A NOVA MENOPAUSA

A menopausa é inevitável; sofrer com ela, não. Embora a transição para a menopausa seja natural, o processo está associado a sintomas desconcertantes e desconfortáveis que os médicos muitas vezes ignoram. “Natural” nem sempre significa “saudável”. Essa é a abordagem que a dra. Mary Claire Haver, pioneira na defesa da saúde da mulher e especialista […]

MIKA NA VIDA REAL

Autora do best-seller Uma princesa em Tóquio lança livro divertido e emocionante sobre maternidade e o verdadeiro significado de família Aos 35 anos, a vida de Mika não poderia estar mais caótica. Seu último relacionamento não terminou nada bem. Há grandes chances de sua melhor amiga ser uma acumuladora. Ela sente que está constantemente decepcionando […]

Peitos e ovos

Em um dia sufocante de verão, Makiko viaja de Osaka a Tóquio para visitar a irmã mais nova, Natsu, e a surpreende com a informação de que gostaria de aproveitar a oportunidade para fazer uma cirurgia de aumento dos seios. Acompanhada pela filha, Midoriko, uma adolescente que há alguns meses só se comunica com a mãe por escrito, Makiko compartilha com a irmã a frustração que sente pelo comportamento da garota, desconhecendo o sofrimento pelo qual ela passa ao ser incapaz de verbalizar as pressões avassaladoras da puberdade. Sob o ponto de vista de Natsu, uma aspirante a escritora de trinta anos assombrada pelas dificuldades sofridas na juventude, desenrola-se a história dessas três mulheres reunidas em um bairro pobre de Tóquio. Ao longo dos poucos dias que passam juntas, o silêncio de Midoriko será um catalisador para que cada uma delas enfrente os próprios medos e dissabores.
Oito anos após a visita de Makiko e Midoriko, em mais um dia de verão intenso, Natsu — agora finalmente estabelecida como escritora e tendo desenvolvido algumas poucas amizades — faz o caminho inverso ao da primeira parte do livro e viaja de volta à cidade natal. Imersa em dúvidas e confrontando a ansiedade de envelhecer sozinha e sem filhos, em meio às opressões sociais que cercam a vida das mulheres no Japão, ela precisa tomar uma decisão sobre os rumos da própria vida.
Uma das escritoras japonesas mais aclamadas, Mieko Kawakami mistura criatividade estilística, humor ácido e profundidade emocional para contar uma história cujo cerne gira em torno da feminilidade contemporânea no país asiático. Peitos e ovos narra a jornada íntima de três mulheres em busca de paz e de um futuro sobre o qual elas possam exercer algum controle.

Mulheres invisíveis

Desde o controle do fogo e o domínio da agricultura até as evoluções tecnológicas da atualidade, as conquistas dos seres humanos sempre começaram com a observação do mundo, algo conhecido hoje como coleta de dados. Como base da ciência, são os dados que determinam a alocação de recursos públicos e privados, ditando o rumo da sociedade.
Porém, o caráter científico dos dados esconde um lado perverso: as mulheres não são — e nunca foram — contempladas por eles. Isso é o que revela Caroline Criado Perez em Mulheres invisíveis. Nessa obra, a autora reúne estudos de caso que explicitam como o olhar predominante considera que o homem é o padrão e as mulheres são atípicas. Dessa forma, mesmo quando os dados abrangem o universo feminino, acabam sendo ignorados na prática, o que aprofunda na base a desigualdade de gênero.
Inovadora em sua abordagem, Caroline coloca em números o sofrimento de metade da humanidade, provando que o preconceito de gênero é muito mais que uma questão subjetiva. Uma leitura transformadora e inesquecível, que mudará a maneira como você enxerga o mundo.

Tudo o que eu sei sobre o amor

Dolly Alderton sabe bem do que está falando. Ela sobreviveu aos seus vinte anos com dignidade (mais ou menos), e todo mundo que já passou (ou está passando) por essa década decisiva da vida sabe que chegar inteiro aos trinta é um feito e tanto. São muitas descobertas, experimentações, romances intensos, roubadas, porres homéricos, empregos estranhos, autossabotagem, foras destruidores, mágoas, humilhações e, o mais importante, amigos imprescindíveis que estão sempre ali para te ajudar a passar por todas essas coisas sem grandes traumas (ou quase isso).
Estreia da autora na literatura, Tudo o que eu sei sobre o amor acompanha a trajetória de Dolly da juventude à vida adulta. Uma espécie de O Diário de Bridget Jones da vida real, o livro traz um misto de sessão de terapia e muita fofoca. Dolly sabe navegar como poucos entre o trágico e o incrivelmente cômico de suas memórias sem dar chance para a nossa indiferença, com histórias impossíveis de não se identificar — por vezes tão insanas que poderiam ser ficção — e que traduzem de forma brilhante o verdadeiro caos que é amadurecer.

Os abismos

Claudia mora com os pais em Cáli, na Colômbia, em um apartamento tomado por plantas e rodeado por precipícios físicos e metafóricos. O ambiente, exuberante e bem-cuidado, é um contraste, uma oposição à mãe indiferente que está em conflito com os caminhos escolhidos e impostos para a própria vida. Como muitas famílias, a de Claudia passa por uma crise, e basta o casamento de seus pais estremecer para que ela comece a entender a fragilidade dos limites que mantêm a previsibilidade do cotidiano.
A partir da expectativa e de seu olhar atento e ao mesmo tempo inocente de criança, é a menina que narra os acontecimentos que abriram as fendas por onde entraram seus piores medos, aqueles que são irreversíveis e podem levar à beira dos abismos. Nos últimos anos da infância, Claudia começa a entender que a existência chega ao fim e que essa ruptura pode ser uma escolha pessoal. É pelos relatos da mãe, obcecada por revistas de celebridades — e em especial pelas figuras femininas com finais trágicos, como Grace Kelly —, que ela faz a correspondência entre a morte e as escolhas e passa a temer pelas decisões de sua progenitora.
Em meio à beleza e à violência da natureza, confrontando desejos inconfessos, criança e mãe se encontram e, assim, o destino da mais velha parece se debruçar sobre o abismo contra o qual tantas outras mulheres também já se depararam.

Não nasci para agradar

Eliza Quan não precisa que você goste dela. Ela se dedica mais que qualquer pessoa e não tem medo de expressar suas opiniões, e por isso é a candidata perfeita à editora-chefe do jornal da escola. Pelo menos até o ex-atleta Len DiMartile decidir, por um capricho, disputar o cargo. De repente, as vastas qualificações de Eliza são deixadas de lado, porque todos acreditam que Len — alto, lindo e um garoto — se parece mais com um líder, mesmo sem qualquer experiência.
Quando Eliza extravasa suas frustrações em um manifesto publicado sem seu aval, ela se torna um símbolo feminista, dividindo a escola em alunos que acreditam que ela é a porta-voz da luta pela igualdade de gênero e outros que a veem apenas como uma militante dramática.
Em meio a essa tensão, o diretor pede a Eliza e Len para trabalharem juntos no jornal, mas, conforme a dupla se conhece melhor, a jovem é confrontada por um terrível sentimento: será que ela está se apaixonando por seu rival, ou pior, pelo garoto que é a própria personificação do patriarcado? E como Eliza vai conciliar o que sente com a pressão de ser o ícone de um movimento, quando tudo que queria era uma eleição justa?
Nesta comédia romântica leve e apaixonante, Michelle Quach levanta discussões essenciais e narra com um humor afiado a trajetória de uma jovem ambiciosa que prova que não é preciso agradar as pessoas para ser amada.

KIM JIYOUNG, NASCIDA EM 1982

Em um pequeno apartamento nos arredores da frenética Seul vive Kim Jiyoung. Uma millennial comum, Jiyoung largou seu emprego em uma agência de marketing para cuidar da filha recém-nascida em tempo integral — como se espera de tantas mulheres coreanas. Mas, em pouco tempo, ela começa a apresentar sintomas estranhos, que preocupam o marido e os sogros: Jiyoung personifica vozes de outras mulheres conhecidas — vivas e mortas. A estranheza de seu comportamento cresce na mesma proporção que a frustração do marido, que acaba aconselhando a esposa a se consultar com um psiquiatra.
Toda a sua trajetória é, então, contada ao médico. Nascida em 1982 e com o nome mais comum entre as meninas coreanas, Kim Jiyoung rapidamente se dá conta de como é desfavorecida frente ao irmão mimado. Seu comportamento sempre é vigiado e cobrado pelos homens ao seu redor: desde os professores do ensino fundamental, que impõem uniformes rígidos às meninas, até os colegas de trabalho, que instalam uma câmera escondida no banheiro feminino para postar fotos íntimas das mulheres em sites pornográficos. Aos olhos do pai, é culpa de Jiyoung que os homens a assediem; aos olhos do marido, é dever dela abandonar a carreira para cuidar da casa e da filha.
A vida dolorosamente comum de Kim Jiyoung vai contra os avanços da Coreia do Sul, uma vez que o país abandona as políticas de controle de natalidade e “planejamento familiar” — que privilegiava o nascimento de meninos — e aprova uma nova legislação contra a discriminação de gênero. Diante de tudo isso, será que seu psiquiatra pode curá-la ou sequer descobrir o que realmente a aflige? Best-seller internacional, Kim Jiyoung, nascida em 1982 é uma obra poderosa e contemporânea que não só atinge o âmago da individualidade feminina, como também questiona o papel da mulher em âmbito universal.

Contra o feminismo branco

Desde sua origem, o feminismo se baseou na experiência de mulheres brancas de classe média e alta, que há muito se autoproclamaram as especialistas no assunto. São elas que escrevem, palestram, dão entrevistas. Ao mesmo tempo, para manter seus privilégios, demarcam a branquitude do movimento ao sobrepor suas falas às das mulheres de pele negra […]

A cachorra

Desde muito cedo, a vida de Damaris é marcada por tragédias e, apesar da companhia de Rogelio, carrega uma solidão que talvez tivesse sido aplacada pelo filho que nunca conseguiu ter. Cuidar da casa de veraneio há muito abandonada pela família Reyes ocupa seus dias, alivia sua consciência pelo que sente ter sido omissão sua […]