“Vidas terríveis são a maior das felicidades”, desbafa Mifti em seu diário. Aos dezesseis anos, ela assumiu sua condição de “garota-problema” participante da cena underground de Berlim, onde mora desde a morte da mãe. A narrativa de suas experiências, radicalmente influenciadas pelo uso de drogas diversas, faz o leitor mergulhar em uma sequência de acontecimentos paradoxais e incomuns.
Mift é a protagonista de Axolotle atropelado, romance de estreia da alemã Helene Hegemann que, aos 17 anos, conquistou a crítica literária e se transformou em fenômeno editorial no país. Pertencente a uma família disfuncional, com seus meios-irmãos ricos e negligentes e o pai egoísta, Mifti luta para dar sentido a sua vida. Em seu diário, alucinações e realidade se mesclam na descrição de sua rotina, pontuada por experiências de sadomasoquismo, autodestruição e abuso de drogas - entre álcool, heroína e ecstasy. Ela, que anseia por liberdade e pela fuga das convenções sociais, tece críticas à família e à sociedade alemãs e discursa sobre filmes, música e filosofia.
Em sua busca por uma parceria e por uma compreensão incondicional, Mifti adota um mascote exótico e surpreendente: o axolotle – uma espécie de salamandra mexicana que permanece em estado larvário, sem se desenvolver.
Helene Hegemann
Helene Hegemann nasceu em Freiburg, Alemanha, em 1992, e mora em Berlim. Axolotle atropelado, seu romance de estreia, foi indicado para o prêmio literário do lit.Cologne, um dos maiores festivais de literatura da Europa, e foi finalista do prêmio literário da Feira do Livro de Leipzig, em 2010. Torpedo, seu filme anunciado como “a revelação do ano” no Hof Film Festival de 2008, estreou na Alemanha no verão de 2009, recebendo o prestigiado prêmio Max Ophüls. Helene também é autora da peça teatro Ariel 15, que estreou em 2007.
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