Obrigado, Eric.

Oi, Eric.
Eu não lembro quando te vi pela primeira vez ou quando reparei em você, acho que foi no dia que você apareceu com uma peruca rosa na escola. Eras tão livre, tão sem medo. Eu tinha tanta inveja. Eu ainda tava preso, amarrado no meu armário, suprimindo qualquer desejo. Mas você apareceu.
Uma amiga sabia,a Paula, a única que sabia. Eu tive que contar ou explodiria. Vocês se aproximaram. Eu amava o jeito que você falava o nome dela quando passava por nós. “Olá, Paula Gemaque!”. Nessas horas eu me escondia, eu era um covarde. Eu tinha medo que as pessoas descobrissem o que eu sentia por você, eu tinha medo de lidar com o que sentia por você.
Você não reparava como eu me tremia quando você chegava perto? Como eu perdia a noção do tempo? Dos meus sentidos? Parte de mim acredita que você nunca reparou em mim, mas nos encontramos anos depois. Você lembra? No banheiro do shopping Boulevard? Nós nos encaramos por alguns segundo através do espelhos do banheiro, eu sorri e fui embora. Naquele momento, naqueles poucos segundos eu acreditei que você também sentiu algo por mim quando estudávamos juntos. Mas não eramos mais os mesmo, tudo já tinha passado.
Você não sabe por que eu estou escrevendo, mas é para agradecer. Toda vez que eu lembro da sensação de estar apaixonado eu lembro da sensação que você me proporcionou. Eu me arrependo de não ter falado com você, mas eu agradeço por ter me libertado, por ter me feito sentir.
Obrigado, Eric.