Por Filipe Vilicic
Nesta semana, em 6 de outubro de 2020, o Instagram completa 10 anos de existência. A rede social de imagens, hoje a mais pop do planeta, mudou a cultura do século XXI, criou novos ídolos, deu cara digital à ideia de álbuns de fotos e vídeos. Ao mesmo tempo que nos permite acompanhar a vida de familiares e amigos, aproxima seguidores de seguidos, fãs de famosos. O Instagram nos faz fingir levar uma vida instagramável, digna de ser exibida na timeline. Corre o risco de nos viciar nessa busca, criando uma leva de frustrados e depressivos, aqueles que não conquistam o estilo instagramável. Ao mesmo tempo, por meio do aplicativo pessoas de todo o mundo se aproximam, manifestantes protestam contra o domínio chinês em Hong Kong, tomam a Avenida Paulista com bandeiras políticas diversas, famílias atingidas por desastres naturais se comunicam entre si e criam comunidades de apoio, espalha-se a diversidade cultural, étnica e de opiniões.
No livro O Clique de 1 Bilhão de Dólares, lançado em 2015 e que neste mês, o mesmo no qual o Instagram comemora sua década de existência, ganha segunda edição pela Intrínseca, eu revelo a história de como o Instagram foi criado e acabou por se tornar o ambiente responsável por definir as principais tendências de nosso tempo, o zeitgeist do século XXI. O e-book revisto e ampliado, disponível on-line, conta com um prefácio escrito por Julio Vasconcellos, criador de empresas inovadoras como o Peixe Urbano, investidor e cuja história se cruza com a do Instagram, e um epílogo, no qual atualizo a história do Instagram nos últimos 5 anos, período no qual, por exemplo, os fundadores da empresa pediram demissão.
Um gostinho com 10 coisas que você provavelmente não sabia sobre o Instagram:
1. O aplicativo foi criado por um brasileiro, o paulistano Michel “Mike” Krieger, hoje com 34 anos de idade;
2. Em 2012, o brasileiro Michel foi convidado pela primeira-dama Michelle Obama para o State of the Union Address, discurso anual do presidente americano, então Barack Obama, para o Congresso;
3. O Facebook comprou o aplicativo em abril de 2012 por 1 bilhão de dólares, mas os criadores do Instagram, Mike e o norte-americano Kevin Systrom, queriam é 2 bilhões. Hoje, especula-se que vale mais de 100 bilhões. Detalhes das negociações da compra do app estão em O Clique de 1 Bilhão de Dólares;
4. Outros gigantes do Vale do Silício tentaram comprar antes o Instagram. O que chegou mais próximo, sem ser o vitorioso Facebook, foi o Twitter, com uma oferta de 50 milhões de dólares;
5. O brasileiro Michel levou cerca de 100 milhões de dólares (hoje, seriam 568 milhões de reais) na venda. Ele recebeu 185 mil dólares por cada dia de trabalho dos 18 meses entre o lançamento do app e a aquisição pelo Facebook;
6. O criador do Twitter, Jack Dorsey, parece ter ficado rancoroso por não ter conseguido comprar o app e parou de publicar em seu perfil;
7. A conta mais seguida do Instagram não é de alguma Kardashian, do Neymar ou de um rapper norte-americano. É o @instagram, com 370 milhões de seguidores. O perfil oficial do próprio aplicativo revela artistas, fotógrafos, ativistas e outras pessoas cujas fotos e vídeos são selecionadas por uma curadoria. Ter um post sobre você no @instagram é garantia de fama;
8. O Stories é praticamente uma cópia do Stories do Snapchat;
9. Os dois fundadores do Instagram, o brasileiro Mike Krieger e o norte-americano Kevin Systrom, pediram juntos demissão da empresa, em setembro de 2018. Desde então, eles têm feito investimentos em diversas empresas e criaram um site, o Rt.live, que acompanha os dados do avanço do novo coronavírus nos EUA;
10. O brasileiro criador do Instagram, Mike Krieger, não publica no seu perfil desde 2 de novembro de 2019. O último post do norte-americano Kevin Systrom, o outro fundador, data de ainda antes, 20 de maio de 2018.
O livro O Clique de 1 Bilhão de Dólares, com 2ª edição já disponível em e-book, revela outras curiosidades ao relatar os bastidores da história da criação, da venda e do crescimento do Instagram. Neste espaço, o blog no site da Intrínseca, também escreverei mais reflexões sobre os 10 anos do app de fotos que começou singelo, com o trabalho de dois jovens empreendedores, e tomou rapidamente o nosso mundo, hoje com uma comunidade de 1 bilhão de usuários. Falarei do vício em redes sociais (e de como usá-las sem se viciar), da fama e da vida instagramável, de como e por que o Instagram mudou tanto nos últimos cinco anos.
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