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6 costumes da era vitoriana que te farão agradecer por viver no século XXI

22 / agosto / 2022

A era vitoriana foi o período histórico marcado pelo reinado da Rainha Vitória, monarca símbolo do Império Britânico que permaneceu no poder entre os anos de 1837 e 1901. Apesar das importantes transformações sociais e políticas que aconteceram na época, como o fortalecimento do socialismo e do movimento feminista, esse período é caracterizado por fortes crenças supersticiosas e costumes excêntricos — além de por um notável fetiche pelo macabro. A seguir, separamos algumas práticas comuns da era vitoriana que te farão suspirar de alívio por viver no século XXI.

 

Cinturas finas

A figura A representa a posição natural dos órgãos do corpo humano. Já a figura B mostra como eles ficam após o uso sistemático do espartilho. Fonte: Physiology for Young People, p. 84. Fig. 11.

O uso de espartilhos era muito frequente durante essa época. Utilizado para deixar a cintura das mulheres bem fininha, esse dispositivo alterava a fisiologia dos corpos, além de deformar as costelas e desalinhar a espinha dorsal, o que causava efeitos a longo prazo no esqueleto. E algumas mulheres os apertavam tanto que mal conseguiam respirar e acabavam desmaiando. Comum entre diferentes classes sociais, o espartilho era utilizado até mesmo por crianças e grávidas, para as quais modelos especiais eram confeccionados.

 

Fotos pós-morte

Fotografar os parentes depois que eles morreram parece mórbido e muito estranho para os padrões atuais. No entanto, para os britânicos da era vitoriana, essa era uma forma de relembrar os entes queridos e de obter consolo após a perda — vale lembrar que a vida naquela época era absurdamente frágil, já que epidemias como a de difteria, tifo e cólera eram constantes. Nas fotos pós-morte, alguns fotógrafos se empenhavam em fazer os defuntos parecerem o mais vivos possível, ou como se estivessem adormecidos.

 

Vestidos lindos de morrer — literalmente

Os vestidos volumosos feitos de criolina eram a última moda na era vitoriana. Mas, além de não serem nada práticos de vestir e dificultarem os passeios de carruagem, essas vestimentas tinham um defeito mortal: eram extremamente inflamáveis.  Estima-se que, entre 1850 e 1860, cerca de 3 mil mulheres tenham morrido depois que seus vestidos pegaram fogo — entre elas, duas irmãs de Oscar Wilde. Nessa época, além do uso costumeiro na cozinha, o fogo também era utilizado para aquecer e iluminar os ambientes, o que aumentava as chances de acidentes fatais.

 

Caixões com sinos

Apesar dos avanços da medicina, muitas pessoas ainda sofrem de tafofobia, isto é, medo de ser enterrado vivo. Embora isso seja muito improvável de acontecer nos dias de hoje,  na era vitoriana o medo tinha bastante fundamento e, por isso, fazia parte do imaginário popular. Como solução para um eventual “enterro prematuro”, foram criados caixões com sinos. Assim, caso uma pessoa acordasse embaixo da terra, bastava puxar uma corda e acionar o sino. O problema é que, às vezes, o alarme era  acidentalmente acionado durante a decomposição dos corpos — o que gerava uma grande confusão nos cemitérios.

 

Ter cara de doente

Além de cinturas ostensivamente finas, as mulheres vitorianas adoravam o visual de lábios avermelhados e magreza extrema — características físicas de uma pessoa que sofria de tuberculose. A doença, que era epidêmica e incurável no século XIX, influenciava diretamente a moda e a estética da época, a ponto de fazer algumas mulheres desejarem ser portadoras do vírus e se infectarem de propósito.

 

Canibalismo para tratar doenças

Entre meados dos séculos XVI e XVII, vários europeus, incluindo membros da realeza, padres e cientistas, ingeriam de forma rotineira remédios caseiros que continham ossos humanos, sangue e gordura como modo de curar determinadas doenças. Um dos tratamentos para epilepsia prescritos em 1847 era comer um pouco de crânio misturado com melado. Assim, em vez de ir à farmácia, o doente buscava o “medicamento” nos locais de execuções públicas.

 

A era vitoriana é o pano de fundo de A Serpente de Essex, livro que inspirou a série do Apple TV+ com Tom Hiddleston e Claire Danes. Na obra, Cora Seaborne é uma recém-viúva que muda-se de Londres para Essex a fim de descobrir a verdade por trás de uma criatura mítica que está aterrorizando o pequeno povoado de Aldwinter. Ao iniciar uma busca a partir dos rastros dessa lenda, ela é apresentada a William Ransome, o vigário local, um homem desconfiado que teme que essas invenções e fantasias distraiam as pessoas do verdadeiro caminho da fé.

O livro é um romance surpreendente, com diálogos ricos e personagens memoráveis, que debate questões como ciência, fé e uso da razão em uma época marcada pela superstição.

Leia um trecho do livro e assista ao trailer da série.


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