Ela me amava?

Um dia, me apaixonei por uma pessoa, do mesmo sexo que eu. Ela tinha 14/15 anos, e estudava no mesmo colégio que eu. Tudo começou no dia que a minha vó me apresentou a ela. No dia, eu quase tinha levado uma suspensão, e chegando na escola, ela foi direto falar com minha grande paixão. Naquele exato momento, nós nos olhamos de uma forma, tão forte cara. Eu não sabia o que sentia, eu não sabia o que era aquilo.
Um dia resolvi perguntar para os meus pais, o que era aquilo. As respostas foram sempre as mesmas. “Afeto.” “Isso é afeto, nada de mais”. Porém, eu sabia que não era só isso.
Dias se passaram, e eu resolvi pedir ajuda ao meu amigo. (que a propósito, me ajudou muito) Eu assumi que “achava” que estava gostando dela, e ficava toda bobinha quando ela olhava pra mim.
No mesmo dia que eu estava tentando falar com ela, me veio a cabeça: “eu não vou tentar, nada, dps acabo falando alguma merda, e aí já viu!” Me sentei em um canto, triste, e sem ter o que fazer, estava totalmente desorientada de tudo. Até que aí, escuto uma voz, vindo na minha direção. “Ei!” Sim, era ela, de repente eu não sabia o que fazer, mas eu tomei “coragem” e fui até lá.
Depois dos comprimentos, ela começou a fazer perguntas: “de qual ano você é?” “Por que sua vó veio aqui na escola?” Eu respirei fundo, e respondi, e depois disso, ela meio que tentou puxar assunto, mas eu percebi que estava suando de nervoso, e corri. Eu simplesmente corri, sem mais nem menos.
De repente cheguei em meu amigo, com um grande sorriso no rosto, dizendo “eu falei com ela, eu falei com ela!” “Eu sou simplesmente a pessoa mais feliz de todo esse mundo!”
Na manhã seguinte, eu estava um pouco mal, na minha casa, as coisas não estavam muito bem. Mas resolvi seguir em frente.
Até que eu cheguei na escola, e vi ela, a garota que tinha mexido com o meu coraçãozinho.
Ela me chamou, e eu sentei ao seu lado, ela disse um “oi!” Mas como o meu dia não estava muito bom, eu mal olhei para a cara dela, suspirei fundo, e sai correndo, batendo em tudo que tinha pela frente.
Dias depois, eu tinha repensado sobre o meu ato. Comecei a chorar no meio da aula, e eu não estava nem aí para que os outros iriam pensar, eu precisava chorar, eu precisava colocar aqui pra fora.
Chamei a professora e disse que eu não estava muito bem, e que iria até a diretoria. Quando cheguei lá, disse a ela que queria ir embora, e que não me interessava se estava no horário de aula, ou não, eu queria embora.
Ela insistiu em perguntar o que eu sentia, eu disse que estava me sentindo mal, e demorei contar o que realmente acontecia.

Hoje não nos falamos mais, pois o meu orgulho foi maior que meus sentimentos.