Entrou Na Minha Vida, Virou Meu Mundo de Ponta Cabeça e Foi Embora, Me Deixando na Merda

Aquela tinha tudo para ser uma terça como outra qualquer: levantei de manhã, tomei banho, me arrumei, e peguei o ônibus para o colégio. Desci no ponto que fica a alguns metros dele e fui andando… passei por uma loja de carros, um viaduto, um posto de gasolina, um supletivo, e, finalmente, pelo cursinho que ficava ao lado do meu colégio. Como a frente é de vidro, eu vi uma menina descendo as escadas apressada com algo na mão, mas nem liguei e continuei andando, até que, enfim, cheguei na entrada do colégio, cumprimentei o porteiro e entrei. Na metade do pátio, eu ouço ele me chamar e dizer que tinha alguém querendo falar comigo, até imaginei que fosse meu pai, já que ele ensinava lá, e as vezes a gente se esbarrava no caminho… então dei meia volta e fui em direção à entrada, e, quando eu chego na porta, vejo essa menina incrível. Depois de um leve período de surpresa, eu sorri e disse um Oi, e ela sorriu, disse um Oi e perguntou se poderia falar comigo um instante. Eu respondi que sim e fomos até uma árvore que tinha ali próximo. Aí ela falou que já tinha me visto no ponto de ônibus, ou sei lá, e que tinha me achado poético e que tinha feito um desenho pra mim, ai ela abriu uma pasta que tinha em mãos e me entregou o desenho. Eu fiquei levemente boquiaberto e sem reação e acho que agradeci e dei um abraço nela. Ai surgiu aquele silêncio desconfortável e a gente ficou se olhando (vê-se aqui a minha completa ausência de técnicas de sedução) ai ela sorriu e disse “…” (o nome dela) e eu achei que ela tinha me dito oi em Inglês, porque o Oi em Inglês e o nome dela têm a mesma pronúncia, ai eu disse Oi novamente e perguntei o nome dela (qual o meu problema, não é mesmo?!) ai enfim, resumindo, pedi o número dela (ela anotou na última folha de um caderno que tinha uma música escrita), nos despedimos e pronto. Começamos a conversar (altas bandas em comum) e no domingo marcamos de ir ver um filme (Procurando Dory). A história termina algum tempo depois, com ela me dizendo que não queria me magoar.

Amor de Desenho

Gosto de pensar que meu primeiro amor foi muito inocente, tanto que paixão não é nem um nome que possa ser atribuído a esse sentimento, mas sim um afeto tão grande que nem eu mesma entendia.
Acho que tinha 4 ou 5 anos, não me lembro ao certo, mas me recordo que a ansiedade das aulas na primeira escolinha traziam também uma pequena felicidade pelo encontro com o João Paulo. A esta altura da minha vida, não me lembro se éramos amigos, se brincávamos juntos ou se dividíamos a mesma mesa, mas o fato é que eu o adorava de tal forma que precisava demonstrar tudo o que sentia. E a forma que encontrei para isso foi desenhando.
Eu fazia milhares de desenhos destinados à ele, na aula e em casa, vários papeizinhos com desenhos aleatório e uma caligrafia infantil de quem ainda aprendia a escrever.
Os adultos achavam engraçado, mas continuei o ano todo desenhando para ele, continuamente.
Esse primeiro amor passou com a chegada do outro ano, quando fomos separados, cada um para uma sala diferente.
Só fui por meus olhos nele novamente aos 7 anos, numa reunião de escolas da cidade, quando passava, o primeiro da fila. Reconheci na hora o sorriso tímido e os cabelos castanhos caídos na testa, contrastando com a pele clara.
Ah se as redes sociais já existisse naquela época ou minha memória fosse boa o bastante para me lembrar sei sobrenome… talvez hoje eu pudesse voltar a vê-lo e entregar o último desenho que ainda tenho guardado….

“Meu Eterno…”

Conheci Arthur de um jeito bem casual…
Eu tinha 15 anos e estava passeando pelo Conjunto onde eu morava com uma amiga e ela parou em uma esquina pra falar com alguns conhecidos dela,quando o vi – sentado na calçada,com um boné que estava de um jeito que acabava cobrindo o seu rosto – como eu o olhava de cima,acabava não conseguindo enxergar nada do rosto dele e me bateu aquela curiosidade sobre aquele garoto. Acho que fiquei encarando ele por muito tempo e no momento em que ele levantou a cabeça pra falar com a minha amiga,ele olhou pra mim, e eu fiquei meio que sem saber o que fazer rsrs. Quando o olhar dele bateu com o meu,senti o tão famoso arrepio na espinha…ele tinha um olhar misterioso e intenso. Não era do tipo bonito,era normal…magro,moreno,um pouco mais alto que eu,cabelos negros um pouco compridos…
Do jeito que cheguei naquela esquina,fiquei:muda rsrs
Quando minha amiga finalmente resolveu sair de lá é que voltei quase ao normal rsrs e resolvi perguntar pra ela quem era aquela menino de chapéu.Ela até se espantou por eu não saber quem ele era,mas eu sempre fui muito caseira e não era de bater papo com todo mundo.
Ela me disse que o nome dele era Arthur e que ele morava perto,era quase meu vizinho kkkkk
Não conseguia tirar o olhar dele dos meus pensamentos. E o destino estava a meu favor,a partir desse dia sempre nos encontrávamos por acaso,até que u, dia ele começou a conversar comigo…fiquei quase que em pânico kkkkk
Nossa!Como ele era bom de papo…conversávamos bastante.
Até que veio o primeiro beijo…mãos geladas,coração a mil,pernas bambas.
Ficamos um bom tempo juntos…até que ele precisou se mudar…
Mas sempre que ele ia visitar os amigos a gente acabava ficando junto de novo. Foi daí que surgiu esse apelido de quando eu falava dele com minha irmã: “Meu Eterno”
Até que chegou o momento em que cada um seguiu seu caminho…somos amigos até hoje,mais de 10 anos se passaram.

Reflexo de Cristal

Conhecia "V" desde que eramos crianças que não entendiam o real significado da palavra amor. Viramos amigos do maternal. Já eramos grandes amigos na oitava serie e fomos juntos para o ensino médio. Mas logo no primeiro ano eu percebi que o comportamento dele Começou a mudar e ele começou a agir como um adolescente idiota e fútil que se importava mais com a imagem do que com a própria consciência e começou a se distanciar de mim. Eu também percebi que meus sentimentos por eles já não eram tão normais. Já não pensava mais em ir para o Colégio ver minhas amigas ou estudar, só pensava em como me vestir para encontrar com ele. Stalkear ele nas redes sociais para ver as músicas que ele escutava para eu escutar e termos um assunto em comum para conversar virou meu passatempo já que a cada vez que avançamos mais no tempo, mas nós nos afastavamos. No meio do 1° eu caí na real e vi que eu estava completamente apaixonada por ele e conversei com minha amiga a respeito disso mas por um golpe imbecil do destino ele acabou ouvindo que eu gostava dele mas eu não sabia que ele tinha ouvido. Percebi que tinha um coisa rolando quando eu olhava para os amigos dele e estava ele e os amigos rindo e olhando para mim( nada discretos por sinal) olhei para o rosto da minha amiga e fiz sinal perguntando se ela sabia o que era e ela olhou para trás e olhou para mim e em seguida e fez com que não com a cabeça(na época ela era apaixonada pelo melhor amigo de "V"). Entramos de férias e um amigo nosso em comum (meu e dele) veio perguntar para mim se eu realmente gostava de "V" e eu fiquei surpresa e perguntei a ele como é que ele sabia disso e ele falou que "V" ele tinha contado para os meninos da sala e por isso estavam fazendo piadas de mau gosto em relação a mim e a ele como possível casal. Bom, sou bem gordinha, desajeitada e certas Explosiva e tenho os dentes da frente um pouquinho separados. Quando voltamos de férias meu maior medo era encontrar com ele. Não sabia bem com eu agiria  visto que eu ainda gostava dele e qual foi minha surpresa quando ele voltou das férias namorando uma nova aluna (aluna essa que terminou com ele um pouco tempo depois porque ele traiu ela com a melhor amiga dele na época) mas eu via os dois se agarrando eolhando para mim e soltando gracinhas. E no meio disso tudo eu me lembro de um dia que eu estava indo para casa e eu ouvi ele tirando onda de mim com os amigos patéticos dele. Não quero entrar muito em detalhes sobre isso mas ao que parece meu melhor amigo de infância gostava de me chamar de Big Mac pelas costas. eu fiquei horrorizada com isso e não conseguir esconder  o choro e foi ali que eu percebi que o caráter dele era nojento e que só eu não percebia isso. Foi a época que deixamos de ser amigos e eu passei a ser um alvo para ele e como ele diria "um alvo muito grande" entramos nas férias de fim de ano e acabei entrando numa depressão muito intensa porque minha melhor amiga teve que se afastar da escola por causa de problemas cardíacos e quase nunca tava em casa bom eu não tinha muito com quem falar(hoje em dia não nos falamos mais por perca de contado apos ela se mudar. Eu levou um tempo para perceber que o que eu sentia por "V" não era amor, talvez admiração no começo mas depois de um tempo eu percebi que não era não era nada disso demorei muito tempo na minha adolescência para me aceitar do jeito que eu era gordinha dos dentinhos tortos. Mas teve um dia que eu me olhei no espelho e ri horrores. Foi quando percebi que Gabriel não era meu primeiro amor é estranho falar isso mas cara, meu primeiro amor fui eu mesma.  Não sei o quão louco foi aquilo mas é estranho dizer que eu sofri tanto emocionalmente e amorosamente para que eu aceitasse meu próprio corpo e meu jeito de ser Foi estranho para mim e é confuso quando eu paro pra pensar a respeito. Mas foi o amor mais verdadeiro que eu tive.  Mas não vou negar que eu não sei como agir toda vez que vejo ele. Na maioria das vezes eu dou meia volta e refaço meu caminho. E estranho pois eramos melhores amigos e hoje não somos porcaria nenhuma. Muito tempo de amizade jogado fora.

*Iniciais trocadas

Onde está o amor?

Vou ser sincera. Nunca tive um primeiro amor. Não de verdade. Não assim. Quando eu me apaixono por alguém, nunca é recíproco. E quando alguém se apaixona, a maioria das vezes eu não sinto o mesmo. Espero algum dia sentir algo assim.
Claro que já senti as pernas tremendo, o coração ficando acelerado, as risadas de nervosismo e o estômago embrulhar. Claro que já fiquei tão nervosa ao ponto de travar no lugar e não conseguir me mexer nem dizer nada. Claro que já suei a ponto de quase dereter. Ou já fiquei tão vermelha que o cara perguntou se eu estava me sentindo bem.
Mas nunca senti a sensação de segurar a mão e alguém e sentir amor. Nunca olhei pra alguém e me senti a pessoa mais feliz do mundo por tê-la ao meu lado e sentir que a pessoa é minha e que eu sou dela e que eu amo essa pessoa.
Mas posso contar uma história de amor. Uma curta e inocente história de amor. Entre um menininho do primeiro ano do ensino fundamental. Me lembro vagamente da sensação e segurar sua mão e sorrir. Ou de ficar toda nova ao lado dele. Lembro de pedir ele em namoro atrás da casinha de boneca, na hora do Recreio. Lembro de ir nas suas festas de aniversario mesmo não estudando mais com ele. Lembro de ele ter entrado no quarto dos meus pais para pedir ao meu pai para namorar comigo. Nossa, éramos tão crianças, tão inocentes, tão… tão sinceros. Não havia maldade, nem complicações, nem nada do tipo.
Então veio o câncer. Nunca me apaixonei de verdade por ele. Éramos como melhores amigos, mas com status de namorados.
Descobri que ele tinha câncer e lembro do dia em que ele estava muito mal e eu obriguei minha mãe a me levar no hospital. Onde entreguei um envelope cheio de bolinhas de gude. Depois disso ele começou a melhorar.
Mas como tudo o que é bom…Passou. Eu fui embora e nunca mais o vi. Nós esquecemos isso. Esquecemos de nós. Mas mesmo que ele esqueça de mim, que ele se apaixona por outras garotas e eu por outros garotos, eu nunca vou esquecer dele. Nunca vou esquecer a inocência, as festinhas e as risadas. A única coisa que esqueci, é como viver mais um dia sem que essa sensação de felicidade volte para mim. Eu esqueci como me apaixonar. Esqueci como é saber que alguém está apaixonado por você. Quebrei mil vezes meu coração. E juntei mil vezes os cacos. Mas ele nunca será igual.
Eu acredito em amor verdadeiro, e espero muito ter um algum dia. Ainda sou muito nova e quem sabe o que o futuro reserva para mim? Não sei. E acho que é isso que me motiva a seguir em frente não importa o que aconteça. E é por isso que hoje leio muito, muito mesmo. Por que eu gosto de sonhar, imaginar e pensar nas possibilidades. Afinal, a vida é isso… Uma grande nuvem de possibilidades, encontros e esperanças! Não acham? Bom… essa é minha opinião. 😊😉

Meu tipo ideal

Estava com 15 anos, todas as minhas primeiras paixões haviam sido literárias – até aquele momento.
Sempre imaginei “O homem ideal” e provavelmente nunca o encontraria por conta da minha exigência; era o meu primeiro dia de aula, em uma escola nova e uma cidade desconhecida para mim; havia acabado de me mudar e minha primeira aula foi com o professor de português.
Meu Deus! Meu coração acelerou e eu fiquei encantada, ele era exatamente o que eu imaginava para mim.
Amava Edgar Allan Poe, era inteligente o suficiente para entender meus textos, fã do Batman, Legião Urbana, gatos e Letras! Meu homem ideal, mas era mais velho e noivo.
Meu primeiro amor foi impossível e discreto, eu o admirava o suficiente e o respeitava o bastante para manter meus sentimentos em segredo, até hoje penso nele e meu coração se sente tranquilo; só de saber que existe um homem tão doce por ai.

Paixão impossivel

Minha primeira paixão, acreditem ou não, vem a ser o meu marido atual.
Nós crescemos juntos, uma infância inteira presentes na vida um do outro.
Ele era o melhor amigo do meu irmão mais velho, estava sempre na minha casa jogando vídeo game com ele.
Seu primeiro beijo foi comigo naquela brincadeira do “pera, uva ,maçã ou salada mista”.
Mas na minha cabeça era apenas uma paixonite infantil…eu me casei e nós não nos vimos mais, mas meu casamento não deu certo e acabei voltando a morar com minha mãe e ele reapareceu na minha vida.
Quando olhei em seus olhos percebi que todo aquele sentimento de criança era real, forte e verdadeiro.
Nesse mês de abril estaremos completando 9 anos de casados com 3 filhos lindos e cada dia mais apaixonados como foi desde nossa infância.
Alexsander é o nome da minha primeira e eterna paixão.

Paixão de verão

Minha melhor amiga, Déa, sempre me contava histórias dos amigos da colônia onde passava as férias, e confesso que eu sentia um ciumezinho quando ela falava de Marcelo, da amizade entre eles, de como ela podia conversar sobre tudo com ele, e de como ansiava pela próxima temporada de férias para reencontrar a turma. Na época, não havia celular nem acesso à internet, e as correspondências eram cartas e telefonemas. Ela sempre dizia que Marcelo e eu iríamos nos dar muito bem quando nos conhecêssemos, e um dia me colocou ao telefone pra falar com ele. A partir daí, nós dois também começamos a conversar eventualmente, e mandávamos cartões postais um para o outro. Assim foi por quase dois anos, até que o pai dele foi transferido para uma cidade litorânea onde minha família tinha um apartamento. Num feriado prolongado, fomos para lá e levamos Déa conosco. Até então, eu só tinha visto Marcelo em uma única foto de anos atrás, e não nutria qualquer expectativa em relação a ele, a não ser de amizade. Como chegamos num final de tarde, combinamos de nos encontrar na praia, na manhã seguinte; mas à noite estávamos no salão de festas do prédio, Déa conhecendo a galerinha que era minha turma de férias, quando vi um garoto desconhecido entrar no salão e meu coração deu um pulo quando ele focou os olhos em mim e veio em minha direção sem hesitar.
_Tina?
Nunca antes havia me arrepiado ao ouvir meu nome. Foi paixão, sim, e foi recíproca. Ficamos juntos naquele feriado e nos dois outros antes do final do ano. E aquelas férias de verão… foram inesquecíveis!

O estraga prazeres

Meu primeiro amor aconteceu no ensino médio. Notei assim que ele atravessou a porta: um rapaz de altura mediana, magro, com leve ar de roqueiro, com olhos castanhos profundos e um sorriso com covinhas que me encantou no primeiro momento em que vi. Não conversamos logo de cara, mas depois de um tempo, passamos a conversar quase que diariamente. Senti que tinha tudo para dar certo, até o estraga prazeres aparecer. O estraga prazeres, nesse caso, era um amigo em comum que toda semana se dizia apaixonado por uma menina diferente e ele falou isso para o rapaz que eu gostava. Não deu outra: ele começou a me evitar e cada vez fomos conversando menos. Não fui atrás também , pois era muito orgulhosa e pensava “ele é que está me evitando, então não vou puxar assunto”. No fim das contas, nunca soube se ele realmente gostava de mim e cada um foi para o seu lado e eu tive que passar o resto do ensino médio tendo que ver aqueles lindos olhos castanhos andando pelos corredores.

Olhos Piscantes

Era o primeiro dia de aula, a ansiedade e medo me dominava, não queria me separar das minhas amigas, porém foi exatamente isso que aconteceu. Nosso grupo era de quatro garotas, fomos separadas, ficando duas em cada turma. Como as nossas salas eram de frente para a outra, combinamos de sentar nas primeiras cadeiras para podermos nos ver pela porta, foi quando notei olhos piscantes me olhando, cabelos pretos, pele clara e muito bonitinho, foi a primeira vez que sentir meu coração disparar por alguém, senti vergonha de continuar olhando para ele, mas também não conseguia evitar dar uma espiada. Durante esse ano letivo, foi incrível, ele era o mais bonito das turmas, as meninas eram loucas por ele e nós nos tornamos amigos, eu era muito nova para entender tudo, mas sabia que ele tinha se tornado meu primeiro amor.

Barra Manteiga

Fiquei um pouco incomodada em perceber que não associei uma pessoa de imediato a minha primeira paixão.
Tive que tratar racionalmente sobre algo que devia ser totalmente passional. Mas escolhi uma história, que mesmo depois de 10 anos, ainda me traz sorriso aos lábios e calor ao coração. A paixão deve remeter a isso, houve outras mais fortes, intensas e maduras, mas deixaram muitas marcas. Essa foi pura e natural.
Eu era criança, tímida, de rabo de cavalo e bochechas rosadas. Era a festinha de aniversário de uma amiguinha minha e brincávamos de Barra Manteiga. Era a vez do primo dela. Ele tinha que bater na mão de alguém e sair correndo, sem que a outra pessoa o pegasse. Enquanto ele escolhia e olhou para mim me desafiando, tive certeza que ia bater na minha mão porque achou que eu não o alcançaria.
Persegui-o com tanto entusiasmo que empurrei suas as costas e ele tropeçou, mas sem se machucar. Ganhei o jogo e ele ficou bravo. Só que mesmo assim ficamos próximos nas outras brincadeiras, com aquela facilidade que crianças têm de se entrosar.
Só me recordo que numa pausa, quando servia um copo de refrigerante, o menino estava ao meu lado e me disse algo ao pé do ouvido que me fez derramar tudo na mesa, ficar coradíssima e olhar envergonhada para ele.
A memória não ajuda e não lembro o que aconteceu depois. Não tivemos mais contato também, ele morava em outra cidade. Mas aquela declaração infantil, que me deixou toda atrapalhada, não foi esquecida.

Tinha que ser ele!

Era junho de 1999, eu tinha 16 anos e estava curtindo a melhor festa de São João da região, em Aramari, Ba, quando simplesmente avistei aquele garoto bastante alto, negro, com um sorriso encantador, vestido em uma jaqueta de couro preta que jamais esqueci. Trocamos olhares e o coração bateu acelerado naquele momento, mas não passou disso. Recebi nessa noite visitas de primas que vieram da capital curtir a festa e comentei com elas que havia sentido uma coisa engraçada, jamais sentida antes, quando troquei olhares com um garoto, que sabia que não era da cidade. No dia seguinte, meu primo, irmão dessas primas, veio também me visitar junto com um grupo de amigos e parecia que o chão iria abrir, quando o vi novamente, junto com meu primo. Nossa… nunca vou esquecer desses momentos. me primo nos apresentou e ele, ao cumprimentar-me, deu-me um beijo no canto da boca e ai fui ao céu. As festas acabaram, todos voltaram para salvador e eu fiquei ali, pensando no garoto de sorriso encantador. Passaram-se meses, mudei-me para Aracaju, fui fazer faculdade, conheci novos amigos, novas paqueras, mas ainda pensava nele. Em abril de 2000, fui visitar meus pais em Aramari, era Semana Santa a cidade estava cheia e meu coração acelerou quando vi na praça, aquele menino de sorriso encantador lançando olhares para mim. Mas desta vez não ficou só em olhares, ele me seguiu quando eu ia na casa de uma amiga, me puxou pelo braço e me beijou. Aquele beijo era tão encantador quanto seu olhar e logo percebi que estava apaixonada. Ficamos juntos naquele dia, foi maravilhoso, mas nos despedimos sem se quer trocarmos o telefone. Voltei para os estudos em Aracaju, ele para Salvador e seguimos a vida sem nenhum contato. Meses depois, mais ma vez fui curtir os festejos juninos em Aramari e mais uma vez nossos olhares se cruzaram, porém agora com maior intimidade. Conversamos timidamente e nos beijamos mais uma vez. Estávamos de férias na cidade e ficamos juntos todos os dias dessas férias, nos conhecendo e nos apaixonando cada vez mais. Mas chegou a hora de voltamos as nossas realidades, chegou a hora de voltar para meus estudos em Aracaju e ele para os dele em Salvador. Foi muito sofrida a separação, mas decidimos namorar à distância, ele em Salvador e eu lá em Aracaju. Assim, mantivemos um longo namoro, onde nos víamos sempre que podíamos. Cada centavo da nossa mesada era gasto com cartões telefônicos ou passagens. Terminamos os estudos e eu voltei a morar em Aramari, diminuindo a distância. Decidi então fazer uma pós graduação e trabalhar em Salvador, para ficar mais perto dele, o homem da minha vida… Ruy., aquele de sorriso encantador. Sem a distância nosso amor se intensificou, noivamos e após 8 anos de namoro casamos. Esse ano de 2018 completamos 18 anos juntos, 10 anos de casamento, com um casal de filhos e muito amor no lar.
Essa é a minha história, a história da minha primeira paixão, do meu primeiro amor, do meu primeiro homem.