testeAs mensagens entre Grey e Ana

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Os e-mails trocados entre Christian Grey e Anastasia são um dos trechos preferidos dos leitores apaixonados pela trilogia Cinquenta tons de cinza. Em Grey, romance que apresenta a versão do primeiro livro da série pela perspectiva do personagem masculino, os fãs podem relembrar as divertidas conversas entre os dois.

Confira cinco mensagens selecionadas pela nossa equipe. Qual é a sua favorita?

 

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De: Christian Grey
Assunto: Hoje à noite
Data: 25 de maio de 2011 22:01
Para: Anastasia Steele

Não entendo por que você fugiu hoje à noite. Espero sinceramente ter respondido a todas as suas perguntas a contento. Sei que lhe dei muita coisa para pensar, e torço muito para que considere seriamente minha proposta. Quero muito fazer essa relação dar certo. Vamos devagar.

Confie em mim.

Christian Grey
CEO, Grey Enterprises Holdings, Inc.

 

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De: Christian Grey
Assunto: Liberte seu espírito
Data: 27 de maio de 2011 08:24
Para: Anastasia Steele

Não gaste sua energia com culpa, remorso etc. Somos maiores de idade e o que fazemos entre quatro paredes fica entre nós. Você precisa libertar seu espírito e ouvir seu corpo. O mundo das F&A não é nem de longe tão estimulante quanto você, Srta. Steele.

Christian Grey
CEO, Grey Enterprises Holdings, Inc.

 

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De: Christian Grey
Assunto: Finalmente!
Data: 31 de maio de 2011 07:30
Para: Anastasia Steele

Quero compartilhar meu estilo de vida com você. Eu nunca quis tanto uma coisa. Francamente, estou assombrado com você, com o fato de uma pessoa tão inocente estar disposta a tentar. Isso me diz mais do que você jamais poderia imaginar. Você não consegue ver que estou envolvido pelo seu encanto, também, embora eu já tenha lhe dito isso inúmeras vezes. Não quero perdê-la. Estou aflito por você ter viajado quase cinco mil quilômetros para se afastar de mim por uns dias, porque não consegue pensar com clareza perto de mim. É a mesma coisa comigo, Anastasia. Perco o juízo quando estamos juntos — esta é a profundidade do meu sentimento por você.

Christian Grey
CEO, Grey Enterprises Holdings, Inc.

 

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De: Christian Grey
Assunto: Seu traseiro
Data: 31 de maio de 2011 16:10
Para: Anastasia Steele

Prezada Srta. Steele,

O título deste e-mail está me distraindo. Não é preciso dizer que ele está seguro — por ora.
Aproveite o jantar, e eu também sinto sua falta, especialmente do seu traseiro e das suas gracinhas.

Christian Grey
CEO e Revirador de Olhos
Grey Enterprises Holdings, Inc.

 

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De: Christian Grey
Assunto: Plágio
Data: 31 de maio de 2011 16:41
Para: Anastasia Steele

Você roubou minha fala.
E me deixou louco.
Bom jantar.

Christian Grey
CEO, Grey Enterprises Holdings, Inc.

testeA nova série de Rick Riordan

Depois de muitas perguntas, finalmente podemos revelar que, para a alegria dos semideuses, publicaremos The Trials of Apollo, a nova série de Rick Riordan!

A história acompanhará o deus Apolo, que foi punido por seu pai, Zeus, e transformado em um adolescente mortal. Agora, ele tentará descobrir uma forma de reverter a punição, cair novamente nas graças de seu pai e obter seus poderes de volta. O primeiro livro da série, The Hidden Oracle, se passa após o final da série Os heróis do Olimpo, trazendo outra vez personagens inesquecíveis como Percy e Annabeth.

O livro será lançado no primeiro semestre de 2016.

testeAs 5 dicas de Elon Musk para o sucesso

Se você quer ter alguma ideia de como será o futuro, precisa conhecer Elon Musk. O empreendedor mais ousado de nosso tempo, que inspirou o Homem de Ferro dos cinemas, decidiu investir sua fortuna gerada em empresas digitais para mudar o mundo. Com a SpaceX, o inventor sul-africano está revolucionando os voos espaciais. Com a Tesla Motors, está trabalhando para popularizar os carros elétricos. Musk, que também está investindo em energia sustentável, a partir de painéis solares, é um CEO diferente de todos os outros. Ao apostar em empreendimentos de alto risco, tem se dedicado a criar um futuro ao mesmo tempo magnífico e próximo de uma fantasia de ficção científica.

Em 2014, Musk fez um discurso para os estudantes da Universidade do Sul da Califórnia e explicou suas cinco dicas para o sucesso. Confira:
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A primeira coisa que você precisa fazer é realmente trabalhar. Mas se você quiser ser muito bom ou se estiver começando o seu próprio negócio, você terá que trabalhar muito! Mas o que significa “trabalhar muito”?

Quando Musk e o irmão estavam abrindo a primeira empresa, em vez de alugarem um apartamento, os dois conseguiram um pequeno escritório e passaram a dormir ali mesmo, no sofá. Eles tomavam banho em uma academia próxima e trabalhavam dia e noite, sete dias por semana. Para Musk, a conta é simples: se alguém trabalha cinquenta horas por semana e você cem, significa que a sua empresa terá feito o dobro.

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Se você está entrando em uma empresa ou criando uma, a coisa mais importante é atrair as melhores pessoas. Uma empresa nada mais é do que um grupo que está criando, em conjunto, um produto ou um serviço. Logo, o sucesso do empreendimento depende diretamente de quão talentosa, comprometida e bem direcionada é a equipe. Dessa forma, faça tudo o que puder para ter as melhores pessoas com você.

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Foque no objetivo e não se distraia. Para Elon Musk muitas companhias acabam se confundindo e gastando dinheiro em coisas que na verdade não contribuem para melhorar o produto que elas oferecem.

Por exemplo, a Tesla Motors, sua empresa de carros elétricos, não gasta com publicidade. A companhia investe seus recursos em pesquisa e desenvolvimento, além de tecnologia e designer, para criar o melhor carro possível.

Para qualquer tipo de negócio, a lógica de Musk é sempre a mesma: os esforços que estão sendo feitos resultam em um produto ou em um serviço melhor? Se a resposta for não, pare com eles.

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Não se restrinja a seguir tendências. Elon Musk acredita que é melhor pensar sob a abordagem dos princípios fundamentais da física. Significa que, em vez de raciocinar por analogia, é mais proveitoso dissecar, resumir determinada ideia e encontrar a sua essência, o seu cerne — e construir a partir daí.

Para o inventor esta é uma boa maneira para descobrir se uma coisa faz mesmo sentido ou se é algo que simplesmente todo mundo está fazendo. Pode ser difícil pensar dessa maneira, mas se você quer fazer alguma coisa diferente esse é um método poderoso, usado por físicos para desvendar conceitos que fogem do senso comum, como a mecânica quântica.

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Assuma riscos. Conforme vamos envelhecendo, as obrigações crescem. Uma vez que você tiver filhos e construir uma família, os riscos não serão só seus, mas também de toda a família. Acaba sendo muito mais difícil se dedicar a projetos que podem dar certo ou não.

Então, assuma os riscos hoje, enquanto você não tem essas obrigações. Faça algo ousado — você não vai se arrepender.

Assista aqui o discurso completo de Elon Musk (em inglês).

Leia um trecho da biografia de Elon Musk.

testeA caligrafia de S.

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Dentro de uma caixa, um exemplar gasto de biblioteca. Em suas margens, anotações e, em seu interior, documentos reunidos por Jennifer e Eric em busca de respostas sobre o misterioso autor de O Navio de Teseu.

Para explicar o minucioso trabalho de produção gráfica por trás de S., entrevistamos Antonio Rhoden, o designer que escreveu manualmente todos os diálogos que ocupam margens, cartas, cartões-postais, mapas e demais anexos que compõem o quebra-cabeça literário criado por J.J. Abrams e Doug Dorst.

Como um falsificador, Antonio adaptou o conteúdo original para a edição nacional, reproduzindo marcas de estilo e passagens de tempo. Como um ator, criou uma caligrafia para cada um dos personagens, capaz de refletir suas personalidades.

testeA justiça selvagem de Hugh Glass

Por Marcelo Costa*

THE REVENANT

THE REVENANT © 2016 Twentieth Century Fox Film Corporation. All Rights Reserved.

The Revenant, título original de O regresso, romance de Michael Punke que a Intrínseca publica agora no Brasil, diz respeito, segundo o dicionário Michaelis, “a uma pessoa que retorna após longa ausência” ou ainda “àquele que volta do túmulo, um espírito, um fantasma, uma aparição”. Na primeira edição do livro, lançada nos Estados Unidos em 2002, um subtítulo colocava um pouco mais de lenha na fogueira: “A Novel of Revenge”, um romance sobre vingança. Juntando os cacos espalhados até agora já é possível imaginar a trama que conduz a narrativa de O regresso, mas é importante observar que os fatos (verídicos) relatados no romance aconteceram nada menos que dois séculos atrás (193 anos para ser mais exato). Ainda que o sentimento que a palavra “vingança” evoca tenha permanecido imutável durante todos esses anos, o mundo mudou drasticamente — e o ambiente é um personagem coadjuvante de extremo valor nessa história.

Com isso em mente, o cineasta Alejandro González Iñárritu e o diretor de fotografia Emmanuel Lubezki — responsável pelas imagens dos filmes Árvore da Vida (2011), Gravidade (2013) e Birdman (2014), entre outros — capricharam na estética do “personagem coadjuvante”, e se a adaptação cinematográfica (que colocou o livro novamente nas prateleiras) faturou três estatuetas no Globo de Ouro (melhor filme, diretor e ator), é fácil imaginar untitledque a fotografia também tenha destino certo na premiação da Academia. Aliás, O Regresso pode entrar para a história do cinema como o filme que dará a Leonardo DiCaprio seu primeiro Oscar (foi seu terceiro Globo de Ouro de melhor ator — os anteriores haviam sido por O Aviador, em 2005, e O Lobo de Wall Street, em 2014). Mas, ainda que isso aconteça, é importante frisar: esse é mais um caso clássico de livro muito melhor do que o filme. Ou quase isso.
Quase porque, na verdade, livro e filme vêm da mesma fonte, mas são obras distintas, com qualidades particulares. Se o filme tem a força da imagem (Lubezki choca a paisagem à contraluz de Árvore da Vida com os longos planos sequência de Birdman, num resultado arrebatador) e das grandes atuações, o livro é impactante por remeter a um diário romanceado dos pensamentos do personagem Hugh Glass, o homem de currículo invejável que sempre sonhou viver em alto-mar até ser sequestrado por um pirata lendário e ter seu futuro com uma bela mulher nublado. É este homem de coração partido que vagueia nas páginas do livro, perdido em um Novo Mundo, que cria pouco a pouco o mapa que conhecemos hoje, mas que, em 1820 (quando a história real se passa), era apenas um rabisco fruto da memória de vários caçadores.

A trama de O regresso começa no primeiro dia de setembro de 1823, uma segunda-feira sombria, embora, naquela época e no meio do Velho Oeste norte-americano, dias da semana não servissem para muita coisa. Mas, mesmo assim, é esse o dia em que Hugh Glass é abandonado por dois “companheiros” que, não bastasse a traição, ainda levam o que ele tinha de mais precioso: a espingarda e a faca. Nas condições em que se encontrava, um corpo absolutamente detonado, na fina fronteira entre a vida e a morte, após ter sido atacado por um imenso urso-cinzento (que, milagrosamente, ele conseguiu matar — ainda que tenha quase morrido junto), Glass não precisaria mais do armamento, justificaria Fitzgerald, um dos dois homens “escalados” para enterrar o companheiro, dando a ele uma despedida digna.

Colocadas as cartas na mesa, O regresso narra o processo de recuperação solitária do caçador Hugh Glass, que integrava a Companhia de Peles Montanhas Rochosas, após o ataque quase fatal do urso, e seu desejo de vingança, que o faz lutar por sobrevivência, enfrentando índios e o tempo cruel para concluir seus planos. A história verídica atravessou séculos e ganhou ares míticos. O romancista Michael Punke pesquisou a fundo a trajetória do caçador e alerta que o eixo central da trama é exato: o ataque do urso, o pobre homem deixado para trás pelos amigos em péssimas condições e o inevitável desejo de vingança. E o que há de ficção no romance é exatamente o que faz do livro uma obra mais interessante do que o filme: ao acompanhar a saga de recuperação de Hugh Glass, o leitor está confinado em seus pensamentos, e tudo que surge impressiona.

Mais interessante ainda é a recriação de época, algo que o filme compartilha, mas que o livro também exibe com força, pois se trata de hábitos há muito tempo deixados de lado por uma sociedade cada vez mais distante da natureza e dos enfrentamentos tão comuns daquele período. Outro ponto positivo da leitura: Michael Punke aprofunda vários personagens, numa reconstrução histórica que coloca em cena, por exemplo, o pirata corsário francês Jean Lafitte, que aterrorizou o Golfo do México no mesmo período em que Hugh Glass viveu e deixou a península de Galveston em chamas ao partir (a propósito, Nic Pizzolatto, o homem responsável pela série True Detective, escreveu um ótimo romance que se passa em Galveston, também publicado pela Intrínseca).

Você pode não acreditar em espíritos, fantasmas ou aparições, mas é bom ficar de olhos abertos, pois, como frisou o filósofo Francis Bacon em On Revenge, um dos capítulos de seu livro Ensaios, de 1625: “a vingança é uma espécie de justiça selvagem”, incutindo no ser humano uma inteligência crítica que às vezes faz falta. Segundo Bacon, a vingança é uma perversão da lei (o que, por sinal, tem a ver com o final do livro de Punke enquanto diverge de Iñárritu, que acrescenta elementos extras para tornar o ato mais factível). E ainda que Hugh Glass tenha atuado como pirata, sua busca por vingança é mais fruto dos desencontros da vida do que de maldade. Há diferença, mas a perversão da lei é a mesma… ainda hoje.

THE REVENANT

THE REVENANT © 2016 Twentieth Century Fox Film Corporation. All Rights Reserved.

Livro e filme, apesar de tratarem do mesmo tema, vingança, têm conclusões diferentes. Punke tentou ser o mais fiel possível à história real, enquanto Iñárritu apresentou uma história com início, meio e fim — não é à toa que o filme começa exibindo uma batalha anterior à narrativa do livro —, mas ambos criaram o personagem que acreditaram ser o mais plausível. O leitor, por sua vez, tem em mãos um diário de época incrível, retrato de um período histórico pouco explorado e muitas vezes esquecido. O resultado final é uma obra cujo texto pode ser complementado pelas imagens de Iñárritu e que transporta o leitor/espectador para um tempo distante, quando as regras da sociedade eram bem diferentes. Sombrio, agonizante e violento, O regresso utiliza um mundo que não existe mais para falar de um sentimento atemporal.

link-externoLeia também: O Regresso lidera as indicações ao Oscar 2016

 

Marcelo Costa é editor do site Scream & Yellum dos principais veículos independentes de cultura pop do país. Já passou pelas redações do jornal Notícias Populares, e dos portais Zip.NetUOLTerra e iG, além de ter colaborado com as revistas Billboard BrasilRolling Stone e GQ Brasil, entre outras. Participou da Academia do VMB MTV, do júri do Prêmio Multishow e do júri do Prêmio Bravo. Desde 2012 integra a APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte).

testeLaudo de um viciado em internet

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O paciente começou com o hábito de assistir a vídeos de gatos na internet. Logo, dançava, com o fone nos ouvidos e os ombros imóveis, entre videoclipes no YouTube. O caminho foi curto para o Pornhub. Piorou com o nascente impulso de olhar tudo que amigos postavam no Facebook. Ele não se contentava com a Timeline comum. Tinha de percorrer todas as publicações, no canto superior direito da rede social, onde se vê cada passo das pessoas: o que curtem, o que compartilham, a quem respondem ou mesmo se estão interessadas em comparecer a um pré-bloco de Carnaval on-line — limito-me a dizer que não tenho ciência do que se trata tal evento.

— Cheguei a confirmar presença numa manifestação pela continuidade do churrasco na laje. Também curti o post de um amigo que escreveu “Só agora resolveram falar de David Bowie”. Compartilhei até um de um conhecido on-line que afirmou “Será que só eu tenho nojo de brigadeiro?”. E mantenho um perfil no MySpace. Tenho vergonha.

Quando deitou no divã, a situação havia progredido. Estava impossibilitado de direcionar a palavra ao interlocutor. Ao menos não sem uma microtela à frente. Com o aprofundamento da situação clínica, o paciente desenvolveu o hábito de percorrer posts no Facebook ou assistir a um protesto de artistas num vídeo de quinze segundos no Instagram, ao mesmo tempo que denunciava em palavras o próprio vício:

— Não consigo parar de rolar a barra para baixo.

Ele me apresentou ao Tor, um navegador clandestino de internet, na quinta sessão. Seu vício se estendia até ao que não gostava. Ganhou o costume de adquirir produtos ilegais, normalmente relacionados a drogas, no Silk Road. É notável que ele jamais tenha usufruído do que comprava nem tivesse vontade de usar drogas. Muitas vezes, recusava-se a abrir o pacote de entrega.

Poucas sessões depois o paciente já se dividia entre o Facebook, páginas pornô — deixava os vídeos em “play” mesmo quando não visava à autossatisfação; afirmava que era apenas pelo “prazer em ver a tela em movimento” — e canais diversos, e adversos, do navegador Tor. Por indicação de um amigo — contatado por um chat sobre vídeos de gatos —, tinha interesse crescente numa página especializada em imagens de acidentes de carros. Também demonstrava gosto por outra na qual um grupo de garotos filmava casas mal-assombradas. Contudo, evitava o que denominava de “bizarrices extremas”, a exemplo dos sites que contratavam pessoas para serem perfuradas com objetos pontudos de várias sortes, por livre vontade.

Na oitava sessão, contou que tinha reparado no sumiço de seu gato. Um real, não virtual. Parece que havia desaparecido fazia um tempo. O paciente, entretanto, declarava não lhe sobrar tempo para procurá-lo pelo condomínio de prédios onde morava.

Na décima segunda sessão, enquanto passeava por fotos de mulheres no aplicativo Tinder — tinha o hábito de também olhar retratos de homens, apesar de não se interessar sexualmente por eles —, lembrou-se de que havia tempo não conversava com a mãe por WhatsApp. Também relatou ter perdido a conta de dias que não marcava um encontro com um, aqui transcrito da forma narrada, “representante do sexo oposto”.

Na décima terceira sessão, disse ter descoberto que uma prima havia falecido 48 dias antes. Não sabia relatar se alguém o avisara da morte. Pesquisou em seu Gmail. Não achou e-mails relacionados ao assunto.

Na décima quinta, compartilhou que havia semanas faltava disposição para o trabalho. Fazia meses que adotara o home office. Agora, porém, nem matinha a produção em casa, conectado a dois smartphones, um tablet, um MacBook Air, um PC, uma Smart TV, um Apple Watch, um Google Glass, duas pulseiras de exercícios e três videogames.

Na décima sétima, soube que ele havia se divorciado. Isso alguns anos antes. Tínhamos nos esquecido de conversar sobre a questão, concluímos. O paciente falava pouco, por ter de revezar o olhar com um número crescente de dispositivos móveis.

Na vigésima, disse ter acabado o dinheiro que recebera pela rescisão de seu último contrato de trabalho. Tivemos de encerrar as consultas.

Voltei a saber do paciente num fórum sobre fãs de simuladores de aviação. Ele me reconheceu pela foto do perfil. Falamos “oi”. Ele não curtia simuladores de aviação.

 

***

 

Filipe Vilicic é autor de O clique de 1 bilhão de dólares e colunista no site da Veja. Twitter: @FilipeVilicic / Facebook: fvilicic

testeTodo gato traz amor e sorte

Entrevista com Amanda Nori e Stéfany Guimarães, autoras de Cansei de ser gato: Do capim ao Sachê

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A procura por um par para Madalena mudou drasticamente as vidas de Amanda e Stéfany. Cheio de pulgas e vermes, o judiado Chico trouxe mais do que alegrias para a nova casa — logo suas humanas perceberam que ele podia ser muito mais do que um gato. Paramentado com roupas e adereços, Chico já foi alface, pão de forma, Frida Kahlo e Mestre dos Magos. E cada mudança, fotografada e postada por Amanda e Stéfany nas redes sociais, só reforçava o amor por felinos e a certeza de que elas deveriam seguir seus sonhos.

Foi assim que as duas largaram seus empregos para se dedicar exclusivamente à página Cansei de ser gato, que já tem mais de 370 mil fãs no Facebook e virou livro, publicado pela Intrínseca. Na entrevista abaixo, as autoras dividem sua história de amor e mandam um recado: “Projetos na gaveta são só projetos, e gavetas mais escondem do que guardam. Se você não fizer, ninguém fará. Na dúvida: tente.”

 

1 – Como Chico chegou à vida de vocês? E quais são suas atividades, rabugices e cantos preferidos da casa?
O Chico chegou em 2012, com dois meses, muita pulga, muito verme, muito judiado e muito esperado! Madalena estava procurando uma companhia e ele veio.

Ele é rabugento, temperamental e expressivo. Além disso é o mais carinhoso e o mais preguiçoso. Ronrona alto e pisca devagar. O Chico tem um miado e um olhar para cada necessidade. Ele também tem uma gata preferida aqui em casa, que é a Terezinha.  Os dois ficam atrás um do outro o dia inteiro!

Chico passa boa parte do tempo na cabana dele e em nossas pernas!

2 – Desde que virou um unicórnio, como Chico transformou a vida de vocês?
Depois do unicórnio foi tudo muito rápido. A gente descobriu que ele não se importava com roupas e acessórios, não ficava incomodado e nem estático. Ele age naturalmente, como nenhum gato faz, por isso o nome “cansei de ser gato”.

O Chico nos deu a possibilidade de passar o dia inteiro com nossos gatos em casa, nos fez perceber o quanto podemos nos divertir e amar o nosso trabalho, sendo tão confiantes quanto eles! Além da troca e do respeito que Chico nos ensina todos os dias.

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3 – Vocês duas largaram seus empregos para apostar na página Cansei de ser gato. Como foi esse processo? E que dicas vocês dariam para todos que têm projetos guardados na gaveta?
Largamos e ouvimos de uns: “Vocês estão certas, façam isso!” e de outros: “Vocês são loucas, façam isso em paralelo.” Quando percebemos que não estávamos trabalhando direito e nem cuidando da página direito, pensamos: temos que escolher uma coisa só e nos dedicar. Deu medo. Tínhamos certa estabilidade em nossos empregos, mas em nenhum momento duvidamos de que tínhamos capacidade — e um pouco de loucura —para que nossa ideia desse certo.

Projetos na gaveta são só projetos, e gavetas mais escondem do que guardam. Se você não fizer, ninguém fará. Na dúvida: tente.

4 – Quais são os momentos mais marcantes da carreira do Chico?

O Chico fez e faz campanhas para as maiores marcas do Brasil, participou de programas na TV e vai ter um talk show no YouTube.

Tudo é muito marcante. Mas lançar um livro numa das melhores editoras do país, em uma das maiores livrarias do Brasil, com fila para vê-lo e pegar seu “pantógrafo” é memorável e muito gratificante.

5 – Fotografar o Chico é difícil? Como vocês fazem? De que forma ele contribui com o resultado final? E quando ele se recusa a ser fotografado?

Difícil é tirar foto da Madalena, mesmo sem acessório. rs!

O Chico é muito tranquilo, realmente não se importa com as câmeras ou com as roupas. É fácil e rápido, em cinco minutos temos pelo menos três boas opções de fotos. Ele contribui sempre com uma expressão única. Às vezes parece que ele sabe qual personagem tem que interpretar, como no caso do Grey, de Cinquenta tons de cinza, em que ele fez cara de cafajeste e tudo! Ele não gosta de ser pego no colo muitas vezes, nem que segurem sua pata — aí está tudo acabado.

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6 – Como foi o processo de seleção de imagens e de produção de material novo para Cansei de ser gato: do capim ao sachê? De que forma vocês avaliam a recepção do livro?

O livro foi inteirinho pensado cronologicamente, foi quase um ano produzindo e juntando os materiais que seriam publicados. A gente realmente gosta e se diverte com o livro. Recebemos muitas mensagens dos seguidores, com elogios para todos os lados: texto, design, fotos, capa. Foi um trabalho muito legal de fazer. Mais legal ainda é ver a recepção e o carinho dos leitores.

7 – Vocês estão apoiando a campanha “Permita-se, conviva!”, que combate mitos e preconceitos envolvendo felinos. Para vocês, quais são os mitos mais perigosos e como todos nós podemos combatê-los?

Mitos são como traumas, você só supera quando se permite, quando os encara. O “permita-se, conviva” é perfeito porque acreditamos que só fala mal de gato quem nunca conviveu com um. O mito “gatos são traiçoeiros e interesseiros” é o que mais nos incomoda e também é o mais mentiroso. Eles são fieis, leais e parceiros. “Gato preto dá azar” — seria cômico se não fosse trágico. Todo gato traz amor e sorte. Conviva!

8 –  Qual é a dica do Chico para o sucesso em 2016?

Chico diria: ‘O sucesso é consequência, seja feliz e durma bem!” <3

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testeO Regresso lidera as indicações ao Oscar 2016

Depois de se consagrar com três prêmios no Globo de Ouro, O Regresso superou todas as previsões e foi indicado a 12 Oscars, se tornando a produção com maior número de nomeações na edição de 2016 do prêmio. Com estreia marcada para 4 de fevereiro nos cinemas brasileiros, o filme é inspirado no livro homônimo de Michael Punke que acaba de ser lançado pela Intrínseca.

Na premiação, que será realizada no dia 28 de fevereiro, o filme estará no páreo nas seguintes categorias: fotografia, figurino, edição de som, mixagem de som, maquiagem, ator coadjuvante (Tom Hardy), efeitos visuais, edição, direção de arte, diretor (Alejandro González Iñárritu), ator (Leonardo DiCaprio) e melhor filme.

A trama é inspirada na impressionante história real de Hugh Glass, caçador da Companhia de Peles Montanhas Rochosas atacado por um urso-cinzento e depois abandonado pelos companheiros, que levam suas armas e suprimentos. Entre delírios, Glass é tomado por um único desejo: vingança.

Além da indicação de DiCaprio na categoria melhor ator, concorre na mesma categoria Bryan Cranston por sua interpretação do personagem que da título a Trumbo: Lista Negra, inspirado no livro de Bruce Cook. Na categoria melhor canção original, o artista the weeknd concorre com a música “Earned it”, da trilha sonora de Cinquenta Tons de Cinza.

Confira todos os indicados ao Oscar 2016.

testeAs dez cenas com atrizes que eu gostaria de ter vivido no cinema

Aqui é o Fit. Sou formado em cinema e, junto com Pedro, Cristal e Mayla, vivi a maior aventura da minha vida, relatada no livro Surpreendente!. Durante a road trip em busca de nosso filme perfeito, fizemos listas dos melhores de todos os tempos, entre os quais comédias e romances. Depois disso, eu e Pedro, sob muitos protestos, tivemos que admitir uma disputa aberta pelas duas meninas sobre o ator mais bonito. Além de não termos conseguido emitir qualquer opinião embasada, não tivemos tempo de dar o troco (e você precisa ler o livro para saber o motivo). Então, peço licença para invadir a coluna e colocar, aqui, uma das listas que eu gostaria de ter proposto até o fim daquela viagem: as dez cenas com atrizes que eu gostaria de ter vivido no cinema.

1 – Dançado com Emma Watson em As vantagens de ser invisível, ao som de “Come on Eileen”, dos Dexys Midnight Runners:

 

2 – Encontrado Julie Delpy no trem, em Antes do amanhecer, e bolado aquele excepcional argumento para convencê-la de que deveria descer comigo em Viena:

 

3 – Presenciado Rachel McAdams, em Questão de tempo, tirar uma peça de roupa para cada decisão sobre o casamento (e casado com ela na sequência, obviamente):

 

4 – Jantado com Marion Cotillard, em Um bom ano, na Provence, cenário de cair o queixo:

 

5 – Interrogado Sharon Stone em Instinto selvagem:

 

6 – Escutado Megan Fox, em Transformers 1, me dar explicações sobre carburadores e mecânica em geral:

 

7 – Assistido a Keira Knightley, em Mesmo se nada der certo, cantar “A Step You Can’t Take Back” num pub:

 

8 – Deitado na chuva com Agnese Nano, em Cinema paradiso:

 

9 – Ter feito tudo aquilo com Natalie Portman, em Sexo sem compromisso:

 

10 – Beijado Anne Hathaway em qualquer filme, em qualquer lugar, a qualquer hora:

testeA Roda do Tempo gira…

Por Marcel Tenorio*

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… e, por mais que não pareça, já se passaram quase três anos desde que a Editora Intrínseca lançou no Brasil O Olho do Mundo, primeiro volume da saga épica escrita pelo autor americano James Oliver Rigney Jr., que assinava sempre com o pseudônimo Robert Jordan.

Desde então, a base de fãs só tem aumentado. Muitos leitores antigos, apaixonados por ficção fantástica, e tantos outros iniciantes no gênero têm se rendido aos encantos do rico universo criado por Jordan e seus muitos personagens, ao mesmo tempo fantásticos e realistas.

E não haveria como ser diferente com essa série que arrebatou uma legião de fãs em diversos continentes desde o seu lançamento original, no início da década de 1990. Os livros, inclusive, já ocuparam oito vezes a primeira posição da lista dos mais vendidos do The New York Times.

Para aqueles que ainda não estão familiarizados com a série, A Roda do Tempo é composta por impressionantes catorze volumes. E quando digo impressionantes, não pense que estou exagerando. Cada um dos livros tem em média trezentas mil palavras, ou seja, cerca de setecentas, oitocentas páginas. Alguns mais, outros menos.

Tranquilamente, A Roda do Tempo é uma das melhores opções quando o assunto é desenvolver músculos de leitura. Mas não se assuste com o tamanho. De verdade! O autor possuía um ritmo e uma leveza tão agradáveis que não é incomum o relato de pessoas que devoraram algum de seus livros em dois ou três dias.

Além disso, saber que a série é composta por tantos volumes nos dá a tranquilidade de confiar que a história e os personagens daquele universo serão explorados de forma profunda. A Roda do Tempo possui um universo tão bem estruturado que, ao fechar o livro, o leitor tem a impressão de que os personagens continuam a viver dentro daquelas páginas.

Por sinal, um dos grandes atrativos das obras é a possibilidade de acompanhar os personagens principais desde uma fase inocente da juventude até a maturidade. Os livros descrevem cada dilema, cada escolha, cada responsabilidade, enfim, tudo aquilo que serviu para moldar a personalidade do personagem e o que o levou a ser quem é.

A história se passa em um universo em que, em um tempo bastante remoto, houve uma guerra tão severa entre as forças do bem e do mal que o próprio tecido do mundo foi rompido. Então, com o girar da Roda do Tempo, muitas eras se passaram e as lembranças dessa guerra se tornaram lendas e presságios entre os povos e nações.

Um desses presságios diz exatamente que, quando as forças tenebrosas se reerguerem, o poder para enfrentá-las surgirá na forma de um homem escolhido, o Dragão Renascido. Junto com ele a guerra retornará e outra vez o tecido do mundo se romperá.

Nesse cenário, a trama se desenvolve e introduz o grupo de personagens que carregará o destino do mundo em suas costas, envolvendo-se em incontáveis aventuras e estratagemas enquanto tentam descobrir qual papel o futuro lhes reserva.

Com uma história como essa, é de se imaginar que não tenham sido poucas as comparações entre a obra de Jordan e a intocável criação de Tolkien, ou mesmo, mais recentemente, ao legado de George Martin. No entanto, qualquer comparação deve ser vista com certa reserva, já cada um desses brilhantes autores produziu algo único e com identidade própria.

Sendo bastante sincero, a identidade da série A Roda do Tempo fica mais evidente em A Grande Caçada, segundo volume da saga, em que podemos perceber uma maior maturidade do autor, com mais segurança no ofício. Desse ponto em diante, a série só melhora, recompensando cada vez mais o leitor pela paciência e fidelidade.

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Caso esteja interessado em conhecer a obra de Robert Jordan e ingressar nessa longa e majestosa jornada, saiba que a Intrínseca já publicou no Brasil os quatro primeiros volumes da série e que o quinto será lançado no segundo semestre de 2016.

 

Marcel Tenorio é administrador da página A Roda do Tempo Brasil e também fanático por ficção fantástica. Adora visitar outros universos e considera cada novo livro como um convite para viver uma aventura. Na vida real ele encara o papel de advogado recém-formado em uma cidade pequena do interior de São Paulo.