testePor que já estamos empolgados com o filme de Para todos os garotos que já amei

Os fãs da série Para todos os garotos que já amei foram surpreendidos com a notícia do filme na última semana. As gravações já começaram, e não poderíamos estar mais empolgados!

Confira alguns motivos:

1-  A cartinha que a autora Jenny Han publicou no Twitter contando como está alegre de ver uma atriz descendente de asiáticos no papel principal! Representatividade importa.

 

2- A foto de Peter K. e Lara Jean abraçados é a coisa mais fofa dos últimos tempos:

 

3-  Jenny Han parece muito entrosada com as atrizes que vão interpretar as irmãs Song!

 

4-  Os atores Noah Centineo e Israel Broussard como Josh e Peter nos bastidores das gravações:

 

5-  A atriz Lana Condor como Lara Jean:

 

6-  A diversão de John Corbett, que vai interpretar o pai de Lara Jean, e Lana Condor por trás das câmeras:

 

7-  A diretora com o elenco nos bastidores:

 

8-  As fotos mais fofas em Polaroid:

 

9-  Israel Broussard lendo o livro:

 

     Falta muito?

testeSorteio Instagram – FLIP 2017 – Encerrado

A  Festa Literária de Paraty de 2017 acontece entre os dias 26 e 30 de julho, em Paraty, e traz entre os destaques dois autores que são publicados pela Intrínseca. Confira aqui nossa programação no evento.

Para prestigiar a Flip, vamos sortear três livros de autores com perfil do evento. Cada participante poderá escolher um livro da foto. Serão três vencedores e o resultado será divulgado na segunda-feira, dia 31.

Para participar, poste essa imagem em seu Instagram PUBLICAMENTE e preencha o formulário abaixo!

Atenção:
– Perfis literários/de sorteio poderão participar.
– Caso a mesma pessoa se inscreva mais de uma vez ela será desclassificada. Atenção: ao terminar de preencher o formulário aparece a mensagem “agradecemos a inscrição”. Espere a página carregar até o final para confirmar a inscrição
– Se você já ganhou um sorteio nos últimos 7 dias no INSTAGRAM, você não poderá participar deste sorteio.
– O resultado será anunciado no dia 31 de julho, Segunda-feira, em nosso perfil no Instagram. Boa sorte! ?

 

VENCEDORES

testeSorteio Facebook – FLIP 2017 – Encerrado

A  Festa Literária de Paraty de 2017 acontece entre os dias 26 e 30 de julho, em Paraty, e traz entre os destaques dois autores que são publicados pela Intrínseca. Confira aqui nossa programação no evento.

Para prestigiar a Flip, vamos sortear três livros de autores com perfil do evento. Cada participante poderá escolher um livro da foto. Serão três vencedores e o resultado será divulgado na segunda-feira, dia 31.

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Atenção:
– Caso a mesma pessoa se inscreva mais de uma vez ela será desclassificada. Atenção: ao terminar de preencher o formulário aparece a mensagem “agradecemos a inscrição”. Espere a página carregar até o final para confirmar a inscrição
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VENCEDORES

 

testeComo sobreviver ao amor

 

Fonte Hajin Bae

Rabih e Kirsten se conhecem e logo se apaixonam. Eles se casam, têm filhos. A sociedade nos faz acreditar que esse é o fim da história, quando, na verdade, é apenas o começo. A maioria dos romances conta a trajetória do casal para ficar junto e termina com um lindo “e viveram felizes para sempre”. Raramente encontramos uma história de amor que retrate nossos relacionamentos como realmente são.

Em O curso do amor, o escritor e filósofo Alain de Botton lança mão da ficção para discutir, através da história de Rabih e Kirsten, as complexidades de um relacionamento amoroso duradouro. Ao acompanhar o percurso do casal, vivenciamos com eles o surgimento da paixão, os insights que nos chegam com a maturidade, e o que ocorre com nossos ideais românticos sob as pressões do dia a dia. Botton não se atém apenas ao despertar do amor, mas elabora como esse sentimento pode se manter vivo ao longo dos anos.

 

Os desafios da relação de Rabih e Kirsten são intercalados por comentários e anotações, o que resulta em uma narrativa ao mesmo tempo ficcional, filosófica e psicológica que nos ajuda a entender não só os personagens apresentados, mas também a nós mesmos. O resultado é uma experiência única, que faz com que o leitor se identifique com esses personagens e com suas histórias amorosas.

Espirituoso, perspicaz e profundamente comovente, O curso do amor é um guia e uma reflexão sobre os relacionamentos modernos. Um livro extremamente provocativo e verdadeiro para todos que acreditam no amor.

 

 

Leia um trecho do romance que chega às livrarias a partir de 10 de agosto:

O hotel fica num afloramento rochoso, meia hora a leste de Málaga. Foi projetado para receber famílias e inadvertidamente revela, sobretudo durante as refeições, os desafios de fazer parte de uma. Rabih Khan tem quinze anos e está de férias com o pai e a madrasta. O clima entre eles é pesado, e a conversa, hesitante. Já se passaram três anos desde a morte da mãe de Rabih. As refeições são servidas diariamente numa varanda com vista para a piscina. De vez em quando, a madrasta faz um comentário sobre a paella ou o vento que sopra forte do sul. Ela é de Gloucestershire e gosta de jardinagem.

 

Um casamento não começa com o pedido, nem no primeiro encontro. Começa muito antes, com o nascimento da ideia de amor, e, sendo mais exato, com o sonho de uma alma gêmea.

 

Rabih vê a garota pela primeira vez no tobogã da piscina. Ela é cerca de um ano mais nova que ele, com cabelos castanho-avermelhados bem curtos, como os de um garoto, pele morena e braços e pernas esbeltos. Usa blusa listrada, short azul e chinelos amarelo-limão. No punho direito, há uma fina pulseira de couro. Ela olha para Rabih, esboça um sorriso pouco entusiasmado e se ajeita na espreguiçadeira. Passa algumas horas observando o mar, pensativa, ouvindo seu walkman, e, de vez em quando, rói as unhas. Os pais estão próximos a ela, a mãe de um lado folheando um exemplar da revista Elle e o pai do outro, lendo um romance de Len Deighton em francês. Como Rabih vai descobrir depois no livro de registro de hóspedes, ela é de Clermont-Ferrand e se chama Alice Saure.

Ele nunca sentiu nada nem mesmo parecido. A sensação o domina completamente desde o início. Não tem nada a ver com palavras — que eles nunca vão trocar. É como se, de certa forma, sempre a tivesse conhecido, como se ela detivesse a resposta para sua existência e, principalmente, para uma zona de dor e confusão dentro dele. Nos dias seguintes, Rabih a observa pelo hotel a distância: no café da manhã, usando um vestido branco de bainha florida, pegando um iogurte e uma pera no bufê; na quadra de tênis, desculpando-se com o treinador por suas jogadas de fundo de quadra num inglês de sotaque bem marcado e com uma polidez comovente; e numa caminhada (aparentemente) solitária em volta do campo de golfe, fazendo uma pausa para contemplar cactos e hibiscos.

 

Pode surgir muito rapidamente essa certeza de que outro ser humano é sua alma gêmea. Nem é necessário falar com a pessoa; talvez nem sequer saibamos o nome dela. O raciocínio lógico não entra em jogo. O que importa, na verdade, é a intuição; uma sensação espontânea que parece mais precisa e digna de respeito por ignorar os processos normais do raciocínio.

 

A paixão se materializa em torno de uma série de elementos: um chinelo amarelo despreocupadamente pendendo do pé; uma edição de Sidarta, de Hermann Hesse, na toalha ao lado do protetor solar; sobrancelhas bem definidas; um jeito distraído de responder aos pais e uma maneira de pousar a bochecha na palma da mão enquanto leva à boca pequenas colheradas de musse de chocolate no jantar.

Instintivamente, Rabih deduz toda a sua personalidade a partir desses detalhes. Contemplando as pás de madeira do ventilador girando no teto do quarto, ele escreve na mente a história de sua vida ao lado dela. A garota será melancólica, mas do tipo que sabe se virar. Vai confiar nele e rir da hipocrisia das outras pessoas. Às vezes, poderá parecer ansiosa em relação a festas e à convivência com as demais meninas na escola, sintomas de uma personalidade sensível e profunda. Até esse momento, terá sido solitária e jamais terá confiado completamente em alguém. Os dois vão ficar sentados em sua cama, brincando de entrelaçar os dedos das mãos. Nem ela terá imaginado que seria possível uma ligação assim entre duas pessoas.

Então, certa manhã, sem aviso prévio, ela foi embora. Um casal holandês com dois meninos pequenos ocupa a mesa de Alice. A garota e os pais deixaram o hotel ao amanhecer para pegar o voo da Air France de volta para casa, explica o gerente.

O acontecimento é insignificante. Eles jamais voltarão a se ver. Rabih não conta a ninguém. Ela desconhece totalmente as intenções dele. Contudo, se a história tem início aqui — embora Rabih mude e amadureça muito ao longo dos anos — é porque sua compreensão de amor manterá por décadas a exata estrutura que assumiu pela primeira vez no hotel Casa Al Sur, no verão de seus quinze anos. Ele continuará acreditando na possibilidade de dois seres humanos se entenderem e sentirem empatia de forma rápida e incondicional, e na chance de um fim definitivo para a solidão.

Rabih vai vivenciar anseios tão bons quanto amargos por outras almas gêmeas perdidas, avistadas em ônibus, entre prateleiras de supermercados e nas salas de leitura de bibliotecas. Terá exatamente o mesmo sentimento aos vinte anos, durante um semestre de estudos em Manhattan, por uma mulher sentada à sua esquerda no metrô da linha C, em direção ao norte da ilha; aos vinte e cinco, no escritório de arquitetura em Berlim onde será estagiário; e aos vinte e nove, em um voo de Paris a Londres, depois de uma breve conversa sobre o canal da Mancha com uma mulher chamada Chloe: o sentimento de enfim ter deparado com uma parte de seu próprio ser perdida há muito tempo.

 

Para o romântico, há apenas um pequeno passo que separa ver um estranho de relance e formular uma conclusão majestosa e substancial: a de que a pessoa talvez possa representar uma resposta completa às questões implícitas à existência.
Essa intensidade pode parecer trivial, até cômica, mas tal respeito pelo instinto não é um planeta de menor importância na cosmologia dos relacionamentos. Ela é o sol, subjacente e central, em torno do qual orbitam os ideais contemporâneos de amor.
A fé romântica sempre deve ter existido, mas apenas nos últimos séculos vem sendo abordada para além de uma doença; só recentemente a busca por uma alma gêmea pôde alcançar o status de algo próximo ao objetivo de vida. Um idealismo que antes se voltava para deuses e espíritos foi redirecionado para figuras humanas — um gesto ostensivamente generoso, mas carregado de consequências hostis e instáveis, pois não é nada simples para qualquer ser humano honrar, pela vida inteira, perfeições que possa ter demonstrado para um observador de imaginação fértil, seja na rua, seja no trabalho, seja no assento ao seu lado no avião.

 

Rabih levará muitos anos e vai precisar de várias experiências amorosas para chegar a algumas conclusões diferentes, para reconhecer que exatamente aquilo que um dia ele considerou romântico — intuições silenciosas, anseios instantâneos, a crença em almas gêmeas — é o que o impede de aprender a fazer seus relacionamentos darem certo. Vai entender que o amor só dura quando não somos fiéis às suas sedutoras ambições iniciais e que, para ter um relacionamento duradouro, precisará abrir mão dos sentimentos que desde o início o levaram a amar. Precisará aprender que o amor é mais habilidade do que entusiasmo.

testeAmor, segredos e um verão inesquecível

Por Fabiane Pereira*

A arte tem várias funções e todas elas são legítimas mas, talvez, nos transportar pra outra realidade de maneira fluida, numa travessia sem esforço, seja aquela que eu mais procure quando pego um livro e me entrego ao prazer da leitura. E foi exatamente isso que encontrei em Amor & Gelato, de Jenna Evans Welch. Leve e divertido, o romance nos fisga logo nas primeiras páginas porque a história da Lina poderia ser minha, sua ou da nossa melhor amiga.

A autora conhece bem Florença, cidade italiana em que se passa a história, porque viveu parte de sua adolescência lá. Quando isso acontece, fica mais fácil ainda para o escritor transportar o leitor para dentro da história. Por isso, mal abri o livro e já me senti uma típica italiana.

Por outro lado, Lina, a jovem protagonista, demorou um pouco mais para “se sentir em casa”. Logo no início do romance, Lina perde a mãe e fica sem chão. Perdi meu pai pela mesma doença que levou a mãe dela e sei exatamente como é passar por isso. Achamos que nada mais vai voltar a fazer sentido e que temos que cumprir todas as promessas que fazemos aos nossos entes queridos no leito de morte.

Munida desse sentimento, Lina fica com a missão de realizar o último pedido da mãe: viver um tempo na Itália e conhecer seu pai. De uma hora para outra, a jovem se vê órfã e obrigada a ir em busca de um homem completamente desconhecido. Lina parte para a Toscana para morar com o “pai” numa casa localizada dentro de um cemitério — na verdade, trata-se de um memorial para soldados americanos vitimados durante a Segunda Guerra Mundial. É óbvio que, apesar das belezas arquitetônicas, da história da cidade e das comidas maravilhosas, o que Lina mais quer é ir embora correndo e deixar para trás toda aquela estranheza. E atire a primeira pedra quem não ia querer o mesmo.

É difícil reaprender a respirar quando estamos sem chão. Assim como Lina, já perdi a conta das vezes em que o ar me faltou. Seja por medo, espanto, surpresa, luto, paixão, entusiasmo… Mas o tempo vai passando e, de repente, as coisas começam a mudar. No caso de Lina, o recomeço vem quando ela recebe um antigo diário que sua mãe escreveu na época em que também morou na Itália. É então que nós, leitores, descobrimos suas origens e os segredos de sua família junto com ela.

No meio desse turbilhão de emoções, Lina ainda conhece Ren e Thomas, dois meninos lindos que vão mexer ainda mais com seu coração. Porque quando a vida decide virar de cabeça para baixo, ela vai com tudo.

Lendo assim você pode pensar que Amor & Gelato é um grande drama, mas não! O livro é muito divertido e mostra com delicadeza a trajetória de Lina descobrindo o amor e a si mesma. Além disso, é uma deliciosa viagem pelos mais românticos pontos turísticos de Florença, com direito a tudo de mais intenso que o lugar pode oferecer.

No meio do livro, me peguei pensando em Elis Regina cantando a canção de Belchior: “Ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais.” O diário da mãe de Lina torna-se um verdadeiro guia afetivo e a faz descobrir lugares incríveis que foram importantes para sua mãe e, anos mais tarde, se tornam também marcantes para a sua própria história.

Lina, mesmo reticente no início, seguiu os passos da mãe e, sem querer dar spoiler, não se arrependeu. Longe de mim querer aconselhar alguém a partir das minhas verdades porque acredito (mesmo) que temos certa permissão do universo até os 18 anos já que tudo que vem depois desta idade é “punk”, mas, às vezes, seguir (algumas) orientações pode nos ajudar a traçar bons caminhos.

Assim como Lina, conheci a Itália orientada pela minha mãe. E pelos olhos de Lina, revi a linda Ponte Vecchio, andei de scooter, saboreei os gelatos mais deliciosos que já provei, senti o vento bagunçar meus cabelos e cheguei a ter os mesmos calafrios a cada flerte dela. Quando terminei o livro, abri um site de viagens e fui pesquisar as promoções aéreas Rio-Toscana. Aposto que você fará o mesmo.

>> Leia um trecho de Amor & Gelato

 

Fabiane Pereira é jornalista, pós-graduada em jornalismo cultural pela ESPM e em formação do escritor pela PUC-Rio. É mestranda em comunicação, cultura e tecnologia da informação no Instituto Universitário de Lisboa. É curadora do projeto literário Som & Pausa e toca vários outros projetos pela sua empresa, a Valentina Comunicação. Foi apresentadora do programa Faro MPB, na MPB FM, e atualmente comanda o boletim Faro Pelo Mundo, na mesma emissora.

testeViolência, política e música na Jamaica de Marlon James

Marco Antonio Barbosa*

Esta é a história dos foras da lei de West Kingston. Um faroeste precisa de um mocinho para usar o chapéu branco e um bandido para usar o preto, mas, na verdade, a realidade da periferia está mais próxima do que Paul McCartney disse sobre o Dark Side of the Moon, do Pink Floyd. Tudo é sombrio. Cada guerreiro é um caubói sem casa, e cada rua tem um tiroteio escrito com sangue em alguma canção.

A vida humana parece valer pouco em Kingston, capital da Jamaica. Até pouco tempo, o país detinha a mais alta taxa de assassinatos per capita do mundo. Na década de 1970, a vida valia ainda menos. Nessa época, as disputas entre gangues iniciadas pouco depois da independência da Jamaica, em 1962, viram uma escalada de violência sem precedentes — uma guerra que incluía disputas políticas, interferência da CIA e a expansão de uma lucrativa rede de tráfico de drogas. Tudo isso em um momento que o país ganhava inesperada relevância global com a ascensão do reggae, movimento liderado por Bob Marley e The Wailers.

É com essa Kingston dos anos 1970 que Marlon James abre Breve história de sete assassinatos, obra que explora as últimas quatro décadas de história da Jamaica em mais de 700 páginas. O romance não poupa o leitor (e muito menos os personagens) ao descrever a miséria e a violência reinantes na periferia da capital e as ligações perniciosas entre a “cidade baixa” (onde ficam as favelas) e a “cidade alta” (onde vivem os ricos e poderosos). Dezenas de personagens dão voz à narrativa, em uma alternância de pontos de vista que revela uma complexa rede de motivações e sentimentos conflitantes. A coragem do escopo, a contundência da trama e a ambiciosa polifonia valeram a Marlon James o Man Booker Prize de 2015, o mais prestigiado prêmio literário do Reino Unido. O autor, nascido em Kingston em 1970, foi o primeiro jamaicano a receber a honraria. (Há anos, James não vive mais na Jamaica; a violência o fez emigrar.)

Marlon James por Jeffrey Skemp

 

A menção a Bob Marley no início deste texto não foi gratuita. O rei do reggae — ou melhor, o Cantor, nome que James usa para se referir a Marley no livro — é um dos personagens mais importantes do capítulo inicial. O autor destaca em toda a obra a importância da música popular como válvula de escape para a pobreza; não por acaso, as partes que compõem o livro são batizadas com títulos de clássicos do reggae. Além de ser o jamaicano mais famoso do mundo nos anos 1970, Marley detinha grande influência entre políticos e criminosos em Kingston.

James explora essas conexões no primeiro capítulo, que culmina com o atentado à vida do astro, ocorrido em 3 de dezembro de 1976. Como muitos dos principais acontecimentos do romance, trata-se de uma história nebulosa que une criminalidade e política, apresentada sob várias perspectivas. Bob Marley preparava-se para um grande show ao ar livre, o festival Smile Jamaica, e o evento tinha o intuito de apaziguar a violência na periferia e unir o povo. Dois dias antes da apresentação, homens armados invadiram a casa do cantor (ou Cantor) e o balearam, atingindo também sua esposa Rita e seu empresário Don Taylor. Ninguém morreu, ninguém foi preso, e até hoje, ao menos oficialmente, a identidade dos atiradores ainda é desconhecida.

O que se sabe é que o Smile Jamaica foi usado pelo então primeiro-ministro jamaicano, Michael Manley (do Partido Nacional Popular) como arma política — o que certamente desagradou seu principal adversário, o Partido Trabalhista da Jamaica. Tanto o PNP quanto o PTJ tinham braços armados, recrutados entre os gângsteres da periferia. Os Estados Unidos também estavam de olho no cenário, fornecendo armas aos “militantes” do PTJ (que se opunha às políticas esquerdistas de Manley). Bob Marley desejava que o show não tivesse conotações partidárias, mas não só fracassou nesse intuito como quase morreu. É em meio a esse furacão caribenho que Marlon James traça Breve história de sete assassinatos.

A narrativa de Breve história de sete assassinatos se inicia em West Kingston, a área mais barra-pesada de uma das capitais mais perigosas do mundo. Marlon James toma algumas liberdades criativas, mas dá a noção exata da pobreza e da violência que dominam a região.

 
 
 

…E SUAS PERSONAGENS

Além de Bob “Cantor” Marley, Marlon James se apropria livremente de outras pessoas para criar alguns personagens:

 

A experiência de ler a obra de Marlon James dialoga com outros universos conhecidos, como o mundo cão de Cidade de Deus, de Paulo Lins. Além disso, a riqueza da linguagem, que incorpora as gírias e expressões próprias do gueto jamaicano, evoca a liberdade semântica de autores como Roddy Doyle (outro vencedor do Man Booker Prize) e Irvine Welsh (com sua recriação dos dialetos proletários da Escócia). Breve história de sete assassinatos é uma leitura única, em que a confluência de vozes, as motivações e a contundência descritiva amplificam a humanidade dos personagens.

>> Confira a participação de Marlon James na Flip

>> Ouça a playlist inspirada em Breve história de sete assassinatos

 

Marco Antonio Barbosa é jornalista desde 1996. Passou pelas redações de Jornal do Brasil, Extra, Veja Rio e Globo.com, escrevendo sobre cultura, mídia e comportamento. Hoje publica textos inéditos em https://medium.com/telhado-de-vidro.

testeBullying e representatividade em Fantasma

Finalista do National Book Award de 2016 — um dos prêmios literários de maior relevância no mercado — na categoria de literatura jovem, Fantasma, de Jason Reynolds, é um dos grandes lançamentos de YA do segundo semestre da Intrínseca.  A obra aborda temas como desigualdade, bullying, invisibilidade social, amizade e racismo, além de discutir a importância do esporte na vida dos jovens, tudo isso em uma narrativa verossímil e sensível.

No livro, Fantasma é um garoto que sempre soube que correr era o seu forte, mas nunca levou a atividade muito a sério. Até que, certo dia, ele disputa uma corrida contra um dos melhores atletas de uma equipe que está treinando na pista de atletismo do parque. E vence. O treinador percebe que Fantasma tem talento de sobra e quer que o menino entre para sua equipe de qualquer jeito. O problema é que Fantasma também tem muita raiva e um passado que tenta desesperadamente deixar para trás.

Em entrevista, o autor, Jason Reynolds, explicou que gosta de escrever sobre pessoas, famílias e bairros que ninguém conhece ou que estão à margem da sociedade. Para ele, independentemente da cor da pele ou do lugar de onde veio, todos têm uma história incrível para contar.  Jason declarou também que escreveu Fantasma para todos os jovens que se sentem sufocados, exaustos e traumatizados de tanto tentar fugir dos problemas.

A obra chega às livrarias a partir de 10 de agosto.

testePor que o livro de Mariana Enriquez dá palpitações no leitor

Por Mariana Filgueiras*

As coisas que perdemos no fogo transforma personagens comuns e temas contemporâneos em protagonistas de contos magnéticos e sinistros

Num dos contos de As coisas que perdemos no fogo, três jovens amigas se divertem dentro da caçamba sacolejante de um furgão em alta velocidade. “Nós gritávamos e caíamos uma em cima da outra; era melhor que montanha-russa e que álcool. Esparramadas no escuro, sentíamos que cada pancada na cabeça podia ser a última e, às vezes, quando o namorado de Andrea tinha que parar porque algum sinal vermelho o detinha, nos procurávamos no escuro para comprovar se ainda estávamos vivas. E ríamos aos gritos, suadas, às vezes ensanguentadas. O interior do furgão cheirava a estômagos vazios e cebola, às vezes também ao xampu de maçã que compartilhávamos.”

É como nos sentimos ao ler o primeiro livro publicado no Brasil da escritora argentina Mariana Enriquez: esparramados no escuro, suando de nervoso, dando cabeçadas no teto de um carro a toda a velocidade.

O que logo chama a atenção é como a força de sua literatura é física. O livro nos domina, como se o leitor fosse subitamente agarrado pelos calcanhares, depois olhasse para o chão e não visse nada. Impossível atravessar as 192 páginas sem ouvir uma porta ranger, sem checar possíveis feridas nas pontas dos dedos ou sem sentir palpitações no peito. Em algum momento, vai acontecer, é só uma questão de tempo.

A autora usa com habilidade temas muito discutidos atualmente, como o bullying, o crack, os desaparecidos políticos, a violência doméstica, o gaslighting e a crise econômica (caso do conto “Os anos intoxicados”, citado acima), para criar um ambiente magnético e sinistro em seus contos de terror. Os personagens não são monstruosos ou irreais: são pessoas com as quais cruzamos na vizinhança, no pátio da escola, na sala de espera do dentista. A banalidade que introduz as histórias as torna tão factíveis quanto surpreendentes.

E Mariana o faz com o cuidado de não deixar os personagens presos a estigmas ou a lugares-comuns. Num meio-termo bem imaginado entre o realismo e a fantasia, a autora constrói sobre os dramas citadinos um mundo à parte, cheio de reflexão existencial e crítica política.

No conto “O menino sujo”, por exemplo, o terror vivido pela narradora se revela mais na culpa por não ter ajudado uma criança de rua do que na descrição do ambiente repugnante em que vivia ou na própria ação que culminaria no sumiço do menino. “Tive vontade de sacudi-lo e, em seguida, me envergonhei. Ele precisava de ajuda; eu não tinha por que saciar minha curiosidade mórbida. E, mesmo assim, algo no silêncio dele me irritava. Queria que fosse um menino amável e encantador, não aquele áspero e sujo que comia o arroz com frango lentamente, saboreando cada garfada, e arrotava depois de terminar seu copo de Coca-Cola.”

São 12 histórias, numa edição que cresce pouco a pouco em dramaticidade e guarda as mais violentas para o final. A última dá nome ao livro, “As coisas que perdemos no fogo”, e fala sobre mulheres que ateiam chamas ao próprio corpo em protesto coletivo. “Quando de fato as mulheres começaram a se queimar, ninguém acreditou nelas. (…) Achavam que elas estavam protegendo seus homens, que ainda tinham medo deles, que estavam traumatizadas e não podiam dizer a verdade; foi difícil admitir a existência das fogueiras. Mesmo agora, que havia uma fogueira por semana, ninguém sabia o que dizer nem como detê-las, exceto com o de sempre: controles, polícia, vigilância.”

Há uma característica comum a todos os contos: a narração é sempre de mulheres adolescentes ou adultas, o que a autora garante ser mero acaso, um fio condutor espontâneo das narrativas. Pista já presente na epígrafe do livro, tirada do romance O morro dos ventos uivantes, de Emily Brontë: “Queria ser de novo uma menina, meio selvagem e durona, e livre.” Os textos de personagens mais jovens fazem lembrar a delicada tensão de As virgens suicidas (romance de Jeffrey Eugenides adaptado para o cinema por Sofia Coppola em 1999) e os primeiros textos de Stephen King, principal referência literária da autora, principalmente Carrie, a estranha (também levado ao cinema, dessa vez por Brian de Palma, em 1976).

Editora do jornal argentino Página/12, e com textos publicados pela revista The New Yorker, Mariana mostra na sua ficção uma das melhores heranças do jornalismo: o talento para contar boas histórias.

=> Leia um trecho de As coisas que perdemos no fogo

 

Mariana Filgueiras é jornalista cultural e mestranda em Literatura na Universidade Federal Fluminense (UFF).

testePara todos os garotos que já amei vai virar filme com Lana Condor

Os românticos de plantão já podem separar o dinheiro para a estreia de Para todos os garotos que já amei nos cinemas. O filme inspirado na trilogia de Jenny Han terá no elenco Lana Condor, de X-MenApocalipse, e John Corbett, de Casamento grego.

Noah Centineo, de The Fosters, dará vida ao personagem Peter Kavinsky; Janel Parrish, de Pretty Little Liars, será Margot, a irmã mais velha da protagonista, Lara Jean; Israel Broussard, de Bling Ring: A gangue de Hollywood, vai interpretar Josh; e Anna Cathcart será Kitty, a fofa irmã mais nova.

O filme será dirigido por Susan Johnson, e Sofia Alvarez ficará responsável pelo roteiro. As gravações já começaram em Vancouver, no Canadá, mas ainda não há data de estreia.

Para todos os garotos que já amei conta a história de Lara Jean, uma garota atrapalhada e ingênua, mas muito forte. Romântica, ela escreve cartas para os garotos por quem se apaixonou. Mas tem um detalhe: nunca as envia. Até que um dia essas cartas são misteriosamente enviadas aos respectivos destinatários, e a vida amorosa da personagem ganha outro rumo.

Confira o elenco completo:

Lana Condor como Lara Jean

Noah Centineo como Peter

John Corbett como pai de Lara Jean

Janel Parrish como Margot 

Israel Broussard como Josh

Anna Cathcart como Kitty

testeSorteio (Instagram) – Jojo Moyes – Encerrado

Vamos sortear 3 kits com o primeiro romance de Jojo Moyes, “Em busca de abrigo” e outro dos seus livros!

Para participar, poste essa imagem em seu Instagram PUBLICAMENTE e preencha o formulário abaixo!

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VENCEDORES