testeA educação é vital para transformar o Brasil em um país mais justo

educação_2

A educação é tema central para o Brasil se tornar um país melhor. Todas as demais questões que analiso em meu livro História do futuro: o horizonte do Brasil no século XXI dependem, de alguma forma, do avanço da educação para se realizarem.

É interessante destacar que um assunto dessa importância só ganhou atenção especial a partir dos anos 1990, na democracia. A lacuna deixada pelos governos militares ainda nos assombra. Nem mesmo durante o “milagre econômico” houve avanços significativas nos índices educacionais, pelo contrário.

Os números do IBGE traduzem o que tem sido a jornada brasileira pela educação: em 1970, em plena ditadura, 32,78% das crianças de 7 a 14 anos estavam fora da escola. Em 1980, eram 32,87%, um aumento absoluto de 1,1 milhão de meninos sem aulas na década em que o Brasil mais cresceu. Em 1991, a proporção dos que não estavam estudando caiu para 22%. Nos difíceis anos 1990, com suas crises econômicas, o governo conseguiu a maior inclusão. O número de crianças sem aula despencou de 6,2 milhões para 1,5 milhão. Em proporção, a queda foi de 22% para 5,5%, em 2000. Na década seguinte, até 2010, a taxa dos sem escola caiu para 3,1%.

Infografico_HistFuturo3

O aumento no número de matriculados nas escolas é uma vitória, mas é grande demais o que ainda precisa ser feito. Este é o momento de trabalhar mais fortemente para transpor obstáculos históricos e preparar o futuro. Uma vantagem é a percepção dos brasileiros sobre a educação.

Uma pesquisa feita pelo Instituto Data Popular, em 2013, mostrou que as famílias estavam dispostas a gastar com educação e viam nisso um forte significado: 71% concordaram com a frase “a minha prioridade é a educação dos meus filhos”; e 95% concordaram com a frase “é o meio mais seguro para alcançar um bom futuro”.

A dedicação das famílias na formação dos filhos começa a mudar também nossos números sobre o tempo de vida escolar. Segundo o IBGE, os brasileiros com 65 anos ou mais têm 4,2 anos de estudo, em média; os que estão entre 25 e 64 anos têm 8,3 anos de estudo, em média.

No entanto, estamos falhando na melhora da qualidade. Ainda temos que aprimorar o ensino das duas disciplinas básicas, português e matemática, diminuir a evasão do ensino médio e, cada vez mais, usar novidades tecnológicas para tornar o estudo mais interessante.

Em geral quando falo sobre os dilemas nacionais em palestras, há sempre uma concordância de que a educação é um tema central. Todos sabemos que é assim. Se o país está em recessão, poderemos recuperar pontos no PIB nos próximos anos, mas se perdermos o cérebro de uma geração perderemos o futuro. No meu livro tentei passar esse senso de urgência que sei, caros leitores, que compartilhamos.

>> Leia um trecho de História do futuro

testeCarta de amor em segunda pessoa

Eu quero lembrar. Aquela quinta, ou terça, ou segunda. Puxo pela memória, ela me trai. Uma, duas, dezenas de vezes. Preciso reconstituir a última vez, o apelo final, a chance desperdiçada. Se conseguir recuperar aquela noite, do jeito exato, e o teu olhar, talvez eu entenda. Recordo milhares de estrelas apagadas pelas luzes da cidade. De novo, o teu olhar. A voz baixa, tentando esconder a mágoa. Pausas entre as palavras para não perder o controle. E, de repente, um apagão.

Teu amor por mim sumiu dos teus olhos. Aquela luz quente, que queimava com um misto de dor e fascinação, desapareceu. Não estava mais ali, tinha desistido, minguado feito brasa de fogueira apagada pelo vento da madrugada. Não soube naquele momento o que o fim daquela luz significava, embora tenha sentido que algo mudava. Como se o tempo subitamente tivesse virado e as folhas começassem a cair das árvores bem antes da chegada do outono.

Tenho certeza de que era noite. Devia ser maio ou junho, tu usavas um casaco cinza meio puído que te caía bem. Nunca te perguntei, mas agora tenho curiosidade em saber se era o teu preferido. Interesso-me por tudo sobre ti, até recomponho as histórias de tuas roupas velhas. Preciso rearranjar, pedacinho por pedacinho, o mosaico do fim desse sentimento, que, sem aviso, morreu. Ali, na minha frente, fora do meu controle.

Quando penso bem, apagar o que brilhava tão forte não deve ter sido tarefa fácil. O amor é algo que vai embora aos poucos, é impossível matá-lo de um golpe só. Ninguém teria tanto talento. Um sorriso sem jeito, meio triste, tomou o lugar daquele riso fácil, o mesmo que agora procuro, procuro, mas não consigo encontrar. Foi tudo muito rápido, não percebi os sinais. Perdoa-me, amar nunca me foi algo natural.

A luz da minha varanda, essa vista das árvores que tu admiravas, tudo me faz lembrar de ti. Noite de inverno, dia de festa. Considerando a época do ano, não era meu aniversário nem o teu. Muita gente aqui, taças que tilintavam, copos cheios, comida farta. Sempre havia uma ocasião. Alimentava-me da minha disposição em encontrar gente nova, experimentar aquela sensação de adrenalina do novo, êxtase. Então descarto tudo e volto ao começo, repetindo o processo.

Uma música de que tu gostavas tocava ao fundo. Tu te esgueiraste, afastando-te como um caranguejo que se esconde de um predador. Precisavas recuar, deixar-te levar pelo instinto de proteção. Sorriso já apagadinho, um bom disfarce, trinta segundos de conversa com um aperto na mão de outro, beijinho em quem acabava de chegar. Em direção à porta, esqueceste o cachecol ou o deixaste como espólio da retirada repentina, baixa em uma batalha dada como perdida.

E nunca mais te vi. Simples assim: todas as comunicações cortadas em um planeta em que é quase impossível viver desconectado. Ouvir palavras vazias de ti, que sempre trouxe significado a tudo, doeu-me mais do que o teu completo silêncio. Por favor, entendas, também preciso me preservar. Não quero alimentar-me de tua frieza, prefiro me aquecer na memória cálida, quase quente, e agradecer-te.

Acompanho, juntando informações com um amigo aqui, outro ali, o que acontece contigo. Viagens, realizações, pequenas felicidades, casamento. Todo mundo diz que tu completas o que começas. E que sempre fazes tudo bem. Não consigo sequer desejar-te para mim. Acho que descobri o verdadeiro amor assim, com atraso. E tudo o que consigo fazer é te desejar o melhor.

Tu nunca receberás esta carta, ela é só uma cápsula do meu tempo pessoal. Ao escrever estas palavras de amor, sinto-me menos impotente. Não ousaria incomodar-te, o tempo passou, preciso aceitar a derrota. De alguma forma, estas palavras trazem um pouco do teu calor de volta. É a brisa quente que entra na janela. Não vai durar. Fecho os olhos e sinto que estás aqui.

testeDrenando as artérias do mundo

Por Octavio Aragão*

KvBDLM

Há quem defenda que a função da ficção científica, enquanto subgênero da ficção fantástica, seja retratar a contemporaneidade sob a capa de uma parábola futurista. Outros afirmam que a principal diferença entre a FC, como é conhecida entre os fãs, e a literatura mainstream é que “as metáforas são reais”. Faca de água, romance de Paolo Bacigalupi, vencedor tanto do Hugo quanto do Nebula, dois dos maiores prêmios da ficção científica literária mundial, corresponde às duas definições e vai além.

Longe do escapismo relacionado ao subgênero pelo público leigo, que insiste nos elementos identificadores mais óbvios, como naves espaciais e robôs, Bacigalupi constrói uma visão de futuro próximo em que a crise do petróleo é sobrepujada pela crise hídrica, responsável, entre outras consequências, pela desunião dos estados norte-americanos – a ponto de sermos apresentados a uma guerra entre a Califórnia, o Texas e o Arizona pela posse das terras às margens do rio Colorado – e pelo surgimento de novos tráficos e máfias multiformes, que mesclam os coiotes fronteiriços, que guiam imigrantes do sul muitas vezes para suas mortes, gangsters de terno e gravata contratados por empresários exploradores de recursos naturais e os “facas de água” do título, espécie de agentes especializados em cortar ou desviar fontes e reservas de água, tudo isso em uma realidade onde Teslas cruzam rodovias americanas e o espanhol ganhou status de segunda língua oficial.

Apesar de focar a ação no território norte-americano, com breves referências aos novos donos do mundo, oriundos da China, cujos engenheiros são responsáveis pela construção de um “oásis” no meio do deserto, onde a vida segue normal para quem pode pagar, a visão apocalíptica – com um estilo que bordeja o jornalístico – do autor cria um cenário crível e bem embasado, graças a uma década de pesquisas extensas a respeito de clima e meio ambiente, mas sem se esquecer de elementos típicos do folhetim do século retrasado, principalmente na forma de um documento centenário que poderia definir a independência econômica de estados inteiros. É na busca, no resgate e na luta por essa “carta roubada” que os três protagonistas do romance se esbarram, se enfrentam e, possivelmente, se apaixonam. Ou não.

15819113

Cada um dos três protagonistas também tem uma função importante na estrutura narrativa: representar três das quatro classes sociais que flutuam por esse mundo sedento. Maria é uma jovem que sobrevive na base da pirâmide social, vendendo água e, eventualmente, a si mesma. Lucy é a jornalista ganhadora do Pulitzer prestes a descobrir aquele que provavelmente é o furo jornalístico de sua vida, mas que pode acarretar sua morte por revelar as engrenagens por trás da Grande Seca. Angel é o “faca de água”, um mercenário das grandes corporações, assassino brutal e eficiente, mas que, como nos melhores romances noir de Raymond Chandler e Dashiell Hammett, possui uma consciência boa demais para sua profissão.

CAPA_FacaDeAgua_MAINPairando sobre todos, onipresente por intermédio de ligações telefônicas, está Catherine Case, a patroa de Angel, mulher parcialmente responsável pelo redesenho dos mapas hidrográficos dessa parte da América, uma representante dos “cinco dígitos”, que é como os miseráveis se referem àqueles cujo faturamento mensal é alto o suficiente para não precisarem se preocupar com o abastecimento pessoal de água.

É nas relações entre esses personagens que o autor constrói com clareza a trama do romance, utilizando ora um, ora outro como porta-voz de seus temores e certezas sociais, econômicas e ecológicas. Cada um deles sofre na carne por seus ideais, sejam éticos ou céticos, factíveis ou infrutíferos, e a empatia de Lucy, Angel e Maria, em contraponto à ausência implacável de Catherine Case, nos cativa e convence da inexorabilidade desse futuro incerto, mas plausível. Afinal, como o autor não cansa de nos dar a entender, a água é o sangue do planeta, e, nesse mundo inóspito onde drenamos mais do que podemos repor, para que alguns bebam, alguém tem de sangrar.

Faca de água, como os melhores exemplares da ficção científica literária, não nos apresenta uma metáfora para amanhã, mas abre nossos olhos secos e vítreos para uma versão possível, árida e arenosa, do presente.

*Octavio Aragão é designer gráfico, pesquisador e professor de Jornalismo Gráfico na ECO-UFRJ. É autor dos romances de ficção científica A mão que cria (Mercuryo, 2006) e Reis de todos os mundos possíveis (Draco, 2013), além da HQ Para tudo se acabar na quarta-feira (Draco, 2011).

testeO Copacabana Palace e João Gilberto

Sylva Koscina, João Gilberto, Tom Jobim and Mylene Demongeot in Copacabana Palace, 1962

Cena do filme “Copacabana Palace”, que teve participação de Tom Jobim e João Gilberto (Fonte)

O pesquisador João Carlos Rodrigues publicou em seu Facebook dois trechos de Copacabana Palace, filme italiano de 1962 dirigido por Steno Vanzina, cujo título original é Girl Game (assim mesmo, em inglês). O elenco, segundo Rodrigues, tem algumas starlets europeias, como as belas Sylva Koscina, italiana, e Mylène Demongeot, francesa. Do lado brasileiro, participam dois grandes nomes da MPB: Tom Jobim e João Gilberto. Trata-se de uma comédia romântica com três histórias entrelaçadas.

Em um dos trechos postados, os dois estão na praia da Barra, Zona Oeste do Rio de Janeiro, ainda bem jovens, contracenando com as atrizes. Tom e João Gilberto aparecem dublados, falando em italiano. Assim que li o post e vi a cena me lembrei de um telefonema que recebi de um jornalista de São Paulo não tem muito tempo.

Em novembro de 2015, João Gilberto foi passar uma temporada no Copacabana Palace. Segundo a imprensa, o motivo da hospedagem era o mais insólito possível. Ele teria se mudado porque mantinha uma relação dúbia com os vizinhos, oscilando entre a cordialidade e os problemas com a vigilância sanitária. Conhecido por ser um tanto recluso, o músico não permitia a entrada de quase ninguém em seu apartamento, no Leblon. Entre os moradores do prédio corre a história que de seu apartamento, na rua Carlos Góis, na esquina da praia, exalava um terrível mau cheiro.

O jornalista que me ligou queria saber como ele poderia entrar no hotel para se aproximar do cotidiano de João Gilberto. Eu não sou biógrafo do Copa, mas da família Guinle, seus fundadores e ex-proprietários, e não tenho nenhuma relação com os atuais donos. Mesmo assim, dei algumas dicas.

A postagem de João Carlos Rodrigues me tocou bastante. A cena da praia me fez lembrar do cheiro de maresia, das areias cheias de tatuís, da alta qualidade musical que a cidade inspirava e de um Rio de Janeiro mais naif e cordial.

testeA roda do tempo e eu

 

Por Samara Maia Mattos*

Foto Roda 2

Vocês se lembram de 2001, quando Frodo se aproximou da entrada de Mordor, olhando toda a devastação que ainda teria que enfrentar, e o filme A Sociedade do Anel terminou?

01_Vocês-lembram-em-2001

Ou quando, em 2005, os sobreviventes de Lost encontraram e explodiram uma escotilha sinistra no último episódio da primeira temporada?

02_Ou-quando-em-2005

Ou ainda, em 2010, como foi esperar os seis meses que separaram os lançamentos de A Batalha do Labirinto e O Último Olimpiano?!

pjuo

Pois é… Todos os meus exemplos giram em torno de dois sentimentos em comum: expectativa e ansiedade! Nosso envolvimento com os personagens de uma obra, com a trama e a responsabilidade em ser mais um integrante “virtual” no salvamento do mundo, cria toda uma expectativa por um próximo filme, episódio ou livro.

04_Seu-envolvimento-com-os-personagens

Desde que me entendo por “gente” gosto muito de livros de fantasia. Contrariando muitos leitores, minha aproximação com o gênero não aconteceu por meio das obras de Tolkien, mas sim das de Marion Zimmer Bradley, com as séries Darkover e As brumas de Avalon.

O problema é que, durante muito tempo, o mercado literário brasileiro não investiu muito nesse gênero, e era difícil encontrar autores ou séries nas estantes das livrarias. Ainda bem que, de alguns anos para cá, depois de sucessos como O Senhor dos Anéis e As Crônicas de Gelo e Fogo a fantasia ganhou mais espaço e, ousando dar um chute estratosférico, passou a ser mais rentável.

05_O-problema-é-que-durante-muito-tempo

Depois dessa pequena introdução, vocês vão entender quando digo que um dos dias mais felizes de 2013 foi quando a Intrínseca anunciou que lançaria a principal obra de Robert Jordan!

06_Depois-dessa-pequena-introdução

A série de 14 volumes (é isso mesmo, você leu certo, são qua-tor-ze) começou a ser publicada pela Intrínseca há três anos e a expectativa para o quinto livro era muito grande. Vocês não têm ideia do meu nível de ansiedade com essa espera. Levem em consideração que A Ascensão da Sombra, o quarto livro, foi lançado há um ano… Em tempos de lançamentos quase simultâneos com as edições estrangeiras, uma espera de UM ANO pode ser assustadora para uma leitora apaixonada!

07_A-série-de-14-volumes

Você começa a se preocupar em como vai ser o seu futuro como leitor e fã de uma série “infinitamente gigante” de fantasia. Será que o aumento exponencial da quantidade de páginas entre os livros é um obstáculo?

08_Você-começa-a-se-preocupar

Só que a melhor notícia do ano veio no dia 25 de julho, quando, navegando pelo site da Intrinseca e conferindo os futuros lançamentos de agosto, vi que o livro estava lá! ESTAVA LÁ! Uma capa lindamente roxa, as rodas do tempo e o oroboros, e a certeza que as 912 páginas de As Chamas do Paraíso vão estar nas livrarias a partir do dia 15 de agosto! QUINZE DE AGOSTO!

09_MAS-A-melhor-notícia-do-ano

Convenhamos que depois de descobrir que o quinto volume tem o delicioso tamanho de 912 PÁGINAS (esses números me surpreendem sempre que me lembro deles), obviamente é super compreensível que o livro tenha demorado um ano para sair. Sério, pessoal da Intrínseca: vocês estão perdoados de todo o nervoso, roer de unhas e angústia que sofri ao longo dos últimos meses.

11_Convenhamos-que-depois

Agora é ler esse tijolo assim que ele estiver em minhas mãos para depois e sofrer mais um pouquinho esperando notícias do próximo. E aí? Já tem previsão? ^.~

 

Samara Maia Mattos é designer, blogueira nas horas vagas e viciada em vários gêneros literários, embora seja totalmente apaixonada por livros de fantasia.

testeAntes que eu vá estreia nos cinemas em 2017

motagem_antes que eu va

Sexta-feira, 12 de fevereiro, é o último dia de vida de Samantha Kingston, uma garota que até então tinha tudo: o namorado mais cobiçado do colégio, três amigas fantásticas e uma vida privilegiada. Mas ela recebe uma segunda chance. Sete “segundas chances”, na verdade. E, ao reviver o mesmo dia vezes seguidas, Samantha descobre, enfim, o verdadeiro valor de tudo o que está prestes a perder. 

Este é o mote de Antes que eu vá, romance de Lauren Oliver (autora também da série Delírio) que está sendo adaptado para os cinemas. Dirigido por Ry Russo-Young, o filme tem estreia prevista para 7 de abril de 2017 nos Estados Unidos e é estrelado por Zoey Deutch (Samantha Kingston), Halston Sage (Lindsay), Kian Lawley (Rob), Logan Miller (Kent), Cynthy Wu (Ally Harris), Elena Kampouris (Juliet Sykes) e Medalion Rahimi (Elody).

No romance publicado em 2011 pela Intrínseca, Lauren expõe as complexas relações que se formam dentro de uma escola, fugindo dos estereótipos habituais. Suas personagens, que inicialmente transparecem simplesmente egoísmo e superficialidade, são densas, guardam segredos e mágoas. Ao tentar mudar os acontecimentos do dia ao qual está presa, sua heroína se humaniza e, pela primeira vez, reflete sobre sua relação com as amigas, com a família, e sobre como seria o “último dia” que gostaria de viver.

Confira as fotos das filmagens:

foto_filme_antes_que_va_filme2

foto_filme_antes_que_va_filme4

foto_filme_antes_que_va_filme3

foto_filme_antes_que_va_filme6

foto_filme_antes_que_va_filme5

foto_filme_antes_que_va_filme7

foto_filme_antes_que_va_filme8

 

>> Leia um trecho de Antes que eu vá

testeO que te faz #AlucinadamenteFeliz?

Alucinadamente feliz não é apenas o título do sensacional livro de Jenny Lawson, é também o nome de um movimento criado pela autora em seu blog pessoal. A ideia é que você busque maximizar os momentos de alegria, para que, quando os momentos ruins chegarem, tenha sempre a lembrança de que fez coisas incríveis.

No espírito do movimento, perguntamos aos nossos leitores no Twitter e Instagram o que os faziam Alucinadamente feliz(es). Confira algumas das respostas:

@wannamomsen – “Muitas coisas. Desde contemplar o nascer do sol, passando pelo cheirinho de livros novos e até mesmo um bom dia de descanso ?”

giphy 1 AF

 

@ps_ticreu – “Saber q esse mês o quinto volume da Roda do Tempo vai chegar”

rodadotempo5 - Cópia

 

@Crlhmanu – “Estar com quem me quer bem, me faz bem e me traz o bem ??”

giphy 3 AF

 

@isistomie – “Um abraço e muitas cócegas na minha filha ? me deixa #AlucinadamenteFeliz ?”

giphy

 

@sarahkaroline_ – “A simplicidade de cada momento, seja em casa, na rua, em uma roda de amigos ?”

giphy 5 AF

 

@ccarvalhoss – “Coisas simples, como passar momentos em família, e claro passar o dia lendo.”

giphy 6 AF

 

@_bookhunter – “Você está na seção de casacos de uma loja e sempre quis saber se conseguiria vestir mais de cinco de uma vez? Vá em frente! (A menos que um funcionário furioso se aproxime, aí é melhor abortar a missão e bater em retirada.) Ser feliz é viver sem se preocupar com o que os outros vão pensar de você. É não ficar se policiando e reprimindo vontades apenas por não querer ‘pagar mico’ na frente de estranhos. Ser feliz é não ter medo de ser quem você é.”

image1 (2)

Foto por @_bookhunter

>> Leia um trecho de Alucinadamente feliz

 

testeUma viagem pela Oceania e pelos livros

Por Nina Lopes*


bjfoca

Vinte e quatro horas de viagem. Três escalas. Um enorme formulário on-line para tirar o visto. Vacina para febre amarela. Tubarões, água-viva com ferrão e aranhas venenosas por toda parte. Não é fácil viajar para a Austrália. Mas eu fui, cheguei no dia mais quente do século e quase não consegui respirar na rua. Superado esse momento, finalmente comecei a aproveitar minhas férias. Depois das atrações turísticas tradicionais, que incluem Sydney Harbour, Opera House e Praia de Bondi, chegou a hora de partir para as verdadeiras aventuras e também visitar a Nova Zelândia, afinal não é sempre que estamos na Oceania.

Pequenas grandes mentiras CAPA PARA LAYOUT.inddO que eu não sabia na época era que essa viagem estava me apresentando um cenário que eu reencontraria mais tarde em alguns dos melhores livros em que trabalhei na Intrínseca: Baía da Esperança, de Jojo Moyes, e Pequenas grandes mentiras, da australiana Liane Moriarty. São duas histórias emocionantes que se passam na Austrália, sobre famílias fortes que guardam segredos, enfrentam obstáculos e sofrem reviravoltas, mas que conseguem vencer as dificuldades enquanto comem belas fatias de pavlova, porque ninguém é de ferro.

Para quem não sabe o que é pavlova, eu explico: é uma sobremesa tradicional desses países, que as famílias preparam em datas importantes como aniversário e Natal. Eu comi numa fazenda no interior da Nova Zelândia e só depois descobri sua popularidade. Esse doce está sempre presente nas histórias da Liane Moriarty, que retratam tão bem as rotinas das famílias australianas a ponto de dar ao leitor a impressão de fazer parte de uma. O único problema é que sempre acabo lendo essas cenas na hora do lanche da tarde e fico com uma vontade tremenda de comer aquela casquinha crocante, com frutas, creme e merengue. (Alô, vovó, que tal fazer uma pavlova no próximo Natal? Obrigada.)

E não dá para falar de comida típica sem esquecer o tradicional Vegemite, que também costuma ser muito citado nas histórias que se passam na Austrália. Lembro que uma colega de trabalho, ao ler a prova de um desses livros, falou: “O que é Vegemite? Acho melhor inserirmos uma explicação.” Mas seria o equivalente a perguntar a um brasileiro o que é requeijão. Vegemite é uma pasta de levedura, muito (mas muito) salgada, escura feito graxa, que os australianos e neozelandeses amam. E só eles, porque esse negócio é muito esquisito. (Quem sabe fique mais popular e dispense explicações agora que Miley Cyrus fez uma tatuagem de Vegemite no braço.) E para finalizar a parte gastronômica do texto não dá para deixar de lado a carne de canguru. Esse animal não tem predador na Austrália, então o próprio governo estimula o consumo da carne. Mas recomendo que comam antes de interagir com algum canguru ou vão ficar com pena e desistir de provar essa iguaria.

P1050839

Não vi nenhum tubarão, água-viva ou aranha, mas essa viagem oferece a oportunidade de interagir com outros animais exóticos. Por exemplo, preste atenção em qualquer pedra perto do mar na Nova Zelândia porque certamente terá um leão-marinho tomando sol. Se alguma foca resolver te dar um beijo, prepare-se para sentir cosquinha com aqueles bigodões. E uma verdade talvez um pouco chocante: coalas fedem. São muito fofos, muito lindos, mas têm um cheiro característico nada agradável. Por isso não repare se o sorriso dos turistas nas fotos sair meio amarelo: eles estão prendendo a respiração nesse momento, pode acreditar.

211319baiadaesperancaMas voltando aos livros, em Baía da Esperança, a personagem principal da história, Liza McCullen, ganha a vida levando os turistas da região fictícia de Silver Bay, na Austrália, para observar golfinhos e baleias. E a filha dela, Hannah, é apaixonada pelos animais e sonha em interagir mais de perto com eles. Silver Bay me lembrou muito de Kaikoura, na Nova Zelândia, uma pequena cidade na ilha sul que também tem como principal atividade o passeio de barcos para observar golfinhos, focas e baleias. E como os turistas não são bobos e têm o mesmo desejo da Hannah, também é possível mergulhar com os golfinhos selvagens. Então lá fomos nós entrar num barquinho que não parava de balançar enquanto enfrentava as ondas e seguia para alto-mar. Mergulhamos numa água congelante e logo fomos rodeados por inúmeros golfinhos que nadavam, brincavam e pulavam. E ainda era preciso fazer barulhos, porque isso atrai os animais na sua direção. Pelo menos era embaixo d’água e ninguém nos via pagando esse mico.

Saí da Nova Zelândia e fui direto para Cairns, no norte da Austrália, conhecer a tão sonhada Grande Barreira de Corais (afinal, quem viu Procurando Nemo e não sonha em ir lá?), mas São Pedro não quis colaborar e eu cheguei bem no início da temporada de tempestades. Como deu tudo errado, decidi voltar para Sydney e dirigir até Coffs Harbour (um grande destino de férias no país, segundo Jojo Moyes), onde mergulhei com golfinhos resgatados para curar minha tristeza por não ter conhecido Dory e seus amigos. Mas a estrada até lá não era permeada por lanchonetes e postos de gasolina como no Brasil, só havia floresta em volta e algumas placas com desenhos de bichinhos, que eu considerava um detalhe fofo até entender que nesses locais era preciso reduzir a velocidade, pois as placas demarcavam os habitats dos animais. E eu só descobri isso quando de repente, numa estrada vazia no meio da noite, dois cangurus gigantescos passaram tranquilamente bem na frente do nosso carro. Então, dica valiosa: placas com desenhos bonitinhos significam “diminua a velocidade e não morra atropelado pelos bichos”.

Colecionei inúmeros momentos inesquecíveis nessa viagem e é justamente isso que os livros proporcionam: conhecimento, cultura e histórias memoráveis. Viajar é uma das melhores coisas da vida. Ler também. E depois de ir até o outro lado do mundo e voltar, de uma coisa eu tenho certeza: Jojo Moyes e Liane Moriarty são duas das melhores autoras da atualidade, que ambientam suas histórias num dos lugares mais fantásticos do planeta, nos permitem descobrir um novo mundo e, o melhor, nos identificar com ele. E ainda nos proporcionam a chance de vivenciar tudo isso sem ter que entrar no mar gelado para ver golfinhos ou correr o risco de ser atropelado por cangurus selvagens. Só vi vantagens.

*Nina Lopes é editora assistente no setor de ficção da Editora Intrínseca e é dessas que se apaixonam pelos personagens dos livros que lê.

testeO que Extraordinário e Pax têm em comum?

Por Sheila Louzada*

pax_e_extraordinario

A gente já sabia que ia amar Pax desde que o título surgiu aqui na editora, mas, confesso, eu não esperava que fosse tão bom assim. A história do menino e sua raposa de estimação que se veem separados por uma guerra vai além do conto de amizade e lealdade, permitindo momentos de fofura e leveza mas também levantando vários questionamentos.

A sensação de encantamento com doses de aperto no coração nos lembrou muito um outro queridinho nosso, Extraordinário. (Se você ainda não leu, sério, vai logo providenciar o seu.) Auggie Pullman, o menino com grave deformidade facial que vai frequentar a escola pela primeira vez, tem muitas coisas em comum com Peter, o menino que sai em busca de sua raposa (o Pax) em uma jornada de quase quinhentos quilômetros.

Embora, ao contrário de Pax, Extraordinário tenha recortes temporal e espacial bem definidos, ambos são histórias universais, que mostram crianças diante de grandes desafios. Vou aproveitar a temática e comparar os dois no melhor estilo Charlotte (um conto fofíssimo de Auggie & eu): com uns diagramas de Venn.

DiagramasPaxExtraordinario

Segundo Charlotte, diagramas de Venn “são muito úteis para explicar muitas coisas”.

Em Pax, Peter é obrigado a devolver sua raposa de estimação à natureza quando o pai vai lutar na guerra e o deixa na casa do avô. Mas, chegando lá, ele repensa o que fez e decide voltar em busca do amigo, custe o que custar. O livro alterna as perspectivas dos dois. Nos capítulos do Pax, ele se vê na natureza pela primeira vez e começa a descobrir coisas fantásticas. Eu posso correr! Eu posso nadar! Caramba, existem outras raposas no mundo! Nos capítulos do Peter, às vezes dava vontade de virar para ele e falar: Você e o Auggie deviam ser amigos! Trocar experiências, jogar videogame… E o Auggie ia adorar mais um amigo, porque o Auggie é muito simpático e aberto a novas amizades.

DiagramasPaxExtraordinario2

Reparem que Peter e Pax também têm muito em comum, não é à toa que eles se dão bem!

É interessante notar as diferenças entre os desafios que os dois personagens enfrentam: enquanto Auggie sofre com algo totalmente externo — a questão da aparência —, Peter lida com um pequeno vulcão que está dentro de si mesmo, uma luta que só ele sabe que está acontecendo.

É claro, o problema do Auggie envolve questões mais graves, já que ele passou por diversas cirurgias e ainda sofre com algumas limitações motoras, mas, deixando de lado por ora a questão da proporção, os “obstáculos externos” proporcionam a vantagem e a desvantagem da percepção imediata. Logo que o vê, a pessoa é levada a uma reação, seja de empatia ou repulsa (é raro ser indiferente). Ela entende que tem alguma coisa acontecendo ali. Auggie sabe que em todo ambiente novo ele vai se deparar com olhares de surpresa, desconforto ou piedade; em boa parte do tempo, ele vai ser tratado de forma diferente, e não há como evitar isso.

E Peter? Peter não tem mãe, mas, fugindo ao óbvio, não é essa a questão que a autora mais explora na formação da personalidade dele, e sim a luta que ele trava internamente contra a própria natureza. Peter herdou do pai a ferocidade. “As mãos estavam sempre fechadas com força, como se ele torcesse para que alguma coisa o fizesse explodir.” O menino reconhece em si mesmo esse risco constante de, como diz, “entrar em curto-circuito”; de entrar em erupção e acabar ferindo as pessoas à sua volta. Mas ele se recusa a tomar posse dessa herança. Por ter crescido sofrendo as dores de ter que estar sempre pisando em ovos, ele tem medo de ferir as pessoas que ama como o pai o feriu. E, nessa luta invisível, o único que vai reconhecer seu esforço é ele mesmo. O mundo lá fora precisa de explicações, e explicar o que acontece dentro da gente não é tarefa fácil.

Por isso, a cada dia precisamos nos lembrar daquele velho preceito:

untitled

 

>> Leia um trecho de Pax

 

Sheila Louzada faz parte da equipe de literatura infantojuvenil da Intrínseca e nunca teve raposas nem gatos nem cachorros. Tem um pato de borracha chamado Tofu.

testeIntrínseca na Bienal Internacional do Livro de São Paulo

 

GIFInsta_Atualizado

A Intrínseca chega à 24ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo com uma programação intensa e repleta de atrações. Entre 26 de agosto e 4 de setembro, autores best-sellers internacionais, como o norte-americano Mac Barnett (Os Dois Terríveis), e nacionais, como Isabela Freitas (Não se apega, não e Não se iluda, não), vão movimentar os corredores do Pavilhão de Exposições Anhembi com palestras, bate-papos e sessões de autógrafos. Este ano oito escritores da casa participarão da feira literária, incluindo queridos do público, como a musa do jornalismo esportivo Fernanda Gentil (Gentil como a gente). Os leitores também encontrarão cerca de 400 títulos, com descontos entre 10% e 80% durante o evento, no estande da Intrínseca, que este ano ocupará uma área de 140 m².

No time dos internacionais, Mac Barnett vem à Bienal lançar Os Dois Terríveis ainda piores, segundo livro da série criada com Jory John, Os Dois Terríveis — ambos os títulos na lista de mais vendidos do The New York Times —, com sessão de autógrafos e palestra sobre a importância da ilustração na literatura infantil. Outra atração que a Intrínseca trará especialmente para o evento é a psicóloga norte-americana Becky Albertalli, autora do premiado romance Simon vs. a agenda Homo Sapiens. Ela participará de uma conversa sobre diversidade na literatura para jovens adultos, seguida por sessão de autógrafos.

Entre os destaques nacionais, os fenômenos da internet Viih Tube (Vitoria Moraes) e Isabela Freitas chegam para representar o público jovem. Com mais de 2 milhões de inscritos no seu canal do Youtube, Viih irá autografar seu livro Tudo tem uma primeira vez. Já Isabela, autora de Não se apega, não — livro que virou série no Fantástico já com uma segunda temporada confirmada, baseada na sequência Não se iluda, não, da Intrínseca. Ela participará de um bate-papo sobre realidade e fantasia na autoficção.

Outros nomes que marcam presença são os escritores Pedro Gabriel, do aclamado projeto Eu me chamo Antônio, e Clarice Freire, autora de Pó de lua. Ambos vão lançar e autografar seus novos trabalhos: Ilustre poesia e Pó de lua nas noites em claro, respectivamente. A jornalista Míriam Leitão completa a imperdível programação nessa Bienal com bate-papo sobre seu livro História do futuro: O horizonte do Brasil no século XXI, no Salão de Ideias.

 

Estande da Intrínseca na Bienal
Localização: F030
Horário de funcionamento:
De segunda à sexta, das 9h às 22h
Sábado e domingo, das 10h às 22h
4 de setembro, das 10h às 21h

 

Confira a programação completa:

Atenção: Informações sobre senhas no site da Bienal.

27/ago, sábado
Pedro Gabriel
15h – Autógrafos no Estande da Intrínseca | F030
Confirme sua presença no evento do Facebook

28/ago, domingo
Clarice Freire
15h – Autógrafos no Estande da Intrínseca | F030
Confirme sua presença no evento do Facebook

Viih Tube
14h às 16h – Autógrafos no Estande da Saraiva | D030/E030
Confirme sua presença no evento do Facebook

30/ago, terça-feira
Isabela Freitas
Palestra “A relação entre a realidade e a fantasia na autoficção”
Autógrafos dos livros Não se iluda, não e Não se apega, não
11h – Arena Cultural BNDES
Confirme sua presença no evento do Facebook

31/ago, quarta-feira
Fernanda Gentil
18h – Autógrafos no Estande da Intrínseca | F030
Confirme sua presença no evento do Facebook

1/set, quinta-feira
Mac Barnett
Palestra “A importância da ilustração na literatura infantil: a identificação das crianças com as imagens”
Autógrafos e lançamento do livro Os Dois Terríveis ainda piores
11h – Arena Cultural BNDES
Confirme sua presença no evento do Facebook

02/set, sexta-feira
Míriam Leitão

20h – Bate-papo no Salão Ideias: Lutas na ditadura e desafios na democracia
Autógrafos no Estande da Intrínseca | F030
Confirme sua presença no evento do Facebook

3/set, sábado
Encontro de blogueiros Intrínseca
Bate-papo sobre os lançamentos e assuntos referentes à blogosfera
9h – Sala Jacarandá Branco do Hotel Holiday Inn
Confirme sua presença no evento do Facebook
Para se inscrever, envie um e-mail com nome completo e nome do blog/site perfil para marketing@intrinseca.com.br. Assunto do e-mail: Encontro de blogueiros na Bienal SP

Becky Albertalli
Palestra “A diversidade na literatura para jovens adultos”
Autógrafos do livro Simon vs. a agenda Homo Sapiens
19h – Arena Cultural BNDES
Confirme sua presença no evento do Facebook

 

04/set, domingo
Becky Albertalli
Autógrafos do livro Simon vs. a agenda Homo Sapiens
12h –Estande da Intrínseca | F030