Na Suécia, existe uma antiga tradição chamada döstädning – dö significa “morte”, städning, “limpeza”. O sentido é bastante literal: limpar, remover, se desfazer ou desapegar de objetos que, mesmo adorados, com a nossa morte se transformarão em um fardo para amigos e entes queridos. Essa tarefa de eliminar pertences em vida – descrita como revigorante pelos escandinavos e como surpreendente por pessoas de muitas outras culturas – pode ser realizada a qualquer momento, em qualquer idade, porém sempre o mais cedo possível, antes que outros tenham que fazer isso por nós.
Com bom-humor e sabedoria, neste livro a artista plástica Margareta Magnusson nos convida à prática diária e consciente do minimalismo. Desbravando o inventário de pertences na oficina do marido ou o da própria gaveta de “segredos”, ela sugere quais objetos podemos descartar com facilidade (roupas sem uso, presentes de que não gostamos, mais louça do que somos capazes de usar no dia a dia) e quais podem muito bem permanecer até o fim (fotos, cartas de amor, pequenos mimos recebidos de filhos e amigos).
Margareta adiciona uma pitada de diversão a essa que, para muitos, pode ser uma tarefa dolorosa, e sua abordagem direta, porém leve, é um caminho para o diálogo familiar sobre o tema tão sensível da morte.
Margareta Magnusson
Margareta Magnusson é sueca e tem, como ela mesma diz, entre 80 e 100 anos. Artista plástica formada pela Beckman’s School of Design, já morou em várias partes do mundo e exibiu seus trabalhos em galerias de Hong Kong a Cingapura. Atualmente, a autora vive em Estocolmo.
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