testeO que esperamos de Tartarugas até lá embaixo?

Por Iris Figueiredo*

Foto: Ana Franco

John Green é um dos meus autores favoritos, não apenas pelo jeito que escreve, mas pelo que transmite. Há pouco mais de dois anos, eu me desmontei em lágrimas quando tive a chance de conhecê-lo pessoalmente e dizer um pouquinho do que ele representava para mim. É muito louco (e bom!) o quanto livros conectam pessoas. As histórias do John não me apresentaram apenas personagens incríveis como também me deram amigos, parte de uma comunidade maravilhosa construída através do trabalho criativo dos irmãos Green.

John (sou íntima, ele me pediu um abraço!) vai publicar seu novo livro no dia 10 de outubro — que terá lançamento simultâneo no Brasil. Minhas expectativas para Tartarugas até lá embaixo são muito altas, não apenas porque é o primeiro livro dele depois do best-seller A culpa é das estrelas, que o elevou a um novo patamar de reconhecimento, mas também porque dessa vez ele conta uma história bem mais pessoal.

Depois de passar alguns anos sem conseguir escrever por causa da pressão e da ansiedade para entregar algo que correspondesse às expectativas do público, John finalmente conseguiu concluir seu projeto. Ao longo dos anos, eu o acompanhei em seu canal no YouTube, e até mesmo no Twitter, sobre a dificuldade que estava enfrentando para encontrar a história. Não consigo imaginar quão louco deve ser ter o mundo de olho no que você está fazendo, mas sei que do John Green sempre posso esperar algo apaixonante.

Ame ou odeie, não dá para negar que John sempre cria histórias para lá de originais. Narrados por adolescentes nerds que pensam demais sobre a vida, cada livro segue um caminho diferente e todos eles são ótimos — cada um a seu modo. Quem diz que John Green é autor de uma “história única” com certeza não leu os livros dele.

Em Quem é você, Alasca? aprendi que algumas pessoas podem mexer com a gente a ponto de nos ajudar a encontrar o caminho para fora do labirinto de sofrimento (mesmo que elas estejam presas nele). Com O teorema Katherine descobri que por mais que a matemática seja exata, os relacionamentos não são. Em Cidades de papel entendi que não podemos ficar depositando todos os nossos sonhos e expectativas em uma pessoa. E com A culpa é das estrelas me dei conta de que nada está garantido, que o amanhã é uma dádiva e que cada dia deve ser vivido da melhor forma possível.

Tartarugas até lá embaixo é o primeiro livro em que o John vai falar sobre um transtorno que afetou sua vida assim como a da protagonista da história, Aza Holmes. Isso mexe comigo porque também sei como é ser enganada pelo próprio cérebro às vezes e acho que só quem passa por isso consegue transportar bem a sensação para as páginas.

Sinto que Tartarugas até lá embaixo vai ter um lugar especial no meu coração, não apenas por ser um livro do John Green, mas porque sei que essa é uma história mais pessoal para o John e provavelmente vai falar comigo de forma ainda mais próxima que os outros. Mal posso esperar para ter o livro em minhas mãos e devorar todas as páginas em apenas um dia, só para morrer mais alguns anos esperando pelo próximo.

Eu quero é tartaruga pra dedéu — como dizem os nerdfighters — e espero que, mais uma vez, John Green me toque com suas palavras incríveis, personagens adoravelmente esquisitos e uma história que vai permanecer comigo anos depois de virar a última página.


 

Iris Figueiredo é escritora, tradutora e revisora. Sua paixão são os livros para jovens adultos, histórias que falam sobre crescer e amadurecer no mundo real e imaginário. Quando não está com a cara enfiada nos livros, está debatendo cultura pop por aí.

testeComo rir (sem culpa) de uma neurótica

Cheio de referências pop e eruditas, novo romance da roteirista americana Maria Semple acompanha o dia de uma animadora frustrada que decide mudar a maneira de conduzir a própria vida.

Por Mariana Filgueiras*

Ilustração: Ana Franco

“Uma mãe gambá com sua fileira de filhotes chafurda em uma lixeira, mete a cabeça pontuda em uma embalagem de creme de leite, baixa sua cauda e não se deixa assustar”, diz um trecho do poema “A hora do gambá”, que Robert Lowell, um dos mais importantes poetas norte-americanos do século XX, escreveu para Elizabeth Bishop.

Numa das cenas do romance Hoje vai ser diferente, da escritora Maria Semple (roteirista de sucessos da televisão americana, como Saturday Night Live, Mad About You e Arrested Development), a narradora, Eleanor Flood, está em um café tendo aula particular de poesia. É uma estratégia para aprender a escrever de forma mais concisa, já que ela tem o desafio de colocar no papel uma graphic novel sobre a própria vida. Naquela manhã, entre frutas e torradas com bacon, o professor analisa os melancólicos versos de Lowell, que Eleanor não faz ideia que dizem tanto sobre si mesma.

É uma personagem que chafurda na lixeira dos problemas da classe média americana: animadora de sucesso em Nova York e Seattle, onde mora com o marido, Joe, um cirurgião bem-sucedido que guarda um segredo durante boa parte da trama, e o filho, Timby, de oito anos, que muitas vezes parece mais adulto do que ela, Eleanor vive atarantada por milhões de tarefas. Ora se sente culpada por não dar atenção ao menino, que começa a inventar doenças para chamar sua atenção; ora ao marido, com quem já não leva uma vida sexual muito animada há tempos. Culpa que a deixa irritadiça até com uma das únicas amigas que têm:

Faz dez anos que não consigo me livrar dela. É a amiga de quem não gosto, é a amiga que não sei o que faz da vida porque eu estava entorpecida demais para perguntar da primeira vez e, a essa altura, seria grosseiro perguntar, a amiga com quem não sei ser má para fazê-la entender o recado, a amiga para quem vivo dizendo não, não, não, mas que ainda assim me persegue. Ela parece o mal de Parkinson: não tem cura, só dá para controlar os sintomas.

Eleanor se inscreve em cursos de meditação e falta as aulas, compra roupas escondida e não usa, sente falta da atmosfera “interessante” de Nova York, mas não consegue sustentar um compromisso social em Seattle sem deixar escapar comentários preconceituosos.  

Apesar disso, reage a muitas frustrações como uma boa personagem de sitcom dessas que Semple está habituada a criar: com tiradas tão neuróticas quanto bem-humoradas. Seu livro anterior, o elogiado Cadê você, Bernadette?, tem a protagonista construída sobre as mesmas bases tragicômicas — uma mistura de Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf, com Bridget Jones, de Helen Fielding.

Crédito: Ana Franco

Numa das passagens mais engraçadas do romance, Eleanor cita as “toalhas molhadas na cama” deixadas pelo marido e seu hábito peculiar de guardar os pãezinhos que sobram do couvert dos restaurantes dentro da própria meia, levá-los para casa “para não desperdiçar” e esquecê-los dentro da peça de roupa por dias. E enumera também suas manias que mais irritam Joe, como o hábito de passar fio dental deitada na cama, o de entrar no chuveiro com o cachorro para dar banho nele, e o mais curioso: o de não pegar a pipoca do pacote com as mãos, mas “encostando com a ponta da língua e pegando as que grudam”.

Como a gambá do poema, Eleanor chafurda, mas sai da lixeira com a cara enfiada na lata de creme de leite.

“Se eu for obrigada a ser sincera, foi assim que deixei o mundo na semana passada: pior, pior, melhor, pior, igual, pior, igual”, lista ela, antes de tomar a decisão que dispara o gatilho da trama, fazendo todos os acontecimentos se desenrolarem.

É quando Eleanor decide que não dá mais para levar a vida do mesmo jeito. Se fosse brasileira, poderia cantarolar um Roberto Carlos: “Daqui pra frente, tudo vai ser diferente…” Mas acaba fazendo o statement que dá título ao livro:

Hoje vai ser diferente. Hoje estarei presente. Hoje vou olhar no fundo dos olhos de todas as pessoas com quem conversar e vou ouvir com atenção. Hoje vou brincar com Timby. (…) Não vou falar sobre dinheiro. Hoje vou buscar a simplicidade. Vou exibir uma expressão relaxada e um sorriso. Hoje vou irradiar calma. Hoje vou dar o melhor de mim, vou ser a pessoa que sou capaz de ser.

É uma virada que aconteceu na própria vida da autora, que não esconde a proximidade entre suas protagonistas e si mesma. Maria Semple já disse em entrevistas que, se em Cadê você, Bernadette? ela trabalhou com uma versão idealizada de si, em Hoje vai ser diferente quis explorar a versão realista. “Eu carrego muita culpa por ter sido neurótica na frente da minha filha. Metade das falas de Timby são frases que minha filha disse para mim. A personagem não é má ou sarcástica, ela apenas é verdadeira”, disse a autora ao jornal The Guardian, quando o livro foi lançado nos Estados Unidos.

Para contar a história da animadora de meia-idade Eleanor Flood — que será vivida por Julia Roberts na série da HBO inspirada no livro —, a autora usa um recurso clássico de narrativa: a ação toda se passa em apenas um dia. Assim como acontece em Ulisses, de James Joyce, e na já citada Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf.

No caso de Hoje vai ser diferente, no entanto, a solução de contar as 24 horas na vida de uma personagem do universo pop americano ajuda a acomodar, sem muitos sobressaltos, a colagem de referências que  enriquecem a  trama. E que vão muito além da poesia moderna de Lowell e Bishop, incluindo outros clássicos como as canções do Radiohead, os bordões dos Simpsons, o traço de Robert Crumb ou o clima indie de Daniel Clowes.

 

Mariana Filgueiras é jornalista cultural e mestranda em Literatura na Universidade Federal Fluminense (UFF).

testeVocê realmente conhece o universo dos peculiares? Faça o teste!

As aventuras fantásticas da série O lar da srta. Peregrine para crianças peculiares já encantaram muitos leitores e foram até parar nas telas de cinemas! Cheio de termos e elementos exclusivos do universo criado por Ransom Riggs, desafiamos os leitores a testar os seus conhecimentos sobre a trilogia.

Faça o teste e descubra se você está por dentro da história:

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testeDe homofobia à gordofobia, Becky Albertalli conquista leitores e Hollywood

Por Pedro Martins*

Depois de conquistar leitores em mais de trinta países com o bem-humorado e poético Simon vs. a agenda Homo Sapiens, Becky Albertalli volta às prateleiras de lançamentos com Os 27 crushes de Molly.

Poxa, crush! Por que não me notas?

Enquanto o maior conflito de Simon era o medo de que descobrissem sua homossexualidade, a questão de Molly é impossível de esconder: ela é gorda. Aos 17 anos, Molly já viveu 26 paixões, mas todas dentro de sua cabeça. Isso porque, temendo a rejeição, ela nunca sequer tentou se declarar para os crushes. No entanto, quando sua irmã começa a namorar, Molly se vê ainda mais solitária. Por sorte, um dos melhores amigos da cunhada é um garoto hipster, fofo e lindo: perfeito para o seu primeiro beijo. Só tem um problema, que atende pelo nome de Reid. Fã de Tolkien, colega de trabalho e meio esquisito, Molly nunca se apaixonaria por ele, não é mesmo?

“Esse segundo livro foi muito mais difícil. Precisei reescrevê-lo sete vezes”, revela Becky ao blog da Intrínseca. “Ao contrário de Simon, Molly me trouxe questões que eu ainda não superei por completo, e escrever sobre essas coisas que me incomodam fez parte de um contínuo processo de superação.”

Quando viu a capa brasileira de Os 27 crushes de Molly pela primeira vez, Becky conta que não conseguia parar de admirá-la. “Além de ser bonita e de combinar com a capa de Simon, esta é a primeira vez que vejo uma garota parecida comigo numa capa de livro. Pode parecer bobo, mas capas como essa teriam me ajudado de verdade na adolescência”, diz a autora, elogiando o trabalho da designer Aline Ribeiro. “Leitores de outros cantos do mundo, que nem sabem português, estão encomendando a edição brasileira por se sentirem representados.”

Para a autora, a importância da representatividade está na reflexão não distorcida da realidade. “Eu quero ter certeza de que meus livros são lugares seguros e inclusivos para os meus leitores, muitos dos quais pertencem a grupos marginalizados pela sociedade”, explica. “É claro que no mundo existem problemas maiores do que um garoto enfrentando dificuldades com sua sexualidade ou do que uma garota que quer arranjar um namorado e não consegue, mas para mim era muito mais do que isso. Era desesperador me sentir excluída daquele jeito”, relembra a escritora, que antes de se dedicar à escrita trabalhava como psicóloga.

Pelo caminho da representatividade, Becky conquistou leitores como nunca havia imaginado. Publicada em dezenas de idiomas, a autora, que também é fangirl e já escreveu muita fanfic, hoje lida com histórias inspiradas em seus próprios livros. “Eu comecei a ler as fanfics assim que terminei meu último livro do universo de Simon, Leah on the Offbeat, porque agora não tenho mais medo de esbarrar em histórias que pudessem me influenciar”, conta. “Sempre me pedem para escrever um livro do ponto de vista de Blue, mas não é algo válido. Já sabemos de tudo que acontece; não teria suspense algum. Também não tenho interesse em continuar a história de Simon, pois o que me motiva a escrever é a ideia de formar casais. Mas é muito divertido revisitar esses personagens sob a visão dos leitores. Algumas cenas são escritas exatamente como eu as imaginava.”

Em 2016, como recordação de sua visita à Bienal do Livro de São Paulo, a autora levou para casa um exemplar de Simon autografado por seus leitores.

Em paralelo às fanfics, este ano Becky revisitou Simon de outra maneira ainda mais inesperada: nos sets de filmagem. Formalmente, a autora não tem nenhum cargo na produção, mas, à convite da direção, opinou em (quase) tudo: do roteiro à escolha do elenco. “Eles me mantiveram ciente de tudo e, para minha alegria, estávamos em sintonia. Também tive sorte de filmarem na cidade onde moro, Atlanta. Eu estava no set praticamente dia sim, dia não. Nunca me cansava.”

“Para respeitá-los, eu não quis dar dicas aos atores sobre seus personagens, mas todos foram maravilhosos”, acrescenta, orgulhosa. “Nick Robinson (Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros) se transformou em Simon de corpo e alma, e Katherine Langford (13 Reasons Why), por exemplo, já era fã do livro, então a gente conversava muito no set.”

Becky com figurantes no set do filme: “Os estudantes mais legais da Creekwood!”

As filmagens terminaram em abril e, mesmo não tendo assistido ao filme finalizado, Becky já tem uma cena favorita, que, inclusive, não está no livro. Trata-se de quando Simon revela a sexualidade para sua mãe. “Eu nunca me esquecerei daquele momento. Dos produtores aos jornalistas que estavam nos visitando, ninguém conseguia parar de chorar”, relembra, emocionada. “Eu estou tão ansiosa para assistir ao filme que a primeira coisa que faço assim que acordo é checar no meu e-mail se o convite chegou!”

Produzido pela mesma equipe que levou A culpa é das estrelas para os cinemas, Simon Vs. A Agenda Homo Sapiens deve chegar às telonas em março de 2018. Por enquanto, se você se apaixonou por Simon, conheça Molly, já nas livrarias!

 

*Pedro Martins descobriu a magia da leitura aos oito anos por meio dos livros de J.K. Rowling. Essa paixão o levou a ser gerente de conteúdo do Potterish.com e o empurrou em direção ao jornalismo, possibilitando-o escrever sobre literatura para diversos portais, do britânico The Guardian ao brasileiro Omelete.

testeSorteio Instagram – Destaques Bienal do Livro Rio

Vamos sortear 3 exemplares dos nossos destaques da Bienal do Livro Rio! Para participar, poste essa imagem em seu Instagram PUBLICAMENTE e preencha o formulário abaixo!

Atenção:
– Caso a mesma pessoa se inscreva mais de uma vez ela será desclassificada. Atenção: ao terminar de preencher o formulário aparece a mensagem “agradecemos a inscrição”. Espere a página carregar até o final para confirmar a inscrição
– Se você já ganhou um sorteio nos últimos 7 dias no INSTAGRAM, você não poderá participar deste sorteio.
– O resultado será anunciado no dia 04 de Setembro, Segunda-feira, em nosso perfil no Facebook. Boa sorte! ?

Confira os vencedores abaixo: 

testeSorteio Facebook – Destaques Bienal do Livro Rio

Vamos sortear 3 exemplares dos nossos destaques da Bienal do Livro Rio! Para participar, compartilhe essa imagem em seu Facebook PUBLICAMENTE e preencha o formulário abaixo!

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– Caso a mesma pessoa se inscreva mais de uma vez ela será desclassificada. Atenção: ao terminar de preencher o formulário aparece a mensagem “agradecemos a inscrição”. Espere a página carregar até o final para confirmar a inscrição
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– O resultado será anunciado no dia 4 de setembro, Segunda-feira, em nosso perfil no Facebook. Boa sorte! ?

testeBiografia inédita de Leonardo Da Vinci chegará às livrarias em outubro

A biografia definitiva do mestre Leonardo da Vinci, assinada pelo autor dos best-sellers Steve Jobs: A biografia e Einstein: sua vida, seu universo será lançada em 17 de outubro.

Com base em milhares de páginas dos impressionantes cadernos que Leonardo Da Vinci manteve ao longo de boa parte da vida e nas mais recentes descobertas sobre sua obra e trajetória, Walter Isaacson, biógrafo de algumas das mentes mais inovadoras e influentes de nossa história, como Einstein e Steve Jobs, tece uma narrativa que conecta arte e ciência, revelando momentos inéditos da história de Leonardo. Desfazendo-se da aura de super-humano muitas vezes atribuída ao artista, Isaacson mostra que a genialidade de Leonardo estava fundamentada em características bastante palpáveis, como a curiosidade, uma enorme capacidade de observação e uma imaginação tão fértil que flertava com a fantasia.

Leonardo criou duas das mais famosas obras de arte de todos os tempos, A Última Ceia e Mona Lisa, mas se considerava apenas um homem da ciência e da tecnologia — curiosamente, uma de suas maiores ambições era ser reconhecido como engenheiro militar. Com uma paixão que às vezes se tornava obsessiva, ele elaborou estudos inovadores nas mais diversas áreas, como anatomia, fósseis, o voo dos pássaros, o coração, máquinas voadoras, botânica, geologia, hidráulica e armamentos e fortificações. A habilidade para entrelaçar humanidades e ciência, tornada icônica com o desenho do Homem vitruviano, fez dele o gênio mais criativo da história.

Filho ilegítimo, à margem da educação formal, gay, vegetariano, canhoto, distraído e, por vezes, herético, o Leonardo desenhado nesta biografia é uma pessoa real, extraordinária pela pluralidade de interesses e pelo prazer que tinha em combiná-los. Um livro indispensável não só pelo caráter único de representar integralmente o artista, mas como um retrato da capacidade humana de inovar, da importância de não apenas assimilar conhecimento, mas ter a disposição para questioná-lo, ser imaginativo e, como vários desajustados e rebeldes de todas as eras, pensar diferente.

A biografia chega às livrarias brasileiras com lançamento simultâneo ao dos Estados Unidos, em 17 de outubro. A obra será adaptada para o cinema, protagonizada por Leonardo DiCaprio. O ator também produzirá o longa (ainda sem data de estreia) ao lado de Jennifer Davisson, com quem trabalhou em O Regresso, filme que lhe rendeu o Oscar de melhor ator.

testeConheça seu maior inimigo: você mesmo

Ele arruinou a carreira de gênios promissores. Mandou pelos ares grandes fortunas e destruiu empresas. Tornou as adversidades insuportáveis e transformou esforço em vergonha.

Seu nome? Ego.

O ego é um adversário interno citado por quase todos os grandes filósofos da história, em incontáveis obras de arte, de todas as culturas e todos os tempos.

E agora vamos ensinar a destruí-lo, antes que ele destrua você.

Em O ego é seu inimigo, Ryan Holiday apresenta exemplos reais e inspiradores de pessoas comuns que dominaram o ego, chegaram aos mais altos níveis de poder e sucesso e se tornaram lendas — não pela fama, mas pelo trabalho e legado. Ao perceber a influência negativa do ego e combatê-lo, você será capaz de viver melhor e conquistar resultados mais expressivos. As estratégias e táticas desenvolvidas por essas figuras fascinantes vão ajudá-lo a vencer esse inimigo tão poderoso que nos desafia todos os dias. O livro chega às livrarias em 8 de setembro.

teste17 livros para conhecer na Bienal do Livro Rio

A Bienal do Livro Rio é o maior evento literário do país e começa nesta quinta-feira. São muitos autores, encontros, sessões de autógrafos, marcadores, momentos inesquecíveis e, claro, livros com desconto!

Para ajudar os leitores que estarão por lá, selecionamos alguns títulos muito legais para diferentes estilos:

Para quem gosta de livros com histórias românticas:

Amor & Gelato — Paixões, segredos e um verão inesquecível na Itália! Essa é a trama do romance de estreia de Jenna Evans Welch.

Depois da morte da mãe, Lina tem que realizar um último pedido: ir até a Itália para conhecer o seu pai. Do dia para a noite, ela se vê na encantadora paisagem da Toscana, passeando pelos famosos pontos turísticos que no passado marcaram a juventude da mãe. Guiada por um antigo diário, Lina agora vai construir a própria história, descobrir o amor e aprender a lidar com o luto.

 

Os 27 crushes de Molly — De Becky Albertalli, autora de Simon vs. a agenda Homo sapiens, que participou da Bienal do Livro de São Paulo no ano passado.

O livro conta a história de Molly, uma garota que já viveu muitas paixões, mas só dentro da própria cabeça. Aos 17 anos, ela acumulou vinte e seis crushes. Embora sua irmã gêmea, Cassie, viva dizendo que Molly precisa ser mais corajosa, a garota não consegue suportar a ideia de levar um fora. Então, age com muito cuidado. Para ela, garotas gordas sempre têm que ser cautelosas. 

Box de Para todos os garotos que já amei — Vamos lançar o box da trilogia completa de Jenny Han, autora que participa do evento em 2 de setembro.

O box inclui os três livros e um pôster exclusivo autografado para os fãs brasileiros.

Para todos os garotos que já amei conta a história de Lara Jean, uma garota romântica, descendente de coreanos, apaixonada por doces e que gosta de escrever cartas secretas para suas paixões. 

Lara Jean não tem coragem de se declarar e prefere manter essas cartas em segredo. Porém, um dia, elas são enviadas misteriosamente para os destinatários e agora todos vão saber o que ela sempre tentou esconder.

 

Em busca de abrigo — O romance de estreia de Jojo Moyes conta a história de três mulheres que precisam lidar com a quebra de laços familiares aparentemente indestrutíveis.

Joy mora numa mansão fria no sul da Irlanda com seu marido, cuja saúde está se deteriorando depressa. Kate e Sabine, respectivamente filha e neta de Joy, moram no subúrbio da Inglaterra e têm uma relação conturbada. Quando as três mulheres finalmente se reencontram há conflito entre amor e obrigação, mães e filhas e diferentes escolhas de vida.

 

Para quem gosta de bons livros com MUITO desconto:

Teremos muitos livros com preços especiais na Bienal, mas selecionamos alguns títulos que você não pode deixar de conhecer!

Mosquitolândia — Após o inesperado divórcio dos pais, Mim Malone é arrastada de sua casa em Ohio para morar com o pai e a madrasta no árido Mississippi. Para fugir dessa nova vida e buscar seu verdadeiro lugar, o lar de sua mãe, ela embarca em um ônibus e encontra companheiros de viagem muito interessantes pelo caminho, numa odisseia contemporânea tão hilária quanto emocionante.

 

Perdão, Leonard Peacock — O livro de Matthew Quick, autor que já participou da Bienal em 2013, narra o drama de um estudante que planeja assassinar seu ex-melhor amigo para depois se matar com a arma que pertenceu ao avô no dia do seu aniversário. Antes, no entanto, ele pretende entregar três presentes para três pessoas que lhe são importantes.

 

A visita cruel do tempoNa obra vencedora do Pulitzer, do National Book Critics Circle Award e do LA Times Book Prize no ano de 2011, Jennifer Egan combina diferentes pontos de vista sobre histórias que se entrelaçam de maneiras inesperadas. 

Bennie Salazar é um executivo da indústria fonográfica. Sasha é sua assistente cleptomaníaca. E é a partir da história desses dois personagens que a autora retrata, em uma narrativa caleidoscópica, a passagem do tempo e a transformação das relações. Da São Francisco dos anos 1970 até a Nova York de um futuro próximo, Jennifer Egan cria um romance de estilo ímpar sobre continuidade e rupturas, memória e expectativas.

 

Para quem gosta de romances jovens bem construídos e inesquecíveis:

Enquanto o novo livro de John Green, Tartarugas até lá embaixo, não chega às livrarias, indicamos A culpa é das estrelas e Quem é você, Alasca?, que também estarão com desconto especial no nosso estande! É uma oportunidade de conhecer duas das mais importantes obras do autor.

 

Para quem gosta de livros nerds e geeks:

Geekerela — O divertido romance de Ashley Poston  traz a clássica história da Cinderela para os dias atuais e aborda temas como internet, independência da mulher, indústria do cinema e cultura nerd.

Quando Elle, nerd de carteirinha, descobre que sua série favorita vai ganhar um remake hollywoodiano, ela fica dividida. Antes de morrer, o pai lhe transmitiu a paixão por aquele verdadeiro clássico da ficção científica, e agora ela não quer que suas lembranças sejam arruinadas por astros pop e fãs que nunca ouviram falar da série.

 

Deuses americanos — A obra de Neil Gaiman já foi adaptada para a TV e é um dos livros mais comentados desde então!

O livro acompanha Shadow Moon, que passou quase três anos na cadeia contando os dias para voltar para casa. Pouco antes do fim da pena, ele fica sem rumo na vida ao descobrir que a esposa faleceu em um acidente.

Após o velório, ele conhece o sr. Wednesday — um homem com olhar enigmático e sempre com um sorriso insolente no rosto  —, que  lhe oferece um emprego. É na nova função que Shadow começa a desvendar a real identidade do chefe e a se dar conta de que os Estados Unidos, ao receberem pessoas de todos os cantos do mundo, também se tornaram a morada de deuses dos mais variados panteões.

 

Para quem gosta de mistérios e de narrativas com muitas reviravoltas:

Por trás de seus olhos — Esse é o tipo de livro que não podemos falar muito porque existe um grande risco de soltar um spoiler, mas podemos garantir que você precisa conhecê-lo durante a Bienal.

Um suspense com personagens escorregadios e um desfecho imprevisível e perturbador.

 

Até que a culpa nos separe — Novo romance de Liane Moriarty, autora de Pequenas grandes mentiras e O segredo do meu marido.

A história começa com um convite inesperado para um churrasco de domingo em Sydney, na Austrália. Três famílias resolvem passar uma tarde tranquila em uma bela casa sem imaginar como suas vidas mudariam para sempre a partir daquele dia.

Sem conhecer direito os anfitriões, Clementine, uma mulher casada e com duas filhas, acompanha a amiga de infância, Erika, quando um episódio assustador acontece no evento.

 

Para quem gosta de livros com personagens cativantes e mensagens importantes:

Fantasma — Se você estiver procurando um livro rápido, que pareça com uma série na Netflix e ao mesmo tempo fale sobre temas como bullying, representatividade e preconceito de uma forma sensível, não pode deixar de conhecer a obra de Jason Reynolds!

Fantasma é um garoto que sempre soube que correr era o seu forte, mas nunca levou a atividade muito a sério. Até que, certo dia, ele disputa uma corrida contra um dos melhores atletas de uma equipe que está treinando na pista de atletismo do parque. E vence. O treinador quer que ele entre para a equipe de qualquer jeito. O problema é que Fantasma tem muita raiva dentro de si e também um passado que tenta desesperadamente deixar para trás.

 

Extraordinário — Não tem como fazer uma lista sobre a Bienal e não incluir Extraordinário. O filme inspirado no livro estreia em novembro, e tem muita gente que ainda não se encantou (e chorou) com Auggie.

Extraordinário conta a história de Auggie Pullman, um garoto que tem uma deformidade facial e enfrenta o grande desafio de frequentar a escola pela primeira vez. Com momentos comoventes e outros descontraídos, o livro consegue captar o impacto que um menino pode causar na vida e no comportamento de todos a seu redor: família, amigos e comunidade.

 

Apenas uma garota — Uma história sobre aceitação e as primeiras experiências de uma adolescente trans!

Prestes a entrar na vida adulta, Amanda Hardy acabou de mudar de cidade, mas a verdadeira mudança de sua vida vai ser encarar algo muito mais importante: a afirmação de sua identidade. Tudo que ela mais quer é viver como qualquer outra garota. E, embora acredite firmemente que toda mudança traz a promessa de um recomeço, ainda não se sente livre para criar laços afetivos.

 

Para quem gosta de thriller psicológico:

Piano vermelhoO novo livro de Josh Malerman, autor que foi destaque na Bienal em 2015 com Caixa de pássaros, nos deixa com medo e assustados o tempo todo!

Escute o áudio e conheça a história:

 

Para quem curte mitologia:

Hotel Valhala: Guia dos mundos nórdicos — Com dados importantes, entrevistas exclusivas e muitas reflexões, o guia foi pensado para ajudar o guerreiro viking recém-chegado ao Hotel Valhala a começar o treinamento para o Ragnarök com o pé direito, evitando qualquer constrangimento desnecessário na pós-vida viking. 

 

Estande da Intrínseca na Bienal
Endereço: Pavilhão Azul (3) entre a rua E e a rua F
Horário de funcionamento:
31 de agosto: 13h às 22h
7 de setembro (feriado): 10h às 22h
Durante a semana: 9h às 22h
Finais de semana: 10h às 22h
Confira o mapa

testeSobre meu amor por todo o universo Lara Jean

*Por Beatriz Cajaty

“Desta vez, é de verdade; este é mesmo o fim para mim e para Lara Jean. Mas ela vai continuar viva no meu coração, pois sempre há uma curva na estrada.”

É assim que Jenny encerra os agradecimentos de Agora e para sempre, Lara Jean. E é assim que eu começo meu texto. Caso você não tenha lido os dois primeiros livros, já deixo aqui minha dica: aproveita para ler todos de uma vez. Eles são super conectadinhos, e você não precisa se preocupar com cancelamento nem final em aberto.

 

Meu último texto no blog foi sobre o livro Uma pergunta por dia, e eu vou acabar me repetindo um pouco. Nele, eu falava sobre como aquele livrinho que funciona como uma espécie de registro de memórias me levava para minha infância e adolescência. Lara Jean faz o mesmo. Filmes românticos não costumam me atrair, mas definitivamente não posso falar o mesmo sobre os livros. Sempre fui uma leitora voraz, principalmente de romances adolescentes. Sou uma tradicional ariana com ascendente em escorpião, mas minha lua em câncer deve ter alguma parcela de culpa nisso. Tenho certeza!

Eu já escrevi sobre o primeiro livro, Para todos os garotos que já amei, e vocês podem rever esse texto aqui. Desde que o primeiro livro acabou eu fiquei toda PELAMORDEDEUSJENNYLANÇALOGOESSELIVROMULHER. Por isso adorei o convite para falar sobre a conclusão da série. <3

Empolgada demais da conta seria a reação adequada

Uma coisa que eu sempre amei na Jenny Han é que ela faz parecer “fácil” escrever. Ela descreve de forma tão simples os problemas reais enfrentados pelos personagens, e eu amo como eles não se repetem em todos os livros. Não suporto aquelas histórias com vários volumes e sempre os mesmos problemas. Mas a facilidade não retira a emoção, de jeito nenhum! Acho que não levei mais que três dias para ler cada um dos três livros.

Eu estou me controlando para não soltar nenhum spoiler, porque preciso falar sobre o último livro. Mas mesmo que você não tenha lido os dois primeiros, me dá a mão e confia que não vou contar nada que não deveria.

Lara Jean é uma personagem real com problemas reais. Se você não for a Lara Jean da sua história, você com certeza conhece alguma Lara Jean. Eu me identifico com a própria em diversos momentos e, em outros, nem tanto. Ela não é a mocinha inocente e ingênua que precisa que façam tudo por ela, mas também não é a mulher independente que recusa a ajuda de todos. Ela tem sonhos, medos, expectativas, frustrações e alegrias.

Mesmo quando tudo estava indo pelos ares nos dois primeiros livros, ela ainda estava na sua zona de conforto com seus amigos, sua família e o dia a dia na escola. Agora ela vai perceber mudanças reais com o término do ensino médio, começando pela escolha da universidade.

Lara começa a se arriscar mais e se tornar mais independente, mas nem por isso abandona suas deliciosas receitas. E Margot, que sempre teve tudo sob controle, passa a se sentir uma estranha na própria casa por ver a vida acontecendo mesmo sem ela estar por perto.

(O amor entre irmãs ainda é uma das minhas coisas favoritas nessa série)

Além disso tudo, as histórias de Jenny são sempre repletas de trechos maravilhosos, e este livro não poderia ser diferente:

“Você não pode protegê-lo de se magoar, querida, não importa o que faça. Ser vulnerável, deixar pessoas se aproximarem, se magoar… tudo isso é parte de estar apaixonado.”

Mas tem uma frase que eu levei para a vida e já usei tanto que perdi a conta: “Nunca diga não quando quer mesmo dizer sim.”

Tomei isso como lema pra mim porque é pura verdade. Fiquei emocionada com o encerramento da história, mas o livro termina de forma bem redondinha, e eu consigo imaginar os problemas que Lara vai enfrentar daqui pra frente, porque são problemas que a gente enfrenta ou já enfrentou.

Vou encerrar meu texto da mesma forma que Jenny, com o trecho do livro Anne de Green Gables (que inclusive resultou em uma série MARAVILHOSA na Netflix):

“Tive momentos esplêndidos”, concluiu ela com alegria, “e sinto que isso marca uma época da minha vida. Mas o melhor de tudo é voltar para casa.”

— Anne de Green Gables, L.M. Montgomery

Ah! Quase ia esquecendo, mas enquanto escrevia este texto montei uma playlist com músicas inspiradas em Agora e para sempre, Lara Jean, que você pode ouvir aqui.

E aí, você conhece alguma Lara Jean?

 

*Beatriz Cajaty (se pronuncia igual a Jequiti) odeia batata, acha que Silvio Santos é o avô que o Brasil merece; origami é a forma mais pura de representação de amor por papelaria. Encontrou seu Peter Kavinsky, ainda que ele não tenha sido seu amigo de infância e o meio tenha sido mais tecnológico. Mas a sensação foi a mesma.