Corpo e alma

Eu estava montado uma exposição na faculdade quando ele veio até mim e se ofereceu para ajudar. Não precisei da ajuda, mas a conversa foi boa e se estendeu para as redes sociais, e então para um café e então para o primeiro beijo no carro, depois de um dia intenso de conversas cheias de honestidade.
Ele morava perto da faculdade e num dia, acabei precisando dormir na casa dele. E depois inventei uma desculpa para dormir de novo. E na outra semana eu já carregava a mochila com roupa suficiente para passar alguns dias sem precisar voltar para minha casa.
Aquela cama, iluminada pelo pouco de luz que entrava pela janela me passava a sensação de pertencimento, que ali era meu lugar. Ficar deitada só olhando para ele já era suficiente. Descobri o amor nos olhos e no corpo. Com a mesma intensidade que amávamos nos olhar, amávamos nos amar. O chuveiro, depois da cama, era nosso maior aliado.
Mas um dia a intensidade não era mais o suficiente. Nossas questões pessoais foram nos afastando e ir para aquela casa já tinha perdido o gosto de amor e começou a ser peso.
A última vez que a gente se viu sem saber que era a última rolou um selinho sem graça de quem já sabia que estava tudo acabado.
Acabou, o amor já não estava mais sendo servido e relacionamento só de corpo não alimenta alma. Mas aqueles meses mudaram minha vida. Existe um eu antes dele e um pós.