Seu tênis, seus olhos

Eu não tinha grandes pretensões para aquele fim de tarde e início de uma estrelada noite. Quis sair por sair, me encontrar com amigos naquela praça arborizada no centro da cidade e dar algumas risadas. E foi depois de ter feito tudo isso que, na hora de me despedir, eu o vi. Saindo de trás de uma das árvores para se unir a nós que íamos embora. Amizades em comum. Ele iria para o meu bairro. Eu vi seu tênis e lembro de ter me apaixonado, foi aí que vi seus olhos. Olhos que não me deixaram dormir naquela noite. Eu precisava de mais um contato, um aperto de mão que fosse. Um abraço. Qualquer coisa que durasse mais que o trajeto do onibus que pegamos juntos. Eu precisava de uma troca maior que uma música do Colplay entre nossos Bluetooths naquela noite de 2012.
Eu o procurei na grande rede e o achei. Te tomei pra mim . Você também me arrebatou pra si.
Hoje, não nos temos mais e sabemos que a vida tem desses tristes desencontros. Mas nos quase quatro anos em que nossos olhos trocaram tantas confidências e palavras que só nós conhecíamos eu posso dizer que fui a pessoa mais feliz desse mundo.