testeCriando os filhos para o mundo

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Na imagem, meu avô no passaporte que o trouxe até o Brasil, há exatos oitenta anos.

A Brigada Militar de Porto Alegre postou um tuíte pedindo que a população circule pelas ruas “carregando somente o necessário”, porque, claro, não há segurança para ninguém. Você pode ser assaltado a qualquer hora do dia na esquina de casa, com arma na cabeça, e lá se vai sua bolsa, seu celular, seu carro, seu casaco, sua esperança, sua paz de espírito e, dependendo do desfecho, sua vida.

Como todo mundo, deixei de fazer muitas coisas que outrora fazia com tranquilidade: evito andar de carro à noite, sair a pé depois que escurece, carregar cartões bancários à toa, estacionar na rua… Deixei de ir a eventos em lugares distantes quando não tenho companhia.

Triste lembrar que houve um tempo, quando morei fora, em que eu sonhava com Porto Alegre. Agora, vejam só: roubaram Porto Alegre de nós. Roubaram-na dos nossos filhos, que tiveram de aprender a entrar e sair correndo do carro, a não falar com estranhos e a não dar informações pela rua por causa dos sequestros-relâmpagos que grassam por aqui.

A verdade é que roubaram o Brasil dos brasileiros. Mas o mais triste é saber que roubaram o país dos nossos filhos. Um país que era para ser deles, com um futuro bonito. Um país onde um cidadão de bem pagaria seus impostos em dia — impostos altos, vá lá — para ter um suporte estatal à altura do seu investimento cotidiano.

Lembro, com uma pontada de tristeza, que meu avô polonês atravessou meio mundo na terceira classe de um navio — com uma das mãos à frente e a outra atrás —, levando consigo nada mais do que sonhos, em busca de uma vida boa aqui nesta terra. Hoje, quero que meus filhos façam o caminho inverso ao do velho Jan W.

“Aqui, não”, eu lhes digo (com um nó no peito). Pode parecer egoísta, mas prefiro ser egoísta com o país a ser com meus meninos. Quero-os acreditando que pode dar certo, que existem leis e que elas regulam a sociedade em todas as instâncias. Quero-os andando pela rua com tranquilidade, não como andamos por aqui, onde a própria polícia — que nem salários em dia recebe — avisa que devemos levar “somente o necessário”.

Acontece que necessito de muitas coisas. Necessito sair de casa com a alma leve. Necessito saber que meus filhos, andando pela rua, não vão cruzar com um maluco armado, capaz de fazer qualquer coisa por um par de tênis. Porém, não temos mais lugares seguros: arrastões em supermercados, em restaurantes, até em igrejas. Relatos horríveis.

Onde estão nossos governantes? O que têm feito de efetivo? Aqui no estado, ou aparecem para dar explicações de salários parcelados, ou postam fotos supérfluas de eventos supérfluos enquanto a cidade é devastada por uma onda de violência sem limites. Lá em cima, no Planalto, a turma está mais ocupada com a distribuição de cargos fundamentais da República, nessa queda de braço desavergonhosa pelo poder.

Já perdi Porto Alegre, meus filhos já a perderam (sem nem sabê-lo, coitadinhos, que houve um tempo em que a gente brincava na calçada até a hora do jantar). Do futuro do Brasil, só o tempo dirá. Do futuro dos meus filhos, digo que trabalharei para que seja longe daqui. E digo com tristeza, podem acreditar.

testeCanções para corações partidos em Buenos Aires

Música sempre foi e será uma grande fonte de inspiração. Ao escrever O amor segundo Buenos Aires, todos os iPods e telefones celulares do mundo pareciam não ser suficientes para armazenar as canções que compunham o clima do romance. Algumas músicas me ajudaram muito a encontrar o tom dessa história de amores perdidos, reencontros e surpresas que, se a gente ficar atento e mantiver o coração aberto, podem aparecer no meio do caminho.

Eis sete músicas fundamentais nos cinco anos em que Hugo, Eduardo, Daniel, Charlotte, Carolina, Pedro e Martín me acompanharam, da concepção da trama à publicação.

 

Cat Power, “Sea of Love”

Uma pequena beleza dos anos 1960, reeditada por um fiozinho de voz pela cantora Cat Power. Escutei essa versão num café de Buenos Aires, na primeira vez que visitei a cidade. Ela foi importante especialmente para a concepção do início do livro. “I wanna tell how much I love you” (Eu quero dizer quanto te amo), um dos versos da canção, parece ser um bom resumo do primeiro capítulo de O amor segundo Buenos Aires.

 

Bersuit Vergarabat, “El tiempo no para”

Essa foi outra versão que escutei pela primeira vez em Buenos Aires — até cito isso no livro. Não é tão boa quanto a original, de Cazuza, mas tem uma cadência gostosa e é interessante ver que não foi preciso adaptar quase nada para traduzi-la ao espanhol. E, além do mais, os versos “eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades” sempre foram um de meus favoritos de todos os tempos.

 

Creedence Clearwater Revival, “Midnight special”

O Creedence é um dos grupos dinossauros do rock e sempre gostei muito dessa versão da música folk (popular), que surgiu entre os prisioneiros negros do Sul dos Estados Unidos. O “midnight special” se refere a um trem que passava na ferrovia próxima à prisão. Não parece muito romântico, certo? Mas tem uma história por trás dessa música. Ouvi-a pela primeira vez num CD que ganhei há muitos anos, de um amigo que hoje vive do outro lado do mundo, e não pude acreditar quando o cantor da estação Carlos Pellegrini, Tom Moore, cantou essa versão do Creedence um dia. Logo essa música virou sinônimo de Buenos Aires para mim.

 

Otis Redding, “Try a little tenderness”

Muito antes de começar a escrever O amor segundo Buenos Aires, esta sempre foi uma das minhas músicas prediletas. Sobreviveu a walkmans, MP3 players, iPods e chegou ao meu telefone celular, redescoberta em “repeat” enquanto escrevia um dos capítulos do livro. Otis Redding morreu tragicamente, aos 26 anos, em 1967. Essa música foi muito regravada, mas jamais com a mesma força. Fiquemos com Otis. (O vídeo abaixo foi supostamente gravado no dia anterior ao acidente de avião que causou a morte de Otis e de quase toda a sua banda)

 

Nina Simone, “I wish I knew how it would feel to be free”

Uma confissão a fazer: conheci Nina Simone por meio de um CD roubado — daqueles que você pega emprestado e se esquece de devolver. Essa música se refere ao movimento negro pelo fim da segregação nos Estados Unidos, mas acho que pode muito bem ser adaptada a qualquer tipo de luta — coletiva ou, no caso do livro, o desafio pessoal que o personagem central, Hugo, enfrenta. Trecho favorito: “I wish I could break all the chains holding me” (Eu desejo poder quebrar todas as correntes que me prendem). Para refletir.

 

The Pretenders, “Back on the chain gang”

Chrissie Hynde, a vocalista dos Pretenders, tem uma das vozes mais emocionantes do mundo. A música, que fala de lembranças de amor, daquele momento que desapareceu no tempo e que é impossível de resgatar, está totalmente relacionada ao tema do livro. Lá pelos dois minutos e meio do vídeo, quando Chrissie entoa com toda a dor do mundo os versos “I found a picture of you (oh oh oh), those were the best days of my life” (Eu achei uma foto sua, aqueles foram os melhores dias da minha vida), é demais para aguentar. Se você vai ficar pensando no passado, melhor pensar na companhia de Chrissie. Dor de cotovelo com classe.

 

Mama Cass (The Mamas & The Papas), “Dream a little dream of me”

Outra cantora que se foi muito cedo, em 1974, Mama Cass (ou Cass Elliot), que fez parte do grupo The Mamas & The Papas nos anos 1960, é daquelas que passam uma sensação de paz e plenitude, felicidade que parece que nunca vai acabar. Não sei se a intenção de quem escreveu a canção foi essa, mas é como me sinto ao ouvi-la. E ela foi essencial no processo de finalização de O amor segundo Buenos Aires, um ritmo a seguir, que ajudou a manter o tom do livro, o sentimento que eu desejava que as pessoas tivessem ao lê-lo.

testeClube de leitura: Vale-tudo da notícia, de Nick Davies

Por Bruno Leite*


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Bafo, babado, fofoca, boato, intriga, mexerico, maledicência; essas são as palavras de ordem na redação de qualquer tabloide, porém o britânico News of the World as levou às últimas consequências. As manchetes do semanário de Rupert Murdoch eram alimentadas por grampos telefônicos ilegais e envolviam uma série de pessoas em uma gigantesca teia de corrupção, mentiras e especulações. No recém-lançado Vale-tudo da notícia, o jornalista Nick Davies narra de maneira hipnótica sua investigação do monstro especulativo que funcionava num dos maiores conglomerados de notícias do mundo. (E, se preparem, porque hoje tem trilha sonora para acompanhar o post.)

Tramas que abordam os bastidores do jornalismo me comovem: sempre me identifico com os impulsos desses personagens em contar uma boa história custe o que custar.  O vencedor do Oscar de melhor filme desse ano, Spotlight: Segredos Revelados, pertence ao gênero. Vocês gostam desse tipo de filme? Eu, particularmente, sou apaixonado pela cinebiografia desse homem — e por ele também.

CAPA_ValeTudoDaNoticia_destaque_pLendo os relatos de Nick Davies, fiquei impressionado com a quantidade de pessoas (de áreas tão diversas) que participaram dessa enorme teia de corrupção. Mas acho que podemos iniciar a discussão a partir de alguns personagens centrais.

Rebekah Brooks: editora do jornal The Sun. Conseguiu a proeza de, em onze anos, passar de secretária a editora do News of the World.

Andy Coulson: editor do News of the World após a saída de Brooks, também teve uma carreira meteórica no mundo da News Corp. e era conhecido pelo seu apetite voraz no “café da manhã das estrelas do rock”.

Clive Goodman: primeiro jornalista do News of the World a ser pego. Com uma carreira estagnada para os padrões alucinantes do NOTW, investiu em grampos contra a família real — sua última e mais arriscada cartada.

Greg Miskiw: editor do noticiário, um verdadeiro garotão — pelo menos no espírito. Era o gerenciador do esquema de escutas e dono de uma penosa ansiedade que o fazia bater a cabeça contra a parede em momentos de tensão.

Glenn Mulcaire: espião contratado inicialmente por Miskiw, era uma verdadeira sombra capaz de se esgueirar por entre companhias telefônicas, delegacias e afins.

James e Rupert Murdoch: filho e pai, são donos do maior conglomerado de mídia do mundo, a News Corp. e, consequentemente, donos do NOTW.

PCC (Press Complains Commission): agência reguladora da imprensa britânica que deveria prezar pela qualidade e solidez dos periódicos no Reino Unido.

Alan Rusbridger: editor do jornal The Guardian, amigo e chefe do autor, foi ele quem estimulou Nick a ir atrás da matéria.

Agora vamos aos personagens secundários! Ainda que tenham atitudes altamente condenáveis, a excentricidade dessas pessoas despertou minha simpatia logo de cara. Entre eles, temos Benji, o homem do lixo que vagava pelas noites revirando monturos atrás de algo que pudesse vender aos tabloides; Michael Boddy, o Micky the Mouse, um ex-viciado em heroína mestre em rastreamentos; e Phil Winton, o dono de uma agência de investigações louco por carros velhos e gatos que convenceu o conselho municipal a trocar o nome da ruela atrás de seu escritório para <3 Siamese Mews <3.

E vocês? Conseguiram gostar de algum personagem?

O processo de instalação de escutas e a invasão insana de privacidade promovida nos bastidores do jornal expõem pessoas em uma série de situações com desfechos imprevisíveis. Alguns momentos, como quando as mensagens do príncipe Charles para sua amante à época, Camila Parker Bowles, foram divulgadas, me deram uma vergonha alheia muito grande e me fizeram repensar quantas vezes eu gero pageviews ou endosso esse tipo de comportamento por parte do jornalismo. Vocês também se sentiram incomodados com as informações que surgem ao longo do livro? Conseguem se colocar no lugar dessas pessoas? Já pensaram se os áudios que vocês enviam vazassem sem nenhuma justificativa?

Outro fator que me chocou foi o nível de corrupção dentro de instituições que deveriam promover a segurança (como a Scotland Yard) e a qualidade do ofício jornalístico (como o PCC). Vocês fizeram um paralelo com a história recente do nosso país? Também veem nesse esquema um modelo de como instituições podem ser corrompidas e que processos assim são mais comuns do que imaginamos?

Essas e outras perguntas — e é claro, o julgamento disso tudo — serão levantadas no dia 14 de abril, às 19h30 no auditório da Livraria Cultura do Shopping Bourbon. Para se inscrever, basta enviar um e-mail para renato.costa@livrariacultura.com.br informando nome e telefone para contato. Se você não puder ir, não tem problema; você também pode participar do clube de discussão on-line.

 

Bruno Leite, é estudante de letras, trabalha há oito anos no mercado editorial e é colaborador no blog O Espanador.

testeOde à alegria

Esplanada murada - Maurício Gomyde

Esplanada murada – Foto por Maurício Gomyde

Não adianta fugir, não adianta fingir que não é comigo, menos ainda tentar tapar o sol com a peneira. Estamos na semana mais importante do Brasil desde o fim do período militar, e é impossível ficar indiferente a tudo o que está acontecendo. Para um escritor em temporada de escrita de livro, é mortal. Semana passada, falei aqui sobre como as redes sociais roubam nossa atenção. Pois a conjuntura política e social tem sido o capo da operação Ladrões de Tempo deflagrada. Para cada parágrafo escrito, dez sites de política acessados. Não sei quanto tempo vai durar, e espero que tudo seja resolvido logo, de um jeito ou de outro, da melhor maneira possível e sem convulsão social, para que voltemos a pensar em todas as outras coisas importantes que fazem parte da vida.

Moro em Brasília e, diariamente, vou para o trabalho pela Esplanada dos Ministérios. Puseram um muro ali, ao longo do enorme gramado. Dividiram-na, literal e ideologicamente, em “lado esquerdo” e “lado direito”. Os pró do lado esquerdo e os contra do lado direito. Ou vice-versa, dependendo do foco que dermos ao tema. Jamais imaginei que veria isso. Para mim, esse muro é uma vergonha, uma tristeza inenarrável. Como chegamos a esse ponto? Não adianta culparmos um ou outro. A culpa é nossa, é de todo mundo. A autocrítica deve ser feita o quanto antes. Olhando para aquele muro, eu me pergunto: “Tem como voltar atrás?” Infelizmente, vai ser difícil. Já houve a ruptura. Mas, ainda que haja para sempre uma cicatriz, o machucado há de ser curado. Temos o mesmo sangue, não nos esqueçamos.

Não estarei em Brasília no domingo, e sim em Belo Horizonte. Quis o destino que minha tarde de autógrafos na Bienal de Minas fosse exatamente durante a votação. Entenderei como uma dica para minha vida: há outras coisas que podem deixá-lo imensamente feliz. Ficar no meio dos leitores, respirar livros, trocar ideias sobre romances, dar risada, reencontrar amigos escritores. Somos muitos, todos empurrando para a frente a roda da vida. Porque é disto que se trata, em última instância: viver.

Somos brasileiros! Não combinamos com muros. Já temos que matar um leão por dia e, agora, derrubar um muro por dia? Tenho fé em que vamos superar as imensas dificuldades, não importa como nem com quem. Só o que desejo, hoje, é que daqui a um ano eu esteja lançando meu novo livro num contexto de paz, esperança e harmonia. E que tudo o que esteja acontecendo agora seja apenas parte de um profundo processo de transformação, principalmente interior.

Meu novo livro trata disto: felicidade genuína. Talvez todo esse período seja uma lição e me forneça elementos maravilhosos para incorporar à minha história. Escritores somos assim: tentamos captar as coisas no ar, e, quanto mais “ao vivo e agora”, melhor. No que depender de mim, esse livro será uma ode à alegria, assim como minha vida.

testePorcelain, por Moby

De um dos músicos mais icônicos e fascinantes de nosso tempo, Porcelain é o relato terno, divertido e angustiante de uma trajetória que vai da pobreza e alienação ao improvável sucesso mundial

Havia diversas razões para Moby jamais deslanchar como DJ e músico na cena club nova-iorquina. Aquela era a Nova York das boates Palladium, Mars, Limelight e Twilo, a cidade do hedonismo desenfreado regado a drogas, das noites fervilhantes, e lá estava Richard Melville Hall, descendente distante do escritor de Moby Dick, um garoto branco, pobre e magrelo de Connecticut, cristão devoto, vegano e totalmente careta. Mas ele encontrou seu espaço e atingiu o sucesso, que logo se mostrou efêmero e cheio de complicações. No limiar da década de 1990, frente a um fim iminente, acabou criando o álbum que viria a ser o início de uma nova fase espetacular: o megassucesso Play, que vendeu milhões de cópias no mundo todo.

Com uma voz que ressoa honestidade e uma paixão inabalável por sua música, o que Moby conta é tanto uma crônica sobre uma cidade e uma época, quanto uma exploração profundamente íntima da busca pelo sucesso. Mais que uma autobiografia, Porcelain, é o retrato de um jovem imerso em uma cena cultural extremamente instigante, narrada com o ritmo e a fluidez de um romance da melhor qualidade.

Confira a apresentação feita pelo próprio Moby para o livro que chega a partir 24 de maio às livrarias:

 

alguns anos atrás, em uma festa no brooklyn, eu estava contando uma história sobre a nova york de 1989.

as ampolas de crack vazias nas plataformas do metrô, as raves até altas horas nos porões vazios e armazéns abandonados, as profissionais do sexo paradas em meio a sangue e vísceras no meatpacking district e os estúdios alugados a 500 dólares por mês…

contei mais, sobre quando comecei a fazer discos, que reciclava latas e garrafas para ganhar o dinheiro da comida, sobre a fábrica abandonada sem banheiro nem água encanada onde eu morava, e que logo antes do lançamento do álbum play eu achava que minha carreira de músico tinha acabado.

eu me senti um pouco como o vovô simpson, contando sobre os disfuncionais dias de glória de uma nova york anterior à abundância desconcertante na qual a cidade caiu.

depois de algumas histórias, alguém disse: “você deveria escrever um livro.”

e então eu escrevi.

porcelain é sobre minha vida entre 1989 e 1999, mas também é sobre nova york se transformando de uma cidade detonada e suja em uma cidade bizarra e estratosfericamente cara.

porcelain é também sobre a cena underground de hip hop e house music do fim dos anos 1980 e sobre o nascimento dos club kids e da cena rave.

começo o livro como um cristão abstêmio em um espaço minúsculo numa fábrica abandonada e termino em um lugar bem diferente.

tentei ser o mais honesto possível. em porcelain, não sou um narrador descolado nem um anti-herói rebelde, sou apenas um ser humano perdido e desorientado tentando entender os mundos estranhos nos quais me encontro.

repito: tentei ser o mais honesto possível
espero que você goste.

obrigado,
moby

testePremiada escritora britânica Helen Macdonald é presença confirmada na Flip

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Após a súbita perda do pai, vítima de um ataque cardíaco em 2007, a escritora, poeta, ilustradora e historiadora Helen Macdonald decide se reaproximar de uma antiga paixão: a falcoaria. A partir da delicada relação com um açor, ave de rapina das mais selvagens, a autora reflete de maneira original sobre amor e luto em F de Falcão, livro que recebeu alguns dos mais prestigiosos prêmios literários de 2014. Vencedora do Samuel Johnson Prize e do Costa Book Awards de 2014, a obra foi finalista do National Book Critics Circle Award e chega ao Brasil em maio, publicada pela Intrínseca.

No final de junho, a autora britânica virá ao Brasil como convidada da Festa Literária Internacional de Paraty, que acontece entre os dias 29 e 3 de julho. Macdonald, que atua pesquisadora afiliada ao Departamento de História e Filosofia da Ciência da Universidade de Cambridge, também é autora de Falcon, uma importante obra sobre a história cultural dos falcões, e de três coletâneas de poesia.

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testeAs mulheres do meu livro I

Marilyn Monroe (fonte)

Marilyn Monroe (fonte)

Nunca pensei que um dia escreveria um livro em que tivesse como personagens atrizes de Hollywood. O cinema americano não está no foco do trabalho que faço, pois sou mais ligado a temas da história do Brasil. Mas em Os Guinle algumas estrelas cinematográficas de primeira grandeza são citadas com um objetivo muito claro: ajudar o leitor a entender um dos personagens do livro, o playboy Jorginho Guinle (1916-2004), filho de Carlos e Gilda Guinle.

Nesta crônica destaco Norma Jeane Mortenson, mais conhecida como Marilyn Monroe (1926-1962). Em toda a história do cinema, poucas mulheres deixaram uma marca tão forte na cultura de seu tempo. Marilyn foi um verdadeiro ícone do século XX e suas imagens seguem fazendo sucesso – com o vestido branco levantado no filme O pecado mora ao lado (The seven year itch, de 1955), cantando o inesquecível “Parabéns para você”, em 1962, no aniversário do presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, seu rosto na colorida serigrafia de Andy Warhol feita após a morte de Marylin são algumas dessas imagens.

Jorginho Guinle morou nos Estados Unidos entre 1939 e 1947. Em seu livro biográfico ele diz ter tido “alguns encontros” com Marilyn, a “idolatrada sex symbol”. Ele visitava constantemente uma certa casa, em Hollywood, que era de propriedade da atriz Mae West. O local era frequentado por gente como os futuros presidentes americanos Ronald Reagan e John Kennedy. O endereço era famoso por conta das beldades que recepcionavam tão ilustres visitantes.

Mae West garantia o sigilo do que acontecia entre os visitantes e as moças, suas amigas. Jorginho diz que ela era o “sex-relations” da turma. Uma delas, Marylin, linda e jovem, virava muitas cabeças. Aos vintes anos, era pobre. Mas, segundo Jorginho, era profissional. “Ela tinha total desinibição, qualidade fundamental para o sexo perfeito. Esse é o momento em que os sentidos e a cabeça funcionam como parceiros. Para se conseguir prazer prolongado, geral, o prazer total, é preciso falar durante o ato. Palavras e pensamentos devem estar presentes. Senão, vira uma coisa puramente animal, decepcionante.”

A julgar pelos depoimentos de Jorginho, o playboy milionário e Marylin Monroe se conheceram muito bem ao longo de algumas siestas na badalada casa de Mae West.

testeAutores confirmados na Bienal do Livro de Minas

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Os leitores mineiros já podem comemorar! Isabela Freitas, Maurício Gomyde e Míriam Leitão são os autores da Intrínseca confirmados na programação da Bienal do Livro de Minas 2016. O principal evento literário do estado acontece entre os dias 15 e 24 de abril, na Expominas BH.

Isabela Freitas, autora dos best-sellers Não se apega, não e Não se iluda, não, participa de um bate-papo seguido de sessão de autógrafos no espaço Conexão Jovem, às 17h no dia 16 de abril. Serão 450 senhas para o bate-papo e 300 para os autógrafos. Já Maurício Gomyde, autor de Surpreendente!, estará no estande da Livraria Leitura para uma tarde de autógrafos com os leitores às 15h em 17 de abril.

A jornalista Míriam Leitão, veterana do evento, participa da mesa “Que país é este?” com Luiz Ruffato às 18h, no dia 24 de abril. As senhas serão distribuídas uma hora antes da sessão no balcão em frente ao Café Literário.

testeJogos para “Uma vida no escuro”

Após ser diagnosticada com uma doença que a limitou à escuridão total, Anna Lyndsey se distanciou do resto do mundo. Além disso, acabou impedida também de usufruir das formas comuns de entretenimento: desde as mais óbvias, que emitem luz, como televisão e computador, até livros — impossíveis de serem lidos no escuro — e a música, que nas sombras tem um poder emocional devastador. Assim, conseguir se distrair em seu estado se tornou uma tarefa mais complexa do que o esperado.

Em seu mundo particular, Anna encontrou uma solução: uma série de passatempos para manter a mente ocupada. Usando a imaginação e a memória, ela criou jogos de palavras que a estimulavam a seguir em frente. Conheça um dos jogos criados por Anna:

Jogos para o escuro I: Transformação

É um jogo para se jogar sozinho, à noite, quando não conseguir dormir. Disciplina a mente, exigindo o tipo de concentração que exclui qualquer outro pensamento.

Pense em duas palavras com o mesmo número de letras.

Mentalmente, transforme uma palavra na outra mudando uma letra por vez. Cada nova combinação de letras também deve formar uma palavra.

Às vezes, chega-se a um beco sem saída e é precisa refazer os passos para tentar outro caminho. Outras vezes, o jogador descobre que deu uma volta enorme e complicada quando havia um caminho muito mais curto.

BLACK [preto] pode se tornar WHITE [branco]. BODY [corpo] pode se tornar SOUL [alma]. DEATH [morte] vira LIVES [vive].

E realizei uma grande proeza, a única transformação de seis letras que eu já fui capaz de fazer. Numa noite de verão quente e abafada, consegui converter BUTTER [manteiga] em CHEESE [queijo].

testeNatalie Portman a caminho do Comando Sul

Texto Aniquilação

Dirigido por Alex Garland, responsável pelo aclamado Ex-Machina: Instinto Artificial, a adaptação cinematográfica de Aniquilação, de Jeff VanderMeer, terá Natalie Portman (Cisne Negro) no papel principal da bióloga da 12ª expedição à Área X.

[Atualizado] Além de Portman, foram confirmados também no filme Jennifer Jason Leigh (Os oito odiados), como a psicóloga, Oscar Isaac (Star Wars – O despertar da força) como o marido da bióloga, Tessa Thompson (Creed: Nascido para Lutar) e Gina Rodriguez (da série Jane the Virgin), em papéis ainda não divulgados.

aniquilação elenco

Na história, um grupo de quatro mulheres é enviado na décima primeira expedição a uma região conhecida como Área X, que foi isolada do resto do mundo e onde criaturas e fenômenos bizarros apagaram todos os vestígios da presença humana, exceto um misterioso farol. A equipe da expedição é composta por uma bióloga, uma antropóloga, uma topógrafa e uma psicóloga, e o livro aborda a reação das quatro personagens aos fenômenos da região.

Primeira parte da trilogia Comando Sul, Aniquilação tem previsão de estreia em 2017, e será filmado em maio deste ano.

link-externoLeia também: Quando uma Torre é um Túnel