Nos anos 1990 uma onda de sequestros aterrorizou a população do Rio de Janeiro, a ponto de o estado ostentar uma marca assustadora: dez pessoas presas em cativeiro simultaneamente. Em meio à escalada na violência, começa a ser desenhado o projeto de uma central telefônica para receber ligações anônimas relatando crimes, semente de uma iniciativa pioneira que reuniria sociedade civil, imprensa e forças policiais.
Experiente na cobertura da segurança pública no estado do Rio, Mauro Ventura acompanhou de perto o nascimento do Disque Denúncia, que desde sua criação, em 1995, recebeu quase 3 milhões de denúncias, que resultaram na prisão de mais de 20 mil bandidos e na apreensão de cerca de 42 mil armas e munições, além de 33 toneladas de entorpecentes.
Após três anos de pesquisa, Mauro Ventura reuniu os casos mais dramáticos dos 28 anos de atuação do serviço. Com pleno acesso ao banco de dados e à equipe do Disque Denúncia, graças ao apoio de Zeca Borges, gestor do projeto durante mais de duas décadas, Ventura não apenas reconstitui os crimes como também a experiência de quem os vivenciou de perto: atendentes do DD, parentes das vítimas, policiais envolvidos nas investigações, promotores públicos.
Os casos selecionados formam um panorama do crime no Brasil: a maior apreensão de cocaína da história do Rio, a morte chocante de uma criança de 6 anos, a chacina de inocentes por policiais corruptos, sequestros midiáticos, tentativas de fuga de prisão cinematográficas. Crimes solucionados graças ao Disque Denúncia, que ao longo de quase três décadas jamais comprometeu o anonimato de um denunciante. Com uma apuração rigorosa, incorporado relatos de dezenas de protagonistas e participantes, Mauro Ventura constrói um relato revelador da política de segurança pública mais eficiente e longeva do Rio de Janeiro.
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Mauro Ventura
Mauro Ventura começou a carreira como jornalista em 1985. Trabalhou como repórter, repórter especial, editor e colunista em veículos como Isto É, Jornal do Brasil e O Globo, onde assinou, de 2007 a 2018, a coluna “Dois Cafés e a Conta”. Com a reportagem “Tribunal do Tráfico”, venceu os prêmios Esso e Embratel. É autor do livro O espetáculo mais triste da terra – O incêndio do Gran Circo Norte-Americano, vencedor do prêmio Jabuti, e da coletânea de crônicas PorVentura, além de coautor de Diário de uma angústia – A força da escrita na superação da doença. É editor do site Testemunha Ocular, do Instituto Moreira Salles, dedicado à difusão e preservação do fotojornalismo brasileiro.
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