testeComo exigir produtividade em tempos de pandemia?

Na última coluna comentei um pouco sobre meu processo de escrita e como se dá, para mim, a criação de uma nova história. O tal estado de espírito que descrevi, usando a metáfora de uma caçada, exige bastante disposição ― tanto física quanto mental ― e, cá entre nós, em meio ao caos da pandemia, disposição tem sido uma matéria-prima escassa.

Em meados de março, quando o escritório onde trabalho fechou e dávamos nossos primeiros passos nesse estranho mundo do confinamento, por algumas semanas tive a doce ilusão de que poderia aproveitar esse período em casa para acelerar o processo de escrita de um novo livro. Sim, O livro de Líbero levou três anos para ser escrito, mas quem sabe, se eu me organizasse e trabalhasse com disciplina, poderia escrever um próximo romance ainda em 2020?

Essa autopressão não ajudou em nada. Quanto mais eu pensava estar perdendo um tempo precioso, ocioso, um tempo preso em casa que eu poderia usar para escrever, menos as ideias pareciam fluir na direção correta. Eu sequer havia fechado inteiramente a narrativa do novo projeto, tinha apenas ideias vagas, inspirações, alguns temas, um cenário, mas faltavam ainda muitos elementos e decisões para de fato começar a despejar as ideias no papel.

Com o passar das semanas, percebi duas coisas. A primeira, que ficaríamos muito mais tempo confinados do que eu imaginara de início, então eu não precisava ter tanta pressa. A segunda, que não importava quantos meses se passassem, dificilmente eu conseguiria ser criativamente produtivo nas atuais circunstâncias. Pelo menos para mim é assim: quando a realidade se impõe com brutalidade, quando somos devorados por notícias e novidades incessantes, essas coisas acabam abafando a força e a beleza da ficção. Sobra pouco espaço mental para a criatividade.

Não precisamos nos cobrar tanto nesse momento atípico. O estresse e as ansiedades com as quais estamos lidando nos últimos meses já são uma tarefa hercúlea o suficiente. Que a nossa saúde, física e mental, esteja em primeiro lugar, antes de quaisquer projetos ou ambições. Não temos a obrigação de sermos produtivos justamente quando o mundo está nos obrigando a parar e olhar para dentro. Respeitemos o nosso tempo. Enquanto não consigo dar o pontapé inicial do novo livro, sigo aqui pesquisando, lendo, buscando ideias, mas sem exagerar nas cobranças. Quem sabe assim, quando chegarmos do lado de lá desse pesadelo, eu esteja pronto e afiado para, enfim, começar.

testeMergulhe no universo tenebroso de C. J. Tudor

 

Com mais de 220 mil livros vendidos no Brasil, C. J. Tudor conquistou os fãs com thrillers macabros que fazem você duvidar até de si mesmo durante a leitura.

Após o sucesso de O Homem de Giz e O que aconteceu com Annie, a autora retornou com um novo mistério, As Outras Pessoas.

A história acompanha Gabe, um pai que se recusa a acreditar na morte da filha e dirige pela estrada em que viu a menina pela última vez em busca de respostas. Até que um dia, três anos após o ocorrido, surge uma pista. Porém, quanto mais perto ele chega da verdade, mais perigo corre. O terceiro livro de Tudor traz elementos já característicos da autora, que fizeram com que milhares de leitores se apaixonassem por sua escrita.

Se você é fã de O Homem de Giz, ou apenas curte um bom thriller, precisa saber o que torna o universo de C. J. Tudor tão viciante. Confira:

 

1. Crianças macabras

As histórias de C. J. Tudor são bem assustadoras, mas é quando aparecem crianças que realmente ficamos com medo. Os personagens que deveriam ser inocentes e adoráveis se transformam diante de nossos olhos.

 Em O Homem de Giz, um grupo de crianças passa a se comunicar com símbolos secretos feitos de giz. Certo dia, bonequinhos de giz guiam os amigos até o meio da floresta, onde encontram um corpo desmembrado.

Em O que aconteceu com Annie, a irmã de Joe tem apenas 8 anos quando desaparece sem deixar rastros. Ela retorna dois dias depois sem dar explicações, mas há algo diferente. A antes doce e delicada Annie agora emana um cheiro podre e possui olhos injetados, que te encaram enquanto ela ri de forma arrepiante.

Em As Outras Pessoas, os capítulos na voz de Gabe são intercalados com outras três personagens. Uma delas é Alice, de 9 anos, que sente que uma criatura está se aproximando, seguindo-a através dos espelhos, mas não sabe exatamente o que é. A única coisa que ela ouviu é um nome: Homem de Areia.

 

2. Influências de Stephen King

Fã declarada do “Rei do terror” Stephen King, Tudor insere algumas referências clássicas do autor em suas histórias.

O grupo de amigos de O Homem de Giz pode ser considerado uma ode a It — A coisa, enquanto O que aconteceu com Annie traz elementos de O Cemitério.

O próprio Stephen King retribuiu o carinho e declarou no Twitter: “Quer ler algo bom? O Homem de Giz, de C. J. Tudor. Se você gosta dos meus livros, vai gostar disso.”

 

As Outras Pessoas é mais inclinado para o suspense, mas possui elementos que farão os fãs do Rei do terror adorarem essa história: detalhes revelados pouco a pouco, desembaraçando a teia de mentiras do passado e expondo um caso macabro aparentemente sem explicação. 

 

3. Mistérios com um toque de sobrenatural

Suspense, brigas e assassinatos. Essas histórias não são para estômagos fracos. Os três livros focam em mistérios pragmáticos, mas, durante o desenrolar das tramas, nos perguntamos se os casos são obras de um ser humano ou se existe algo de sobrenatural por trás.

C. J. Tudor irá te deixar com essa pulga atrás da orelha até — às vezes literalmente — a última página.

 

4. Protagonistas suspeitos

 Nós amamos personagens de moral duvidosa com um segredo fatal em seu passado.
C. J.  Tudor também.

Apesar de não serem pessoas gostáveis, é inevitável torcer a favor dos protagonistas. Eles revelam que até mesmo quem aparenta maior inocência é capaz de atos terríveis.

Se pudermos dar um conselho antes de você ler essas obras, seria: não confie em ninguém.

 

5. Prendem do início ao fim

 A autora escreve algumas das melhores aberturas de histórias atuais. Sem contar com o gancho no desfecho de cada capítulo, que prende e nos faz virar noites para chegar ao final.

As Outras Pessoas abre com um prólogo em que sentimos o desespero de Gabe ao avistar uma menina idêntica a Izzy, sua filha de cinco anos, murmurando a palavra “papai”. Após perdê-la de vista em uma perseguição de carro angustiante, não conseguimos mais largar as páginas até sabermos o que realmente aconteceu naquele dia. 

 

 6. Edições impecáveis

Com capa dura, pintura trilateral, lombada com elementos da história e ilustrações nas primeiras folhas, os três livros formam uma mini coleção trevosa na estante.

 

 

E você, já leu todas as obras da autora? Qual a sua favorita?

testeEu nunca pensei em ser astronauta

Eu nunca pensei em ser astronauta. Meu sonho mesmo era ver minhas palavras impressas em algum jornal, num domingo. Nada contra os outros dias da semana, mas acho que domingo é um dia que parece um livro. É um dia que merece ser mais lido. As tragédias ficam em stand-by. A gente acorda em slow motion. Toma o café tão devagar que ele chega quase a amornar em nossas mãos. No seu ritmo dominical, a torradeira despeja duas fatias de pão integral pela bancada de mármore. Se fosse segunda ou quinta de manhã, ela — essa mesma torradeira — cuspiria ferozmente migalhas e mais migalhas de água, farinha, sal, carboidrato e glúten pelo chão da cozinha. 

Talvez por tudo parecer menos afobado aos domingos, o mundo se torna um ambiente propício para se perder na leitura de uma simples crônica. Quantas vezes me desencontrei lendo Rubem Braga, o gigante do gênero! Por alguns momentos, eu queria ser Rubem Braga. Mas não para escrever feito ele — seria muita pretensão minha. Ser Rubem Braga, para mim, é um motivo para avançar na escrita. Ser Rubem Braga, para mim, é ter um ponto luminoso no final dos meus instantes mais turvos. Saber que nunca serei outro além de mim é o que me motiva a permanecer no meu caminho. As pessoas que a gente admira se tornam uma espécie de lua. Ainda que distantes, elas iluminam nossas incertezas… Nos dão coragem!

Sempre projetei meus medos numa tela invisível.  Como se a minha vida fosse um filme antigo feito apenas de gestos e silêncios. Como se o meu corpo fosse uma sala vazia à espera de aplausos ilusórios. Projetar demais é uma forma de se iludir. Só pensamos no futuro e passamos a esquecer o meio do percurso. Esse meio é a base para erguer todos os nossos sonhos. Sem foco, todo sonho é oco. Eu caí nessa ilusão. A queda quase me fez desistir, mas as pessoas que a gente admira se tornam uma espécie de lua… Lembra?

Eu continuo não pensando em ser astronauta. Esse negócio de escapar da Terra firme e partir rumo ao desconhecido nunca me encantou. Escrever é minha forma de sair do mundo.  

testeDicas de presentes para o Dia dos Pais

O Dia dos Pais está chegando e nós achamos que livros são sempre os melhores presentes!

Para te ajudar a escolher o presente perfeito, listamos algumas obras para os vários estilos de pai. Confira:

Use o cupom PAIS no Submarino e tenha desconto progressivo nos livros abaixo.

1. Pais que amam o universo geek e cultura pop

 

Recursão, de Blake Crouch

Se seu pai é daqueles que amam ler sobre os limites da tecnologia, Recursão narra as trajetórias entrelaçadas do detetive Barry e da neurocientista Helena. Barry está investigando uma doença misteriosa que introduz memórias falsas na mente da população, enquanto Helena trabalha em uma máquina para curar o Alzheimer. Seu desejo de criar um bem para a humanidade pode se tornar o propulsor do caos e o esfacelamento da realidade, gerando disputas a nível globais.

 

The Outsiders: Vidas sem rumo, de S. E. Hinton

Revolucionário, icônico e adorado por uma legião de fãs, The Outsiders: Vidas sem rumo se tornou um clássico da literatura, abordando a juventude marginalizada de uma forma que ecoa até os dias de hoje. O livro narra a rivalidade entre os Greasers, jovens humildes com suas jaquetas de couro e brilhantina nos cabelos, e os Socs, adolescentes ricos que conseguem se safar das piores situações.

O caçula dos Greasers, Ponyboy Curtis, tenta encontrar uma forma de escapar de uma vida sem futuro em um lugar onde tudo se resume a ser rico ou pobre. Tudo parece sob controle, até que uma perseguição dos Socs tem um desfecho inesperado e perturbador. Nada será como antes, mas os Greasers são uma verdadeira família e farão de tudo para protegê-la.

 

Território Lovecraft, de Matt Ruff

Ambientado nos anos 1950, no auge das leis segregacionistas de Jim Crow dos Estados Unidos, o livro acompanha o jovem Atticus em uma road trip pelo país à procura do pai, que foi capturado por uma seita milenar misteriosa. Território Lovecraft é uma espécie de homenagem e crítica às obras de H. P. Lovecraft, o mestre do horror que ficou conhecido também por seu racismo.

Misturando horror cósmico com ficção histórica, a adaptação do livro estreia em agosto na HBO com produção de Jordan Peele, diretor de Corra!.

 

Deuses americanos, de Neil Gaiman


O clássico de Neil Gaiman acompanha Shadow Moon, que passou quase três anos na cadeia ansiando por voltar para casa. Dias antes do fim da pena, ele fica sem rumo ao descobrir que a esposa faleceu em um acidente. Quando aceita trabalhar para o misterioso sr. Wednesday e passa a segui-lo pelo país, Shadow começa a desvendar a real identidade do chefe e a se dar conta de que os Estados Unidos, ao receberem pessoas de todos os cantos do mundo, também se tornaram a morada de deuses dos mais variados panteões. Só que agora essas divindades do passado se veem numa luta contra os deuses da vida moderna: a internet, a tecnologia, a mídia, o dinheiro. Uma guerra pelo poder de não ser esquecido.  

Mitologia nórdica, de Neil Gaiman

Se seu pai quiser entender um pouco mais os deuses da Mitologia nórdica, a reunião de contos milenares sobre a origem do universo até o Ragnarök, o apocalipse viking, é uma boa forma de começar.

 

Série Black Hammer, de Jeff Lemire, Dean Ormston e Dave Stewart


Os super-heróis de Black Hammer salvaram o mundo, mas agora estão presos no passado, em uma fazenda fora dos limites do tempo. Sem saber como fugir ou como chegaram lá, Abraham Slam, Menina de Ouro, Coronel Weird, Madame Libélula e Barbalien são forçados a fingir ser uma típica família disfuncional, tentando criar para si uma vida normal. Mas, com tantos poderes e egos envolvidos, será que isso vai dar certo?

 

O Labirinto do Fauno, de Guillermo del Toro e Cornelia Funke

Se seu pai é fã do diretor mexicano, vai apreciar cada detalhe desse livro, que expande o universo da obra e ainda conta com ilustrações incríveis. Em 1944, Ofélia e a mãe chegam a um vilarejo no interior da Espanha para morar com o cruel padrasto da menina, que busca exterminar os rebeldes que se escondem na floresta dos arredores. Mas o que eles não sabem é que a mata também abriga criaturas mágicas e poderosas, súditos em busca de sua princesa há muito perdida. Uma princesa que, segundo os sussurros das árvores, finalmente retornou ao lar.

 

Livros do universo de Stranger Things

Enquanto a quarta temporada de uma das maiores séries dos últimos tempos não chega, a gente mata a saudade de Stranger Things lendo histórias que expandem o universo oficial!

Em Raízes do mal, conhecemos Terry Ives, a mãe de Eleven, nos anos 1960, quando decide participar de um experimento secreto do governo. Lá ela conhece o dr. Martin Brenner, um homem cruel capaz das maiores atrocidades para alcançar seus objetivos. Terry logo se vê presa em uma trama repleta de manipulações e perigos, e sua única chance de sair viva é uma menininha com poderes sobre-humanos e um número no lugar do nome. 

Em Cidades nas trevas, Hopper e Eleven estão celebrando o primeiro Natal da menina. Ao descobrir uma misteriosa caixa etiquetada como Nova York, El pergunta ao pai adotivo o que aquilo significa. O resultado é uma viagem incrível ao passado de Hopper, no final da década de 1970, quando ele trabalhou na divisão de homicídios da polícia de Nova York e correu perigos inimagináveis para capturar um implacável serial killer.

 

 

2. Pais interessados em política e economia

 

Capital e ideologia, de Thomas Picketty

Referência mundial nos debates sobre concentração de riqueza e renda e autor de O capital no século XXI, Thomas Piketty acaba de lançar seu novo livro, Capital e ideologia, no qual expande seus estudos para analisar de que forma a ideologia garante a perpetuação da desigualdade social. A obra faz um apanhado que remonta às sociedades pré-Revolução Francesa e chega aos dias de hoje, para mostrar que a economia não é produto da natureza: como construção histórica, é passível de ser mudada e até revolucionada. Além de fazer duras críticas às políticas socioeconômicas atuais, o economista propõe um novo sistema econômico, mais justo.

 

A morte da verdade, de Michiko Kakutani

No livro, a premiada jornalista analisa as origens do caótico cenário em que estamos mergulhados, no qual a verdade se tornou uma espécie em extinção e foi substituída pela sabedoria das massas. Tendo como objeto de estudo a campanha e o primeiro ano do governo Trump, a autora mostra como as fake news podem desacreditar a imprensa e desestabilizar democracias.

 

 

3. Pais que curtem thrillers misteriosos

As Outras Pessoas, de C. J. Tudor

Da autora de O Homem de Giz e O que aconteceu com Annie, As Outras Pessoas é uma história arrepiante sobre o que somos capazes de fazer por vingança. Preso em um engarrafamento, Gabe vê uma menininha no banco traseiro de um dos carros murmurar a palavra “papai”. É sua filha, Izzy, mas o carro segue adiante e ele a perde de vista. Minutos depois, Gabe recebe uma ligação da polícia. Sua esposa e a filha foram assassinadas dentro de casa. Mas como, se há poucos momentos ele viu Izzy com seus próprios olhos? Três anos mais tarde, o homem ainda dirige a esmo pelas estradas à procura da menina, recusando-se a acreditar que ela morreu. Até que uma pista ressurge: o carro que Gabe avistou naquele fatídico dia foi encontrado…

 

Mindhunter, de John Douglas e Mark Olshaker

Em uma época em que a expressão serial killer — assassino em série — nem existia, John Douglas foi um agente exemplar na aplicação da lei e na perseguição aos mais conhecidos e sádicos homicidas de nosso tempo. Ele confrontou, entrevistou e estudou dezenas de serial killers. Com a força de um thriller, ainda que terrivelmente verdadeiro, esse é o relato da vida e da mente dos mais perturbados assassinos em série que ele perseguiu. A obra inspirou a série homônima da Netflix.

 

Caixa de pássaros e Malorie, de Josh Malerman

Caixa de pássaros narra a história de um universo pós-apocalíptico, onde só há uma regra para sobreviver: não abrir os olhos. Basta apenas um olhar para que criaturas misteriosas façam uma pessoa cometer atos de extrema violência. Escondidos há anos, Malorie e seus dois filhos pequenos precisam atravessar um rio de olhos vendados para tentar chegar a um local seguro.

No segundo livro, Malorie, doze anos se passaram desde esses acontecimentos, e revisitamos os personagens quando uma faísca de esperança surge dentro daquele mundo assustador.

 

O silêncio da cidade branca, de Eva García Sáenz de Urturi

Duas décadas após horríveis assassinatos aterrorizarem a cidade de Vitoria, no País Basco, os casos voltam a acontecer. Todas as vítimas têm idades múltiplas de cinco, sobrenomes compostos originais da região e seus corpos são expostos sem roupas nos espaços públicos, sem que nenhum tipo de rastro seja deixado. O escolhido para ficar à frente do caso é Unai López de Ayala, investigador especialista em traçar perfis criminosos.

Determinado a impedir novos assassinatos e com meios não muito convencionais, o investigador precisará enfrentar situações extremas e superar os próprios limites para conseguir as respostas necessárias. O livro deu origem ao filme de mesmo nome disponível na Netflix.

 

1793, de Niklas Natt och Dag

Uma história sombria e perturbadora ambientada na Suécia do século XVIII após o aparecimento de um corpo mutilado, sem braços, pernas, olhos e língua. Mickel Cardell e Cecil Winge são os responsáveis pelo caso e, juntos, precisarão mergulhar em um mundo brutal de ladrões, mercenários e aristocratas corrompidos para encontrar respostas.

 

 4. Pais que precisam desestressar

Observações sobre um planeta nervoso, de Matt Haig

Quando percebeu que acessar constantemente as redes sociais servia como gatilho para suas crises de ansiedade e depressão, Matt Haig, autor de Razões para continuar vivo, decidiu analisar a relação entre a quantidade de conteúdo ao qual era exposto diariamente e sua qualidade de vida. Essas reflexões deram origem a Observações sobre um planeta nervoso, um diálogo entre Haig e o leitor sobre os rumos da sociedade atual. No livro, Haig oferece propostas para impedir a sensação frequente de cansaço, solidão e tristeza causada por essa avalanche de informações sem filtro.

 

F*deu geral, de Mark Manson


Recorrendo a pesquisas psicológicas e sabedoria filosófica para investigar o mundo de hoje, Manson explora em seu segundo livro a nossa relação com o dinheiro, o entretenimento e a internet, desafiando as nossas definições de fé, felicidade, liberdade e, até mesmo, de esperança.

 

Cercado de idiotas, de Thomas Erikson

Após uma entrevista desastrosa com um empreendedor de sucesso que estava convencido de estar “cercado de idiotas”, o especialista em comunicação Thomas Erikson passou a se dedicar à missão de entender como as pessoas funcionam e por que temos dificuldade de desenvolver uma conexão com certos tipos de indivíduo.

Na obra, Erikson traz um método de avaliação baseado em quatro tipos de personalidade e, ao compreender o funcionamento de cada uma, o leitor vai aumentar seu autoconhecimento e aprimorar suas habilidades sociais, além de ter dicas sobre linguagem corporal e comunicação escrita.

 

Você não merece ser feliz, de Craque Daniel (Daniel Furlan e Pedro Leite)

Consciente de que poderia ajudar milhares de brasileiros com sua visão de mundo única, o apresentador do Falha de Cobertura Craque Daniel decidiu proporcionar a seus fãs em seu primeiro livro um caminho rápido até a felicidade por meio de seus dois maiores pilares: o comodismo e o individualismo. Isso sem abrir mão de outros valores essenciais, como a indiferença, o pessimismo e o rancor.

Escrito por Daniel Furlan e Pedro Leite, Você não merece ser feliz é um falso manual de autoajuda de um dos personagens mais queridos da TV Quase, produtora responsável por outros sucessos, como Choque de Cultura e Irmão do Jorel.

 

5. Pais fãs de história

M, o filho do século, de Antonio Scurati

Vencedor do Prêmio Strega, o mais importante da literatura italiana, o livro baseia-se em uma vasta pesquisa documental para narrar a ascensão do regime fascista sob a perspectiva de Benito Mussolini, seus amigos, inimigos e amantes.

Antonio Scurati traz uma narrativa totalmente calcada na realidade, porém elaborada com os recursos que fazem com que o leitor entre na mente dos grandes personagens da ascensão do fascismo e compreenda todo o clima da época.

 

A grande gripe, de John M. Barry

Há 100 anos, a humanidade enfrentava uma das maiores pandemias de sua história. Com origem nos Estados Unidos, a gripe espanhola viajou por um mundo em guerra e tirou mais de 50 milhões de vidas em apenas dois anos. Em A grande gripe, o historiador e pesquisador John M. Barry conta como aconteceu o surto da doença, mostrando os esforços da comunidade científica para combater o vírus e fazendo uma análise extremamente atual de como situações como essa estão relacionadas à política, ao poder, à ciência e, sobretudo, ao acesso à informação.

 

Holocausto brasileiro, de Daniela Arbex

Nesta premiada obra, a jornalista Daniela Arbex faz uma denúncia sobre a situação de abandono a que eram submetidos os pacientes do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena. Conhecido como Colônia, o local funcionou de 1903 a 1996, em Minas Gerais, e deixou o saldo de mais de 60 mil mortos e inúmeras vidas marcadas pelo descaso do Estado, dos médicos e da sociedade. Arbex localizou sobreviventes e entrevistou ex-funcionários a fim de traçar o retrato de uma das maiores atrocidades perpetradas em nosso país, o que transformou o livro em um marco do jornalismo investigativo.

 

Pátria, de Fernando Aramburu

Em Pátria, exploramos as consequências da luta pela independência do País Basco, ao norte da Espanha. Na trama, Bittori foi obrigada a deixar a vila em que cresceu após o marido ser assassinado na porta de casa pelo ETA, grupo terrorista separatista. Anos depois, quando é anunciado o fim da luta armada, ela decide retornar para fechar algumas feridas. Na vila, permaneceram Miren, antiga amiga de Bittori que se radicalizou após um dos filhos se filiar ao ETA, e sua família. Os destinos das duas se cruzarão novamente, e elas precisarão encarar os erros do passado.

 

6. Pais empreendedores

Onde os sonhos acontecem, de Robert Iger

Em 2005, quando a competição estava mais acirrada do que nunca, Robert Iger se tornou CEO da Disney. Com uma nova visão e ideias claras, ele transformou a empresa em um império estimado em mais de 250 bilhões de dólares, e seu trabalho garantiu a compra de ativos valiosos como Pixar, Marvel, Lucasfilm e 21st Century Fox.

Considerado um dos empresários mais inovadores e bem-sucedidos da nossa era, o agora presidente da Disney compartilha suas histórias e princípios no livro Onde os sonhos acontecem: Meus 15 anos como CEO da The Walt Disney Company.

 

Princípios, de Ray Dalio

Em Princípios, recebemos dicas diretamente de Ray Dalio, fundador da mais eficaz gestora de fundos hedge do mundo. Desenvolvidos por ele ao longo de 40 anos, seus princípios de vida e de trabalho nortearam o caminho que o levou a se tornar um dos grandes investidores e empresários de nossa era.

 

Na raça, de Maria Luíza Filgueiras

Quando perdeu o emprego em sua primeira tentativa no mercado financeiro, Guilherme Benchimol não poderia imaginar que aquele seria o início de uma das maiores histórias de empreendedorismo do Brasil. Na raça acompanha a trajetória do fundador da XP, a empresa que mudou a vida financeira do brasileiro.

 

7. Pais que curtem dramas familiares que atravessam gerações

A Casa Holandesa, de Ann Patchett

Após a morte do pai, Danny e Maeve, ainda jovens, ficam sob a tutela da madrasta, que os expulsa de casa. Jogados à própria sorte, os irmãos apoiam-se em seu vínculo inabalável para sobreviver. Ao longo de cinco décadas, os dois criam o hábito de visitar regularmente a casa em que cresceram, sempre à distância, rememorando com bom humor e raiva seu relato de perda e humilhação, conduzindo o leitor por todos os eventos que provocaram o colapso da família Conroy.

Finalista do prêmio Pulitzer 2020, A Casa Holandesa questiona como podemos superar o passado quando somos obrigados a confrontar quem nos abandonou.