Onde está o amor?

Vou ser sincera. Nunca tive um primeiro amor. Não de verdade. Não assim. Quando eu me apaixono por alguém, nunca é recíproco. E quando alguém se apaixona, a maioria das vezes eu não sinto o mesmo. Espero algum dia sentir algo assim.
Claro que já senti as pernas tremendo, o coração ficando acelerado, as risadas de nervosismo e o estômago embrulhar. Claro que já fiquei tão nervosa ao ponto de travar no lugar e não conseguir me mexer nem dizer nada. Claro que já suei a ponto de quase dereter. Ou já fiquei tão vermelha que o cara perguntou se eu estava me sentindo bem.
Mas nunca senti a sensação de segurar a mão e alguém e sentir amor. Nunca olhei pra alguém e me senti a pessoa mais feliz do mundo por tê-la ao meu lado e sentir que a pessoa é minha e que eu sou dela e que eu amo essa pessoa.
Mas posso contar uma história de amor. Uma curta e inocente história de amor. Entre um menininho do primeiro ano do ensino fundamental. Me lembro vagamente da sensação e segurar sua mão e sorrir. Ou de ficar toda nova ao lado dele. Lembro de pedir ele em namoro atrás da casinha de boneca, na hora do Recreio. Lembro de ir nas suas festas de aniversario mesmo não estudando mais com ele. Lembro de ele ter entrado no quarto dos meus pais para pedir ao meu pai para namorar comigo. Nossa, éramos tão crianças, tão inocentes, tão… tão sinceros. Não havia maldade, nem complicações, nem nada do tipo.
Então veio o câncer. Nunca me apaixonei de verdade por ele. Éramos como melhores amigos, mas com status de namorados.
Descobri que ele tinha câncer e lembro do dia em que ele estava muito mal e eu obriguei minha mãe a me levar no hospital. Onde entreguei um envelope cheio de bolinhas de gude. Depois disso ele começou a melhorar.
Mas como tudo o que é bom…Passou. Eu fui embora e nunca mais o vi. Nós esquecemos isso. Esquecemos de nós. Mas mesmo que ele esqueça de mim, que ele se apaixona por outras garotas e eu por outros garotos, eu nunca vou esquecer dele. Nunca vou esquecer a inocência, as festinhas e as risadas. A única coisa que esqueci, é como viver mais um dia sem que essa sensação de felicidade volte para mim. Eu esqueci como me apaixonar. Esqueci como é saber que alguém está apaixonado por você. Quebrei mil vezes meu coração. E juntei mil vezes os cacos. Mas ele nunca será igual.
Eu acredito em amor verdadeiro, e espero muito ter um algum dia. Ainda sou muito nova e quem sabe o que o futuro reserva para mim? Não sei. E acho que é isso que me motiva a seguir em frente não importa o que aconteça. E é por isso que hoje leio muito, muito mesmo. Por que eu gosto de sonhar, imaginar e pensar nas possibilidades. Afinal, a vida é isso… Uma grande nuvem de possibilidades, encontros e esperanças! Não acham? Bom… essa é minha opinião. 😊😉