Aclamado romance israelense explora os danos causados em nome do amor materno
A milhares de quilômetros de casa, Yoela está numa rua escura, espiando duas meninas através de janelas bem iluminadas. São as netas que ela nunca conheceu, filhas de Lea, que não vê há anos. Como um relacionamento que começou com uma felicidade extrema, com uma mãe tão dedicada à única filha, chegou a um ponto de ruptura tão insondável?
Enquanto busca formas de se reaproximar da filha, Yoela avança e volta no tempo, desvendando memórias e sentimentos há muito enterrados e reconstituindo os infinitos momentos de cuidado maternal, todos mundanos e aparentemente benignos — mas que, em conjunto, podem ter consequências imprevisíveis.
A relutância em conceder pequenas autonomias a Lea; o modo um tanto quanto infantil como a filha compartilha tudo com ela — as inseguranças, as paixões avassaladoras e platônicas dos primeiros anos da adolescência, as pequenas e grandes travessuras —; a comunicação ruim com a própria mãe; os anos em que sofreu com depressão e o medo de que a doença se instalasse novamente. Nada escapa do relato sincero de Yoela e de sua arqueologia de si mesma.
Com extraordinária força literária, Hila Blum narra de forma impressionante as angústias e dores de uma mãe para tentar compreender o que de fato compõe uma vida familiar amorosa e o que pode dissolvê-la de forma tão drástica. Afinal, existem limites para o amor de uma mãe?
HILA BLUM
Hila Blum ganhou o prêmio Sapir com Como amar uma filha. Ela é editora de livros e mora em Jerusalém, onde nasceu e foi criada.
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