobri o livro por causa de um vídeo da Melina Souza (Tea with Mel). Fui curiosa até o site da editora, como uma boa estudante de marketing, para ver como produzem conteúdos, e dei de cara com esse texto. Fiquei ainda mais interessada no livro <3

  2. Oi, Michele <3 Muito obrigada pelo carinho. Que bom que gostou do texto! Tenho certeza que vai curtir demais o livro!

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