
Tensão, mistério e afetos: Magda Szabó finalmente chega ao Brasil
A porta, célebre romance da escritora húngara, já está disponível
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Uma escritora culta, com uma relação nebulosa com as autoridades comunistas na Hungria moderna do pós-Segunda Guerra Mundial, contrata Emerenc — camponesa, analfabeta, impassível, bruta e de idade indefinida — como sua governanta. Emerenc mora sozinha em uma casa onde ninguém pode passar da porta de entrada, nem mesmo seus parentes mais próximos. Ela assume o controle do lar da patroa, tornando-se indispensável, experimentando um tipo de amor — pelo menos até o tão desejado sucesso da escritora trazer à tona uma revelação devastadora.
A força sobre-humana de Emerenc, sua disposição para ajudar os outros e fragmentos de sua biografia dolorosa constroem o mosaico do que parece uma existência transpassada por segredos. Na relação de dependência desenvolvida entre as protagonistas se encerram dúvidas e mistérios sobre a personalidade daquela que personifica um país que já não existe mais.
A cada nova informação sobre a excêntrica governanta, emerge o cenário de uma Hungria ocupada e dividida, e até a relação de Emerenc com seus pertences é questionada. Teria roubado dos judeus ou ganhado os bens de uma família judia que ela havia ajudado a fugir? Quem é essa mulher e por que ela está fechada a qualquer intimidade com seus patrões? Todas as possibilidades são plausíveis até que as portas, metafóricas e literais, sejam, por fim, abertas.
Em um romance revelado tardiamente ao grande público, mas muito debatido e elogiado pela crítica, Magda Szabó oferece uma visão generosa sobre táticas de sobrevivência, sobre tudo o que pode ser dito no silêncio e sobre o papel da autenticidade na arte e na vida.
A porta, célebre romance da escritora húngara, já está disponível
Magda Szabó (1917 – 2007), escritora húngara e uma das vozes mais importantes da literatura europeia do século XX, nasceu em uma família protestante. Durante o período de ocupação alemã e soviética do país, estudou latim e húngaro na Universidade da sua cidade natal, trabalhou como professora, publicou dois livros de poesia e foi agraciada com o prêmio Baumgarten, em 1949. Atingiu merecida projeção internacional com a publicação do romance A Porta (1987). A sua obra está traduzida em mais de 30 idiomas e foi distinguida com inúmeros prêmios internacionais.
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