Ele

Eu tinha somente 13 anos quando o vi pela primeira vez e a partir desse momento foi inevitável não me apaixonar por ele. E imagine só, ele, que já era um homem, tinha 21 anos e era meu professor de história, mas ainda assim era o cara dos meus sonhos, parecia um personagem de conto de fadas. Ele era meu príncipe, mas eu nunca seria sua princesa.
Um ano se passou desde o início de minha paixão, eu não queria acreditar que o amava, eu não poderia amá-lo, não era certo e assim segui negando, até o dia que tive de vê-lo partir. Ele foi embora e deixou uma ferida em meu coração que nunca foi capaz de cicatrizar, chorava todas as noites de saudade, mas no meu íntimo eu sempre soube que tudo aquilo era inevitável, porque, afinal de contas, a sua vida nunca faria parte da minha, tudo não passava de um sonho de uma adolescente que ainda estava aprendendo o que é o amor.
Dois anos se passaram até nossas vidas se cruzarem novamente, eu ainda estava no mesmo colégio e ele havia sido recontratado para dar aulas. Quando o vi novamente tive a certeza de que ainda o amava, de que todo aquele sentimento era real. Eu o amava e ele nunca iria saber disso, mas ainda assim nunca me importei com isso, o fato de poder ter tido a oportunidade de tê-lo em minha vida sempre foi mais do que o suficiente para mim.
E assim se passaram mais dois anos…
Dois anos ouvindo sua voz firme e vendo o seu sorriso torto magnífico…
Dois anos o admirando de longe…
Até a chegada de minha formatura.
Agora, eu tenho 18 anos, ele, 26. Terminei a escola há mais de um ano, não o vejo mais, mas sinto sua presença para onde quer que olhe, sei que agora ele está casado, construindo uma família, e saber que ele está feliz, já me faz feliz também.
Dentro de mim, mora a certeza de que o homem perfeito sempre será ele, e que meus sentimentos sempre estarão aqui, mesmo que guardados e escondidos a sete chaves.