O Meu Amor

Meu primeiro amor aconteceu em 2007. Eu tinha 19 anos e ele era amigo do namorado da minha amiga. Eu pedi que ela me apresentasse a algum amigo solteiro do seu amor e ela queria me apresentar a um cara super descolado. No entanto, havia um nerd solteiro também. Eu disse que queria o nerd. No meu aniversário, ela me ligou para dar meus parabéns e, não me lembro como, o nerd foi parar na minha casa com uma cestinha em forma de coração cheia de chocolates de uma marca famosa.Eu adorei a surpresa e fiquei maravilhada com a atitude dele de sair de uma festa para ir ver uma menina que ele nem conhecia. A conversa fluiu fácil, rápida e de um jeito que nunca havia acontecido com mais ninguém. Nos beijamos e eu acreditei que estava, naquele momento, perdida. Não havia escapatória. Passamos a nos encontrar com frequência e um mês depois começamos a namorar. Era um namoro tão tranquilo que as pessoas duvidavam. Fim de semana, no sábado, ele jogava RPG com os amigos, depois nos encontrávamos, ou antes. No domingo, sempre ficávamos juntos. Cinema, casa dos amigos, teatro, show, quadrinhos na casa dele, comer alguma coisa… Conhecia a família dele e… pacote completo: era todos incríveis e me acolheram super bem. Era minha nova família. Não havia erro. Mas eu estava numa fase cheia de problemas em casa e ele, por ser mais velho, começando a vida. Então, como o destino age sem pedir licença, ele passou num concurso em outra cidade e se mudou. Seguimos firmes no namoro, mas fomos nos distanciando. Eu não tinha condições financeiras de ir visitá-lo e quando ele vinha, tinha que dar atenção para tanta gente… Eu compreendia, nunca o cobrei. Mas a verdade é que o que era legal, fácil e gostoso, foi se tornando frio, difícil e insosso. Comecei a sentir vontade de ficar com outras pessoas e me preocupei, nunca havia sentido aquilo. Terminamos depois de 9 meses. Ainda trocamos umas palavras, mas nada romântico. Uma amizade forçada e estranha. Os amigos deles sentiram muito, eu senti muito, acredito que ele também. Há alguns anos, ele se casou, é pai e tem uma família estruturada. Eu? Continuo solteira, buscando algo que parece que não cabe a mim, que eu já vivi e deixei escapar. Mas será que esse amor a gente só vive uma vez? A que custo não podemos deixar escapar? Onde foi que eu errei e onde foi que me perdi? Me pegunto de quem foi a culpa e o dedo da resposta sempre fica pendulando de um lado para o outro, às vezes, mirando o destino. Eu sei que de lá para cá, por mais romântica que eu seja, nada deu certo.