Desencontros

Sempre fui uma pessoa muito comunicativa e quando chegou a adolescência nao mudou tanto. Parece que aflorou mais essa minha característica de falar com todo mundo do colégio. Pensei que isso fosse mudar quando entrei no ensino médio em um colégio diferente, numa cidade diferente, mas lá estava eu falando com todo mundo naturalmente. E eis que estávamos naquele período de trocas de MSN (o bom e velho), hormônios à flor da pele, até que um dia ele me chamou perguntando se eu estudava no Colégio Tal e eu confirmei. Perguntei como ele conseguiu meu MSN, enrolou e não me respondeu. Deixei pra lá até porque não é todo dia que um gato daqueles te chama despretensiosamente e vocês engatam numa conversa animada, percebendo que tinham muitas coisas em comum. Dia seguinte mais uma vez e assim seguimos por horas, dias e meses a fio trocando confidencialidades. Procurei por ele no colégio, mas não tive sucesso. Marcamos um encontro na Semana de Estudos, ele esteve lá disse as minhas características, a roupa que eu estava mas não teve coragem de falar comigo porque me viu cercada de pessoas, rindo, dominando a situação e chegou a conclusão que eu não o acharia interessante, porque era mais novo. Não me importava com isso naquela época, porém nossos desencontros no mundo real começou a me incomodar porque no mundo virtual tínhamos tanta intimidade que parecia desperdício não testar se daria certo ou não. Apesar de não ter acontecido de forma tradicional, ele significou muito pra mim e eu pra ele. Tanto que quando tomei a iniciativa de dar um fim no que a gente estava tendo, porque minha mente estava confusa e dividida entre ele e outra pessoa que conheci no colégio, ele foi sincero em dizer que eu o amadureci muito, que jamais esqueceria da pessoa que o ajudou a lidar com tanta situações, sem nunca julgar. Hoje eu lembro dessa história e sinto uma nostalgia gostosa porque não importa quantas pessoas passem pela nossa vida amorosa, se o que a gente vai viver vai ser de perto ou à distância, sempre vamos nos lembrar da pessoa que fez o nosso coração bater mais forte e diferente pela primeira vez.