Um Encontro Aleatório

Em 2012, estava num festival de cinema chamado “Janela Internacional de Cinema” aqui em Recife e na saída fui comprar um poster do festival. Quando cheguei na banquinha, percebi que havia apenas um do tipo que eu queria e que um menino iria comprar. Pra minha surpresa, ele deixou que eu comprasse no lugar dele e conversamos por uns dois minutos sobre os filmes que estavam passando naquele dia – ele estava com outras pessoas e não poderia demorar muito conversando comigo – trocamos os números de telefone e percebi que os amigos dele ficaram brincando com o ocorrido.

Eu tinha 17 anos e meus pais ainda não sabiam sobre a minha sexualidade, até que certo dia eu esqueci de apagar as mensagens que eu trocava com o menino (estava utilizando o celular da minha mãe) e meu pai descobriu e me mandou pra psicóloga, todo aquele clichê. Fui com sete pedras na mão preparado pra ser rude com a psicóloga, mas ela me desarmou e foi um amor comigo, dizendo que se havia algum problema, estava no meu pai e não em mim. Meu pai parou de me incomodar e continuei saindo com o menino por uns 3 meses, até que fomos cada um pra um lado diferente. Ainda tenho alguns DVD’s de filmes que ele me “emprestou”, talvez ele tenha os que “emprestei” também. Assim como aconteceu com Elio e Oliver, foi algo que aconteceu, num verão, talvez um pouco mais do que um verão, mas agora são só visões e lembranças.