Minha Primeira Paixão?

A memória costuma enganar a gente. A mente, mente.Hoje, com mais de trinta anos de idade, não saberia responder de forma objetiva (se é que isso é possível) o que é a paixão, o amor, o fascínio.
Porém, o primeiro sentimento forte que lembro de ter sentido por uma garota foi com doze anos de idade. Não sei se foi paixão ou fascínio.
Eu era um péssimo aluno. Estudava no período da manhã e devido a ser muito bagunceiro e dormir em sala de aula, fui transferido de turno, fui estudar no período da tarde.
Foi nessa mudança para o vespertino que conheci meu primeiro “amor”. Ela se chamava Roberta e tinha os olhos mais lindos que já tinha visto na vida. Eram olhos verdes. Como na época eu era muito criança e muito bobo, aquele seu olhar me hipnotizava. Era a coisa mais linda que até então tinha visto no universo.
Ela era não só a menina mais bonita da classe, como também a mais estudiosa e inteligente. Eu, ao contrário, era um dos mais feios e burros, um verdadeiro ogro (OK, talvez eu esteja exagerando, minha autoestima nunca foi aquelas coisas…)
Nunca consegui nada com ela, nem beijar, nem ficar, nem tocar. Nem amigos nos tornamos. Como galáxias distantes, vivemos muito longe um do outro.
Soube que naquele tempo, ela gostava de um menino chamado Alan, que era justamente o garoto mais bonito da sala. Era em tudo o oposto de mim. Era tudo aquilo que eu gostaria de ser.
Não sei se os dois ficaram juntos alguma vez. Não sei de mais nada dos dois. O que sei é que essa situação deixou uma cicatriz na minha alma.Uma situação horrível entre muitas, já que hoje vejo que tive uma adolescência extremamente infeliz. Repercussões que sinto até hoje, e até hoje tento superar.