testeConteúdos especiais para celebrar a literatura brasileira

Dia 1º de maio é o Dia da Literatura Brasileira! Para comemorar essa data, organizamos alguns conteúdos produzidos pelos nossos autores nacionais. Confira!

A lista começa com um compilado de contos e e-books gratuitos dos nossos autores nacionais de fantasia, romance e literatura jovem.

Veja também mais conteúdos produzidos pelos nossos autores:

Andréa Pachá é juíza e atuou por mais de 25 anos em uma vara de família. Ao longo desse tempo, vivenciou situações de todo tipo e usou essa experiência para criar crônicas bem-humoradas e sensíveis sobre temas como amor, família e envelhecimento. O texto “Até que o Flamengo nos separe” faz parte do livro A vida não é justa e conta a história de um casal que recorre à justiça para se divorciar.

Até que o Flamengo nos separe, de Andréa Pachá.

Segredo de justiça, a série produzida pelo Fantástico e inspirada no livro homônimo de Pachá, também está disponível no site da Globo.com.

Leia mais textos da autora aqui.

 

O jornalista Luiz Fernando Vianna e Henrique, seu filho adolescente, são como unha e carne. Essa relação, contudo, conta com um pequeno desafio: Henrique é autista e lidar com as oscilações e particularidades do menino é uma missão que o pai desempenha com garra, mas não sem dificuldades e muitas dúvidas. No texto “O menino e o mar”, Luiz Fernando conta um pouco mais sobre o dia a dia com o seu menino vadio.

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Daniela Arbex é jornalista, ganhadora do Prêmio Jabuti na categoria livro-reportagem com Holocausto brasileiro e apaixonada por contar histórias. O livro premiado inspirou um documentário que está disponível na íntegra no YouTube.

Arbex, também autora de Cova 312 e Todo dia a mesma noite, produz crônicas com relatos e críticas sociais que estão disponíveis em seu site oficial.

 

Isabela Freitas é especialista quando o assunto é amor-próprio. Autora da série Não se apega, não, trouxe para os livros temas de extrema importância, como relacionamentos tóxicos, amizade e autoconhecimento. Para o quarto e mais recente livro da série, Não se humilha, não, ela gravou um vídeo respondendo as perguntas dos fãs.

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Vinícius Dônola tem mais de 30 anos de carreira como repórter e mais de mil matérias em sua bagagem. Em Histórias das histórias que contei, ele conta os bastidores das reportagens que mais marcaram a sua vida, exibindo o lado das notícias que não aparece na edição final. O capítulo A execução mostra os bastidores da matéria sobre um tiroteio em um grande shopping do Rio de Janeiro, uma das mais importantes de sua carreira.

 

Míriam Leitão é jornalista, ganhadora do Prêmio Jabuti na categoria não ficção e conhecida por falar sobre política e economia. No texto inspirado em seu livro História do futuro¸ Míriam analisa aspectos do cenário brasileiro que contribuem para que sejamos um dos países mais desiguais do mundo.

Leia mais textos da autora aqui.

 

Matheus Leitão é filho da jornalista Míriam Leitão e cresceu acompanhando a trajetória da mãe. Contrária à ditadura, ela foi presa e torturada enquanto estava grávida, uma crueldade que motivou Matheus a investigar mais a fundo esse capítulo tão sombrio da história brasileira. Em seu texto, ele fala sobre os jovens que ousaram arriscar suas vidas desafiando o regime militar.

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Para encerrar nossa lista, a autora do romance jovem As férias da minha vida, Clara Savelli, dá algumas dicas sobre como se tornar um bom escritor. Segundo ela, é preciso muita paciência, persistência e gostar muito de ler! Confira o texto completo.

Leia mais textos da autora aqui.

testeUma visita ao anexo secreto de Anne Frank

* Por Letícia V.

 

Há 61 anos, em 3 de maio de 1960, a Casa de Anne Frank era aberta ao público pela primeira vez. A ideia de transformar o local em museu partiu de Otto Frank, pai da menina, como uma forma de evitar que o prédio fosse demolido. Após três anos de trabalho da Fundação Anne Frank, essa cruel parte da história, retratada em O diário de Anne Frank, ganhava mais um importante capítulo: a memória da família seria preservada ao mostrarem para o mundo o lugar onde tudo aconteceu.

Quem já leu ou assistiu A culpa é das estrelas certamente se lembra da visita que Hazel e Augustus fazem à Casa de Anne Frank, e eu, como boa fã de livros e de história, quando incluí Amsterdã no meu roteiro de viagem, coloquei uma visita ao museu no topo da minha lista de prioridades. Sabendo que os ingressos estavam entre os mais concorridos do mundo, salvei na agenda a data exata do início das vendas. Dois meses depois, estava de pé na Westermarkt 20, pronta para o que seria uma das experiências mais intensas da minha vida.

O prédio tinha sido modernizado para receber os visitantes, com guarda-volumes, guias virtuais em diversos idiomas e apresentações em vídeo. Contudo, passar pela estante que esconde a entrada do anexo secreto é como voltar no tempo. De repente, você está na década de 1940, naquele espaço pequeno, com muitas escadas e decoração antiga. Tudo lá dentro é precioso. Os guias de áudio contextualizam cada cômodo, usando trechos do próprio diário para apresentar os espaços através dos olhos de Anne.

No anexo, já com poucos móveis, são as paredes que contam as partes mais importantes e tocantes da história. Um mapa ajudava o grupo a acompanhar os avanços das tropas aliadas na esperança de que a guerra chegasse logo ao fim, recortes de revistas decoravam o quarto de Anne e, por último, o detalhe que me tocou mais profundamente: marcações, feitas a lápis, acompanhavam o crescimento das irmãs Frank no período dentro do anexo. Não consigo imaginar uma forma mais óbvia de deixar claro que existia vida ali dentro.

(Foto: Site oficial)

Além disso, há fotos, vídeos, depoimentos e objetos (originais ou réplicas) por todo o museu. Cada cômodo guarda uma memória própria e, no decorrer da visita, é impossível não se perguntar como seria passar dois anos ali. O medo constante de serem descobertos, os dias inteiros evitando fazer qualquer som, a saudade de um mundo que foi roubado deles. É triste duro pensar que a trajetória da família e dos outros quatro moradores do anexo secreto não teve um final feliz. Que belo seria se tivesse… Mas, no fim das contas, podemos tirar muita inspiração das palavras de Anne, que manteve a esperança viva até o último momento e que, através do diário, nos deixou lições extremamente valiosas e atemporais. Falando em diário, a sala onde estão expostas as páginas e os cadernos originais encerra a visita e cumpre muito bem a função de embargar gargantas e arrancar lágrimas.

A pessoa que entra na Casa de Anne Frank não é a mesma que sai. E a maior das reflexões começa quando você se pergunta o porquê de aquelas pessoas estarem escondidas ali. O que teria acontecido se alguém como Hitler nunca tivesse chegado ao poder? Quantos destinos seriam diferentes se essa parte da história não fosse real? Para os alemães que elegeram democraticamente seu líder em 1933, não era possível prever o futuro, mas nós das gerações posteriores podemos contar com essa grande lição da história. É nossa responsabilidade impedir que horrores como o holocausto voltem a acontecer, e não podemos esquecer nem por um momento a importância dessa missão. Nosso dever é buscar rumos melhores para o mundo, por Anne e por todos os outros.

Como visitar?

O preço da entrada para adultos é de €10,50, e existem preços especiais para jovens até 17 anos.

As vendas são abertas com dois meses de antecedência e os ingressos se esgotam em poucos dias.

Também é possível visitar a Casa de Anne Frank em um tour virtual disponível em inglês, espanhol, holandês e alemão no próprio site do museu. Acesse aqui.

 

Letícia trabalha no marketing da Intrínseca, ama livros históricos e sonha em viajar pelo mundo conhecendo os cenários das histórias que lê.

testeEssa não é uma história de amor: Leia um trecho de Minha sombria Vanessa

Aos quinze anos, Vanessa estava certa de que vivia seu primeiro amor com Jacob Strane, e de que esse sentimento era correspondido. Ele era seu professor, quase trinta anos mais velho, e a fazia se sentir especial.

Mais de uma década depois, em meio aos depoimentos do #MeToo, uma ex-aluna acusa o mesmo Strane de abuso. Com a denúncia, Vanessa começa a questionar se o romance que viveu com o professor foi exatamente como se lembrava.

Minha sombria Vanessa não é uma história de amor. Escrita com intimidade e intensidade assustadoras, a trama traz reflexões importantes sobre liberdade, consentimento e abuso. 

Leia um trecho do livro:

Estou me arrumando para ir trabalhar e o post foi ao ar há oito horas. Fico atualizando a página enquanto faço babyliss no cabelo. Até agora, 224 compartilhamentos e 875 likes. Visto meu terninho de lã preto e atualizo de novo. Pego minhas sapatilhas pretas debaixo do sofá e atualizo. Prendo o crachá dourado com meu nome na lapela e atualizo. A cada vez, os números aumentam e os comentários se multiplicam.

Como você é forte.

Como você é corajosa.

Que espécie de monstro faria isso com uma criança?

Abro minha última mensagem de texto, enviada para Strane quatro horas atrás: E aí, você está bem…? Ele ainda não respondeu, nem sequer leu. Digito outra: Estou aqui se quiser conversar. Depois penso melhor e deleto, em vez disso mando uma sequência de pontos de interrogação sem nenhuma palavra. Aguardo alguns minutos, tento ligar para ele, mas, quando cai na caixa postal, enfio o celular no bolso e saio do apartamento fechando a porta com um tranco. Não preciso fazer esse esforço todo. Quem armou essa confusão foi ele. O problema é dele, não meu.

No trabalho, fico sentada diante do balcão de concierge no canto do lobby do hotel e dou recomendações aos hóspedes sobre para onde ir e o que comer. Estamos no fim da alta temporada, e os últimos turistas estão vindo ver as árvores antes que o Maine feche para o inverno. Com um sorriso firme, apesar de falso, reservo um jantar para um casal que está comemorando o primeiro aniversário de casamento e peço que deixem uma garrafa de champanhe no quarto deles quando chegarem, um gesto que dá o diferencial, o tipo de coisa que vai me render uma boa gorjeta. Marco uma limusine para levar uma família até o aeroporto de jatinhos. Um homem que se hospeda no hotel a trabalho segunda-feira sim, segunda-feira não me traz três camisas sujas e pergunta se tem como mandar lavá-las a seco para o dia seguinte.

— Pode deixar comigo.

O homem sorri e me dá uma piscadela.

— Vanessa, você é o máximo.

No meu intervalo, me sento em um cubículo vazio na sala dos fundos e fico encarando meu celular enquanto como um sanduíche que sobrou do evento da véspera. Checar o post no Facebook se tornou uma compulsão. Não consigo impedir meus dedos de se moverem nem meus olhos de percorrerem a tela, notando a quantidade crescente de likes e compartilhamentos, as dezenas de que coragem, continue dizendo a sua verdade, eu acredito em você. Enquanto leio, três pontinhos começam a piscar: alguém está escrevendo um comentário nesse exato segundo. Então, como num passe de mágica, um novo comentário surge, mais uma mensagem de força e apoio que me faz deslizar o aparelho para o outro lado da mesa e jogar o resto do sanduíche rançoso no lixo.

Estou prestes a voltar para o lobby quando meu celular começa a vibrar: jacob strane chamando. Dou risada ao atender, aliviada por ele estar vivo, por estar ligando.

— Tudo bem?

Durante alguns segundos o ar fica suspenso e eu permaneço paralisada, com o olhar fixo na janela que dá para a Monument Square, para a feirinha de outono dos produtores locais e os food trucks. É início de outubro, o auge do outono, época em que tudo em Portland parece diretamente saído de um catálogo da L.L.Bean: abóboras e morangas, jarras de sidra de maçã. Uma mulher com camisa de flanela xadrez e botas com ponta de borracha atravessa a praça sorrindo para o bebê preso ao seu peito.

— Strane?

Ele suspira.

— Imagino que você já tenha visto.

— É — respondo. — Vi.

Não faço perguntas, mas mesmo assim ele começa a dar uma explicação. Diz que a escola está abrindo uma investigação e que ele está se preparando para o pior. Imagina que vão forçá-lo a pedir demissão. Duvida que vá chegar ao final do ano letivo, talvez nem mesmo às férias de Natal. Ouvir a voz dele é um choque tão grande que tenho dificuldade para acompanhar o que está dizendo. Faz meses desde a última vez que nos falamos, quando fui tomada pelo pânico depois que meu pai morreu de enfarte e falei para Strane que não podia mais continuar com aquilo; o mesmo acesso súbito de moral que tive ao longo de anos de cagadas — empregos perdidos, términos de namoro e colapsos nervosos —, como se me comportar bem consertasse retroativamente todas as coisas que eu estraguei.

— Mas eles já investigaram na época em que ela era sua aluna — comento.

— Estão investigando de novo. Todo mundo está sendo interrogado outra vez.

— Se na época eles concluíram que você não fez nada de errado, por que mudariam de ideia agora?

— Você andou prestando atenção nas notícias ultimamente? — pergunta ele. — Os tempos são outros.

Quero lhe dizer que ele está exagerando, que tudo vai ficar bem contanto que ele seja inocente, mas sei que tem razão. No último mês algo vem crescendo, uma onda de mulheres denunciando homens em casos de assédio, agressão. Os alvos em sua maioria foram celebridades — músicos, políticos, astros do cinema —, mas homens menos famosos também foram citados. Seja quem for, os acusados percorrem os mesmos passos. Primeiro negam tudo. Depois, quando fica claro que o clamor das acusações não vai desaparecer, eles se demitem em desgraça e fazem um pronunciamento pedindo desculpas vagas, sem admitir nenhum delito. Então vem o último passo: eles se calam e somem. Tem sido surreal observar isso dia após dia, esses homens caindo com tanta facilidade.

— Vai ficar tudo bem — digo. — Tudo que ela escreveu é mentira. Ao telefone, Strane inspira fundo, fazendo o ar assobiar entre os dentes.

— Não sei se ela está mentindo, pelo menos não tecnicamente.

— Mas você mal tocou nela. No post ela diz que foi agredida.

— Agressão — desdenha ele. — Agressão pode ser qualquer coisa, assim como lesão corporal pode significar que você segurou alguém pelo pulso ou lhe deu um empurrão no ombro. É um termo jurídico sem significado específico.

Olho pela janela para a feirinha de produtos locais: a multidão, o bando de gaivotas. Uma mulher que está vendendo comida abre um panelão de metal, liberando uma nuvem de vapor ao retirar dois tamales.

— Ela me mandou uma mensagem na semana passada, sabia?

Um instante de silêncio.

— Ah, é?

— Queria saber se eu também ia denunciar. Provavelmente imaginou que seria mais crível se me fizesse entrar na jogada. Strane não diz nada.

— Eu não respondi. Claro.

— Certo — diz ele. — Claro.

— Achei que ela estivesse blefando. Achei que não fosse ter coragem. — Eu me inclino para a frente e encosto a testa na janela. — Vai ficar tudo bem. Você sabe qual é minha posição.

E, com isso, ele solta o ar. Imagino o sorriso de alívio em seu rosto, os vincos nos cantos dos olhos.

— É só isso que eu preciso escutar — diz ele.

De volta ao balcão, abro o Facebook, pesquiso por “Taylor Birch” e o perfil dela surge na tela. Dou uma olhada no pouco conteúdo público que venho examinando há anos, as fotos e atualizações de vida, e agora, no alto, o post sobre Strane. Os números continuam subindo: 438 compartilhamentos, 1.800 likes, além de novos comentários, mais do mesmo.

Isso é muito inspirador.

Sua força me impressiona.

Continue contando a sua verdade, Taylor.

Quando Strane e eu nos conhecemos, eu tinha quinze anos e ele, quarenta e dois, quase trinta anos perfeitos entre nós dois. Era assim que eu descrevia a diferença na época: perfeita. Adorava a matemática daquilo, o triplo da minha idade, como era fácil imaginar três de mim cabendo dentro dele: uma enroscada no seu cérebro, outra no seu coração e a terceira transformada em líquido e correndo por suas veias.

Segundo ele, de tempos em tempos ocorriam romances entre professores e alunos em Browick, mas ele nunca tivera um porque não sentira esse desejo. Eu era a primeira aluna que tinha colocado essa ideia na sua cabeça. Havia algo em mim que fazia o risco valer a pena. Eu tinha um poder de atração que era como um ímã.

A questão não era eu ser tão jovem, não para ele. Acima de tudo, ele amava minha mente. Dizia que eu tinha a inteligência emocional digna de um gênio e escrevia como um prodígio, que ele podia conversar comigo, confiar em mim. Ele dizia que escondido bem fundo dentro de mim havia um romantismo sombrio, do mesmo tipo que ele via dentro de si. Ninguém nunca tinha entendido esse lado sombrio dele até eu aparecer.

 — Que sorte a minha — disse ele. — Quando eu finalmente encontro minha cara-metade, ela tem quinze anos.

— Se quiser falar sobre sorte — retruquei —, tente ter quinze anos e sua cara-metade ser um velho.

Ele olhou para o meu rosto depois que eu disse isso para ter certeza de que eu estava brincando… E é claro que estava. Eu não queria nada com os meninos da minha idade, com caspa e acne, com a crueldade, picotando as meninas em pedaços isolados e dando notas de um a dez para as partes do nosso corpo. Eu não combinava com eles. Adorava a cautela de meia-idade de Strane, seu cortejo lento. Ele comparava meu cabelo com a cor das flores de bordo, me dava poemas: Emily, Edna, Sylvia. Fazia eu me enxergar como ele me via: uma menina com o poder de levá-lo à loucura com seu cabelo ruivo e de comê-lo como se ele fosse feito de ar. Ele me amava tanto que às vezes, depois que eu saía da sua sala, sentava-se na minha cadeira e encostava a cabeça na mesa para tentar respirar o que restava de mim. Tudo isso aconteceu antes até de nos beijarmos. Ele foi cuidadoso comigo. Esforçou-se para se comportar bem.

É fácil identificar quando tudo começou, o instante em que entrei na sua sala de aula muito iluminada e senti seus olhos me sorverem pela primeira vez, porém é mais difícil saber quando terminou, se é que algum dia chegou a terminar. Acho que parou quando eu tinha vinte e dois anos, quando ele disse que precisava tomar jeito e não podia levar uma vida decente enquanto eu estivesse ao alcance, mas ao longo da última década houve telefonemas tarde da noite nos quais ele e eu revivemos o passado, cutucando a ferida que ambos nos recusávamos a deixar sarar.

Imagino que eu vou ser a pessoa a quem ele vai recorrer daqui a dez ou quinze anos, na hora em que seu corpo começar a falhar. Este parece o fim provável dessa história de amor: eu largando tudo e fazendo qualquer coisa, tão dedicada quanto um cão, enquanto ele recebe, recebe, recebe.

Saio do trabalho às onze e sigo pelas ruas vazias do centro, considerando uma vitória pessoal cada quarteirão que percorro sem checar o post de Taylor. No meu apartamento, continuo sem olhar para o telefone. Penduro a roupa de trabalho, tiro a maquiagem, fumo maconha com o bong na cama e apago a luz. Autocontrole.

No escuro, porém, algo muda dentro de mim quando sinto o lençol deslizar sobre as pernas. De repente, fico muito carente, querendo ser tranquilizada, ouvi-lo dizer com todas as letras que é claro que ele não fez o que aquela menina está dizendo. Preciso que ele repita que ela está mentindo, que ela era uma mentirosa dez anos atrás e continua sendo, agora seduzida pelo canto da sereia do vitimismo.

Ele atende no meio do segundo toque, como se estivesse esperando minha ligação.

— Vanessa.

— Foi mal. Eu sei que está tarde. — Então hesito, sem saber como pedir o que estou querendo. Há muito tempo não fazemos isso. Meus olhos percorrem o quarto escuro e observam o contorno da porta aberta do armário, a luz do poste refletindo no teto. Na cozinha, a geladeira murmura e a torneira pinga. Ele me deve isso, pelo meu silêncio, pela minha lealdade. — Vou ser rápida. Só alguns minutos.

Cobertas farfalham quando ele se senta na cama e passa o telefone de uma orelha para a outra, e por um instante acho que ele está prestes a dizer não. Mas então, no meio sussurro que transforma meus ossos em leite, ele começa a me dizer como eu era: Vanessa, você era jovem e transbordava beleza. Era adolescente, erótica e tão cheia de vida que eu fiquei apavorado.

Viro-me de bruços e enfio um travesseiro entre as pernas. Digo a ele para me dar uma lembrança, algo em que eu possa entrar. Ele fica calado enquanto repassa as cenas.

— No escritório atrás da sala de aula — diz. — Era pleno inverno. Você, deitada no sofá, toda arrepiada.

Fecho os olhos e estou no escritório: paredes brancas e piso de tábuas reluzentes, uma pilha de provas para corrigir em cima da mesa, um sofá áspero, um radiador barulhento e uma única janela octogonal, com vidro do mar. Eu fixava o olhar nela enquanto ele me acariciava, sentindo-me submersa, com o corpo sem peso algum se balançando, sem ligar para onde era em cima e onde era embaixo.

— Eu estava te beijando, te chupando. Fazendo você ferver. — Ele ri baixinho. — Era assim que você falava: “Me faça ferver.” Aquelas expressões engraçadas que você vivia inventando. Você era muito tímida, detestava falar sobre aquilo, só queria que eu acabasse logo. Lembra?

Eu não lembro, não exatamente. Muitas das minhas lembranças daquela época são difusas, incompletas. Preciso que ele preencha as lacunas, embora às vezes a menina que ele descreve pareça uma desconhecida.

— Era difícil para você não fazer barulho — diz ele. — Você costumava morder o lábio para ficar de boca fechada. Lembro que uma vez mordeu com tanta força que sangrou, mas não me deixou parar.

Afundo o rosto no colchão e me esfrego no travesseiro enquanto as palavras dele inundam meu cérebro e me transportam para fora da minha cama, para o passado, quando tenho quinze anos e estou nua da cintura para baixo, esparramada no sofá do escritório dele, tremendo, em brasa, enquanto ele está ajoelhado entre as minhas pernas com os olhos fixos no meu rosto.

Vanessa, meu Deus, seu lábio, disse ele. Você está sangrando.

Eu balanço a cabeça e cravo os dedos nas almofadas. Tudo bem, continue. Termine logo com isso.

— Você era tão insaciável… — diz Strane. — Aquele corpinho firme.

Respiro pelo nariz ao gozar, enquanto ele me pergunta se eu me lembro da sensação. Sim, sim, sim. Eu lembro. As sensações são a única coisa a que consegui me agarrar, o que ele fazia comigo, como sempre fazia meu corpo se contorcer e implorar por mais.

Faz oito meses que estou com Ruby, desde que meu pai morreu. No início era uma terapia de luto, mas agora sou só eu falando sobre minha mãe, meu ex-namorado, quanto me sinto sem perspectiva no trabalho, sem perspectiva em relação a tudo. É um luxo, mesmo com a tarifa regressiva de Ruby: cinquenta pratas por semana só para ter alguém que me escute.

O consultório dela fica a uns dois quarteirões do hotel, uma sala com iluminação baixa, duas poltronas, um sofá e mesas de canto com caixas de lenços de papel. As janelas dão para Casco Bay: gaivotas sobrevoando os cais dos pescadores, navios-tanque vagarosos e passeios turísticos em ônibus anfíbios que grasnam quando entram na água e deixam de ser ônibus para virarem barcos. Ruby é mais velha do que eu, mais como uma irmã mais velha do que como mãe, tem um cabelo louro desbotado e usa roupas de hippie. Adoro os tamancos de salto de madeira que ela usa, o clac-clac-clac que fazem quando ela cruza a sala.

— Vanessa!

Adoro também o jeito como ela diz meu nome quando abre a porta, como se estivesse aliviada por me ver ali em pé e não outra pessoa.

Nessa semana falamos sobre a possibilidade de eu passar o próximo feriado em casa, o primeiro sem papai. Estou preocupada que minha mãe esteja deprimida e não sei como abordar o assunto. Juntas, Ruby e eu bolamos um plano. Percorremos vários cenários, as possíveis reações da minha mãe se eu sugerir que talvez ela precise de ajuda.

— Contanto que aborde a questão com empatia — diz Ruby —, acho que vai ficar tudo bem. Vocês são próximas. Podem falar sobre coisas difíceis.

Próximas? Não discuto, mas não concordo. Às vezes fico impressionada com a facilidade com a qual engano as pessoas, como faço isso sem nem sequer tentar.

Consigo me segurar para não checar o post do Facebook até o fim da sessão, quando Ruby pega o telefone para anotar nosso próximo encontro na agenda. Ao erguer os olhos, ela me vê mexendo no celular feito uma doida e pergunta se tenho alguma novidade.

— Me deixe adivinhar — diz ela. — Mais um abusador denunciado.

Ergo os olhos do telefone com as pernas e os braços gelados.

— É interminável, não é? — Ela dá um sorriso triste. — Não tem escapatória.

Ela começa a falar sobre a última denúncia de um famoso, um diretor que pautou a carreira em filmes sobre mulheres brutalizadas. Nos bastidores dessas produções, ele, pelo visto, gostava de se expor para jovens atrizes e convencê-las a chupar seu pau.

— Quem poderia imaginar que esse cara era um abusador? — pergunta Ruby com sarcasmo. — Não precisamos de outras provas além dos filmes dele. Esses caras se escondem muito mal.

— Só porque a gente deixa — digo. — A gente finge não ver.

Ela assente.

— Você tem toda a razão.

É emocionante falar assim, chegar tão perto da beira.

— Não sei o que pensar de todas as mulheres que trabalharam várias vezes com ele — digo. — Elas não tinham respeito por si mesmas?

— Bom, não dá para culpar as mulheres — diz Ruby.

Não discuto e apenas entrego o cheque.

Em casa, fumo maconha e durmo no sofá com todas as luzes acesas. Às sete da manhã, uma mensagem faz meu telefone vibrar no piso de madeira e cambaleio pela sala para pegá-lo. Mamãe. Oi, querida. Estava aqui pensando em você.

Encarando a tela, tento avaliar o que ela sabe. Já faz três dias que o post de Taylor está no Facebook, e, embora mamãe não tenha contato com ninguém de Browick, o post foi muito compartilhado. Além do mais, ultimamente ela vive na internet, dando likes, compartilhando coisas e brigando com trolls reacionários. Ela pode muito bem ter visto.

Minimizo a mensagem e abro o Facebook: 2.300 compartilhamentos, 7.900 likes. Ontem à noite, Taylor postou uma atualização de status pública:

ACREDITEM NAS MULHERES.

testeDicas de livros para todo tipo de mãe

Seja lendo histórias na hora de dormir ou nos incentivando a pegar um livro em vez de assistir a uma série, muitas vezes são nossas mães que nos apresentam o mundo da leitura. 

Por isso, nada melhor do que presentear a sua com uma boa história, não é? Separamos dicas de livros para todo tipo de mãe. Romances, biografias, ficções históricas, divulgação científica e mais! Confira:

 

Mães românticas

Se sua mãe não resiste a uma história de amor, Teto para dois é uma ótima pedida para aquecer o coração. O enredo acompanha Tiffy e Leon, dois desconhecidos que passam a dividir o apartamento, e até a mesma cama, mas sem se encontrar pessoalmente. O que poderia dar errado?

Para romances mais quentes, temos a trilogia Cinquenta tons de cinza, em que Christian Grey, um misterioso bilionário, se encanta por Anastasia Steele, uma jovem tímida e enigmática. Mas, se sua mãe já conhece essa história, pode apostar em Mister, em que Maxim Trevelyan, um conde mulherengo, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando Alessia surge em seu apartamento.

E como estamos falando de amor, não podemos esquecer Jojo Moyes. A autora da trilogia Como eu era antes de você sabe mexer com nosso coração — e dutos lacrimais — como ninguém. Ao falar de amizade, romance e maternidade, suas personagens nos inspiram profundamente, sobretudo na história de Um caminho para a liberdade, em que cinco mulheres lutam contra os poderosos da cidade por amor aos livros. 

 

Mães que amam ciência

Quem nunca olhou para as estrelas e se perguntou sobre os mistérios que existem lá fora? Se sua mãe é entusiasta dos segredos interestelares, vai adorar os livros de Stephen Hawking.

Em Uma breve história do tempo, O universo numa casca de noz, Buracos negros e Breves respostas para grandes questões, o gênio da física disseca as perguntas fundamentais que guiaram sua carreira e nos apresenta a ciência de forma simples e clara.

 

Mães sensíveis 

Sua mãe é daquelas com coração de manteiga e se emociona com tudo? Se sim, ela vai curtir estes livros com com trajetórias inspiradoras. 

Um lugar bem longe daqui acompanha a pequena Kya logo após a garota ser abandonada pela família. Crescendo sozinha no brejo que chama de lar, ela encontra refúgio na natureza e, depois, nos livros, que a consolam em meio a todas as dificuldades de sua vida.

O clássico contemporâneo A menina que roubava livros não cansa de arrebatar corações. Narrado pela própria morte e acompanhando a jovem Liesel na Alemanha nazista, a história emocionou milhões de leitores e até hoje é um dos favoritos do público. 

Impossível também não se emocionar com Auggie em Extraordinário. Ele é um menino de 10 anos que nasceu com uma síndrome rara, que tem como única consequência uma grave deformidade facial. Prestes a começar seu primeiro ano na escola, ele precisará enfrentar o preconceito dos colegas e descobrirá o que significa a amizade. 

 

Mães empreendedoras

Um olho em você e outro no e-mail do trabalho! Aqui vão algumas dicas para as mães que, além de cuidar da gente, também tomam conta dos negócios. 

Quando perdeu o emprego em sua primeira tentativa no mercado financeiro, Guilherme Benchimol não poderia imaginar que aquele seria o início da maior história de empreendedorismo do Brasil. Na raça acompanha a trajetória do fundador da XP, a empresa que mudou a vida financeira do brasileiro. 

Em Princípios, recebemos dicas diretamente de Ray Dalio, fundador da mais eficaz gestora de fundos hedge do mundo. Desenvolvidos por ele ao longo de 40 anos, seus princípios de vida e de trabalho nortearam o caminho que o levou a se tornar um dos grandes investidores e empresários de nossa era.

Parece que nunca há tempo suficiente para realizar nossos projetos, não é? Foi pensando nisso que Jake Knapp, designer da Google Venture, criou o revolucionário Sprint, método que oferece um caminho estruturado para tirar suas ideias do papel e colocá-las em prática em apenas cinco dias. 

E se sua mãe vive reclamando que o dia poderia ter mais de 24 horas, Faça tempo propõe um esquema em quatro etapas para organizar seu tempo com sabedoria e focar no que realmente importa.

 

Mães Geek

Essas dicas são para as mães que adoram quadrinhos, ficção científica, heróis e tudo o que envolve o universo nerd! 

Black Hammer é uma das HQs mais amadas do catálogo da Intrínseca. A história acompanha um grupo de ex-super-heróis confinados em uma fazenda fora dos limites do tempo, até que uma chegada inesperada faz com que tenham a esperança de sair de lá. O quarto e último volume da série acaba de ser lançado.

Outro quadrinho querido por aqui é Oblivion Song, do criador de The Walking Dead, que acompanha a busca de Nathan Cole por sobreviventes em uma dimensão assombrada por criaturas ameaçadoras.

Se estiver no clima de investigar os limites da tecnologia, Recursão narra as trajetórias entrelaçadas do detetive Barry e da neurocientista Helena. Barry está investigando uma doença misteriosa que introduz memórias falsas na mente da população enquanto Helena trabalha em uma máquina para curar o Alzheimer. Mas o desejo de criar um bem para a humanidade pode se tornar o propulsor do caos, gerando disputas a nível globais.

Não poderíamos deixar de lado Neil Gaiman, um autor clássico do universo geek que explora mitologia e fantasia com um toque humano. Em sua obra mais conhecida, Deuses americanos¸ vemos a preparação para uma guerra entre divindades de diversas culturas. A vitória significa o poder de não ser esquecido. 

Para quem quer saber mais sobre os deuses da Mitologia Nórdica, a reunião de contos milenares sobre a origem do universo até o Ragnarok, apocalipse viking, é uma boa forma de começar. Conheça as obras de Neil Gaiman.

Outro clássico é Matadouro-cinco. A crítica ácida e bem-humorada ao militarismo e à cultura consumista norte-americana mistura ficção científica com a biografia do autor Kurt Vonnegut, que presenciou os bombardeios de Dresden, na Alemanha, enquanto era prisioneiro durante a Segunda Guerra Mundial. O livro tem uma edição especial em capa dura, assim como Café da manhã dos campeões, do mesmo autor. 

 

Mães misteriosas

Suspense, assassinato e sangue… As fãs de thrillers vão amar essas dicas!

O mistério de A última festa acompanha nove amigos que vão comemorar o réveillon em um casarão isolado. No dia 1o de janeiro, um deles está morto, e uma tempestade de neve impede que qualquer um entre ou saia da propriedade. Ou seja, o assassino está entre eles!

Em Pequenas grandes mentiras, três mães levam vidas aparentemente normais, mas cada uma delas esconde um segredo. Alternando entre presente e passado, a história investiga um terrível assassinato e a ligação das mulheres com o crime.

 

1793 é uma história sombria e perturbadora, ambientada na Suécia do século XVIII após o aparecimento de um corpo mutilado: ele não tem braços, pernas, olhos ou língua. Mickel Cardell e Cecil Winge são os responsáveis pelo caso e, juntos, precisarão mergulhar em um mundo brutal de ladrões, mercenários e aristocratas corrompidos para encontrar respostas.

Uma mãe e duas crianças pequenas durante o apocalipse. Essa é a premissa de Caixa de pássaros, que inspirou o filme da Netflix com Sandra Bullock. O mundo foi assolado por criaturas misteriosas que, se forem vistas, causam loucura e morte. Presos em casa há anos, Malorie e os filhos precisam atravessar um perigoso riacho de olhos vendados em busca de uma vida melhor. 

Pequenos incêndios por toda parte não narra assassinatos, mas o mistério vai te prender do início ao fim. Tudo começa com um incêndio na casa dos Richardson, uma das famílias mais importantes de Shaker Heights. A narrativa então volta no tempo e mostra que as primeiras faíscas surgiram há mais tempo do que se poderia imaginar. Nesse bairro em que tudo é perfeito, a chegada de uma nova moradora vai abalar as estruturas do local. A série inspirada no romance estrou em março na plataforma de streaming Hulu, estrelada por Reese Witherspoon e Kerry Washington.

 

Mães apaixonadas por história

Guerras, conflitos políticos e personagens históricos. Se sua mãe curte isso, vai adorar ler M, o filho do século, de Antonio Scurati. Vencedor do Prêmio Strega, o mais importante da literatura italiana, o livro baseia-se em uma vasta pesquisa documental para narrar a ascensão do regime fascista sob a perspectiva de Benito Mussolini, seus amigos, inimigos e amantes. 

A Coleção Ditadura, de Elio Gaspari, é uma boa pedida para explorar o período mais turbulento da história brasileira. Através de extensa pesquisa e acesso a documentos até então inéditos, o premiado jornalista examina com detalhes os períodos da ditadura militar em cinco volumes.

 

Mães que lutam por igualdade

As mães que batalham por justiça e igualdade social vão se interessar pela trama de Rede de sussurros, um thriller feminista na era do #MeToo que traz à tona os dilemas enfrentados por diversas mulheres tanto no mercado de trabalho quanto na vida privada.

Ardie, Sloan e Grace trabalham juntas há muitos anos. E há muitos anos o chefe delas, Ames, assedia as funcionárias. Todos sabem e não fazem nada. Quando o homem se torna um dos principais candidatos ao cargo de CEO, as amigas se veem impelidas a relatar os casos.

A atitude que ajudaria todas as mulheres da empresa expõe segredos escondidos há muito tempo, culminando em um acidente misterioso que torna todos suspeitos.


Para todo tipo de mãe

Em cinco anos nossa vida pode mudar bastante, mas, quando temos uma criança em casa, as transformações são ainda mais impactantes. Em Uma pergunta por dia para mães, é possível registrar as pequenas situações do cotidiano todos os dias, ao longo de cinco anos.

Ao responder todo ano a perguntas corriqueiras, como Do que seu filho/sua filha não gosta?, e outras mais complexas, como O que mudou na sua geração na maneira de criar os filhos?, é possível criar um livro de memórias único. 

 

E aí, de que tipo é sua mãe? Já encontrou o presente perfeito para ela? 

testeFrancis Ford Coppola e a juventude marginalizada de The Outsiders

Mural em homenagem ao filme, Floyd’s 99 Barbershop, Sherman Oaks, Califórnia

Revolucionário, icônico e adorado por uma legião de fãs, The Outsiders: Vidas sem rumo se tornou um clássico da literatura jovem e teve um papel muito importante na vida de vários leitores. Ao contar a história da gangue de Ponyboy Curtis, S. E. Hinton conseguiu criar uma narrativa atemporal, complexa e profunda sobre uma juventude marginalizada, que ecoa até os dias de hoje e conquista cada vez mais pessoas.

Essa história incrível está de volta às livrarias em uma edição de luxo com capa dura, pintura trilateral e ilustrações. Além disso, a obra conta também com uma carta da autora, uma seção dedicada aos bastidores do filme de Francis Ford Coppola e um prefácio de Ana Maria Bahiana, que você pode conferir com exclusividade a seguir:

 

Por Ana Maria Bahiana*

Em 1980, a última coisa que o cineasta Francis Ford Coppola planejava era fazer um filme motivado pela carta de uma bibliotecária. Sua produção mais recente, Apocalypse Now, tinha devorado cinco anos de sua vida e quase acabado com sua sanidade, seu casamento e suas finanças. As finanças, aliás, iam ficar muito piores, mas isso é outra história.

Nos primeiros meses de 1980, navegando nas águas de Apocalypse Now, recebido entusiasticamente pela crítica (apesar de algumas vaias no festival de Cannes de 1979, algo comum no festival) e fazendo sucesso na bilheteria, Coppola estava numa fase de expansão: sua produtora, Zoetrope Studios, agora tinha escritórios em São Francisco, Los Angeles e Nova York (o de LA, com estúdios, equipamentos e instalações de pós-produção de primeira linha).

Certo dia, por acaso, Coppola estava de passagem pelo escritório de Nova York, quando uma carta inusitada chegou às suas mãos. Estava endereçada, com grande cuidado e ótima caligrafia, especificamente a ele. Coppola não lia toda a sua correspondência, ainda mais nos escritórios de Los Angeles e São Francisco, sempre muito agitados. Já o de Nova York, mais calmo, recebia pouca correspondência — muito menos dirigida a ele.

Coppola abriu o farto envelope e deparou-se com um livro — uma edição de bolso de The Outsiders, de S. E. Hinton — e uma missiva curta, com 301 assinaturas: trezentas de alunos e uma de Jo Ellen Misakian, bibliotecária de uma escola da cidade de Fresno, no interior da Califórnia.

O texto ia direto ao ponto: The Outsiders, livro de S. E. Hinton publicado pela primeira vez em 1967, era, nas palavras de Misakian, a “leitura favorita” dos alunos dos sétimo e oitavo anos da escola. E todos eles, tendo assinado a carta, achavam que seria maravilhoso ver o livro ser transformado em filme.

“Eu não escolhi Coppola à toa”, diria Misakian em 2018, já aposentada, à revista Variety. “Eu tinha visto e gostado muito de O Corcel Negro, de 1979. Tínhamos até exibido o filme na escola, depois que os alunos leram o livro. Fiquei impressionada ao saber que Coppola tinha produzido o filme. A história era muito bem contada.”

Preocupada em incentivar o gosto dos alunos pela leitura — “era muito difícil fazer a garotada criar o hábito de ler” —, Misakian fez uma pesquisa para descobrir o livro mais querido na escola, e The Outsiders ganhou com ampla margem. Na sequência, ela lançou outra pesquisa: qual livro os alunos queriam que fosse adaptado para o cinema?

E assim surgiu a carta que Coppola leu, surpreso e deliciado, naquele dia em Nova York (em Nova York porque, diz Misakian, “era o único endereço que tínhamos nos registros da Biblioteca Central de Fresno”).

Coppola ficou intrigado e enviou seu braço direito, Fred Roos, produtor de praticamente todos os seus filmes desde 1964, para, nas palavras dele, “investigar as possibilidades”.

Dali nasceu mais que uma possibilidade – uma parceria. Coppola se encantou com o livro e, acima de tudo, com Hinton. Muitos anos depois, em 2005, quando ele reeditava o filme, adicionando cenas anteriormente cortadas, para uma nova edição especial em DVDCoppola diria: “Eu jamais pensaria em fazer um filme juvenil se não tivesse recebido a carta e o livro. E se não tivesse encontrado Susan (o “S” de S. E. Hinton) e trabalhado com ela durante tanto tempo.”

É difícil imaginar um ponto em comum entre Coppola e Hinton; e, no entanto, foi nesse encontro que se firmou uma amizade que dura até hoje e da qual nasceu um subgênero do cinema: o filme brat pack, estrelado por um grupo de atores jovens, que seria uma das forças culturais (e financeiras) dos anos 1980 e do começo de 1990.

Hinton, nascida e criada em Tulsa, Oklahoma, uma cidade que já vira diversos embates sociais e raciais, escreveu o livro quando tinha quinze anos porque “não era possível não escrevê-lo”. The Outsiders foi seu terceiro livro, o primeiro a ser publicado. Os dois anteriores, ela contou numa entrevista de 2005, “não eram lá muito bons. O primeiro era sobre a Guerra Civil. O segundo, sobre um grupo de jovens num rancho de criação de cavalos. Esse era um pouco melhor”.

The Outsiders, conta ela, nasceu da sua indignação com a tensão social em sua escola. Hinton vinha de uma família pobre, como os Greasers de seu livro. Quando foi colocada numa classe mais adiantada e dominada por alunos de classe média alta, os Socs, ela descobriu “outra realidade”. Quando um amigo levou uma surra de um Soc, diz ela, “eu cheguei em casa e comecei a escrever”.

Essa urgência, essa transparência, a força natural dessa narrativa, estabeleceu uma conexão visceral com um público que, com raríssimas exceções, não tinha livros escritos para ele. Algo que Jo Ellen Misakian notou com clareza forte o bastante para mandar uma carta para um cineasta famoso que ela jamais tinha visto. “Temos que lutar para propor outros livros para nossos estudantes”, diz ela na carta. “Menos The Outsiders. Esse já pertence a eles.”

Assim que terminaram as filmagens de O Fundo do Coração (que, ele ainda não sabia, seria o filme que levaria a Zoetrope à falência e interromperia sua carreira como produtor), Coppola deu início ao que seria, na verdade, uma dupla de filmes, The Outsiders — que no Brasil ganhou o título Vidas sem rumo — e O Selvagem da Motocicleta. O diretor trouxe Hinton para o set (ela faz uma ponta como enfermeira em uma cena) e trabalhou com ela na versão final do roteiro, ao mesmo tempo que escrevia o que viria a se tornar o filme O Selvagem da Motocicleta, adaptando outra história de juventude marginalizada.

Apesar de um nome de peso como Coppola, de um livro cultuado pelo público e de um elenco que, dois anos depois, seria impossível de custear — Patrick Swayze, Tom Cruise, Rob Lowe, Diane Lane, Ralph Macchio, Emilio Estevez e Matt Dillon —, a adaptação de The Outsiders não foi um sucesso, nem de crítica nem de bilheteria. Mas, ao longo do tempo, o filme seguiu os passos do livro que o inspirara: tornou-se um personagem da vida de várias gerações, passando pelas iniciações da adolescência. E ficou como uma referência, um pouco espelho, um pouco agente provocador, um pouco a pepita de ouro escondida numa história sobre a fragilidade do tempo e da juventude.

 

*Ana Maria Bahiana é jornalista, escritora, pesquisadora, produtora e tem uma longa e prestigiosa carreira na área de cultura no Brasil e no exterior. Mora em Los Angeles há duas décadas, é membro da associação responsável pelo Globo de Ouro e já entrevistou nomes como Kathryn Bigelow e Francis Ford Coppola.

testeOuça a playlist da comédia romântica Teto para dois, de Beth O’Leary

Em Teto para dois, Tiffy acaba de terminar o namoro e precisa urgentemente de um novo lugar para morar. Leon está com um problema familiar e precisa de um dinheiro extra. Ela trabalha durante o dia, ele, durante a noite. Os dois nunca se viram pessoalmente, mas começam a dividir o apartamento dele e a dormir na mesma cama. O que poderia dar errado?

Provocando muitas risadas e momentos apaixonantes, esta comédia romântica conquistou um lugar especial no coração dos leitores! Para que vocês tenham um gostinho desta história, preparamos uma playlist incrível inspirada no livro. Aperte o play e divirta-se! <3

testeBagulhos sinistros: cinco curiosidades sobre Stranger Things

Todo fã de Stranger Things sabe que amigos não mentem e que manhãs são para café e contemplação, né? O que nem todo mundo sabe é que no início a série tinha outro nome, não se passava em Hawkins e foi rejeitada inúmeras vezes antes de se tornar o sucesso que conhecemos hoje. Quer saber mais curiosidades como essas? Então se liga na nossa lista!

 

[Atenção: esse texto contém spoilers sobre a série]

 

Uma sequência de rejeições

É estranho pensar que uma série que atingiu cerca de 25 milhões de telespectadores norte-americanos só no final de semana de estreia da terceira temporada tenha quase sido cancelada antes mesmo de começar, mas foi isso mesmo que aconteceu. Matt e Ross Duffer, os criadores de Stranger Things, contaram que o projeto foi rejeitado por quase vinte emissoras antes de cair nas graças da Netflix.

Entre os motivos usados para justificar tamanha rejeição, está a decisão de ter cinco protagonistas crianças, quando a atração na verdade não é para o público infantil. Até tentaram fazer com que os Duffer focassem somente no núcleo adulto, mas eles acharam que perderiam o que o programa tinha de mais legal. Ainda bem que eles não mudaram de ideia!

 

Em busca do elenco perfeito

Por falar nas crianças, o processo para encontrar o elenco infantil perfeito foi bem difícil! Mais de 900 meninos fizeram testes para os papéis de Mike, Dustin, Lucas e Will. Já para interpretar a inesquecível Eleven (também chamada de Onze), foram avaliadas 307 meninas.

Nos testes, eles usaram muitas cenas falsas, que nem estavam no roteiro final da série, além de falas do longa Conta comigo (1986), que é uma grande inspiração para a produção.

 

O fim da Eleven

Tudo indicava que a Eleven só sobreviveria por uma temporada. A ideia inicial dos irmãos Duffer era que Stranger Things se chamasse Montauk (nome inspirado na cidade palco de uma das teorias da conspiração mais bizarras dos Estados Unidos) e fosse uma minissérie, isto é, tivesse um número limitado de episódios.

Ao apresentarem o projeto para a Netflix, o serviço de streaming achou que o sacrifício da personagem no oitavo episódio não era motivo suficiente para nos despedirmos dela e de Hawkins. Por isso, eles resolveram prosseguir com a história, fazendo a alegria dos fãs!

 

Papo cabelo

Quando pensamos na década de 1980, é impossível não se lembrar daqueles cabelões cheios de laquê, dos cortes mullet e dos permanentes que faziam a cabeça da galera. Inclusive, pode não parecer, mas cabelo é um assunto bem importante na série!

Desde a cabeça raspada da Eleven até o famoso penteado de Steve Harrington, os cabeleireiros e visagistas de Hawkins têm feito um trabalho incrível. Uma curiosidade bem inesperada é que na segunda temporada foram usadas cerca de 150 perucas e vários apliques. Fique de olho na cabeleira do Hopper (dica: é falsa) e no corte “cuia” do Will!

 

Segurança máxima

Se tornar um fenômeno mundial foi uma grande surpresa para os responsáveis por Stranger Things. O que na primeira temporada era uma produção bem pequena e quase independente acabou se tornando um dos maiores sucessos dos últimos tempos, e com isso eles tiveram que redobrar o cuidado durante as filmagens, para evitar o vazamento de informações.

Shawn Levy, um dos produtores, revelou que eles tiveram que criar nomes falsos caso alguém perguntasse o que estava sendo gravado e até destruir páginas do roteiro antes dele ir para o lixo (assim, se alguém vasculhasse, não teria acesso aos acontecimentos da série).

 

Agora, se você quer descobrir segredos que não foram revelados nem na série, é melhor correr para ler Cidade nas trevas e Raízes do mal. Ambos fazem parte do universo oficial de Stranger Things e revelam histórias inéditas sobre alguns dos nossos personagens favoritos, Jim Hopper e Eleven. Ficou com vontade de saber mais? Então garanta os seus livros agora 😉

teste9 obras sobre amor-próprio que você precisa conhecer

Às vezes, não conseguimos nos sentir felizes com quem somos. Temos medo do julgamento alheio, não gostamos do que vemos no espelho e nos sentimos desmotivados diante das situações que enfrentamos. Mas as coisas não deveriam ser assim.

Pensando nisso, fizemos uma lista com músicas, séries, filmes e livros que nos ajudam a lembrar que somos incríveis do nosso próprio jeito e que não devemos mudar para agradar ninguém. Confira:

  1. “I Love Me”, de Demi LovatoDevonne | weheartit.com/IAmDevonne shared by Devonne

Eu sou meu pior crítico, falo um monte de besteira
Mas sou incrível mesmo quando me esqueço disso

Em sua nova música, “I Love Me”, Demi Lovato compartilha um pouco sobre suas dificuldades. Depois de um período conturbado na vida pessoal e profissional, Demi afirma que finalmente está aprendendo a se amar.

 

2. Não se humilha, não, de Isabela Freitas

Não tem como falar de amor-próprio sem mencionar os livros da Isabela Freitas! Em uma história recheada de confusões amorosas e reflexões sobre relacionamentos, a série Não se apega, não traz os conselhos necessários para superar momentos difíceis e aprender a gostar mais de si mesma.

O quarto livro, Não se humilha, não, conta a trajetória de Isabela antes dos acontecimentos narrados no primeiro livro. Namorando Gustavo, a protagonista se vê presa em um relacionamento que todos acreditam ser perfeito, mas que constantemente faz com que ela se sinta inferior, menosprezada e triste. O amor deveria ser assim?

 

3. Pequena Miss Sunshine
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Leve, divertido e com muitas lições importantes, Pequena Miss Sunshine é um daqueles filmes que não tem como não amar!

O sonho da pequena Olive é ganhar o concurso de beleza Pequena Miss Sunshine. Ao passar para a etapa final, ela e sua complicada família entram numa Kombi amarela e embarcam em uma longa viagem até a Califórnia.

A comédia mostra como a busca incansável pelo sucesso e as pressões estéticas são cruéis desde a infância e como precisamos nos amar do jeito que somos.

 

4. “Good as Hell”, de Lizzo

Good As Hell (2016) GIFs - Find & Share on GIPHY

Eu jogo meu cabelo, olho minhas unhas
Querida, como você está se sentindo? (Me sentindo bem pra caramba)

Lizzo é a rainha dos hinos de autoconfiança! No hit “Good as Hell”, a cantora mostra que um coração partido não pode te impedir de cuidar de si mesma e tomar as rédeas da própria vida.

 

5. Com amor, Simon, de Becky Albertalli

Com amor, Simon mostra de forma leve e muito divertida as paixões, dificuldades e dilemas de um adolescente gay tentando se aceitar e reunindo coragem para compartilhar sua verdade com familiares e amigos.

Na trama, Simon está apaixonado por um menino que nunca viu pessoalmente. Além de enfrentar seus próprios medos e dúvidas, ele ainda precisa lidar com uma chantagem inesperada, que deixará sua vida de cabeça para baixo.⠀

love-simon – Febre Teen

 

6. My Mad Fat Diary

Gods & Queens | Harry Potter - Cast - Wattpad

Sensível e engraçada, My Mad Fat Diary é uma série que todos deveriam conhecer!

Rae é uma adolescente de 16 anos que acaba de sair de um hospital psiquiátrico. Com a saúde mental ainda abalada por problemas com a própria aparência, ela se sente uma aberração. Buscando se readaptar à vida em casa e no colégio, ela tenta se descobrir, fazer amizades e, acima de tudo, se aceitar do jeito que é.

 

7. “Scars To Your Beautiful”, de Alessia Cara

Muitas vezes o mundo, direta ou indiretamente, nos diz que não devemos ser felizes com nós mesmos se não nos encaixarmos em certos padrões de beleza. “Scars to Your Beautiful” é um lembrete de que beleza não é apenas um único estilo, forma, tamanho ou cor. Nem sempre é tangível. Ela tem uma quantidade infinita de formas, e nós precisamos reconhecer isso.

Com essa mensagem, Alessia Cara encerra o impecável clipe de “Scars to Your Beautiful”. Reunindo pessoas de diferentes faixas etárias, gêneros, etnias e características físicas, o vídeo mostra que não devemos ceder aos padrões impostos pela sociedade e que precisamos enxergar a beleza em nós mesmos.

 

8. Como eu era antes de você, de Jojo Moyes

Um dos grandes queridinhos dos leitores, a série Como eu era antes de você também nos ensina valiosas lições sobre amor-próprio!

No primeiro livro, vemos Lou Clark mudar de vida quando começa a trabalhar para a família Traynor. Lá, ela passa seus dias ao lado do inteligente e mal-humorado Will, que ficou tetraplégico após um acidente de moto.

Sem muitas ambições, Lou não pensa muito em si mesma e vive para ajudar sua família. Com Will, ela vai descobrir que não é egoísmo sonhar alto, querer descobrir coisas novas e se aventurar pelo mundo por conta própria.

lou clark | Tumblr

 

9. Queer Eye

Season 2 Netflix GIF by Queer Eye - Find & Share on GIPHY

Último tópico, mas não menos importante: Queer Eye!

Produzido pela Netflix, Queer Eye é um reality show em que cinco homens fabulosos ajudam os participantes a recuperar a confiança em si mesmos. Com dicas de estilo, decoração, cultura e gastronomia, o Fab Five dá início a uma transformação surpreendente e emocionante na vida das pessoas. 

testeLivros para quem curte o top 10 da Netflix

Você gosta de acompanhar as séries e filmes mais bombados da Netflix, assiste a todos e depois não sabe mais o que fazer? Não se preocupe, vamos te ajudar com isso! Inspirados em pessoas como você, criamos uma lista sugerindo alguns livros para quem curte os conteúdos que estão fazendo mais sucesso no streaming. Confira:

 

La casa de papel – A catedral do mar

O grande sucesso La casa de papel colocou as séries de língua espanhola no radar de muita gente e conquistou vários fãs em todo o mundo. Na trama, oito ladrões invadem a Casa da Moeda da Espanha e acabam presos lá dentro. Mas o que parece um acidente, na verdade, faz parte de um plano ousado no que pode ser o maior roubo da história.

Se você curte a série, precisa conferir outra superprodução espanhola: A catedral do mar. Inspirada no livro homônimo que vendeu mais de seis milhões de exemplares na Espanha, ela acompanha a vida de Arnau, filho de um servo que foge das crueldades impostas pelo seu senhor feudal e vai se refugiar em Barcelona. O livro é cheio de reviravoltas, ação, tramas épicas e boas doses de história. Leitura imperdível para os fãs de Ken Follett e Outlander!

 

Milagre na Cela 7 – Um lugar bem longe daqui

Quem gosta de se emocionar já deve ter conferido o filme Milagre na Cela 7 na Netflix. A produção turca conta a história de Memo, um pai solteiro com deficiência intelectual que precisa provar sua inocência aos ser preso pela morte da filha de um comandante.

Impossível não lembrar de Kya Clark, protagonista do livro Um lugar bem longe daqui. Assim como Memo, a menina leva uma vida difícil, por ter sido abandonada ainda pequena por toda a sua família. Sozinha, ela cresce escondida dos moradores da cidade, em uma casinha que fica no brejo, cercada somente pela natureza. Quando um rapaz da região aparece morto, todos se voltam contra ela, e Kya precisa reunir forças para enfrentar mais esse golpe do destino. Você vai chorar, rir e se encantar com essa história!

 

Blindspot – 1793

A viciante série Blindspot começa com um grande mistério: uma mulher nua, amnésica e completamente tatuada é encontrada dentro de uma mala no meio da movimentada Times Square, em Nova York. Cada uma das tatuagens em seu corpo esconde uma pista e quem vai tentar desvendar todas elas é Kurt Weller, um agente do FBI cujo nome está tatuado nas costas da moça.

Para quem gosta de histórias tão intrigantes quanto a da série, recomendamos o livro 1793. Ele é um noir histórico sombrio e bastante perturbador, que se passa na Suécia do século XVIII. A trama tem início com o aparecimento de um corpo irreconhecível e extremamente mutilado nas águas do lago da Ucharia: ele não tem braços, pernas, olhos ou língua. Mickel Cardell e Cecil Winge são os responsáveis pelo caso, e juntos precisarão mergulhar em um mundo brutal de ladrões, mercenários e aristocratas corrompidos para encontrar respostas.

 

Atômica – O segredo que guardamos

Os fãs de espionagem devem conhecer Atômica, filme estrelado por Charlize Theron e que bomba no Top 10 da Netflix. Inspirado em uma HQ, ele narra a história de Lorraine Broughton, uma espiã do MI6 que é enviada para Berlim durante a Guerra Fria para investigar o assassinato de um oficial e recuperar uma lista perdida de agentes duplos.

Lorraine poderia facilmente estar entre as espiãs do livro Os segredos que guardamos. Inspirado em uma missão real da CIA durante a Guerra Fria, a trama narra a trajetória da glamorosa e experiente espiã americana Sally Forrester em sua tarefa de treinar a novata Irina, uma simples datilógrafa da Agência, a fim de infiltrar Doutor Jivago, obra que estava proibida na União Soviética por ir contra a ideologia do Estado.

 

Um amor, mil casamentos – Com eu era antes de você

Não podemos terminar a lista sem falar de Um amor, mil casamentos, uma das mais recentes comédias românticas originais da Netflix. O cenário é dos mais deslumbrantes possíveis: um casamento em Roma. Nada mal, né? Só que Jack, interpretado pelo lindo Sam Claflin, vai cortar um dobrado ao reencontrar um amor do passado que, infelizmente, nunca foi para frente.

Se estamos falando de Sam Claflin, é claro que temos que lembrar de Will Traynor, o teimoso e apaixonante personagem do livro Como eu era antes de você. O grande sucesso de Jojo Moyes acompanha o encontro de Will e Lou Clark, uma estabanada e divertida menina que consegue trabalho como cuidadora na casa do rapaz, que ficou tetraplégico depois de um acidente. Prepare os lencinhos e o coração!

testeE L James revela novidades sobre próximo livro de Grey e continuação de Mister

ESTAMOS SURTANDO!  

Celebrando um ano do lançamento de Mister nos Estados Unidos, E L James compartilhou uma mensagem fofíssima com os leitores em suas redes sociais. A autora ainda aproveitou o momento para revelar novidades sobre Cinquenta tons de liberdade pelos olhos de Christian Grey e os planos para a continuação e a adaptação de Mister.

Confira:

Mister completa um ano hoje!

Não consigo acreditar que faz um ano que eu estava em Nova York, curtindo a agitação e o ritmo da cidade que nunca dorme, dando entrevistas e autografando na Huntington e na Paramus, no início da minha turnê de lançamento.

Essa turnê me levou para New Haven, Miami, Nova York, Lexington, Naperville, Los Angeles, Atlanta, Tempe, Chelsea, no Reino Unido, e Toronto, no Canadá. Foram dias fabulosos e inebriantes, em que tive a oportunidade de estar na companhia do meu querido assessor Russell Perreault e da minha maravilhosa editora Anne Messitte. E o ponto alto para mim foi a oportunidade de conhecer muitos de vocês!

E agora, um ano depois, só saio de casa para passear com meus cachorros, e perdemos o querido Russell. Que diferença um ano faz. Se, como eu, você tem medo do terrível vírus que causa estragos em todo o planeta, seu mundo ficará bem menor.Talvez você trabalhe em alguns dos serviços essenciais, como enfermeiro ou enfermeira, médico, médica, cuidador, cuidadora, como estoquista, caixa, ou nos serviços de limpeza, na educação, na coleta de lixo ou na agricultura, e precise sair para o mundo todos os dias, mantendo o restante da população saudável e alimentado. Acho que esse ano já nos ensinou quem faz o mundo funcionar e quem é essencial. Vamos torcer para que, depois que tudo isso passar, essas pessoas tão fundamentais sejam recompensadas de forma apropriada pelo trabalho que fazem.

Em quarentena, estive escrevendo Freed. Muitos de vocês perguntaram — não sei quando terminarei ou quando será publicado. Mas já estou rascunhando, torcendo para que vocês amem o último encontro com Christian Grey e Anastasia Steele.

E para aqueles que estão perguntando pelo Mister 2 — vou pensar nisso assim que acabar de escrever Freed e, se tudo der certo, quando acabarem as filmagens de Mister. A Universal adquiriu os direitos de adaptação do livro, e espero que façamos um excelente filme, para curtirmos quando esse horror acabar.

Até lá, obrigada por lerem, mantenham-se em segurança e desejem comigo um feliz aniversário para Maxim e Alessia.

Amor

E L