Ódio e Crush

Tudo começou quando mudei de escola no 6°ano. Eu cheguei todo inoscente, conhecia uma pessoa no colégio inteiro e, mesmo depois de um tempo, não fiz muitas amizades. Em um fatídico dia, eu estava na troca de aula conversando com um menino (vamos chamá-lo de Carlos). Eu estava de costas para a parede e do meu lado direito da carteira da minha amiga (vou nomeá-la Luna) e do lado esquerdo estava a carteira do Nelson (nome também fictício). Quando a professora chegou, todo mundo sentou no seu lugar, incluindo Nelson. Aí ele pega a apostila do chão ao lado esquerdo dele e diz para a professora que eu pisei nela. Eu, sendo novato tentei me defender, dizendo que, se pisei, não foi a minha intenção. Óbvio que ela acabou acreditando nele e me deu uma notificação (meio que um bilhete para os pais assinarem que tira ponto). Quando eu olhei para trás, Nelson estava com um sorriso no rosto. Foi aí que eu pensei: “Ótimo, agora eu tenho um inimigo”. E durante anos a gente tinha uma espécie de ranço um pelo outro. Chegamos a brigar na educação física. Quando eu estava no primeiro ano, recebi a notícia de que ele iria sair do colégio no segundo semestre, e isso me deixou triste. Pois é, estranho, não? Se eu o odiava, por que queria ele perto? Se eu o odiava, por que queria que ele me notasse? Foi aí que eu repassei o meu passado com ele. Notei que eu tinha sentimentos fortes por ele, mas tirei uma conclusão preciptada e pensei que fosse ódio, quando, na verdade era um crush. Infelizmente, só consegui concluir meu raciocínio quando era tarde demais. Nelson mudou de cidade, e eu estou aqui, ainda pensando na oportunidade que perdi.