Em uma obra em que o leitor é levado constantemente a questionar o que lhe é apresentado, Delphine de Vigan constrói um clima confessional, sombrio e opressivo para expor a obsessão do mercado editorial e do cinema pelas narrativas baseadas em fatos reais. A linha tênue entre verdade e mentira oscila para enriquecer uma poderosa reflexão sobre o fazer literário e questionar as fronteiras entre aparentes dicotomias, como real e ficção, razão e loucura, público e privado. Um livro brilhante, que joga com os códigos da autoficção e do thriller psicológico.
Após o grande sucesso de seu último livro, em que revelava perturbadores segredos familiares, Delphine se vê diante da temível pergunta: o que vem depois de um texto tão pessoal, que comove tantos leitores? A inércia. O sucesso a fragiliza a tal ponto que a deixa completamente vulnerável. Ela não consegue mais escrever nem uma linha, nem sequer se sentar diante do computador ou segurar uma caneta. Está esgotada, e vive assombrada pela pressão da próxima obra.
Tomada pelo bloqueio criativo, o sentimento de impotência e isolamento permeiam constantemente sua vida: os filhos gêmeos, Louise e Paul, estão prestes a sair de casa para seguir o próprio caminho e ingressar na universidade. Além disso, seu namorado, François, é um famoso jornalista e apresentador de um programa de crítica literária e está sempre viajando para o exterior. A instabilidade emocional de Delphine ainda é agravada pelas cartas de teor bastante violento que recebe de um remetente anônimo, ameaçando-a por ter exposto publicamente sua família.
Nesse cenário de fragilidade, Delphine conhece L., uma mulher sofisticada, confiante, feminina, carismática e atraente. Tudo o que ela sempre desejou ser. L. parece ter um passado misterioso, trabalha como ghost-writer, e entra de modo insidioso na vida da escritora, que vê na amizade uma forma de superar seu bloqueio criativo. L. é a amiga perfeita, sempre disponível, e logo passa a interferir nos aspectos mais íntimos da vida de Delphine. O domínio de uma sobre a outra é inesperado. A conexão entre elas parece… inacreditável.
Leia mais no BLOG
Delphine de Vigan
Delphine de Vigan tem livros publicados em todo o mundo. Seu primeiro romance, Jours sans faim, foi lançado sob o pseudônimo Lou Delvig e abordava a luta contra a anorexia. Ela também é autora de No et moi, adaptado para o cinema por Zab ou Breitman, além de Les Heures souterraines e Rien ne s’oppose à la nuit, obra autobiográfica de grande sucesso, vencedora do Prix du Roman FNAC e do Prix Renaudot des Lyceens em 2011
Siga-nos