A primeira vez também pode ser a última.

Já ouvi dizer que o primeiro amor jamais perdura, mas eu fui pega nessa historia há 12 anos. Eu podia dizer que tudo começou em uma amizade entre duas pessoas que de semelhante só tinham o sexo e o pouco interesse em levar adiante aquela situação.
Minha nova vizinha era um tanto tímida, embora não tivesse muitos problemas para falar e ser gentil com as pessoas, eu era seu oposto, preferia ficar na minha zona de conforto que me empedia de me envolver demais com qualquer pessoa. Nossa amizade nem teve um início muito espontâneo, ela era nova ali e nossas mães queriam nos enturmar, seriam dois coelhos com um único golpe -embora esse seja um dito pesado de se propagar-então, entre poucas vontandes, acabamos descobrindo que mesmo tendo muitas discussões por ideais diferentes, podíamos ter uma amizade tão boa, duradoura e íntima. O que não esperávamos é que a mesma fosse além. Isso gera grande confusão em mentes jovens, ainda mais no início do milênio onde as mentes eram ainda mais fechadas que agora. Confesso que a maior relutância em auto-aceitação veio de mim, mesmo tendo todo o apoio da família, que não era o caso dela.
Os dias foram difíceis, entre tentar manter a amizade e não magoar com palavras desatentas-ou o afastamento súbito que sua familia nos propôs, o que nos rendeu encontros secretos-, porém mesmo depois de cada obstáculo os sentimentos transbordaram e cada uma de nós duas ainda estávamos olhando para trás, buscando fazer com que no meio dessa vida ainda pudéssemos estar juntas. As dificuldades não diminuíram, a mudança fora apenas em nossas mentes e essa podia ser a primeira e também a última vez que me apaixono e se tratando dela, a ideia me agrada.