A gente só pensa depois de fazer

Estávamos no colégio, quase ensino médio. Eu era novo na escola e demorei pra me enturmar. Ela fez o que pôde.
Algumas semanas depois, eu já com meus novos amigos, acabei sentando atrás dela nas aulas. Conversávamos sobre as coisas mais insignificantes possíveis, e, graças ao meu medo, fiz com que continuássemos nessa rasidade pelo resto do ano.
Um ano se passa, ela me chama na internet: quer fazer parte do meu grupo, no maior trabalho do ano. Eu deixo, nem pergunto pros outros integrantes. No começo é sempre assim, a gente só pensa depois de fazer.
Aproveitamos esse pedido para continuar o assunto, e depois de algumas horas me declarei. No começo é sempre assim, a gente só pensa depois de dizer.
A aceitação dela foi incrível, mandou um obrigado.

Depois de alguns meses começamos a namorar: o casal mais inesperado possível, o aluno novo e ela. NInguém nunca soube me dizer o porquê de ela.

Adultos menosprezam namoros adolescentes de todas as formas, fazem até o impossível pra tentar diminui-los, nunca entendi isso: eles não pensam depois de dizer…
Talvez seja culpa daquele tal rio que nunca é o mesmo, e adolescentes são tsunamis.

Meu namoro que começou aos 14 durou dois anos, e como uma catástrofe social-amorosa-natural que começou, terminou.