testeO primeiro teaser de Cinquenta tons de liberdade

Se você não terminou de ler a trilogia, cuidado! Este post contém spoiler!

O terceiro e último filme inspirado na trilogia Cinquenta tons de cinza só estreia em fevereiro de 2018, mas as novidades sobre o longa já começaram a ser divulgadas!

No primeiro teaser do filme podemos ver as imagens do casamento de Ana e Grey e da lua de mel do casal na Europa!

Confira:


  

 

 

 

testeLaços que não se desfazem

Complicadas relações entre mãe e filha costuram a trama de Em busca de abrigo, romance de Jojo Moyes com diversos elementos autobiográficos

Por Vanessa Corrêa*

 

A delicada e difícil relação entre mãe e filha é o tema central de Em busca de abrigo, livro de estreia de Jojo Moyes relançado agora pela Intrínseca. Dez anos antes de se tornar mundialmente conhecida com o best-seller Como eu era antes de você, a escritora já dava pistas do estilo que a tornaria um sucesso mundial.

Acompanhando a trajetória de quatro gerações de mulheres da mesma família, Em busca de abrigo  traz elementos que mais tarde ficaram recorrentes nas tramas de Moyes: personagens femininas fortes, heroínas que se sentem fora dos padrões, amores difíceis de serem concretizados e segredos que podem transformar vidas.

Em Hong Kong, então colônia do Império Britânico, Joy e Edward se conhecem durante uma festa em comemoração à coroação da jovem rainha Elizabeth II, em 1953. Envolvido por uma paixão fulminante, para ficar junto, o casal enfrenta a resistência da mãe de Joy, Alice, e a distância imposta pela carreira militar de Edward. Vistos com admiração por todos devido à relação duradoura, os dois escondem uma trajetória difícil e um doloroso segredo.

 

O sofrimento e a mágoa impostos pelas constantes reprovações de Alice não fizeram com que Joy virasse uma mãe mais amorosa e compreensiva. Sua filha, Kate, prefere manter-se a distância em outro país a ter que lidar com a frieza da mãe e a sensação de que foi uma decepção para a família. Para piorar as coisas, Kate coleciona uma série de fracassos amorosos e encontra pouquíssimo consolo na relação com a própria filha, a adolescente Sabine, que trata a mãe com uma dureza semelhante àquela da avó.

Moyes lançou mão de muitos elementos autobiográficos para escrever Em busca de abrigo. A história de amor de Joy e Edward foi inspirada no romance dos avós da escritora, Betty e Eric McKee, que ela define como “extraordinário” nos agradecimentos do livro. A escolha de Hong Kong como um dos principais cenários da trama também não foi aleatória: a escritora passou um ano na cidade em meados da década de 1990, trabalhando como repórter do jornal South China Morning Post.

“Morar em Hong Kong me deu acesso a um mundo totalmente diferente e uma perspectiva mais ampla, que só adquirimos quando vivemos em uma cultura que não se assemelha em nada com a nossa”, disse Moyes em uma entrevista concedida ao seu antigo jornal muitos anos depois.

“Eu amava tudo em Hong Kong”, continuou Moyes. Para ela, a comida e a “busca descarada pelo sucesso, que pode ser desaprovada no Reino Unido”, seu país natal, eram duas das coisas que mais a agradavam na cidade. “A energia de Hong Kong ficou impressa em mim”, declarou.

As “coincidências” com a vida real não param aí. Sabine cresceu em Hackney, bairro de Londres em que Moyes passou a infância e a adolescência, e o amor por cavalos também foi transportado da vida da escritora para a ficção.

Quando tinha 14 anos, Moyes usou o dinheiro que economizou trabalhando como ajudante de limpeza na empresa do pai para comprar um pônei, batizado de Bombardier. “Cheguei em casa e avisei minha mãe de que havia comprado o Bombardier. Quando ela finalmente se deu conta de que era verdade, mandou na mesma hora que eu o devolvesse, mas teimosamente me recusei”, contou a escritora ao jornal britânico Telegraph. “Muito tempo depois, ela disse que no fundo ficou orgulhosa da minha determinação em manter o cavalo”, continuou.

 

Para escrever a história de Joy, Kate e Sabine, Jojo Moyes consultou diversas vezes seu passado, mas é possível também que tenha sem querer previsto parte de seu futuro. Assim como Joy deixou a cosmopolita Hong Kong e escolheu uma propriedade no interior da Irlanda para viver com Edward e criar seus animais, anos depois da publicação do livro, Moyes deixaria Londres para morar com o marido e os três filhos em uma fazenda em Essex, no interior da Inglaterra.

A publicação de Em busca de abrigo foi um momento decisivo na vida de Moyes. Entre 1995 e 2000, ela escreveu três romances, todos recusados por editoras. Na época, ela trabalhava como jornalista na publicação britânica The Independent e recorda como foi difícil ver uma colega do jornal passar de colunista a escritora de sucesso, enquanto suas obras eram ignoradas.

“Ainda me lembro da noite em que um dos editores circulou pela redação dizendo que queria uma coluna bem-humorada sobre a vida de uma jovem. Não me ofereci a tempo e, quando percebi, Helen Fielding estava fazendo o trabalho de forma brilhante. Tentei não me castigar muito por isso depois”, lembrou Moyes em entrevista ao Telegraph, citando a criadora de Bridget Jones.

Mas Jojo persistiu, e, na quarta tentativa, a história teve um fim diferente. Os primeiros capítulos de Em busca de abrigo provocaram uma acirrada disputa entre nada menos que seis editoras, e o contrato fechado por Moyes permitiu que ela abandonasse o jornalismo para dedicar-se exclusivamente à literatura.

Desde então, a escritora publicou outros 13 livros e teve suas obras traduzidas para 30 idiomas. Como eu era antes de você  já vendeu mais de 8 milhões de cópias em todo o mundo e teve sua história transformada em filme. O romance entre Will e Lou deu origem ainda à sequência Depois de você, publicada em 2016, e um terceiro livro já está confirmado para fevereiro de 2018.

Uma história de superação com final feliz, digno de um romance de Jojo Moyes.

*Vanessa Corrêa é jornalista, já trabalhou na Folha de S.Paulo e no portal UOL e é apaixonada por livros, cinema e fotografia.

testeGaroto21, de Matthew Quick, nos cinemas!

Diretor de O lado bom da vida está cotado para produzir o filme

Mais um livro de Matthew Quick está a caminho das telas. A Lionsgate, responsável pelas adaptações de Crepúsculo e Extraordinário, ficará a cargo da produção de Garoto21, que pode ser comandada por David O. Russel, diretor de O Lado Bom da Vida, outro dos livros de Quick.

Garoto21 conta a história emocionante de dois jovens e sua conexão incomum através do esporte. Finley é um garoto que mora em Bellmont, uma cidade violenta controlada pela máfia irlandesa, e vê no basquete uma válvula de escape para seus problemas — mesmo que não seja exatamente a estrela do time. Colocar a camisa 21 e entrar na quadra ajuda a clarear sua mente.

Já Russ não quer mais se aproximar de uma bola. Apesar de ser considerado um prodígio do basquete, um trauma deixa a vida do garoto de cabeça para baixo. Agora ele só aceita ser chamado de Garoto21, um alienígena de passagem pela Terra. Finley recebe a missão de convencer Russ a voltar às quadras, mas isso pode lhe custar seu lugar na equipe. Uma emocionante história sobre esperança, amizade e redenção, com a prosa sensível e inteligente de Matthew Quick.

Além de O lado bom da vida e Garoto21, o autor tem três títulos publicados pela Intrínseca: A sorte do agora, que acompanha um homem solitário após a morte da mãe; Perdão, Leonard Peacock, no qual o personagem do título planeja se suicidar e durante as despedidas de seus amigos reflete sobre sua vida; e Quase uma rockstar, sobre uma jovem que, mesmo diante das dificuldades, se recusa a desistir.

O filme inspirado em Garoto21 não tem data de estreia confirmada.

testeSorteio KIT Meu livro. Eu que escrevi – Facebook – Encerrado

 

 

Vamos sortear 3 kits especiais do Meu livro. Eu que escrevi. da estrela de Girs In The House, Duny

Para participar, compartilhe essa imagem em seu Facebook PUBLICAMENTE e preencha o formulário abaixo!

Atenção:
– Caso a mesma pessoa se inscreva mais de uma vez ela será desclassificada. Atenção: ao terminar de preencher o formulário aparece a mensagem “agradecemos a inscrição”. Espere a página carregar até o final para confirmar a inscrição
– Se você já ganhou um sorteio nos últimos 7 dias no FACEBOOK, você não poderá participar deste sorteio.
– O resultado será anunciado no dia 7 de agosto, Segunda-feira, em nosso perfil no Facebook. Boa sorte! ?

VENCEDORES

testeSorteio KIT Meu livro. Eu que escrevi – Instagram – Encerrado

 

Vamos sortear 3 kits especiais do Meu livro. Eu que escrevi. da estrela de Girs In The House, Duny

Para participar, compartilhe essa imagem em seu Instagram PUBLICAMENTE e preencha o formulário abaixo!

Atenção:
– Caso a mesma pessoa se inscreva mais de uma vez ela será desclassificada. Atenção: ao terminar de preencher o formulário aparece a mensagem “agradecemos a inscrição”. Espere a página carregar até o final para confirmar a inscrição
– Se você já ganhou um sorteio nos últimos 7 dias no INSTAGRAM, você não poderá participar deste sorteio.
– O resultado será anunciado no dia 7 de agosto, Segunda-feira, em nosso perfil no Instagram. Boa sorte! ?

VENCEDORES

testeQuem eram esses jovens capazes de arriscar suas vidas

Meu pai caminhava apreensivo e tenso pelas ruas de Vitória, no Espírito Santo, numa noite de 1969. Ele estava indo se encontrar com uma pessoa que impactaria sua vida: o líder regional de um partido clandestino durante o regime militar.

Era seu primeiro “ponto” — como eram chamados os encontros secretos dos esquerdistas contrários à ditadura — de dezenas que se tornariam cada vez mais frequentes. À medida que Marcelo Netto crescia como líder estudantil, mais ele faria caminhadas perigosas.

Escolhi começar meu livro Em nome dos pais assim porque costumava pensar nessas andanças solitárias. Em 1969, ninguém tinha dúvida: a extrema direita estava no poder e a linha dura dentro dela havia vencido. Era o tempo do Ato Institucional Número 5 (AI-5), que durou dez anos.

Milhares de jovens fizeram caminhadas solitárias e arriscadas num tempo em que os militares torturaram, assassinaram e ocultaram cadáveres de opositores. Que tipo de jovens eram eles?

Entrevistei vários, e cada um tem sua maneira de ver aquele momento da história brasileira, mas todos concordam sobre os absurdos do período mais opressivo do regime, após a instauração do AI-5, que entrou em vigor em dezembro de 1968 e só deixou de vigorar em janeiro de 1979.

Na produção do livro, e também no lançamento na capital capixaba, encontrei vários desses jovens da década de 1970. Em determinado momento da noite de autógrafos, minha mãe, Míriam Leitão, me chamou para uma foto com muitos deles. Instintivamente, agachei-me, em sinal de respeito.

Hoje eles têm mais de sessenta anos e vivem vidas das mais distintas: atuam como médicos no interior do país, engenheiros em grandes empresas de construção e jornalistas de destaque, como minha mãe, que trabalha na imprensa nacional há mais de quarenta anos.

O médico Guilherme Lara Leite, por exemplo, me emocionou bastante durante uma entrevista para o livro. Quando o encontrei na sua sala de paredes brancas e com ampla varanda, o ex-militante se lembrou de uma história importante e que o marcou. Um dia, seu neto, ainda muito jovem, o perguntou sobre o motivo de sua prisão durante a ditadura. “Você já foi preso? O senhor é bandido?”, perguntou ao avô. Nesse instante da entrevista, Guilherme começou a chorar, a fala travou e ele soltou a seguinte frase:

— Fico até emocionado. Falei para ele que tinha sido preso e que não era nenhum bandido, que tinha lutado pela liberdade do Brasil e o que eu tinha feito era isto: escrever “Abaixo a ditadura”, trazer alguns filmes e shows para Vitória.

Quando descobri que meus pais haviam sido presos e torturados, ainda um pré-adolescente, a notícia me atordoou. Também fiz a pergunta a mim mesmo: será que eles fizeram algo de errado?

Em nome dos pais parte de uma história familiar e faz um retrato de parte de uma geração que viveu o dilema entre se calar diante das arbitrariedades da ditadura, o cerceamento de direitos civis, ou resistir. O grupo de Vitória decidiu gritar em meio ao deserto.

Nenhum deles pegou em armas para lutar contra o regime militar. Eram muito novos. Faziam reuniões, greves, panfletagens, pichações, atendimentos médicos em favelas e peças de teatro “engajadas”, com leitura de versos clássicos de Castro Alves.

Por isso, foram presos por meses, torturados por dias e, alguns, punidos novamente, como meu pai, expulso de todas as universidades por três anos, além de perder para sempre os quatro anos de estudos de medicina que cursara. Tudo debaixo do guarda-chuva da Lei de Segurança Nacional, sob a justificativa de que eram subversivos.

Às vezes, tento imaginar o que eles pensavam nessas caminhadas solitárias ao encontro do risco. Será que tinham noção do perigo que os rondava? Eles dizem que sabiam, mas eram muito jovens.

Na música daquela época há vários sinais, em linguagem cifrada, de um tempo áspero, como na canção de Tom Jobim cantada por Elis Regina: “É pau, é pedra, é o fim do caminho. É o resto de toco, é um pouco sozinho”. As águas de março fecharam o verão por 21 anos e eles perceberam que eram “um pouco sozinhos”.

testeO medo que fica à espreita

Por Ilana Goldfeld*

Ilustração: Verena Antunes

Stalker. Para quem trabalha com traduções, existem algumas palavras que você bate o olho e pensa: “Hmm, vai ser difícil passar isso para o português.” Stalker é uma delas.

Não que a prática seja desconhecida aqui no Brasil. Atire a primeira pedra quem nunca “stalkeou” alguém no Facebook, Instagram, Twitter ou até no falecido Orkut. Sim, amigos, esta prática já se infiltrou no nosso cotidiano. Mas todos os exemplos dados são do mundo virtual. Na vida real, quando se trata de ser um stalker (ou “perseguidor”), as coisas podem assumir outro tom…

Eu sei onde você está mostra o que é sentir isso na pele. É uma obra de ficção que faz o leitor agradecer aos céus por essa história ter sido inventada (e, se você souber de algo que indique o contrário, por favor, não me diga).

Clarissa tem um perseguidor, Rafe. Os dois trabalham no mesmo lugar, o Departamento de Literatura Inglesa da Universidade de Bath, o que significa que ela não tem muito como fugir dele. E não é por falta de tentativa. Então, quando ela é chamada para participar de um júri, tendo que se afastar do emprego por um tempo, fica animadíssima com a perspectiva de alguns dias de paz.

Porém, não é apenas no trabalho que eles se veem. Rafe parece segui-la em todos os lugares. Sabe aquela música: “Jogue suas mãos para o céu e agradeça se acaso tiver/ Alguém que você gostaria que / estivesse sempre com você / Na rua, na chuva, na fazenda / ou numa casinha de sapê”? Então, imagina o contrário. Tudo o que ela quer é distância dele e está determinada a conseguir isso, ainda que, às vezes, esse objetivo pareça impossível de ser alcançado.

Muitos autores escrevem livros como aranhas tecem teias: estabelecem um ponto inicial e a partir dele desenrolam fios (no caso dos escritores, narrativos). Claire Kendal faz diferente: sua trama já começa com Clarissa e o leitor, juntos, presos na teia de Rafe. Esta história começa pela metade. Logo de cara, nas primeiras páginas, dá para notar quão desesperadora é a situação. Aos poucos, flashbacks e as anotações que Clarissa faz numa espécie de diário em que relata como é ser perseguida revelam como tudo começou e se desenvolveu. Pensamentos, emoções, traumas: nada deixa de ser registrado. A agonia e o nervosismo criam o clima do suspense psicológico.

O jogo de gato e rato construído pela autora está presente até no título Eu sei onde você está. O original em inglês é The Book of You porque faz referência ao diário que Clarissa passa a escrever enquanto é alvo da obsessão de Rafe. A tradução literal, O livro sobre você, não funcionaria muito bem — o leitor poderia, a princípio, até achar que se trata de um guia de autoajuda, oferecendo determinado número de passos para alcançar o autoconhecimento. Gosto de Eu sei onde você está porque acho que funciona em relação aos dois personagens: Rafe parece sempre saber onde Clarissa está, o que faz com que, consequentemente, o oposto também seja verdade — ela sabe que ele está vigiando, à espreita. A protagonista pode estar completamente sozinha, mas o medo se infiltra em seus ossos a ponto de ela passar a ver seu perseguidor, ele estando lá ou não.

Na história, enquanto tem que lidar com seus problemas, Clarissa se vê às voltas com o caso do qual é jurada. A vítima é uma mulher, Carlotta Lockyer, e o banco dos réus é ocupado por cinco homens acusados de, entre outras coisas, agredi-la. Quanto mais envolvida fica com o julgamento, mais ela passa a se identificar com a moça. Ao se deparar com violência na vida alheia, ela tem uma nova perspectiva com a qual era obrigada a lidar em seu dia a dia. E mais decidida fica a não se deixar dominar pelo medo.

Um dos maiores triunfos do livro é conseguir fazer com que o leitor se sinta como Clarissa. Até certo ponto, os temores dela viram um pouco os seus. Para ilustrar isso, compartilho um episódio pessoal (e um tanto constrangedor): considero a madrugada um momento excelente para trabalhar: tudo é silencioso e não há tantas distrações — leia-se mensagens de grupos no WhatsApp —, então consigo me concentrar melhor. Eis que eram três horas da manhã e eu me encontrava absorta no drama da vida da nossa protagonista. Dei uma parada rápida no texto, só para ir à cozinha beber água. Voltando para o quarto, vejo um rosto na janela. Dou um salto olímpico de três metros e derramo o líquido por tudo que é lado. Milésimos de segundos depois, percebo que era meu próprio reflexo no vidro. É este o nível de tensão provocado por Eu sei onde você está. É capaz de deixar você com medo da própria sombra — ou, no caso, do próprio reflexo.

Meu conselho? Se for ler de madrugada, feche as cortinas. Mas aviso: existe grande chance de você não se sentir seguro para abri-las na manhã seguinte.

>> Leia um trecho de Eu sei onde você está

 

Ilana Goldfeld gosta tanto de ler que entrou na Faculdade de Comunicação para fazer Publicidade, mas se formou em Produção Editorial. Como se isso não bastasse, acabou indo fazer mestrado em Literatura. Trabalha para o mercado editorial há mais de cinco anos.

testeLançamentos de agosto

 

Confira as sinopses dos lançamentos do mês: 

Meu livro. Eu que escrevi, de Duny — Duny é uma celebridade de alcance mundial, rainha das grosserias e desbocada. Estrela da websérie Girls in the House, criada por Raony Phillips, Duny lança uma autobiografia recheada de ironia, lacres e histórias divertidas sobre a sua busca desesperada pela fama. [Leia +]

 

Os 27 crushes de Molly, de Becky AlbertalliDa mesma autora de Simon vs. a agenda Homo Sapiens, o livro conta a história de Molly, uma garota que já viveu muitas paixões, mas só dentro da própria cabeça. Aos 17 anos, ela acumulou vinte e seis crushes. Embora sua irmã gêmea, Cassie, viva dizendo que Molly precisa ser mais corajosa, a garota não consegue suportar a ideia de levar um fora. Então, age com muito cuidado. Para ela, garotas gordas sempre têm que ser cautelosas. [Leia +]

 

Hoje vai ser diferente, de Maria Semple A vida de Eleanor está uma bagunça, e ela sabe que a culpa é toda dela. Só que hoje ela vai ser uma pessoa melhor e vai fazer diferente. Mas antes mesmo de começar, a vida já lhe dá uma rasteira, e a força a abandonar suas humildes ambições e acordar para um novo e inesperado futuro. Uma história hilária e otimista sobre uma mulher que acorda determinada a ser a melhor versão dela mesma. [Leia +]

O livro vai ser adaptado como minissérie para a HBO com Julia Roberts no papel principal.

 

 

Fantasma, de Jason ReynoldsFantasma é um garoto que sempre soube que correr era o seu forte, mas nunca levou a atividade muito a sério. Até que, certo dia, ele disputa uma corrida contra um dos melhores atletas de uma equipe que está treinando na pista de atletismo do parque. E vence. O treinador quer ele entre para a equipe de qualquer jeito. O problema é que Fantasma tem muita raiva dentro de si e também um passado que tenta desesperadamente deixar para trás.

Finalista do National Book Award de 2016, um dos prêmios literários de maior relevância no mercado, Fantasma aborda com leveza temas como bullying, representatividade, invisibilidade social e racismo. [Leia +]

 

O curso do amor, de Alain de BottonRabih e Kirsten se conhecem e logo se apaixonam. Eles se casam, têm filhos. A sociedade nos faz acreditar que esse é o fim da história, quando, na verdade, é apenas o começo. Em seu retorno à ficção, o filósofo Alain de Botton discute, através da história de Rabin e Kirsten, as complexidades de um relacionamento amoroso duradouro. Um livro extremamente provocativo e verdadeiro para todos que acreditam no amor.  [Leia +]

 

Por trás dos seus olhos, de Sarah PinboroughLouise é mãe solteira, trabalha como secretária e está presa à rotina. Em uma rara saída à noite, ela conhece um homem no bar e se deixa envolver. Embora ele se vá logo depois de um beijo, Louise fica muito animada por ter encontrado alguém.

Ela só não esperava que seu novo e casadíssimo chefe seria o homem do bar. Apesar de ele fazer questão de logo esclarecer que o beijo foi um equívoco, os dois passam a ter um caso. Em uma terrível sequência de erros, Louise acaba ficando amiga da esposa do amante. E, se você acha que sabe para onde esta história vai, pense de novo, porque Por trás de seus olhos não se parece com nenhum livro que já tenha passado por suas mãos. [Leia +]

 

A grande saída, de Angus Deaton Vencedor do Prêmio Nobel de Economia, o economista Angus Deaton, um dos maiores especialistas em estudos sobre pobreza, apresenta um estudo que analisa por que as desigualdades ainda são tão presentes no cenário global e examina os padrões históricos e atuais por trás das nações ricas e com boas condições de saúde. [Leia +]

testeAumente o volume, se tiver coragem!

Por Pablo Amaral Rebello*

1, 2, 3, 4…

A primeira nota invade o vazio, dissonante, repleta de energia e de uma eletricidade maligna. Ela traz as nuvens negras que se acumulam no céu, prenúncio da tempestade que está por vir. Uma mente sã buscaria abrigo, mas algo no estranho som nos leva a seguir os acordes, procurando descobrir aonde eles nos levarão, sem percebermos a armadilha em que estamos entrando até que seja tarde demais para nos salvarmos.

Do mesmo modo que uma boa música de rock te pega pelo ouvido, o novo livro de Josh Malerman, Piano vermelho, agarra a atenção do leitor desde as primeiras palavras e o deixa petrificado, eliminando qualquer possibilidade de fuga. Não há escapatória. Apenas um Caminho (assim mesmo, com C maiúsculo) a seguir. Pelas ruas sórdidas de Detroit ou pelos vastos desertos da África. Por alas sombrias de hospitais suspeitos ou por labirintos subterrâneos onde habitam as trevas e coisas que não deveriam existir.

Josh Malerman é um autor que gosta de mexer com as sensações dos leitores. Em Caixa de pássaros, ele nos trancou com seus personagens em um mundo repleto de sombras onde o menor vislumbre do que acontecia ao redor poderia provocar uma morte terrível. É um livro cheio de sutilezas e de sugestões sinistras, como a tensão de acompanhar uma mãe e seus dois filhos descendo um rio de olhos vendados, em que o suspense cresce a cada virar de página.

 Em Piano vermelho, o autor mantém sua pegada sensorial ao mesmo tempo que apresenta uma trama muito mais alucinada e carregada de adrenalina, como em um bom show de rock. A trama gira em torno de Philip Tonka, um músico que sobreviveu milagrosamente a uma experiência traumática e assombrosa, deixando médicos e especialistas atônitos, sem respostas para o que lhe aconteceu. E, mesmo se lembrando, o rapaz permanece no escuro sobre o que realmente ocorreu e o que se esconde embaixo das areias do deserto.

No passado, a história segue os passos da banda The Danes, que após uma curta temporada nos braços da fama está de volta ao ostracismo, encalhada em um estúdio de Detroit, sem criar nada de novo, apenas gravando os sons de novas bandas. Tudo muda quando os músicos recebem uma visita do Exército dos Estados Unidos. Ao que parece, existe um som bizarro, de alto poder destrutivo, escondido em algum lugar do sudoeste da África. Os militares acreditam se tratar de uma arma poderosa, capaz de vencer qualquer conflito armado, e querem recrutar os músicos como especialistas para localizá-la. Sem nada melhor para fazer, e sentindo o gosto de aventura no ar, os rapazes aceitam a missão. E, claro, alguma coisa dá muito errado e só o assombrado Philip Tonka pode descobrir a verdade.

 

 

A divisão do livro entre passado e presente segue a fórmula utilizada pelo autor em Caixa de pássaros e serve tanto para atiçar a curiosidade do leitor quanto para aprofundar os tormentos do protagonista, perseguido pelo que aconteceu na África e pelas perguntas que ficaram sem resposta depois da malfadada missão. Onde estão os outros Danes? Foi tudo real? Ou uma alucinação? No entanto, o ritmo da história é acelerado, com menos sutilezas e mais pirotecnias do que se poderia esperar em um primeiro momento. E não seria para menos, uma vez que o livro pode ser lido como uma carta de amor para o rock’n’roll e a vida desregrada de seus músicos.

Para quem não sabe, além de escritor, Josh Malerman é vocalista da banda The High Strung, o que demonstra que seu conhecimento a respeito do estilo de vida musical é muito mais prático do que teórico. Talvez por isso seja possível enxergar Philip Tonka, Duane Noles, Larry Walker e Ross Robinson como mais do que peças rodando nas engrenagens azeitadas do Exército americano. Eles são músicos, de espírito libertário, e ingênuos o bastante para caírem na armadilha do Tio Sam. Daí vem a importância que a banda adquire ao longo da trama, sempre presente na mente do protagonista e de personagens coadjuvantes, como a enfermeira Ellen.

 

 

Piano vermelho apresenta um autor mais solto, disposto a abraçar a anarquia da Criação (sim, com C maiúsculo também) e a se perder pelo Caminho, com o ouvido sempre atento aos menores ruídos e pistas capazes de levá-lo às respostas que procura. Pode ser que nada dê certo no final. Pode ser que tudo seja em vão. Mas existe a certeza de que, no meio de toda cacofonia e dos acordes estridentes, seja possível encontrar aquela poesia suja e fugidia que produz as melhores canções.  

Mas se você ainda não está convencido da capacidade de Josh Malerman em surpreender os leitores, aqui vai uma pequena história da passagem do autor pelo Brasil. E, não, não é algo que aconteceu com um amigo de um amigo meu. Foi um fato que presenciei em primeira mão, quando trabalhava na Intrínseca e dei a sorte de assessorá-lo durante a Bienal do Livro Rio, em 2015. “Terminei de escrever hoje a primeira versão do meu novo livro”, confidenciou Josh na porta da editora. Os olhos dele brilhavam como os de uma criança que acabou de aprontar e está louca para ver no que aquilo vai dar. “Acredito que esse vai fazer barulho!”

Achei bacana, conversamos um pouco sobre Piano vermelho (embora o livro ainda não tivesse um título definido na ocasião), mas não muito. Não estávamos ali para isso. O autor decidiu fazer uma visita de cortesia à editora e conhecer as pessoas que trabalharam em Caixa de pássaros. Todos o adoraram. Tiraram fotos, pegaram autógrafos, contaram piadas. Apenas outro dia de trabalho. Pelo menos, até a hora em que ele entrou no elevador e nos deixou. Passaram-se menos de cinco minutos e todas as luzes do prédio se apagaram, assim como a maioria dos computadores. Queda de energia total. Fomos deixados no escuro.

Alguém lembrou que Josh poderia ter ficado preso no elevador e me pediram para checar se estava tudo bem com ele. Mandei uma mensagem para o autor: “Cara, as luzes se apagaram assim que você saiu. Você não ficou preso no elevador, ficou?” Poucos minutos depois, veio a resposta, “Não”, seguida de “Caramba” e para concluir “Não imagino maneira melhor de sair de cena. ;)” Como disse antes, às vezes a realidade é mais estranha do que a ficção. E não tenho dúvidas de que, de vez em quando, as duas trabalham numa sintonia fina.

=> Leia um trecho de Piano vermelho

 

*Pablo Amaral Rebello escreve um pouco de tudo e de tudo um pouco. É autor de Os Lugares do Meio (https://youtu.be/UciL67mEJuQ), Deserto dos desejos (https://goo.gl/ssj4iJ) e diversos contos publicados em coletânea. Trabalhou nos jornais O Globo, Correio Braziliense e na Editora Intrínseca.

testeConfira as fotos com Marlon James na sessão de autógrafos na Pós-Flip na Saraiva

 

Confiram as fotos da sessão de autógrafos com Marlon James, autor de Breve história de sete assassinatos, na Saraiva do Shopping Pátio Paulista, no dia 1º de agosto em São Paulo.

12...7