Não me chame mais…

Sinceramente talvez o amor não seja para mim,como poderia amar alguém?Meu pai? minha irmã? namorado(a) ?como poderia ser um suporte a alguém, se eu não consigo nem me suporta?
Ser diagnosticada com depressão aos 18 anos é algo totalmente horrível, a reação dos pais,amigos e colegas de escola e trabalho que não entendia o que era esse sentimento de solidão e a falta de esperança. Eles realmente não entendia qual era o meu sentimento tão simples e vazio da morte.
A simplicidade de querer dormir e nunca mais acordar, pois para mim era tão fácil acabar com essa dor. Simplesmente um empurrão, um click uma chance, é pronto,a dor se foi ! Talvez você pense “Pense algo positivo Menina”, “tanta gente querendo viver,ou tendo uma doença grave por ai, porem você ainda continua reclamando da vida que o nosso Grande Pai nos deu!”…
Bom irei me apresentar me Chamo Francesca , sou uma menina totalmente perdia no centro de São Paulo que até um tempo atrás era alegre,divertida e amorosa,porem tudo foi se perdendo aos poucos ficando cinza. Realmente de um tempo para cá eu não sou uma pessoa alegre, eu realmente queria que as pessoas não passa-se fome,dor ou algum tipo de tristeza, porem a questão é “Ter” não é “Ser”, as vezes penso com minha mentalidade totalmente debilidade por aquilo que eu mesma construí a dor “As vezes as pessoas deviam entender a necessidade do problema de cada um, sem fazer comparação ou diminuir aquilo que lhe afligi , pois no final aquilo não confortara a ninguém! “Dor é apenas dor”.
Alguns acha que o suicida quer realmente se matar, sinto lhe informar porém não. O suicida quer matar essa dor, porem ele percebe que a dor é ele! Demorei muito a pedir ajuda para alguém, o medo de ser julgado ou repreendido por uma sociedade que não acreditam em problemas mentais, porem uma pessoa totalmente incrível,alegre que todos amavam e respeitavam conseguia me ver alem do meu corpo físico, essa pessoa conseguia ver o desespero que minha alma que aclamava aos quatros cantos do universo estava pedindo ajuda!
Quem poderia ser meu salvador? Seria um anjo em forma de humano? Sim aquela pessoa que me viu além das minha cara falsa que tinha que fazer toda hora para fingir que estava bem era nada mais e nada menos que minha irmã mais velha Cíntia uma mulher que batalhava para cuidar dela e de mim, pois ela realmente teve que ter maduridade rápido,perdemos nossa mãe, nosso pai de longe não era o melhor só dava o necessário material ou seja quase nada lembra do “ter” não é “ser”? , sabe aquele cafune, abraço ou beijo no final do dia? era ela que me dava, cuidou de mim como uma verdadeira mãe. Até entendo nossa conexão maravilhosa!
Ela me ajudou tanto me levava ao terapeuta três vezes na semana,sempre me dava o remédio que tinha que tomar na hora certa, ela conseguiu me reergue , porém todos sabem que na depressão nada se cura, só se equilibra, pois bem meu equilíbrio se acabou, senti meu peito doendo, meu corpo de arrepiando. Senti que algo estava errado, eu estava errada, liguei desesperada para minha irmã. Outrora ela não atendia…no final do dia tive a confirmação da sua morte!
Ela foi atropelada por um bêbado nojento, morte instantânea! Não suportei tanta dor,chorei por vários dias, minha razão de vida tinha se ido.Peguei uma folha e caneta é escrevi aquilo que seria algo tão profundo e lindo para mim!
” 07 de março de 2004
Para minha Querida Irmã Cíntia
Quero lhe agradecer, sei que não fui a melhor irmã do mundo,sempre aprontava porem era porque no final saberia que tu ia sempre me dizer para não fazer….bons tempos aqueles que você me abraçava para dormir, porém você me deixou tão rápido! Logo eu que fiquei aqui sozinha sem meu amor fraterna de irmã para irmã! Pensei bem sobre aquilo que me afligi é olha que percebi que nada irá mudar, só minha dor que aumentava!
Então minha querida irmã, irei te encontrar para ficarmos juntas okay pois somos uma Família !?
bjs te encontro lá! ”
peguei a folha que escrevi é a queimei , pois aquele era para ser um secreto só nosso….só de irmãs sei que se ela estivesse aqui não iria me perdoar por fazer isso,pois ela acreditava na minha batalha ,porem eu perdi a guerra faz tempo!
peguei vários remédios tarja preta e pus tudo na minha boca…tudo foi se acabando minha dor e vida!
~ Fim….

No Espelho

Eu lembro de ter ficado muito nervoso. Nunca havia tido nenhuma experiência homossexual. Nem ao menos pensava sobre isso. Até àquele momento, só havia me envolvido com meninas. Mas, depois de um ano péssimo, alguma coisa dentro de mim queria experimentar. Marquei de encontrar com um menino que havia chegado em mim pelo facebook. Ele me confundiu com outro. Achava que eu era gay. Primeiro, dei um fora nele. Mas depois pensei, porque não? Eu já queria ter no meu currículo pessoas do mesmo sexo, e então pensei, o presente é a única modalidade temporal em que podemos agir, e seu eu quero ter uma relação homossexual para ver como é, deveria ser agora. Lembro que quase não fui. Fiquei muito nervoso. Eu tinha vinte e três anos. O menino com quem eu ia transar, dezoito. Ele havia alugado um quarto em um hotel. Era início de ano, e por isso chovia bastante. Trovejava lá fora. Tive que correr para chegar no hotel. Eu lembro de que na época, eu ficava com medo de alguém me reconhecer e contar para o meu pai. Sempre fui paranoico. Lembro exatamente disso. Entrei no prédio, subi até o andar combinado e bati na porta. Ele me atendeu. Eu juro que isso não é coisa de quem está apaixonado. Não só isso. Ele era lindo. Mas naquele momento, eu ainda não estava apaixonado. Isso seria depois. Eu entrei e como eu estava muito nervoso, comecei a tremer. Ele esticou os braços para e falou: “calma, vem cá”. Eu sempre fui desinibido, então, tratei logo de tirar a roupa. Ficamos lá, nos beijando e passando a mão um no corpo do outro. Depois, ele me chupou. Eu não gozei naquele dia. Fiquei muito nervoso, então não rolou. Não no contato com ele. Mas foi a melhor experiência sexual da minha vida. Eu não sentia exatamente tesão por ele, mas um carinho muito grande. Em um momento, ele estava sentado no meu colo e eu abraçava ele, e nossos corpos se encaixaram um ao outro. Foi nesse momento em que eu olhei para o espelho e vi nosso reflexo. Ele disse “é bonito”. Nesse momento, eu fiquei apaixonado. Horas depois nós dormimos e ele me acordou beijando meu pescoço. Uma semana depois, nós decidimos namorar, mas isso foi no mesmo momento em que ele descobriu que havia passado em uma faculdade longe daqui. Ele foi e nós terminamos. Quando eu revisito essas memórias, lembro de mim pensando ao olhar para a imagem refletida no espelho de que eu jamais esqueceria aquela cena. Tudo isso me dói. Me dói muito, mas talvez seja melhor a dor do que caminhar vazio. O tempo é a substância de que somos feitos. Como disse Heráclito, nunca nos banhamos no mesmo rio, porque as águas corretes que uma vez passaram pelo trajeto mediado pelas margens jamais voltarão naquela mesma formação. E mais importante. Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, porque nós não seremos os mesmos. Estamos em constante mudança em um eterno devir. Sei que nunca mais vou sentir aquela sensação, porque o que eu senti diz respeito àquele momento específico, que irá se perder no tempo como lágrimas na chuva. Por vezes gosto de pensar como um poeta metafísico ou como um relativista: imagino que aquele momento, que vivi a grande história de amor da minha vida no quarto de hotel, está acontecendo e continuará acontecendo em um tempo pretérito, que, por repetição, somos eternos

O tempo cura

A história da minha primeira paixão começa no segundo ano do ensino médio. Entrei em uma turma nova onde só conhecia umas três pessoas, sentei no fundão aonde tinha uma visão de toda a sala e foi assim que reparei que um certo garota não parava de olhar para mim, encarrando mesmo. O nome dele era Bruno, era a única coisa que sabia dele já que na época eu era tímida e mal conseguia olhar de volta, muito menos falar com ele e perguntar qual era a dele em me encarrar diariamente. Foi assim até o fim de semana quando ele pediu meu MSN (melhor época) na última aula do dia e eu passei. A gente começou a conversar e só foi aumentando, todo dia quando acabava a aula ele passava por mim e falava que quando chegasse em casa a gente conversava (nós marcávamos horário até nos fins de semana por que ele tinha que ir para uma lan house).
A gente continuava conversando pelo MSN, tudo ia muito bem até que chegou o dia de uma festa tradicional da minha cidade. Minhas amigas já sabiam que estava acontecendo alguma coisa entre nós dois e combinaram com ele que eu iria de jeito ou de outro já que eu detestava essa festa. Elas acabaram fazendo uma aposta e eu não tive como recusar, fui para a festa já sabendo que alguma coisa iria acontecer, bom ou ruim, eu teria que descobrir.
Na festa a galera da turma ficou reunida, em um certo momento as garotas fizeram uma roda em volta de mim e do Bruno, ele pediu um beijo no rosto e eu neguei de imediato, as minhas amigas falaram para mim dá o beijo e eu falei para elas: se vocês quisessem um beijo, vocês que vão ter que dá. Então uma por uma em fila foi dando um beijo no rosto dele até que só sobrou eu, a última da fila. Então tomei coragem e fui, mas não foi a bochecha dele que beijei, nós nos beijamos na boca.
Na segunda feira na escola era só o que o pessoal falava, nisso uma garota da outra sala veio falar comigo e disse que o Bruno tinha ficado com uma amiga dela, antes da festa com a gente já conversando. Depois de saber disso deixei de falar com o Bruno, ele começou a namorar com essa mesma garota e com o passar do tempo ele acabou frequentando minha casa com interesse que a gente voltasse a se falar. A gente voltou a ser amigos, mas não era só isso que ele queria, um dia ele tentou me beijar e eu não quiser por ele ainda namorar com aquela garota.
Acabou que ela descobriu que o Bruno andava na minha casa e com os passar dos dias ele terminou com ela e com isso veio me pedir em namoro, começamos a namorar, passamos um bom tempo felizes, mas eu comecei a vacilar com ele a ponto de ele terminar o namoro. Eu superei, me mudei para São Luís e ele voltou com a ex, um tempo depois ele começou a me ligar. Em uma das nossas conversas ele falou que ia casar, nessa mesmo tempo eu estava voltando para casa por quê tinha sido convidada para ser madrinha do sobrinho dele.
No dia do casamento do Bruno, ele foi na minha casa falar comigo e perguntou o que deveria fazer, na emoção do momento a gente falou muita coisa, muitas palavras trocadas uma verdadeira confusão, nisso eu falei que odiava saber que ele iria casar mas não queria ser eu casando com ele. Ao mesmo tempo que não queria perder ele para sempre também conseguiria ficar presa a ele para sempre, então ele vou embora casou com a noiva dele e desde então a gente não se fala. Eu venho esquecendo essa história a cada ano que se passa mas hoje tiver que me forçar a lembrar.

Quando ele se foi…

O amor é um sentimento puro e tão lindo, como um semente, que brota dentro de nós, e cuidamos, até que por fim, germine. Quando eu fui perceber que amava profundamente alguém, quando minha semente finalmente germinou, eu o perdi.
O amor da minha vida também me amava, era um sentimento correspondida, porém não o demonstrava. Ele era uma pessoa um pouco bruta e não deixava transparecer os sentimentos; todavia, ele ainda tentava tirar sorrisos do meu rosto. Não era cômico, mas fazia piadas para eu sorrir. Tinha uma armadura em volta de si mesmo, mas ficava triste quando eu estava e alegre quando eu também estava. Esse alguém era meu pai. Foi a primeira pessoa que eu percebi que eu realmente amava, por isso, considero o primeiro amor da minha vida. Porém, só percebi mesmo, quando ele se foi. Quando a sua missão por essa terra pecaminosa, foi comprida. Os anjos vieram para buscá-lo e partiu. Foi uma dor profunda. O primeiro grande amor da minha vida não está presente fisicamente, porém eu ainda sinto, e sei que roga por mim, nos longínquos lugares onde também nos está destinado.

Descoberta.

De todos os amores que eu possa me lembrar o primeiro e o maior que tive foi tarde na adolescência.
Tinha lá meus 16 pra 17 anos, mantinha uma rotina chata e monótona de casa e cursinho e não fazia nada diferente de estudar o dia inteiro e ver algum filme de noite. Em meio as tardes com a cara nos livros acabei conhecendo um rapaz. No começo comecei a ter o que conhecidos meus chamam de “crush de amizade” (aquela pessoa que a gente sonha em ter no nosso círculo de amizade) e assim fui tentando me aproximar dele. Vamos coloca-lo como Fábio nessa história.
Fábio era sorridente, simpático e bem introvertido, passava os dias como monitor de exatas naquela escola e vivia fazendo seus deveres acadêmicos enquanto ajudava os alunos com problemas banais de matemática. Nos primeiros meses comecei a pedir ajuda com algumas questões e aos poucos fui ficando cada vez mais fascinado por ele. Adicionei nas redes sociais, trocávamos músicas todos os dias. O tempo passou e comecei a me dar conta que aquele interesse era maior que amizade, era bem uma paixão avassaladora. Dezessete anos e eu me descobrindo apaixonado por um rapaz (na época não tinha descoberto minha sexualidade por inteiro); para mim foi algo tão forte que nem me importei com esse fato, só queria ficar do lado dele, conversar e estar ali, presente.
Enfim, os meses passaram e eu tentava me manter no controle, passado os vestibulares e sabendo do meu resultado pensei em agradecer o mesmo. Fiz vários docinhos com morango e levei para o colégio, aguardei a mesa ficar vaga e me sentei ali mesmo, conversa vai e vem e acabo dando o embrulho. Ele agradeceu com aquele sorriso de orelha a orelha e devorou tudo de uma vez. Aquela era hora de falar alguma coisa e expôr os sentimentos né? Era, mas a frase seguinte foi pior que um maremoto. “Desculpe Pedro, eu sei que isso tem um algo mais mas não fui sincero, estou com alguém no momento”.
Não preciso dizer que foi um belo tiro no pé mas pelo menos foi algo que vivi tão intensamente com ele que depois de 10 anos não esqueço. Era algo tão singelo, simples e inocente que hoje me faz falta de ver e sentir.

Um bilhete das estrelas

Admito que demorei para me apaixonar. Achar alguém bonito é normal, acontece com muita frequência. Mas alguém com quem você espera viver algum sentimento nunca foi algo muito real para mim. Até ano passado, na faculdade. É, o amor é algo a ser estudado. Não se entende a princípio o que ele significa, mas ao mesmo tempo existem milhares de sinônimos para defini-lo. Mas afinal, o que a paixão é? O que o amor significa? Eu não sabia até me sentir amado de verdade.
O nome dele é Walysson. Estudávamos na mesma faculdade e vira e mexe nos esbarrávamos pelos corredores. E tenho que admitir que tinha um pouco de medo dele quando me encarava; ele era marrento, bonito e sério. Só havia duas alternativas para explicar o porquê de tantos olhares: ou ele me achava bonito (o que eu duvidava bastante) ou ele queria me assaltar. E acreditei na segunda opção.
Meu choque maior foi quando, em um dia aleatório de quarta feira, depois de uma aula adorável de genética, nos esbarramos no ônibus voltando da faculdade. Devia ser 11h40min, ou algum horário próximo. E ele sentou a um banco de distância de mim, e, mesmo tentando ignorar, não pude deixar de notar o quanto ele era bonito. E melhor, não pude deixar de notar quando ele passou a mão por detrás da cadeira ao lado e me cutucou, me entregando um bilhetinho com o nome dele e o número. Guardo até hoje esse bilhete.
E foi ali que meu mundo se tornou outro. Odeio ter que admitir que minha vida tomou um rumo diferente quando outra pessoa entrou nela. É estranho, e ao mesmo tempo excitante, a ideia de que alguém tenha sido tão importante na sua vida. Você se sente vulnerável e forte. É uma explosão de sentimentos que não fazem sentido, mas que são extremamente bem vindos a todo o momento. Passamos a conversar, a sair, ele disse que já alimentava um sentimento há meses, e essa foi a parte mais bizarra; como alguém poderia sentir qualquer que fosse o sentimento romântico por mim? Parecia algo de outro mundo. Começamos um namoro que perdura até os dias de hoje e, como nunca, me sinto flutuando nas estrelas. Eu cresci, aprendi, chorei, sonhei. Deixei-me pensar no futuro. Permiti-me planejar um casamento, ter filhos, viagens a dois. Minha primeira paixão talvez não tenha sido a primeira, mas foi a primeira que marcou minha vida a ponto de querer gritá-la para todos os sete mares o quanto eu o amo. O quanto ele me faz feliz e o quanto eu quero fazê-lo feliz. E irei fazê-lo. Eu te amo, Walysson Capel.

As vantagens do “não deu certo”

Eu não me lembro a primeira vez que o vi, talvez tenha sido desde que nasci. O típico “menino mais bonito da cidade”, e mesmo não sendo a mais bonita ou nem mesmo chegasse a ser considerada bonita, eu comecei a gostar dele mesmo sabendo que poderia não haver chances entre nós. Na época eu fazia parte de um trio de amigas, e duas delas eram apaixonadas por dois garotos, elas até escreviam as iniciais dos nomes delas com os deles, às vezes eu nem as chamava pelo nome, mas sim pelas siglas, a Md e a Jp. Eu não queria fiar por baixo, então resolvi fazer o mesmo e foi aí que confessei gostar do garoto. Eu agora era a Mb. As duas até gostaram da ideia e prometeram me ajudar.
Em um final de semana minha irmã mais velha juntamente com a irmã mais velha da Jp marcou um piquenique no rio mais próximo. A única de nós que acabou não indo foi a Md, pois ela morava muito longe.
No tal final de semana eu e a Jp acabamos nos atrasando, pois estávamos “ocupadas” combinando coisas. Sabíamos que o garoto que ela gostava iria também, então pensamos em mil situações que seriam favoráveis para que pudesse acontecer alguma coisa entre os dois. Bem, não foi isso que aconteceu.
Acabamos chegando um pouco tarde demais, mas esse não era o problema. Quando chegamos lá o que vimos foi bem pior, a irmã da Jp estava abraçada com o garoto que ela gostava e a minha irmã estava beijando o garoto que eu gostava. O meu garoto…

Eu também não me lembro a primeira vez que o vi, acho que deve ter sido desde que nasci, pois éramos primos. Ele era tão lindo, e é até hoje. De certa forma eu sabia que não daria certo, pois éramos como irmãos. Mas eu fui em frente. Na época eu não brincava mais de siglas com iniciais de nomes, mas no meu caderno eu tinha colado um R e um B. Quando crescemos mais um pouco eu tive a ousadia de pedir para beijá-lo. Foi tão repentino. Eu não pude segurar a minha língua. Apesar de termos pouco mais do que onze anos (pelo menos eu) ele me puxou pela mão e me levou para um lugar onde pudéssemos ficar a sós. Por um instante eu o olhei, cara a cara. Os olhos castanhos, o sorriso que ele deu antes de me beijar… eu não me senti ridícula. Éramos apenas crianças fazendo coisas de gente grande. Eu esperava por aquele beijo por uns dois anos e aí… foi um beijo curto, mas ainda assim um beijo, que eu não parava de pensar.
Semanas depois eu escrevi uma cartinha, não poderia estar mais apaixonada pelo meu próprio primo. Peguei algumas partes super românticas da internet enquanto desenhava corações pelos cantos da folha, corações esses que eu jurava que eram bem feitos e bonitos. Depois de pronta eu descobri que não tinha coragem o suficiente para entregar, porém, eu conhecia alguém que tinha e de sobra… a nossa outra prima que tinha no mínimo sete anos. Eu confiei totalmente nela e a entreguei no dia que estávamos todos juntos em uma reunião da igreja especialmente para crianças. Quando eu fui embora sussurrei no ouvido dela “entrega só pra ele” e saí. Andei super rápido pelo caminho de casa e me virava as vezes para ver o que estavam fazendo pelas minhas costas. Os garotos que ainda estavam lá correram pelo espaço enorme que tinha em frente a residência em que ocorrera a reunião e foram jogar bola. Em dos momentos em que virei vi minha prima indo devagar até meu primo e entregar-lhe minha carta. Não tive outra reação senão correr. Dava para todos me verem e é claro que todo mundo ia saber. No outro dia me disseram que a mãe dele soube e acabou exigindo ver a carta senão ela acabaria contando para o marido. Como toda criança tem respeito e até medo da autoridade dos pais, ele acabou entregando. Então pelos próximos dias e acabei sendo ridicularizada por gostar de um garoto, principalmente no ônibus escolar.

Eu me lembro a primeira vez que o vi. Descolado, praticando bullying, eu até o achava engraçado. Estávamos no final do fundamental. A mãe dele era quase louca e o pai dele era falecido, provavelmente overdose, eu sabia disso porquê passávamos o tempo todo das aulas conversando, que dizer, ele, pois eu ficava prestando atenção nelas para não levar bronca das professoras.
No início ninguém ele era calado, muito calado, e quieto. Ele era novato na turma, mas não porquê ele era transferido, ele só havia repetido de ano. Após umas duas semanas trocamos as primeiras palavras. Uma das professoras pediu para que formássemos duplas. É claro que a ex Jp e a ex Md ficaram juntas e, como ele não falava muito, não tinha muitos amigos, embora ¼ da turma fosse composta por pessoas do bairro dele, acabei sendo a companheira dele. Foi aí que ele me pareceu que sabia falar, embora tímido. E foi aí que ele não parou mais. Semanas depois ele começou a se comportar como um garoto rebelde. Embora fosse um péssimo aluno em questões de comportamento, ele ainda continuou falando comigo. No ano passado eu era zoada por uns colegas, mas naquele ano eu não era mais, era como se agora eu fizesse parte da zoeira, embora não fizesse nada. Era por causa dele, mas eu não sabia ainda.
A amizade começou a ficar tão forte a ponto dele roubar a única foto que eu tinha de mim mesma. Eu nunca mais vi aquela foto. Um dia ele até me mostrou a maconha que ele ia usar mais tarde. Eu não sabia que ele trazia para a escola, principalmente porquê o porte é ilegal no Brasil, e também porquê ele era menor de idade, mas todos diziam que ele fumava. Desde o início.
Eu nunca me importei com que tipo de pessoa ele era, se é que existia ou existe tipos de pessoa, mas a gente meio que se afastou, não por algum motivo especificamente, eu só realmente precisava estudar e ainda meio que estava irritada por ele ter me feito cair de joelhos na sala.
Algumas semanas depois a garota mais novata da turma que por acaso era a nova amiga dele e uma das minhas melhores amigas acabou indo passar um final de semana na minha casa e ela acabou me contando que ele gostava de mim. Eu não pude acreditar que nunca havia notado e então tudo mudou, porquê eu sabia que também gostava dele, mesmo sem perceber. Então estudando na mesma classe e sem nenhum de nós admitirmos, fomos levando e aos poucos voltamos a nos aproximar. Até que os últimos meses do ano chegaram e junto com ele a Jp. É claro que sentíamos a mesma coisa, embora ele não soubesse que eu gostava dele e nem que eu sabia que ele gostava de mim. Voltando a Jp, ela acabou se aproximando dele, conversando, ficando íntima até eles se beijarem na sala de aula.

Eu não me lembro a primeira vez que o vi, mas sei que foi há muito tempo. Ele tinha um pai falecido, que ele por genética era a sua cópia, só que mais bonito. Era um primo tão distante que eu só acreditava porquê a minha mãe dizia. Minha melhor amiga da minha nova cidade havia me dito que ele queria ficar comigo, e eu morri de medo, pois ele ficava com uma outra prima minha que por sinal era a garota mais desejável que tinha por ali. Eu perguntava a todo tempo “e se ela vier atrás de mim e me bater?”, ela só ria e dizia “claro que não”. No dia do aniversário de uma outra prima nossa, ele acabou vindo até a minha casa me pegar. Que surpresa! Quando chegamos lá todos nos olharam e então eu percebi que não falava com ninguém, pois só conhecia todos eles de vista. Até que finalmente a minha amiga chegou e me salvou. Pouco tempo depois ela me levou para a casa do namorado dela e ele de quebra acabou levando o meu primo e a gente ficou. Ele não era muito romântico, mas era simpático e engraçado, além de bonito.
Acontece que éramos da mesma escola e ele acabou aparecendo nos lugares mais inusitados e improváveis. Me abraçando em público e as vezes e mordendo como de forma carinhosa, adolescentes costumam fazer isso quando gostam de alguém, como que marcando território, nunca ouvi falar, mas minha amiga me explicou que aqui era assim. Então se ele fazia de tudo para me ver e fazia coisas comigo nos corredores para todo mundo ver, então por que eu não iria sonhar com ele? Sonhei bastante, até virem em uma rede social me mandarem xingamentos. No dia seguinte ele apenas me disse que sabia quem era, e quando eu perguntei quem, ele apenas riu.

Eu não me lembro quando o vi, mas por dois anos eu praticamente o ignorei. Ele era esquisito e eu me sentia o centro das atenções naquele final de ensino médio.
Por pouco mais do que meses eu perdi mais do que a metade dos meus amigos. Ser quem você não é para tentar causar uma boa impressão nas pessoas, acaba fazendo o contrário. Você não enxerga isso, e demora muito tempo para perceber, até mesmo quando já é tarde demais. Foram nesses meses que eu me aproximei dele, e então o conheci além das aparências, do que eu achava que ele era. Ele parecia gostar da minha amiga, eu via, então por que não ajudar? Bom, até tentei, mas não deu muito certo, ela gostava de outra pessoa.
Meses se passaram até que ele confessou que não gostava dela, ele gostava de mim e até hoje conversamos. A gente nunca ficou, mas pessoas costumam dizer que sim e que deveríamos. Eu realmente acho que não, pois ele fica com uma garota do centro da cidade. Apesar de nos amarmos, eu acho que o respeito é a base de tudo e eu respeito a nossa amizade, não poderia fazer nada que machucasse qualquer pessoa relacionada à ele, e, agora ele vai embora para outro estado.
A promoção diz claramente “primeiro amor”, mas eu tive vários, e nenhum foi menos especial do que o outro. Amor de criança, ilusão, o que for e tiver sido, todos esses amores fizeram parte da minha vida, bons ou ruins. Agradeço ao meu coração por ter se apaixonado por pessoas tão fantásticas que eu conheci, conheço e tive a honra de conhecer ao longo do tempo. Por mais difícil que seja, não desista de qualquer pessoa por causa de uma que não deu certo. Eu acredito no amor e acima de tudo que ele pode nos dar forças

Colegas X

(2007)…
Eu estudava naquela escola e não via nada de interresante até que ele chegou… Eu olhei para ele, mas tão gato que era, que já chegou fazendo sucesso na sala. Eu um garoto fofinho e anti-social fixava os olhos nele, até que fomos designados a fazer um trabalho de escola juntos.. Apartir daí que começou nossa amizade que não durou muito tempo.. passou se 1 ano e chegou o último ano na escola (a 4 série). Eu ja mostrava jeito de ser gay, e por esse motivo sofria com os bullying de outros garotos e por esse motivo ele se afastou de mim e não nos falamos mais… a escola acabou e fomos pro fundamental ele pra uma escola e eu para outra(2008).. Passou se 1 ano e tinha começado as matrículas na escola que ele estudava para o ano letivo de 2009, então insistir para minha mãe me matricular lá. As vagas dessa escola se esgotavam muito rápido, fiquei bem nervoso até que minha mãe conseguiu e não me contive de alegria. As aulas começaram, fui acompanhado por meu pai naquele dia, ao chegar lá, deí de cara com ele assim que entrei no Colégio e foi um VRA, fiquei sem reação… e os messes foram passando e passando e nada, então pensei em uma loucura. Comecei a fazer a inicias com o nome dele em meu braço feito de caneta com a letra bem grande pra chamar a atenção dele, ele me olhava mais desviava os olhos, eu já não sabia mais o que fazer até que fiz uma burrada total. Quando eu presenciei ele ficando com a garota mais irritante da Colégio, eu inventei um boato, que ele estava se pegando com um amigo dele no banheiro. Como éramos vizinhos ele me esperava quase próximo a minha casa, então ai ele veio em minha frente e me deu um tapa na orelha bem forte, que eu não me contive e apenas chorei e sair correndo.. e passou se os anos e até hoje não nos falamos mais, mas bem la no fundo tenho uma certa paixãozinha por ele ainda, afinal o primeiro CRUSH ninguém esquece.. Ele sendo meu vizinho não tem como esquecer.
XOXO Simon.

O Desenho de Coração

A minha primeira paixão foi no Pré III – talvez um pouco precoce, mas o cupido às vezes é meio atrapalhado.

O nome dela era (ainda é, na verdade) Letícia. Eu não sei ao certo como isso começou, eu só me lembro que sentávamos próximos um do outro e ela era muito agradável. Então, um belo dia, eu me peguei pensando nela demais. Com certeza, paixão.

Foi então que uma vez ela disse que ia dar-me um desenho de um coração. O que mais além de amor isso pode significar para uma criança de cinco anos? Essa é uma das minhas memórias favoritas da infância, ela tirando o papelzinho da mochila e me entregando. Mas confesso que era uma obra um tanto vanguardista, e eu não entendi o conceito daquele círculo disforme pintado de laranja escrito “coração” embaixo. Eu perguntei “O que é isso?”, e ela me respondeu “Um coração!”, sorriu e saiu correndo.

Mas nem tudo foram flores, eu me lembro como a paixão acabou. A professora pediu para nós, no fim do ano, escolhermos os pares para a dança de formatura. Eu logo fui e disse que queria dançar com ela. Mas ela já tinha outro par e me pediu desculpas.

A história da minha primeira paixão também é a história da minha primeira desilusão amorosa.

Mas é uma memória muito saudosa que guardo com carinho no meu coração. Muitas vezes eu ainda a vejo na rua, e, por incrível que pareça, ela não me reconhece. Talvez ela nem saiba que tenha sido minha primeira paixão.

Mas, no final, o que importa são as boas memórias, e são essas que fazem as boas histórias.

Letícia, onde quer que você esteja, te desejo uma vida maravilhosa!

Por acaso

O ano era 2010, mês de férias e eu passava boa parte do dia em frente ao computador. Sempre adorei jogos online, porque eles proporcionam que conheconheçamos outras pessoas, e com esse não foi diferente. Conheci ela em um quarto de jogos dentro do próprio jogo. Estávamos na fila esperando a nossa vez de jogar, o jogo era jogado por trios, e para minha sorte fiquei no mesmo que ela. Ao decorrer da partida planejamos estratégias e conversamos, no fim ganhamos e ela me pediu amizade. Conversamos por horas, e pro meu azar ela morava longe, mas isso não me impediu de nutrir esperanças e sentimentos por ela. Esperava ansioso por cada momento, cada vez que nos víamos por chamadas de vídeo ou nos falavamos por chamada de voz meu coração acelerava, ficava todo bobo e pensava mil e uma coisas. Isso durou alguns anos. Um dia minha família iria fazer uma viagem, e adivinha? Pro mesmo estado que ela morava. Na hora minha vontade era de gritar, correr, pular e tudo mais. Corri para contar, ela ficou super feliz e perguntou quando seria a tal viagem, pois queria me esperar no aeroporto no momento da chegada. Chegou o tão esperado dia e fui, junto de minha família. Desembarquei do vôo e caminhei, senti todo meu corpo formigar, meu coração estava à mil, e quando vi ela, ali parada corri pros seus braços, finalmente podia sentir seu toque, seu cheiro, e tudo era perfeito. Ela era perfeita. Começamos a chorar e em meio a isso nos beijamos, foi um beijo longo e demorado, o melhor que já tive e que tenho.

Amigas

Ela sempre foi a garota mais inteligente, legal e não sociável da sala, eu, era apenas eu, sempre falando com todos e participando das atividades.
Ela sempre me despertou interesse e por eu ser amiga de todos foi fácil interagir com ela e em menos de semanas a gente já participava dos mesmo grupos de trabalho e atividades até isso sair de programas no âmbito escolar. Viramos amigas, tão amigas que seria impossível aquele meu interesse não se transformar em paixão.
Certo dia marcamos de ir a praia, ela, uma amiga nossa e eu, foi um dia inesquecível,um dos muitos,porém esse foi o mais especial.
No ônibus na hora de voltar pra casa eu decidi que não ia deixar a oportunidade passar. Ela era maravilhosa e eu precisava saber se ela achava o mesmo de mim, ainda mais depois de um dia maravilhoso, e sim, era recíproco e antes de eu descer na minha parada eu disse “me beija” e a gente se beijou. Ganhei meu dia, semana e mês com aquilo. Nosso lance não durou muito,mas o que durou foi incrível, ela sempre vai ser minha primeira e mais gostosa paixão que eu guardo até hoje no meu coração. Somos amigas, e sabemos valorizar o que tivemos.

Eles amam as loucas ….

Em meio aos corpos suados e as gotas de bebida que caíam das taças embebedados, eu o enxerguei. Não era lindo, não era meu tipo, não era nem charmoso, mas aquela calma emanando era atrativa demais pra uma menina que nunca sossega. Me aproximei, foi fácil, a conversa, o riso e o caminho até a praia. Ficamos juntos. Nos apaixonamos. Nos amamos. Nos separamos. Rita Lee já tinha me avisado: “Eles amam as loucas, mas se casam com outras”…..