Mixtape para Bennie Salazar

2 minutos

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Bennie Salazar, para quem “a nostalgia era o fim da linha”, esconde uma confissão atravessada na garganta: nutre ódio pela indústria musical à qual dedicou toda a sua vida. Um dos personagens centrais de A visita cruel do tempo, obra premiada de Jennifer Egan, o ex-punk e agora magnata da indústria fonográfica reflete sobre a música que ele e seus amigos curtiam na Bay Area da década de 1970 em contraponto ao que a sua gravadora, a Sow’s Ear Records, oferece ao mercado. Aquele som sujo, agora inexistente ou emulado digitalmente, condensa o que ele descreve como a “sensação de estar ouvindo músicos de verdade, tocando instrumentos de verdade em uma sala de verdade”. Com o tempo, o adolescente que sonhava em levar sua banda punk, The Flaming Dildos, para tocar em Mabuhay Gardens, na Broadway, se envergonha do som que ele e seus amigos constroem diariamente: cascas frias, sem alma em que tudo não passa de efeito. E, por mais que Bennie trabalhe e se empenhe para oferecer às pessoas músicas que elas possam amar, ele sabe que o som, na verdade, é uma merda, limpo demais, perfeito e digitalizado demais.

Por um período de 50 anos, A vista cruel do tempo interliga histórias como a de Bennie Salazar, em 13 capítulos sobre a construção e o desmanche dos sonhos ao longo da vida. Partindo da São Francisco punk de Bennie, montamos uma mixtape para o personagem, com as bandas que Jennifer Egan escalou como as maiores referências para ele.

Ouça a mixtape para Bennie Salazar

 

Uma resposta

  1. Genial, assim fica muito tentador ler o livro e ouvir estas músicas para criar o clima perfeito.

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