O avô de Joia parou de falar no dia em que matou o irmão dela. O menino se chamava John, e achava que podia voar. Subia e saltava do alto de qualquer coisa, e por isso ganhou do avô o apelido de Passarinho. Joia não teve a chance de conhecê-lo, pois Passarinho se jogou do penhasco bem no dia em que ela nasceu. Ainda assim, por muito tempo ela viveu à sombra de suas asas. Agora, aos doze anos, Joia mora em uma casa tomada por silêncio e segredos. Os pais da menina culpam o avô pela tragédia do passado, atribuem a ele a má sorte da família. Joia tem certeza de que nunca será tão amada quanto o irmão, até que ela conhece um garoto misterioso no alto de uma árvore. Um garoto que também se chama John. O avô está convencido de que esse novo amigo é um “duppy” — um espírito maldoso —, mas Joia sabe que isso não é verdade. E talvez em John esteja a chave para quebrar a maldição que recaiu sobre sua família desde que Passarinho morreu.
Crystal Chan

Filha de um chinês com uma descendente de poloneses, a escritora norte-americana Crystal Chan cresceu em uma família multicultural e acredita que pertencer a uma mistura de diferentes etnias a permite compreender melhor o próximo, seja ele imigrante ou natural dos Estados Unidos. Porém, há um lado difícil: Crystal muitas vezes se sente excluída, pois quando está entre chineses, as pessoas se referem a ela como sendo “branca”; e quando está com caucasianos, ela é “oriental”. De sua vivência nasceu a protagonista de seu primeiro romance, “Passarinho”.
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