A PF deve focar só em corrupção?

Cristina Tardáguila analisa as declarações do advogado Antônio Cláudio sobre a Polícia Federal

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 Antônio Cláudio Mariz de Oliveira
O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira (fonte)

O jornal Folha de S.Paulo dedica sua manchete de hoje a uma entrevista com o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que chegou a ser cotado para assumir o ministério da Justiça num possível governo de Michel Temer, mas que já foi “descartado” por suas declarações a respeito da Lava Jato.

Numa de suas respostas, Oliveira é taxativo. Diz que “a Polícia Federal precisa ter outros focos paralelos à corrupção”, que “o crime organizado está tomando conta do país”, e assim por diante.

Há quem veja nesse posicionamento uma perigosa mensagem subliminar de esvaziamento da Operação Lava Jato. Pessoalmente, espero que não. Mas, na posição de quem estuda crimes contra a arte há cinco anos, vejo na entrevista uma brecha para os brasileiros finalmente cobrarem mais atenção, por exemplo, à investigação do roubo do Museu da Chácara do Céu, ocorrido no Rio de Janeiro em fevereiro de 2006.

Há dez anos — dez! — o inquérito está aberto, sofrendo sucessivas ampliações de prazo. Há quem pense que esse é um assunto menor, menos importante, algo que não mereceria destaque no horizonte de um eventual novo ministro. Lembro, no entanto, que roubo de arte movimenta 6 bilhões de dólares por ano em todo o mundo e que só perde em dimensão para o tráfico de drogas e armas.

Não me move o debate sobre se haverá ou não um novo governo, ou se Oliveira ocuparia ou não o cargo de ministro da Justiça. O que me move é lutar para que a investigação do maior roubo de arte do país — um dos dez maiores do mundo, segundo o FBI — avance. Cobre você também.

Para saber mais sobre essa história, leia um trecho de A arte do descaso.

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