Dos amores

Amar alguém não é entender uma pessoa. A compreensão está bem mais perto da amizade.

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A amizade, um dos amores mais sábios. (via)
A amizade, um dos amores mais sábios. (fonte)

Amar alguém não é entender uma pessoa. A compreensão está bem mais perto da amizade — que é um tipo de amor, claro, mas que não guarda a ânsia do amor.

Existem, porém, amores profundos, atávicos — filhos, amantes, certas pessoas da família a quem queremos especialmente bem —, os quais, por mais fortes que sejam, passam muito longe da compreensão. A gente ama e fim. Temos que lidar com a enormidade abstrata desse afeto.

Passamos a vida cuidando dos nossos amores, daqueles verdadeiramente importantes para nós. Com o correr do tempo, na maioria dos casos, vemos que eles precisam de coisas muitas vezes inalcançáveis, e que estas coisas — sonhos, projetos, ambições — podem não nos dizer absolutamente nada. Porque o amor não nos torna iguais. Existem amores intrínsecos, que levamos pela vida afora, como um fardo, uma alegria, uma dor, uma saudade…

Quase nunca podemos compreender as pessoas mais próximas a nós, assim como o que temos para lhes oferecer nem sempre é o que elas realmente querem. A vida é difícil. As relações sentimentais são cheias de arestas, que espetam aqui e ali. Deveríamos, no entanto, esquecer essa necessidade de satisfazer ao outro, entendê-lo e esmiuçá-lo. Poderíamos então abrir mão de que o objeto amado seja igual a nós.

Seria muito mais bonito querer as pessoas que nos são importantes com um amor mais simples, mais sóbrio, que humildemente dispensasse a necessidade da compreensão.

 

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