No século XIX, nada garantia que os procedimentos cirúrgicos fossem salvar a vida das pessoas ou que os ambientes hospitalares da época seriam seguros. Em anfiteatros lotados e abafados, as cirurgias eram realizadas sem anestesia, com instrumentos sujos e uma rapidez capaz de provocar acidentes.
No livro Medicina dos horrores, da doutora em história da ciência Lindsey Fitzharris, somos apresentados a esse universo curioso e muitas vezes macabro, que mexe até com quem tem o estômago mais forte.
Ficou curioso? Separamos quatro histórias bizarras e que aparecem no livro:
A “faca de Liston”
Força bruta e velocidade eram fatores cruciais para a sobrevivência dos pacientes na época em que Robert Liston ganhou notoriedade. O cirurgião ficou famoso por conseguir amputar uma perna em menos de trinta segundos, e era comum vê-lo segurando a faca ensanguentada entre os dentes para ficar com as duas mãos livres enquanto trabalhava.

Foto: Royal College of Physicians and Surgeons of Glasgow
Sua fama era tamanha que ele chegou a desenhar o próprio instrumento, a chamada “faca de Liston”, com uma lâmina maior do que norma e ponta afiadíssima. Ela pode ser vista na Royal College of Physicians and Surgeons of Glasgow, na Escócia.
Uma curiosidade é que esse tipo de faca se transformou na arma preferida de Jack, O Estripador.
O anfiteatro cirúrgico
No século XIX era mais seguro fazer uma operação em casa do que num hospital. Os anfiteatros cirúrgicos eram verdadeiros portais para a morte, onde multidões de curiosos se apertavam para espiar procedimentos feitos sem anestesia e nenhum cuidado com a higiene.
É possível visitar um desses lugares em Londres. Fundado no século XII, o St Thomas’ Hospital é um dos hospitais mais antigos da cidade. No sótão de sua igreja, onde costumava existir o herbolário, fica localizado o segundo anfiteatro cirúrgico mais antigo do mundo e o primeiro da Europa.
Eles ainda oferecem demonstrações de como aconteciam os procedimentos (tudo de mentirinha, tá?), e você pode escolher ficar na plateia ou na própria mesa cirúrgica.

Foto: The Old Operating Theatre Museum
O livro macabro
No século XIX, os únicos corpos que podiam ser usados legalmente nas escolas de anatomias eram os de assassinos enforcados. Isso provocou o surgimento de um lucrativo comércio ilegal de cadáveres, que atraiu diversos criminosos.
Entre eles estão William Burke e William Hare, uma dupla de assassinos que no decorrer de dez meses estrangularam dezesseis pessoas em Edimburgo, e venderam seus cadáveres para uma faculdade de anatomia local. Os dois foram detidos, mas Hare fez um acordo e delatou seu cúmplice, que foi parar na forca.
Após ser enforcado, William Burke teve o seu corpo publicamente dissecado, e sua pele utilizada na fabricação de vários itens como bolsas e até mesmo um livro, exposto no Surgeon’ Hall Museums, na Escócia.

Foto: Lindsey Fitzharris
O tumor de Robert Penman
Chamado de “Napoleão da Cirurgia”, James Syme foi um gigante da sua profissão. Um dos casos relatados em Medicina dos horrores é a cirurgia feita em Robert Penman.
Penman desenvolveu um tumor fibroso do tamanho de um ovo de galinha na mandíbula, mas seu caso piorou e chegou ao ponto em que comer e respirar se tornaram quase impossíveis. Pesando mais de dois quilos e obstruindo quase toda a parte inferior do rosto, o tumor era praticamente uma sentença de morte. Mas James Syme e seus métodos nada ortodoxos não iam deixar isso acontecer.
Sentado em uma cadeira e com os braços e pernas imobilizados – já que ainda não existia anestesia –, Penman teve que aguentar quase meia hora de dor enquanto Syme cortava o tecido fibroso e os depositava em um balde no chão.
Contrariando todas as expectativas, Robert Penman sobreviveu ao procedimento e parte de seu tumor está exposto no Surgeon’ Hall Museums em Edimburgo, na Escócia.

Foto: Surgeon’ Hall Museums
Me interessei pelo livro medicina dos horrores, assim que possível irei adquirir .
Amo muito esse livro e essa editora fantástica ❤️
Amo muito essa editora e esse livro, gostaria muito de ganhar medicina dos horrores
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Já li Homem de giz – fantástico. Agora quero adquirir os outros.
Joseleine, a editora vive de vender livros. Voce nao vai ganhar um por estar postando comentários repetidos elogiando eles.