primeira paixão

Minha primeira paixão,que eu me lembro,foi platónica,nao me lembro a idade,mas era apaixonada por um cantor mirim,da minha idade nesta epoca,e sonhava em conhece lo,que era sua namorada,nao perdia um programa de tv,mas infelismente,nunca cheguei a conhece lo de perto.

Um Conto no Jardim

Eram girassóis, seus olhos.
E parecia que não mais olhariam para mim.
Aos treze, a aprovação dos colegas de classe parecia conduzir a metade de mim desinteressada pelas descobertas. Claro que a indignação da moça perante minha, suposta, brincadeira não havia passado pela minha cabeça. Mas deveria.
Nos conhecíamos pessoalmente desde a 6ª série, no ano anterior, e, até então, cultivávamos uma amizade baseada na consonância de nossos gostos por seriados norte-americanos, música estrangeira e livros.
Digo pessoalmente, pois, seu nome sempre fora mencionado pelos professores.
Ela tinha as melhores notas da classe, além de desenvoltura em público e, além disso, dançava jazz, balé e dança do ventre.
É bem capaz que eu não tivesse percebido o quanto ela fazia parte de minha vida. Então, bem mais que as aulas, meu objetivo passou a ser ter as palavras dela de novo. Mas como? Dias passavam sem que nenhum de nossos colegas em comum a demovesse da ideia de me ignorar. As amigas dela tampouco tinham interesse em interceder em meu nome. Aqueles foram dias em que descobri uma agonia que contagiava cada um de meus passos, até o momento em que decidi escrever um e-mail para ela pedindo desculpas e explicando como sua falta era sentida. E seria sempre. Por mais distante ela estivesse, meu pensamento seguiria firme na tentativa de criar laços telepáticos.
Quinze anos depois, eu não lembro quanto tempo remoí aguardando uma resposta. “Não te desculpo, é melhor fingir que eu não existo.” Era o que pensava estaria escrito, quando, finalmente o minúsculo envelope surgiu na caixa de entrada. Fiquei chocado no momento em que tomei coragem para abrir aquela carta virtual. Ela era breve e dizia não poder se prolongar. Ela viajaria no final de semana e quando voltasse deveríamos conversar.
A frase que me petrificou, no entanto, era outra. Quatro palavras inesperadas: Estou Gostando de Você.
“Nem de longe” Pensei. E fui ficando aflito. Ela já havia namorado. Eu, até onde lembrava, só tinha idealizado umas duas relações na vida e a coragem para tirá-las da esfera platônica não havia me acompanhado. Eu sentia o mesmo por ela? Gostava quando fazíamos trabalhos escolares juntos, ela escrevia e eu desenhava os projetos. Era uma forma de união, certamente. Aquela vontade de ouvi-la, paixão era isso? Considerando a importância que eu atribuía a ela, não demorei a concluir que sim.
A paixão me acompanhara na vontade que eu sentia de poder conversar de novo. Na prática, porém, isso não facilitava as coisas.
“Os meninos” não deveriam ser hábeis nestas questões? Talvez, todos eles eram dados a bravatas quanto ao que já haviam feito, ao que conheciam. Eu não ficava atrás, e, já havia contado vantagem de uma namorada imaginária, estudante de outra escola. Tinha medo de como seria essa fachada caindo. Por certo, ela seria capaz de notar a inexperiência.
Na segunda-feira após o e-mail, me lembro que ela ficou parada na porta conversando comigo quase de perfil até que um colega gentilmente me explicou que ela esperava um beijo no rosto. Mesmo os protocolos mais simples diante de uma garota me eram estranhos. Ainda assim, poder partilhar de sua companhia novamente tornara as aulas muito mais vívidas. Nossa primeira ação foi unir as carteiras escolares lado-a-lado. Naquele mesmo dia, ela entregou uma carta em que explicava que o período de silêncio a fez ver um lado carinhoso que eu normalmente escondia.
Cada uma das linhas daquela carta me deixava tremendo de expectativa, mesmo depois da terceira leitura. A folha de papel dobrada em três, num pequeno retângulo me fazia de tempos em tempos sair de dentro de casa para reler – um dos males de ter um quarto sem portas – e, em dado momento, chamou a atenção de meu pai que se prontificou a ver o que eu estava escondendo. Envergonhado por precisar mostrar algo tão íntimo e precioso, fiquei sem jeito quando ele indagou o que eu tinha nos bolsos. Ele desdobrou a folha, e, já na primeira linha se deteve e respeitou minha privacidade apenas brincando “Vi apenas o Dear Thales… avise a moça que se começar em inglês, é melhor continuar a carta em inglês.”
Minha ansiedade crescia na expectativa de que algo era esperado de mim. O receio era tanto que em algumas aulas eu andava mastigando pequenas pimentas dedo-de-moça, evitando, assim, ter um beijo roubado. Até o dia em que combinamos participar do conselho de classe. Era um pretexto para estarmos no mesmo ambiente sem a pressão do expediente escolar.
Tão logo pudemos, pegamos a primeira direita do portão da escola e nos aproximamos de um canteiro nos fundos do maior hospital da cidade. As flores e a vegetação irregular lembravam um jardim. Quais eram nossos assuntos naqueles momentos? Havia antecipação para assistir à Matrix Reloaded, lançado na semana anterior, mas isso não era tão importante quanto o instante em que minhas mãos tremulas a puxavam pela cintura e eu a vi cobrir os girassóis para nosso beijo, seguido de outro e mais um. Nada naquele dia me fez vibrar de maneira tão concreta. Era dar um salto no escuro e tropeçar em nuvens.
Algo em mim havia mudado, era possível perceber, pois, naquele mesmo dia assisti à transformação de Goku em um super saiyajin 4 pela primeira vez, algo esperado ao menos por quatro anos, e tudo o que eu pensava eram aqueles beijos. Aquela moça e em como a vida seria eterna dali para frente. Fosse numa troca de cartas, fosse em inventar pequenas mentiras para que passássemos o tempo depois da escola juntos, fosse correndo atrás de seu ônibus para aproveitar mais de seu perfume e presença, fosse tocando canções de nossas bandas preferidas pelo telefone. Pudemos viver essa intensidade por um par de anos. De alguma maneira, os resquícios desse sentimento nunca saíram de minha memória. Tanto que, quando tinha dezessete anos, ocupava meu tempo ocioso lembrando daquela moça e escrevendo poemas para ela, ainda que estivéssemos distantes. Eis um exemplo:

Para ela (2007)

Faz sentido agora, você disse:
Ainda lembro de você
Busquei em mares aquela mesma cor
Infinita de teus olhos girassóis
Onde por muito viajei
Leve e sem rumo
Agora sei, que não mais vou encontrar

Resta saber, se isso é verdade
Inspirei-me a procurar pela cidade
Bem ou mal? ainda pode acontecer
Então, por onde andas?!
Imagino todos os dias:
Reatar as vidas
Ou voltar a culpar o destino?

Paixões de cinema
Abismos que por amor
São superados e então feitos
Segredos, secretos, sagrados
Opções nunca feitas ao vivo
Sonhos em que você está.

Então era você?

Entrei na faculdade e fiz algumas amizades. Após um mês, conheci ELE, que viria a se tornar meu melhor amigo. Passamos o dia junto, sempre que possível, é quando não, conversamos por SMS. Era incrível como tínhamos os mesmos gostos. Ele me apresentou a coisas incríveis, é gosto de pensar que também o apresentei a novidades excitantes. Não sei quando ou como, chegou um dia em que percebi que algo estava diferente. Demorei um pouco a perceber o que sentia. E pouco mais para saber o que fazer com esse sentimento.
Os dias se passaram, meses e até anos. Assim como a oportunidade, não tive coragem de arriscar um movimento ou uma conversa, por temer uma rejeição, embora muitos momentos demonstrasse propícios. Hoje, guardo comigo suas lembranças. Meu arrependimento.

E assim um poeta (r)existe!

O que eu vou contar tem páginas nas entrelinhas desse pequeno texto que dá para escrever um livro.

Não dê ré nessa maré é um poema que tem história, como todos têm, mas a desse selecionado para a antologia, possui um valor imensurável para mim. Há pouco tempo, vivi algo — não convém propagar — que junto de tantos outros acontecimentos, ainda hoje me torna refém de medos, insegurança, refém da vida de quem experimentou ser descartável em vários momentos desses meus 28 anos de idade. Foi em novembro de 2009 que me assumi gay, e desde então as coisas mudaram. A palavra inútil criou raiz em mim. Fui inútil para muitos. Ainda sou. Fui aquele que desistiu de tantas coisas. Que adiou sonhos — cursar Letras, por exemplo. Abandonou o curso de História da UFF. Aquele que nas suas escolhas parecia nunca andar para frente. Que terminou um relacionamento de 7 anos — olha que louco. Porém descobriu que todo novo amor é sempre uma primeira paixão.

Tudo na minha vida estava caminhando assim: pessoa sem escolha, ouvi muito disso. Mas desistir também é uma, revido. A inutilidade tomou conta de tudo o que sou hoje, e venho tentando ressignificar seu conceito. Ter este poema publicado me prova isso: na inutilidade enxergada por umas pessoas, há utilidade para quem percebe além. E se é desperdício amar outro homem, é útil para mim — não posso perder a chance de fazer a analogia. Foi o amor de outro homem por quem eu sou que me mostrou a utilidade do meu ser.

Escrevi o poema num momento conturbado. Se não fosse a escrita para externar, talvez eu não teria suportado todo o ocorrido. Foram dias de muitos poemas. A escrita tem esse valor em mim. Conhecer o Luiz Augusto, com quem mantenho um relacionamento atual, me fez perceber valores que eu tinha, mas desmerecia ao mesmo tempo em que necessitava deles. Ou melhor: eu era eles. Conhecê-lo também se valorizou e me valorizou. Acabei sendo, por bastante tempo, abusivo na minha relação com o poeta e escritor que sou, mas o Augusto, hoje, escreve comigo um outro final para essa história. Final que ainda não tem fim, se é que me entendem. E se tiver, um dia, saberei que não foi inutilidade minha. Tenho aprendido isso com ele.

Escrevi este poema, porque precisava falar. Viver é uma obsessão nossa, como Angélica Freitas, autora de Um punho é do tamanho de um útero, disse numa entrevista: “escrever é tentar dar conta da vida”. Eu tentei dar conta da minha, dar conta de medos quais me faltaram coragem para desabafar com a minha mãe, quem me é confidente. Vergonha? Não sei. Quero até lhe pedir desculpas, por não ter contado antes o que antecedeu a minha vinda para o Espírito Santo. Se ela tivesse sabido, talvez hoje eu não estaria aqui, não teria me mudado de São Fidélis para Vila Velha. E feito o que nunca fiz: arriscar-me. Foi em 03 de junho de 2017 que tudo começou, o dia em que entrei num carro com um desconhecido com toda minha mudança — quase toda —, respirei fundo e me arrisquei. Eu tinha duas mãos e um coração do outro lado, esperando minha chegada, como tinha as da minha mãe onde eu residia assim como seu coração, porém o outro me trazia a promessa de que eu respiraria mais leve. Não foi somente pela vontade de respirar assim que eu vim, mas se amor conta como isso, então, vim por esse motivo. Saí de um Estado para conhecer outro — literalmente e também falando como condição emocional. Não foi por falta de confiança na minha mãe, que ocultei dela o que se passava comigo. Ela não sabia, teve suas preocupações. É mãe. Mas, felizmente, sem poder contar-lhe e com todas as dúvidas dela sobre a escolha feita por mim — na pretensão, apenas, de proteger o filho, de querer-me feliz —, eu tive alguém para me ajudar:

Tive de verdade amor. Tenho, aliás. E acreditem, é um amor entre dois homens.

Parece surreal duas pessoas do mesmo gênero se amarem, não é mesmo? Parece conto de fadas de muito mau gosto. Parece romance clichê.

Só que é vida.

Dessa vez não precisei dar conta de tudo sozinho, como havia fazendo por alguns anos. Eu sempre sorria, ninguém nunca sabia de nada que me acontecia. Do reboliço que minha cabeça fazia com o meu coração, e vice-versa. Sou o tipo de pessoa que vai fazer piada, sempre, com as coisas que me perturbam; vão me ver sorrindo com muita frequência, mas quando eu sento para escrever, é um momento de me permitir ser feliz ou triste, mas me permito sem máscara.

Não dê ré nessa maré, se não me engano, foi o primeiro poema escrito para o Augusto. É, na verdade, um “eu te amo” sufocado, de quem acabou de chegar à praia depois de um naufrágio e longas-cansativas braçadas, e ainda se sentiu inseguro com a areia. Eu disse nuns versos de outro texto, que pessoas falariam sobre não termos uma história para iniciar um namoro, mas afirmei: temos uma horta. E a nossa horta está crescendo. O poema publicado na antologia Coletivo D’versos com certeza é um tempero que iremos colher para preparar muitos pratos. Tempero para receita de muitos outros amores. Amores que não precisam ser de homem para bicha, esse é o gostinho especial. Eu espero que seja, para outras pessoas, tão bom quanto nos é. Demorou, mas a estação da colheita chegou. E dessa vez não falhei no cultivo, porque não estou sozinho para colher. Sabem? É amor. Não há diferença. É A-M-O-R. Não igual, porém semelhante ao que você, mulher, sente pelo seu marido ou namorado; ao que você, homem, sente pela sua esposa ou namorada.

A diversidade só está na minha vivência, porque para afirmar que isso é amor, eu preciso escrever um manifesto ao invés de uma simples carta com coraçõezinhos. Pode não me atingir quando pessoas falam que não posso amar outro homem, mas eu sei quantos deixam de ser amados por causa disso. Quantos aceitam migalhas, até. É pedir demais poder amar? Não entendo. O MUNDO É TÃO EGOÍSTA ASSIM? Sinceramente, eu gostaria de não ter conhecido nenhuma dessas respostas. Foi difícil — e não foi mérito —, mas com elas tive, não sei, a sorte de não ter adoecido. Será que posso usar essa palavra: sorte? É tão vaga para tudo que vivi. Enfim, a sociedade já não sei se teve o mesmo, pois tem cortado os pulsos todos os dias quando um homem beija outro homem.

Eu pensei em fazer o mundo me ler, hoje, mas acabei de entender que se o Augusto estiver disposto a isso, como sei que ele está, e me deixar deitar em seu peito, como sempre deixa, já basta. Basta para nascer um poema, como uma vez nasceu o poeta.

O poeta que lhe disse:

[…] há uma casa,

no fim da estrada.

sem lareira;

mas há casa […]

apenas mais uma

Eu cursava o ginásio e pra mim tudo era novo, varios professores, troca de aulas, grupos de estudo e educação física. E os garotos… foi quando eu o vi. 3 anos mais velho que eu, atleta e popular. Não tinha uma garota do ginásio que não suspirasse ou se virasse para acompanhar a passagem dele, e eu não fui diferente. Como ele era mais velho ele estava em outra turma e eu era só mais uma menininha descobrindo a adolescência. E mesmo sabendo que não teria chances, vivi essa paixão com todos os suspiros, corações com as iniciais desenhados na carteira e nas folhas das cadernos e lagrimas…. ha, muitas lagrimas ouvindo programas romanticos na madrugada em que pensava um dia ser notada por ele…..

inspiração juvenil

A história que estou para contar não é uma história fantástica e única, de fato é bem comum e um pouco triste.
Uma garota conhece um garoto e se apaixona.
O garoto não se apaixona por ela.
Todos já ouviram essa história milhões de vezes – todos certamente já viveram a mesma história. O amor não recíproco de um amigo próximo.
Minha história começa no ensino fundamental, prestes a entrar na adolescência, mudanças rápidas e intensas tomavam conta de mim, uma garota comum – um pouco esquisita – pequena e insegura.
Ele era mais velho, dois anos mais velho, parecia inalcançável, eu sabia que era inalcançável, estava sempre a frente, cada palavra que ele dizia causava algo diferente em mim.
Nos corredores e escadarias daquela velha escola eu apenas observava ele passar, com amigos e amigas, sempre animados, de falas altas, às vezes com alguma namoradinha – e eu sofria, como sofria!
É uma história tão clichê, tão comum, tão ordinária! Garota conhece garoto e tem seu coração partido.
Em algum ponto daqueles corredores, daquelas escadarias, nos tornamos colegas e logo depois amigos.
Conversávamos todos os dias e minha primeira paixão se aflorava com o tempo, só crescia e crescia.
O primeiro abraço é eternizado em minha memória, foi a primeira vez que senti na pele o que era paixão, parecia que estava em outro mundo, outra época, outra dimensão. Todos já experimentaram isso mas na hora parece tão único, tão especial, eu jurava que não havia outra garota no mundo que estava tão apaixonada quanto eu. Eu sentia aquilo na pele, na mente.
Resolvi um dia dizer que gostava dele
Ele claro, riu de minha cara boba e insegura, logo retirei o que disse, era besteira, brincadeira, claro que não gosto de você! Estava brincando.
Ufa, você me assustou.
Sorri meio sem forças.
Naquele dia, em plena aula tive que sair correndo e ir para o banheiro.
Chorei no banheiro do colégio, clichê humilhação juvenil, de coração partido e chorando em um banheiro qualquer, era uma dor que eu nunca tinha experimentado antes e como doeu, doeu mais que qualquer joelho ralado, mais que qualquer vacina.
Claro que superei alguns meses depois, não falava mais com esse garoto mas ele sempre será lembrado como minha primeira paixão, primeira humilhação, primeiro amor não correspondido, primeira dor.
Houve tantas paixões e dores depois disso que talvez eu tenha me acostumado.
Mas aquele aperto na garganta que senti pela primeira vez, sempre me persegue.

Não foi o primeiro Amor mas o Único

O conheci enquanto morei na casa da minha prima meu terceiro colegial inteiro (2007) para mim ele era perfeito e continua sendo, não sei se posso chamar tal sentimento de amor só que até hoje não encontrei alguém como ele, que por falar nisto dentre os 8 anos que gostei o procurava em outras pessoas, ficamos por 2 meses, mas não ocorreu namoro estava quase certo acontecer mas ele conheceu outra pessoa e o que me faz admirá-lo é a sinceridade e caráter que ele tem que foi isto que me fez encantar, o fato de não dar trela para outras meninas e ser um cara centrado. Não somos melhores amigos, nem saímos hoje em dia porém um certo ano que se não me engano 2014 ele trabalhou no CCJ (Centro Cultural da Juventude ZN), ele me mandou msg no primeiro dia que esteve trabalhando (mesmo namorando) e eu fui vê-lo e conversamos, fiquei feliz por tê-lo visto, após este dia mandei mensagem novamente dizendo o quanto era/é especial na minha vida e do porque ele era (Meu menino), e que ele deveria dizer a namorada dele o quanto ela é sortuda por tê-lo e para que ele mostrasse minha mensagem a ela, que não ficaria com ciúmes porque o caráter dele me fez amá-lo enquanto tive chance e por conta disto eu sabia de sua índole, e que eu ainda colocaria minha mão no fogo por ele. Nesses 8 anos ao perceber que eu não conseguia namorar ou me envolver com alguém mais de 3 meses e perceber que procurava em outros o Lucas tentei encontrar uma forma de dizer a ele sem prejudicar o namoro que tinha na época pra falar tudo que eu já havia sentido ao conseguir dizer fiquei tranquila e o que eu sentia foi diminuindo, menos a consideração. Bom, no final do ano passado no último Slam Resistência de poesia na Roosevelt ele estava lá o vi falei com ele conversamos quase nada e foi bom poder revê-lo novamente meu core não fez tuim.
Amor pra mim é como algo que fiz pensando exatamente nisto se já amei:

Como posso falar de amor se nunca amei e se amei sem saber que era amar o que é de fato o amor?

Eu só tenho a dizer que ele foi a pessoa mais incrível que já conheci até hoje e que meu desejo como todos os anos ao chegar 11/10 seu aniversário é dizer o quanto eu sou a pessoa que mais o quer ver feliz e torço para que continue e seja a pessoa mais maravilhosa que conheci. Eu não hesito em poder dizer quem é pois ele sempre soube.
(Lucas Castro)

Centro do Espelho

Em meados de maio, numa noite entediante qualquer, estava eu completamente dominada por uma enorme ansiedade, tal qual havia removido todo o meu interesse pelo presente e me transportava para um futuro onde tudo daria errado. Eu estava passando por tudo isso ao mesmo tempo que tinha de me fazer aceitável socialmente, afinal, estava iniciando a minha segunda graduação e não queria passar por ela sozinha. Esse era o contexto do momento no qual pela primeira vez na vida, verdadeiramente, enamorava-me de um ser humano.

Naquela noite, durante a aula de Direito Romano, enquanto tentava abafar meus sentimentos ansiosos e levemente depressivos, a fim de entender o que a professora tentava lecionar, por um momento, sem qualquer motivo, olhei para minha esquerda e me deparei com a visão de inúmeras pessoas que eu não conhecia e não me interessava conhecer por ora. Entretanto, no meio daquele mar de gente, uma pessoa paralisou o meu tempo, a minha ansiedade e a minha depressão, causando-me espanto e surpresa. Essa pessoa invadiu o centro do espelho e me trouxe alívio, pois ela conseguiu me afastar de mim mesma, mesmo por um instante.

Então, ao longo daquele ano no qual eu o avistei, consegui algumas informações, sem utilidade prática, mas que configuravam algumas coincidências curiosas: ele era irmão de um colega de turma (por isso vivia na minha sala), percebi que foi a primeira pessoa do universo da minha nova graduação a entrar em contato (assim que o resultado do vestibular foi publicado, ele me adicionou no facebook dizendo que era o meu veterano padrinho) e que havia passado em 17o lugar no seu vestibular (assim como eu também passei no meu).

No final daquele ano, tomada por um impulso originado por uma euforia nada natural, iniciei com ele uma conversa pelo messanger do facebook. O resultado desse primeiro contato não foi muito promissor…

No segundo ano no qual permanecia enamorada, nada aconteceu. Todas as minhas parcas energias foram utilizadas para lidar com a depressão, a apatia e o cotidiano. Mas, sabia que continuava enamorada porque, nas poucas vezes que o via, pelo menos por alguns segundos, a vida tornava a ser colorida.

No início do terceiro ano em que aquela situação se prolongava, Benjamin entrou na minha aula (coisa que não fazia há mais de um ano), sentou e permaneceu até o seu findo. Meu coração disparou com tamanha intensidade que, ao dissipar um pouco o meu estado de torpor, fez com que me lembrasse que ainda estava viva.

Entendendo que isso não poderia mais se sustentar, pelo menos não mais no mundo das ideias, duas semanas mais tarde, em uma segunda-feira, eu declarei os meus sentimentos, pessoalmente, no primeiro patamar da escadaria de concreto que dava acesso direto a minha sala de aula… Não deu em nada, ele já tinha alguém. Todavia, tornando a rejeição algo concreto, finalmente, pude iniciar o processo de desenamorar.

Francamente, não sei o motivo de ter me sentido assim em relação a ele. Quando o vi pela primeira vez, lembro-me de que Ben estava despenteado, expressava em seu semblante tédio e aborrecimento, estava sentado sem postura alguma e me pareceu magricela por demais… O que eu quero dizer é que não preenchia aos meus requisitos de maneira alguma!

Porém, mesmo que não tenha me levado a lugar concreto algum, eu agradeço por esse sentimento, já que senti-lo, de alguma forma, amenizava os danos provocados pelo inferno interior que eu vivia na época.

Meu amor era gritante, e no entanto tão mudo.

Quando o amor nunca bateu a sua porta das duas uma, ou fica extremamente fácil de percebê-lo, ou torna-se uma missão quase impossível notá-lo.
O ano era 2009, eu tinha 17 anos quando me peguei num mar de pensamentos, eu ja tinha visto aquele moço várias vezes, mas até então era apenas um ser com uma beleza que me chamara a atenção na escola nova. (O ensino médio se torna um sonho quando se está saindo do ensino fundamental, é como a faculdade para o ensino médio, tão calorosa cada etapa…)
O tempo foi passando, as minhas amigas mais íntimas ja sabiam do fato, eu apenas era capaz de fazer o que sempre fiz: escrever e escrever sobre o que eu trazia por dentro. No início eu orava todas as noites pra obter respostas, pra compreender o real motivo de sentir aqueles frios na barriga por alguém que era tão longe de mim e da minha realidade; a namorada dele era extremamente divertida e atraente, (sim, ele era/é hetero), eu achava loucura, mas meu coração estava vivendo só…
Eu estava entrando num martírio.
O tempo corria e cada vez eu sentia mais intenso ele dentro de mim, todos ao redor ja haviam notado, e tenho certeza que ele também ja havia notado. Eu gostava de olhar pra ele, de entender as suas maneiras, ver quais eram seus amigos… todos os dias eu esperava ele passar pelo corredor da escola, todo fim de semana era uma tortura. E todas as vezes que eu o olhava sentia que ele retribuia, era o ápice do apego e de ilusões.
Em meu segundo ano resolvi que precisava me declarar abertamente, ja que eu ja gritara com a boca fechada todo aquele amor platônico que existia.
Ele era tão perfeito como homem e como ser humano; seus olhos eram escuros e o cabelo enrolado, tinha uma pele morena uniforme e uma altura inacreditável, seu rosto era fino e tinha fisionomia de dinossauro, e então eu umas amigas o chamávamos de dinossauro, o meu dinossauro. Como pessoa era calmo, meigo, e aparente mente genial.
No finzinho de 2011 juntei todas as coisas escritas, organizei e editei e pedi pra uma amiga entregar. Ele então recebeu e ficamos tempos sem trocar olhares ou até nos ver, foi degradante pra mim. Certo dia ele estava on line em uma rede social, criei coragem e o chamei no bate-papo, ele foi IMENSAMENTE educado e disse que admirava o meu sentimento, a minha letra e todos os desenhos feitos por mim. Mas que aquilo era algo inimaginável pra ele, disse que me admirava, mas que pra mim ele era como uma garota; pra ele eu era um garoto que como todos os outros não despertava nada sobre desejo e atração, afinal ele era/é hetero.
Fiquei feliz por não ter sido espancado, mas ao menos cumpri com o que pedia o meu coração e as borboletas em minha barriga.
Ainda guardo fotos dele que imprimi naquela época, 8 anos depois e ainda gostaria de ter em meus braços, mas acima de tudo ha amor em mim. Amores reais não são egoístas. Além do mais não o vejo desde de 2012, algumas vezes em rede social (fotos) vejo que está bem e mudou de cidade.
Ele marcou todo meu trajeto mesmo que nunca tenha estado fisicamente aqui.

A fé que me move.

Com 13 anos, me apaixonei… e foi por um garoto. Imagina como eu fiquei perdido, me sentia mal, uma aberração.
Com tudo, ele foi me aceitando e me ensinando a amar, não ele, mas a mim mesmo, como eu sou.

Decidi conversar com meus pais sobre isso para que eu não me sentisse mais só, mas o que aconteceu foi perturbador, ouvi coisas que nenhum filho gostaria de ouvir, ouvi da mulher que me trouxe ao mundo, palavras de arrependimento de ter tido um filho, e como sempre me colocando como uma aberração ao olhos de Deus, contudo fui me afundando e tristeza, mágua e solidão, e isso durou até os meus 16, anos de tratamento a procura da minha “cura”.

Cansado de ” sobreviver” , decidir pesquisa e tentar me recuperar de uma destruição enorme, e foi com ajuda de filmes como “me chame pelo seu nome, orações para Bobby, etc…”, músicas e amigos, conseguir me reerguer.

Hoje com 17 anos, tenho uma fé inabalável por Deus, e aos poucos venho me reerguendo de pré-conceitos, que a sociedade primitiva e sem conhecimento tem imposto sobre mim.

E vou sempre continuar em busca da minha voz.

Amigos…

No primeiro ano do meu ensino médio, numa quinta feira de março,era 09:15 da manhã, horário do intervalo, quando eu o vi sentado na arquibancada comendo sozinho,cabelos grandes e cacheados, lembro de pensar ”eu achei o amor da minha vida”.
Passou um tempo, semanas em que eu só o observava de longe até que decidi contar pra uma amiga sobre minha paixão.
Certo dia ela me chama para ir a igreja com ela e eu vou. Passados dez minutos que estamos lá eu o vejo entrando(minha amiga havia planejado tudo há semanas) pela porta e vindo em nossa direção, ele chega e sorri pra mim de um jeito que eu jamais vou esquecer e diz ”boa noite”, nessa hora eu não sei como eu não caí no chão, o nervosismo quase me dominou,mas nós conversamos o culto todo e ele foi simplesmente a pessoa mais espontânea e maravilhosa que eu pensava que alguém poderia ser e na maior parte do tempo eu só conseguia pensar : como pode esse ser humano maravilhoso estar diante de mim nessa noite?.
Começamos a criar uma relação muito forte e o fato de nos vermos todos os dia ajudou muito. Nós eramos uma bolha, nós tínhamos uma conexão.
Minha família se apaixonou por ele e a dele por mim, mas nós não ficamos juntos de uma forma amorosa por muito tempo.Talvez o que ele sentiu por mim nunca foi metade do que eu sinto por ele. Eu me pergunto até hoje. Ainda somos amigos. Ainda somos uma bolha e ainda temos nossa conexão,mas as coisas tem impactos diferentes na minha vida, e eu não sou boa em me afastar das coisas que eu amo e eu sei que ele vai ser pra sempre A PESSOA não importa o que aconteça, então somos amigos…

O Meu Amor

Meu primeiro amor aconteceu em 2007. Eu tinha 19 anos e ele era amigo do namorado da minha amiga. Eu pedi que ela me apresentasse a algum amigo solteiro do seu amor e ela queria me apresentar a um cara super descolado. No entanto, havia um nerd solteiro também. Eu disse que queria o nerd. No meu aniversário, ela me ligou para dar meus parabéns e, não me lembro como, o nerd foi parar na minha casa com uma cestinha em forma de coração cheia de chocolates de uma marca famosa.Eu adorei a surpresa e fiquei maravilhada com a atitude dele de sair de uma festa para ir ver uma menina que ele nem conhecia. A conversa fluiu fácil, rápida e de um jeito que nunca havia acontecido com mais ninguém. Nos beijamos e eu acreditei que estava, naquele momento, perdida. Não havia escapatória. Passamos a nos encontrar com frequência e um mês depois começamos a namorar. Era um namoro tão tranquilo que as pessoas duvidavam. Fim de semana, no sábado, ele jogava RPG com os amigos, depois nos encontrávamos, ou antes. No domingo, sempre ficávamos juntos. Cinema, casa dos amigos, teatro, show, quadrinhos na casa dele, comer alguma coisa… Conhecia a família dele e… pacote completo: era todos incríveis e me acolheram super bem. Era minha nova família. Não havia erro. Mas eu estava numa fase cheia de problemas em casa e ele, por ser mais velho, começando a vida. Então, como o destino age sem pedir licença, ele passou num concurso em outra cidade e se mudou. Seguimos firmes no namoro, mas fomos nos distanciando. Eu não tinha condições financeiras de ir visitá-lo e quando ele vinha, tinha que dar atenção para tanta gente… Eu compreendia, nunca o cobrei. Mas a verdade é que o que era legal, fácil e gostoso, foi se tornando frio, difícil e insosso. Comecei a sentir vontade de ficar com outras pessoas e me preocupei, nunca havia sentido aquilo. Terminamos depois de 9 meses. Ainda trocamos umas palavras, mas nada romântico. Uma amizade forçada e estranha. Os amigos deles sentiram muito, eu senti muito, acredito que ele também. Há alguns anos, ele se casou, é pai e tem uma família estruturada. Eu? Continuo solteira, buscando algo que parece que não cabe a mim, que eu já vivi e deixei escapar. Mas será que esse amor a gente só vive uma vez? A que custo não podemos deixar escapar? Onde foi que eu errei e onde foi que me perdi? Me pegunto de quem foi a culpa e o dedo da resposta sempre fica pendulando de um lado para o outro, às vezes, mirando o destino. Eu sei que de lá para cá, por mais romântica que eu seja, nada deu certo.