Com uma linguagem poética e ao mesmo tempo muito bem-humorada, Adriana Falcão revela para seus leitores aquilo que poderia ser descrito como uma história trágica protagonizada por dois personagens atormentados por seus demônios. Apaixonados, Caio e Maria Augusta se casam no Rio de Janeiro da década de 1950 e têm três filhas.
Todo o sentimento que eles compartilham não impede que a personalidade exuberante de Maria Augusta se torne mais obsessiva e asfixiante com o passar no tempo, apesar dos medicamentos e de tratamentos psiquiátricos. Caio, por sua vez, aprofunda uma melancolia que existia nele desde a adolescência e que culmina nos anos 1970 em tentativas de suicídio. Mais do que uma história com final dramático, trata-se de memórias afetivas que alternam momentos de profunda felicidade com outros tantos de dor, como acontece nas melhores famílias.